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Capítulo 12 parte 2

LINDA

Pedro estava diferente. Quer dizer, diferente no bom sentido. Ele ainda tinha o mesmo humor ácido, gostava de me provocar e não perdia a oportunidade de me chamar de Jaguncinha. Eu já nem me importava com o apelido, pois se antes era pejorativo, agora soava carinhoso.

Algo tinha mudado desde o breve diálogo que tivemos durante a valsa em meu aniversário. Embora antes as coisas vinham evoluindo entre nós, era inegável que avançamos muitos passos depois daquela noite de festa.

O problema era que eu não sabia até onde esses passos nos levariam.

Ele dizer que queria me dar mais que uma dança foi surpreendente, porém eu jamais poderia fingir de inocente, enganando o meu subconsciente de que não entendi sua fala dúbia sobre ter coragem. Isso seria subestimar o meu intelecto.

Pedro vinha dando sinais de que sentia algo por mim. Mesmo tentando transparecer uma fachada dura, agindo como um valentão de coração intocável, vez ou outra algo se rompia, uma barreira era ultrapassada e um tipo diferente de gentiliza sobressaía à sua personalidade. Eu gostava de descobrir esse lado dele, gostava de saber que ele se esforçava comigo mais do que com qualquer outra garota. Eu só não estava pronta para ceder completamente. Digo, ceder do jeito que ele estava acostumado. Não era por maldade ou falta de vontade da minha parte. Nada disso. A verdade era que eu conseguia ser racional além do esperado para minha idade. Ser amiga dele estava de bom tamanho, pois eu tinha acabado de fazer quinze anos e me considerava muito nova para relacionamentos que ultrapassavam disso. Pedro nunca entenderia que, antes de ser adotada, minha vida era cercada por pessoas que pulavam etapas, onde havia sexualidade aflorada e maternidade antecipada. Por enquanto eu não precisava de namoros, nem de rolos, peguetes ou outras nomenclaturas similares. Por mais que fosse legal imaginar ser beijada por ele e achar fofo os casaizinhos que andavam de mãos dadas pelos corredores da escola, ainda não era hora para nenhuma dessas coisas. Pela primeira vez o meu papel de ser filha de alguém era valorizado. Meus pais tinham qualidade de tempo comigo. Eu era ouvida, cuidada de todas as formas, repreendida — quando necessário —, e o mais importante, eu era amada a todo momento.

Resumindo: eu estava curtindo fazer parte de uma família emocionalmente saudável.

Mas, apesar do esforço para ser realista quanto a questão sentimental, eu não gostava de pensar que em menos de oitos meses Pedro mudaria de país.

Como será não ver ele na escola no próximo ano letivo?

Essa pergunta se repetia em minha cabeça constantemente e, com isso, ficava cada vez mais difícil de abafar a angústia que apertava bem dentro do meu peito. Pois tudo que vinha do primogênito dos Oliveira Rizzo me renovava. Eu me sentia viva. Tudo nele me interessava a ponto de querer ser mais do que uma torcedora de seus sonhos. Eu queria fazer parte do time. Conquistar junto. Comemorar junto.

E foi essa sensação que tive quando ele me convidou para assistir à final de um campeonato de canoagem. Meus pais não puderam me levar e acabei indo de carona com seus pais e seu irmão para o interior do estado, onde aconteceria o evento. Voltaríamos para a casa no mesmo dia. Ainda bem! Não dava nem para imaginar o que aconteceria se eu tivesse que passar uma noite longe de casa sob os cuidados de Edna. 

Uma recente chuva havia feito o nível do rio subir um pouco. O dia estava bonito, com sol e nuvens espaçadas. Havia uma arquibancada de ferro e madeira bem simples, mas a maioria das pessoas estavam espalhadas em diversos pontos ao longo da margem do rio; todos em busca da melhor visão. 

A única coisa que eu entendia sobre o esporte era que quem chegasse primeiro vencia. O pai dos meninos, senhor Frederico, explicou que a modalidade de Pedro se chamava Canoagem Velocidade e que eram praticadas em rios e lagos de águas calmas. A equipe continha quatro atletas que usavam remos de uma só pá e remavam semi-ajoelhados, ou seja, com um joelho tocando o assoalho da canoa. Diferente da canoagem de caiaque, onde se realiza a prova sentado e o remo possui duas pás.

Fiquei animada quando os times começaram a se preparar para a corrida. Eles passaram por nós naqueles quadriciclos de golfe, rumo onde seria a largada. Pedro nos avistou, sorriu e acenou. Acenamos de volta, mas eu estava quase certa de que ele manteve o olhar apenas em mim nesses segundos.

— Que milagre Pedro nos cumprimentar. — Frederico comentou. — Geralmente ele fica tão concentrado antes de entrar na canoa que nem nota que estamos na torcida.

Nico deixou escapar um riso debochado antes de falar:

— O tchauzinho foi pra Linda, pai.

Minhas bochechas arderam de vergonha.

Ainda bem que Frederico não falou nada, somente riu e deu um passo à frente para testar seu binóculo.

Com naturalidade digna de Oscar, Edna se pôs do meu lado direito como se a observação de Nico não a tivesse atingido.

— Linda é nossa convidada. Seu irmão agiu com educação, Nicolas. — Ela rebateu ao seu caçula com pescoço esticado, olhando na direção da largada. — Foi por educação. Apenas isso.

— Mas aposto que ele felizão por ela ter aceitado vir aqui nesse fim de mundo. — Nico se colocou do meu lado esquerdo. Assim, fiquei entre mãe e filho. 

— Que ele não se distraia por causa de uma garota. — A madame deixou escapar entre os dentes o seu pensamento.

Meu amigo gargalhou alto com o comentário da mãe, enquanto eu enrijeci o corpo sem achar graça em nada daquilo. Em seguida, ele repousou o braço sobre meus ombros para me abraçar de lado.

— Isso não vai acontecer. Ele não vai se distrair por causa de mim. — Sussurrei sem muita segurança. Seria péssimo voltar para casa no mesmo carro com Edna me culpando pela derrota de seu filho.

— Relaxa, Lindinha. Veja, — Nico apontou na direção onde Pedro estava reunido com seu time — meu irmão já entrou no modo concentração intensa. Nada vai parar ele.

Surpreendentemente, Edna entrelaçou nossos braços. Por meio segundo cogitei o gesto como um sinal de melhoria da nossa relação até ela soltar o seu veneno.

— Isso mesmo. Nada vai parar o meu primogênito. — Arrematou, dando-me um beliscão de leve, praticamente indolor, em minha pele.

Perua dos infernos!

Quase a empurrei para longe, porém mantive meu corpo imóvel com o olhar fixo em Pedro. Era tudo o que me importava. Ele. Somente ele. A estrela do dia. O foco não está em mim. Bastava respirar fundo, bem fundo. Recobrar a sensatez porque era o certo a se fazer naquelas circunstâncias. A madame poderia me provocar o quanto quisesse que eu não perderia a compostura. Ela não roubaria a minha alegria e muito menos roubaria o momento do seu filho mais velho.

Ok. Ok. Eu tô calma... eu tô bem...

Não demorou para as equipes serem apresentadas. Então, com os atletas em suas posições, foi dada a largada. A partir daí uma sensação familiar se apossou de mim. Algo que secava a boca, borbulhava o estômago e fazia o coração acelerar: a adrenalina de competir.

As mãos suaram, gelaram, tremeram e quando me dei conta, eu estava berrando como se isso ajudasse Pedro a remar mais rápido.

Ele e seu time avançaram na frente dos adversários sem dificuldade. Os garotos eram muito bons! Possuíam um sincronismo perfeito, não perdendo o ritmo. Quinhentos metros e pouco mais de um minuto de pura emoção! Caramba!

Nico e eu pulamos desengonçados assim que a ponta da canoa embicou a linha de chegada. Vibramos, nos abraçando de tanta felicidade enquanto víamos o time vitorioso comemorar. Um deles urrava de punho fechado, outro levantava a pá para cima sorridente, mas Pedro cumprimentou seu parceiro que estava logo atrás e ficou de pé na canoa, se equilibrando e acenando para nossa direção.

Em meio a minha euforia, não apenas acenei de volta como também lancei um beijo no ar. Mesmo de longe, vi ele fingir pegar meu beijo com a mão e guardá-lo no coração. Seria possível meu sorriso crescer ainda mais? Sim! Um sentimento inquietantemente bom me tomou por completo. A sintonia entre nós dois quase palpável de tão real. Pouco me importei se os outros estavam vendo o que acontecia. Usufruí da felicidade ao máximo.

Após alguns minutos, os atletas já haviam saído do rio e estavam vestidos para subir ao pódio. Aproveitando que a delegação do campeonato ajustava os detalhes da entrega das medalhas, Pedro veio até nós. Seus olhos não se desviaram dos meus e, sem conseguir me conter, avancei meus passos para nos encontrarmos no meio do caminho.

Não foi um abraço qualquer. Fui com tudo! Eu sentia falta dos nossos ensaios de valsa porque sentia ainda mais falta do nosso contato físico. Vê-lo na escola e em nossos estudos extraclasse não estavam sendo o suficiente. Eu precisava tocá-lo de verdade e finamente tinha encontrado a oportunidade perfeita.

Meus braços rodearam seu pescoço. Suas mãos se firmaram em minha cintura. Fui levantada do chão com facilidade. Ele nos girou uma volta completa antes de me devolver ao solo. Não resistindo, escondi meu rosto em seu peitoral e apertei o nosso abraço.

Deus! Ele tinha um cheiro tão bom! E não era por causa do protetor solar, nem o repelente ou a água fresca do rio. Era ele. Simplesmente ele.

— Obrigado por ter vindo, Linda.

— Por nada — minha voz saiu abafada, mas eu me recusava a me afastar do calor de seu corpo.

— Então, você gostou?

Valha, estou só o buraco e a caatinga.* — seu peito tremeu uma risada com minha fala espontânea. — Tive dor de barriga, meu coração disparou e minha garganta está doendo de tanto gritar.

— Tão ruim assim?

— Adorei cada segundo. — Suspirei. — Vocês foram incríveis. Parabéns!

Sem demora, ele levantou meu queixo.

— Linda — Sussurrou, sorrindo.

— O que foi, Pedro?

— Não é o seu nome que estou chamando.

Minha boca fez um O de surpresa. Parei de pensar assim que ouvi o elogio. Não havia mais palavras que eu pudesse falar. Se a vida fosse perfeita, aquele seria o momento certo para eu ganhar meu primeiro beijo, mas, no segundo seguinte, todos os Oliveira Rizzo se juntaram a nós com abraços e congratulações.

*Valha: expressão de espanto e/ou admiração semelhante ao "vixe".

*Só o buraco e a caatinga: estar destruído, acabado.

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