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Capítulo 6 parte 1

PEDRO

De costas para seu escaninho e de frente para nós, Lauren tinha algo a dizer. Ruprecht, Alejandro e eu encarávamos seu rosto sorridente e ansioso, um tanto estúpido para falar a verdade. Essa garota já estava me cansando. Confesso que até que tentei buscar alguma profundidade nela, mas pouco tínhamos em comum. Nossa relação não conseguia ir além de contato físico. Ela notou que eu não estava tão entusiasmado como antes e, nos últimos dias, havia feito de tudo para me agradar, incluindo tentar ser amiga dos meus amigos. O tiro saiu pela culatra, pois sua necessidade de aprovação estava os irritando também.

Era no início do intervalo do almoço, mas estávamos afastados do refeitório e no andar abaixo das quadras e da piscina da escola, aguardando-a dizer o que quer que fosse. No momento em que parecia prestes a falar, ouvimos o rangido das portas duplas se abrirem. Todos olhamos para o lado ao mesmo tempo, seguindo na direção do som enquanto as portas se fecharam.

Surpreendi-me ao avistar Linda vestida apenas num maiô com a logomarca da Roads. Descalça e com os cabelos molhados, ela dava passos determinados sem se preocupar em deixar rastros de água pelo chão. A situação ficou ainda mais esquisita quando percebi que caminhava até onde estávamos. Seu olhar estava tão focado em Lauren que meus amigos e eu recuamos um passo, de modo automático, para que ela atravessasse entre nós.

Então, frente a frente ao seu alvo, Linda falou:

— Quero minha mochila de volta.

— Ficou louca, Jagunça? — Lauren franziu o cenho e soltou um riso debochado, colocando as mãos na cintura. — Sobre o que está falando?

— Minha mochila. Devolva.

— Por que eu estaria com sua mochila? Não tenho interesse em acumular lixo.

— Não se faça de sonsa, Lauren! Eu sei que foi você! — Linda ficou ainda mais perto de Lauren, e mesmo com os braços esticados ao longo do seu corpo, fechou os punhos com força.

— É por isso que nos chamou aqui, não foi, Lauren? — Alejandro a acusou aos risos. — Caramba, você quis sacanear a jaguncinha pegando a mochila dela!

— Peguei nada! — a autodefesa exagerada de Lauren e seu olhar vacilante me mostravam o contrário. — Não sou ladra!

— Eu lhe vi no ginásio durante a minha aula de natação. Você estava sentada na arquibancada, bem ao lado da minha mochila! — Linda bradou e seu sotaque sobressaiu ainda mais. Eu sabia que havia altas chances de ela estar certa, pois Lauren odiava a piscina da nossa escola. Dizia que o cloro manchava seu cabelo loiro. Além do fato de que ela era da mesma classe do meu irmão e naquele dia, Nico não tinha aula de Educação Física.

— Prove que sou culpada. — A acusada levantou o queixo com prepotência. Uma fingida profissional.

Porém, Linda rebateu rápido.

— As câmeras de segurança podem provar.

— Não fui eu. — Ela insistiu na mentira.

Foi então que vi o corpo de Linda tremer em calafrio, entretanto, mesmo com os braços arrepiados, sua postura continuava firme e seus punhos bastantes cerrados.

Rup se aproximou das garotas, tirando sua jaqueta e fazendo menção em colocar sobre os ombros de Linda, que o encarou de relance.

— Obrigada, Rup, mas quero as minhas roupas. — Falou entre dentes, numa tentativa de se controlar.

— Tudo bem. — Ele deu passo para trás.

Após a breve intromissão de Rup, Lauren se encheu  de confiança e disse:

— Não tem nada seu aqui. Vá embora.

— Tem sim! — Linda gritou, batendo a palma na porta do escaninho ao lado do ouvido de Lauren, que fechou os olhos e encolheu os ombros assustada.

— Caramba! Elas vão brigar! — Alejandro se animou com a possibilidade das meninas se estapearem. Para ele seria como um sonho realizado de um adolescente que assistia muitos filmes adultos.

Pensando bem, talvez eu não me importaria se Linda desse uma sova em Lauren. Até me divertiria em ver a loira levar um par de tabefes, seria bem-merecido, pois Linda não tinha feito nada à ela. Pelo contrário, a filha adotiva dos meus tios estava tão focada em se adaptar à nova escola que só tinha tempo para cuidar da própria vida.

Fiz questão de observá-la melhor. Seus cabelos gotejavam e seus braços continuavam arrepiados de frio. Uma sensação desconhecida incomodou dentro do meu peito ao vê-la em tal circunstância. Parte de mim queria fazer o que Rup tentou: jogar um casaco em seus ombros e tirá-la dali.

Achei estranho querer ser amigável com ela. Eu não deveria me importar. Eu deveria ser indiferente porque ela era insignificante! Ou pelo menos, era o que minha cabeça lutava para acreditar. Porém, vendo-a tão valente mexeu comigo. Sua figura frágil ganhava obstinação como se fosse forte o bastante para se defender sozinha de todos nós.

Essa atitude instigou-me, atraindo-me muito, pois Linda parecia não precisar de ninguém.

Ali descobri que gostava de garotas fortes; daquelas que não se vitimavam.

Por instinto, minha nobre vontade de aproximação começou a se transformar em algo mais malicioso. Seu corpo, antes muito magro, agora havia ganhado alguns contornos. A natação estava dando resultados e, com certeza, ela estava se alimentando melhor.

Pensei em como seria tocar a sua pele, como ela reagiria, se tremeria e se ficaria arrepiada como agora.

Mas seriam arrepios de calor e não de frio...

— Vai devolver o que é meu ou terei que partir pra ignorância? — sua pergunta estourou minha bolha de imaginação.

Meu lado racional começou a falar mais alto e, por mais fosse interessante ver Lauren apanhar, minha consciência dizia que eu deveria agir antes que o diretor ou qualquer outro funcionário da escola aparecesse. A Roads era muito rígida com alunos que agrediam.

— Ei Lauren, — chamei-a numa voz baixa e firme. — se a mochila estiver com você, devolva.

A loira me encarou e ficamos num duelo de olhares por segundos antes de ela ceder.

— Tudo bem. — Ela revirou os olhos e deu as costas para aquela que considerava ser uma ameaça à sua popularidade. Ao abrir seu escaninho, logo avistei o objeto furtado, que foi pego e devolvido com uma certa brutalidade à sua dona. — Toma aqui sua tralha, Jagunça.

Engolindo a ofensa, Linda abraçou sua mochila e disse:

— Minha vida não te interessa. Me deixa em paz.

Então ela se retirou, jogando a mochila nas costas e seguindo seu caminho.

— Ainda não desisti de mostrar a farsa que você é! — Lauren gritou.

— Vá em frente, Raimunda. — Ela rebateu, tranquila e sem parar de andar.

Eu ainda não tinha entendido aquele apelido dado a Lauren, mas não duvidei de que deveria ser algo criativo. Linda era inteligente e engraçada.

Vendo-a se afastar pelo corredor vazio, usando apenas uma roupa de banho ridícula e parecendo não se importar com isso, me arrancou um sorriso.

Inteligente. Engraçada.

E linda.
*****
Obrigada por ler o capítulo

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