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Capítulo 19 parte 1

PEDRO

Em nossa última apresentação, na feira de comidas internacionais da Roads, fomos chamados ao palco para o encerramento do evento.

Finalmente tínhamos um nome.

Trupe dos Almofadinhas.

Foi Alejandro que sugeriu nomear a banda do jeito que Linda nos chamava.

De início não levamos a sério, rimos muito, mas vendo que o baterista insistia na ideia, repensamos. A banda era nosso passatempo, então nada mais justo do que sermos "batizados" com algo bem-humorado.

Posicionados no palco, seguimos com nosso repertório ensaiado. O dia ensolarado contribuía para que o cenário ficasse legal, o público interagia conosco e tudo caminhava bem. Porém, nada me tirava a sensação de fim. Um fim bom, do tipo que a gente encerra do jeito certo, mas, ainda assim, não deixa de ser uma ruptura. Depois que o ensino médio acabasse, eu sentiria falta daquilo tudo. Da banda, da escola, dos meus amigos e, principalmente, dela. A menina que cantava ao microfone. Linda Montenegro.

A maioria das nossas canções eram covers de bandas de rock indie. Apenas uma não se encaixava nesse estilo. Ela foi escolhida justamente para combinar com o evento e com a nossa despedida. Lenta e emotiva demais para meu gosto. Tudo bem, pois a decisão de colocá-la no repertório foi tomada em conjunto. Até porque a melodia de Don't Dream It's Over não era tão ruim assim, só sensível em excesso.

E essa era a parte ruim.

Eu estava encerrando a porra de um ciclo em minha vida e agora tinha que aguentar quatro minutos de uma combinação de solos e acordes melosos. Uma verdadeira droga! Eu não sabia lidar com o meu próprio sentimentalismo, me fazia sentir fraco... O jeito foi focar na parte técnica da música, no compasso de quatro tempos, nas mudanças precisas de acordes... entretanto, no momento em que eu solava a minha parte, reparei Linda vir em minha direção. Ela caminhava no ritmo da música, sorrindo com leveza e olhando dentro meus olhos.

Em seguida, voltou a cantar.

Cantar para mim.

LINDA

"Agora estou caminhando de novo ao ritmo de um tambor e estou contando os passos até a porta do seu coração..."

Nunca pensei que teria ousadia de ir até ele e cantar aquelas coisas. Aconteceu que depois de um tempo em cima de um palco, me acostumei com os olhares em nossa direção e fiquei corajosa. Eu não tinha nada a perder, afinal de contas.

Se eu estivesse em uma situação comum jamais faria algo parecido. Mas lá estava eu, entoando uma canção sobre ter esperança em meio as dificuldades. Um tema que não parecia ter nada a ver com declarações de amor, no entanto, aquela estrofe específica expressava o que eu vivenciava há um tempo.

Estou contando os passos até a porta do seu coração, Pedro., era o que minha mente improvisava.

...Ei, agora, não pense que acabou. Quando o mundo vier construir um muro entre nós — Enquanto eu cantava o refrão, ele tocava sua guitarra e abria um sorriso para mim. — Nós sabemos que eles não vencerão.

Afastei devagar, de marcha ré, para aproveitar cada milésimo de segundo daquele magnetismo e, com um pouco de resistência, voltei a dar atenção para a plateia.

Ami e eu chegamos na tão falada fazenda da família de Alejandro Rosado. Minha amiga já conhecia o lugar devido à época em que andava com os garotos. Mesmo tentando não demonstrar, ela estava nervosa por ressocializar com aqueles por quem ainda guardava certos ressentimentos. No entanto, Ami Shibata era valente e estava decidida a ser minha companhia segura para o fim de semana. Combinamos que uma cuidaria da outra, obviamente não deixaríamos de nos divertir. Nós duas merecíamos ter momentos felizes depois de um ano letivo exaustivo.

Hélio, o motorista da minha família, nos deixou na fazenda numa noite de uma sexta-feira. Ficou combinado que ele nos buscaria no final da tarde de domingo. Eu sabia que ele abriria mão do seu dia de folga para me levar de volta para casa, pois meus pais estavam um uma viagem a trabalho em outro estado e só voltariam na segunda-feira.

Os pais de Alejandro foram bastante receptivos. Nitidamente gostavam de deixar a casa cheia e servir bem seus convidados. No início, eles ficaram por perto, interagindo conosco, mas depois foram afrouxando o laço e dando-nos espaço. Tanto que, após o almoço do sábado, eles sumiram. Perguntei para Rup onde estavam Sofia e Javier, o casal Rosado. Meu amigo respondeu que eles costumavam se hospedar em uma cabana no meio do mato que ficava dentro de suas terras.

— Então eles sempre dão essa liberdade para vocês? — lancei outra pergunta e tive certeza que soou inocente, ainda mais quando vi um sorriso irônico surgir no rosto de Rup. — Caramba, meus pais jamais teriam me deixado vir se soubessem disso!

— Você vai ter que confiar em você mesma. — Deu um tapinha em minhas costas e saiu da piscina rumo as espreguiçadeiras, escolhendo se acomodar bem ao lado de onde Ami estava estirada ao sol.

De noite a temperatura costumava cair bruscamente na região. Com isso, a lareira externa (que mais parecia uma fogueira chicosa) foi acesa e todos sentamos ao redor dela, sob o céu estrelado.

Surpreendi ao ver que eles se comportavam na ausência dos adultos. Na medida do possível, é claro. Ainda eram adolescentes. Mas, bastava dar uma rápida vistoria para perceber que não acontecia nada demais. Rup dedilhava seu violão, alguns colegas da Roads conversavam do outro lado e Alejandro agarrava Gabriela em um canto. Ok, eu não colocaria a mão no fogo por aqueles dois, que durante o dia tinham se trancado no quarto algumas vezes. Só esperava que eles estivessem se protegendo, e se caso os preservativos acabassem, era só vir até mim. Afinal, meu estoque estava em dia. E intacto também.

Sorri sozinha, conseguindo enxergar humor nessa minha mania esquisita pela primeira vez.

Uma virgem que coleciona camisinhas...

Ao meu lado esquerdo, Ami não percebeu que eu me segurava para não deixar que as risadas escapulissem. Ela estava ocupada demais olhando para Rup do outro lado da fogueira. Como eu já sabia uma coisa ou outra da história dos dois, deixei que aproveitassem o momento. Eles tiveram alguns desencontros nos últimos anos, coisas que estariam resolvidas se tivessem optado pelo diálogo.

— Do que está rindo, Jaguncinha? — Pedro se sentou à minha direita, estendo um balde de pipoca.

Eu jamais revelaria o que me fazia rir, mas enchi minha mão com a comida oferecida e, encarando-o, soltei uma observação, desviando o foco de mim.

— Já não me importo em ser chamada de Jagunça, mas acho que você precisa de um apelido também.

— Tem algum em mente? — levantou as sobrancelhas com divertimento.

— Vários. — Virei de volta para a fogueira e joguei umas pipocas na boca. — Mas tem que ser um apelido que seja tão bom, que nem mesmo sua família conseguirá te chamar pelo nome.

— Estou aguardando para ver o que sua mente criativa vai aprontar.

— Não fique ansioso demais. — Brinquei.

— Por quê, Jaguncinha?

— Porque terei calma. Preciso pensar em algo realmente apropriado. Apelido bom de verdade é aquele que pega. — Ampliei o sorriso antes de concluir. — O apelidado, em questão, não gosta do apelido.

Escutei sua risada baixa e pude imaginar o gesto que ele costumava fazer quando achava algo engraçado, mas não queria admitir. Seu peitoral tremia, a boca se trancava e o som saía pelo nariz.

Esse era o Pedro que eu gostava de ter por perto. Amigável. Seguro. Divertido.

Continuamos a comer a pipoca em silêncio enquanto eu observava Rup entregar o violão para um garoto e vir se sentar conosco. Ok, se sentar bem do ladinho de Ami e iniciar uma conversa com a gente. Nico veio logo em seguida e não demorou para que Alejandro se desgrudasse da boca de Gabriela e se juntasse a nós também. A conversa estava agradável, os garotos tinham um papo animado, histórias de momentos vividos juntos desde o jardim de infância na Roads. Eu estava feliz por meus amigos terem sido crianças emocionalmente saudáveis. Se eles pudessem entender o quanto eram sortudos!

— Fala sério... — perdida em meus pensamentos, escutei Pedro resmungar.

Meu olhar seguiu na direção onde o seu estava cravado.

O que avistei não foi nem um pouco legal.

Hermann.

— O que ele está fazendo aqui? — a pergunta, que deveria estar somente dentro da minha cabeça, saiu baixa. Por instinto, agarrei a mão de Pedro com força, fincando minhas unhas em sua pele.

Rup se levantou, feliz com a chegada do outro, e indo ao seu encontro. Imediatamente juntei dois mais dois, entendendo que a chegada do idiota do Hermann poderia ter sido a convite do meio-irmão mais novo. Eles se abraçaram, sorrindo felizes ao se verem. Pareciam ter uma relação boa, o que dificultava a maneira que eu deveria me comportar na presença incomoda do mais velho.

Quando percebi que eles se juntariam a nossa roda de conversa, virei o rosto na direção de Ami, pronta para pedir que desse uma volta comigo. Mas vê-la feliz me impediu. Ela, que geralmente ficava tão travada na presença dos meninos, estava leve com seus olhinhos puxados quase fechados de tanto sorrir. 

Com isso, soltei a mão de Pedro ao mesmo tempo em que me coloquei de pé.

— Pra onde você vai? — escutei sua pergunta, apesar de ter sido sussurrada.

— Não sei. — Tudo que eu sabia era que não queria dividir o mesmo espaço com Hermann.

Desde o dia em que ele me encurralou contra uma parede, ele vinha me rondando, lançando olhares nojentos. Eu o evitava sempre que podia.

— Quer companhia?

Claro que eu queria a companhia de Pedro. Só não tinha certeza como ele me interpretaria nos minutos seguintes. Pedro não soube ler toda a situação quando fui abordada por Hermann pela primeira vez, julgando-me mal. Talvez ele jamais entenderia que algumas presenças masculinas me deixavam aflita. Não era culpa dele que a minha cabeça fosse ferrada.

— Não precisa. — Respondi, me afastando. — Só preciso ficar sozinha por alguns minutos. Já, já eu volto.

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