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Capítulo 11

LINDA

Seria um convite informal, ou melhor, um pré-convite. Já que Shari se encarregaria das formalidades.

Em três meses eu faria quinze anos e os Montenegro dariam uma festa. Bem, festa não. Estava mais para em ostentador baile de debutante.

Eu ainda não sabia se queria algo tão suntuoso; meus aniversários anteriores nunca foram motivos de comemoração. O normal sempre foi passar o mais desapercebida possível, todos os dias, não importava a data que fosse, quanto menos espalhafatoso, melhor.

Acho impressionante como algumas pessoas conseguem estar em evidência e brilhar. É um talento nato. Um carisma que era quase certeza que eu não o possuía. Ser o centro das atenções de um evento que tinha grandes chances de virar algo cafonérrimo, embrulhava o meu estômago.

Mas meus pais estavam empolgados. Sem mencionar que Pedro achava legal garotas que escolhiam debutar. Essas razões acalmaram os meus ânimos um pouco.

Minha mãe me explicou como funcionava todo o ritual da valsa que aconteceria no meio da festa. Minha primeira dança seria com vovô Maximus, depois com meu pai e a terceira com um príncipe de gala, representando um pretendente. Eu usaria um vestido rodado e mostraria a sociedade que não era mais uma criança, e sim uma moça.

Pensar que Pedro poderia ser o meu príncipe, mudava um pouco a perspectiva. Eu adoraria dançar com ele. Seria menos angustiante valsear aos olhares de convidados se o primogênito dos Oliveira Rizzo me acompanhasse.

Havia chances do meu pré-convite ser negado. Não criei ilusões demais, mesmo assim, quis correr o risco.

Estávamos na hora do intervalo de almoço na Roads. Naquele mesmo dia teríamos aula com a equipe de matemática. Essas eram as duas chances que eu teria para falar com Pedro.

Um pouco vacilante, andei pelo refeitório. Eu sabia o local que ele e seus amigos, a Trupe dos Almofadinhas, costumavam almoçar: uma mesa redonda que ficava na área externa.

À medida que eu me aproximava, aumentava o aperto da vasilha de plástico que eu tinha em mãos. Talvez os palitinhos de canela ali dentro servissem de ajuda para convencê-lo a ser meu príncipe.

Que Deus me ajude!

— Oi — cumprimentei baixo assim que parei diante dele, que estava de pé e segurava uma maçã.

Apenas Alejandro estava com ele, porém, sentado do outro lado da mesa. Suas bandejas e os pratos estavam vazios. Como havia passado metade do tempo do horário de almoço, supus que os outros garotos já tivessem comido e se retirado.

— Oi — ele devolveu o cumprimento, fazendo um rápido contato visual e mordendo a maçã.

Estranhei seu comportamento frio. Olhei de relance para ver se Alejandro prestava atenção em nós, mas ele parecia muito atento a tela de seu telefone. Voltei-me para Pedro que, com seu desinteresse à minha presença, dificultava o que eu pediria.

— Podemos conversar? — pedi, mesmo com zero segurança.

— Não quero falar sobre as olimpíadas na hora do descanso.

O tom tedioso de sua voz foi um balde de água fria em qualquer faísca de esperança que alimentei. Porém, eu insistiria mais um pouco porque ele estava equivocado quanto ao tema da conversa. 

— Na verdade, — pigarreei e ele, finalmente, me encarou — gostaria de falar sobre outra coisa. Será que pod...

Antes que eu pudesse terminar a minha fala, alguém invadiu o nosso espaço. Olhei para a garota que, de costas para mim, envolveu os braços no pescoço de Pedro. Ela o beijou na bochecha, enquanto ele ainda me encarava com o mesmo semblante vazio.

Então ela se colocou ao lado dele e assim pude ver o seu rosto.

Any Sanchez.

Uma ex-cheira-peido de Lauren. Segundo as fofocas nos corredores da Roads, as duas tinham rompido a amizade e passaram a se odiar.

Agora eu sabia o motivo.

Foi impossível conter o aperto no coração quando vi a mão de Pedro segurar a cintura da garota.

— Oh, desculpa. Não percebi que estava aqui, Linda. — Any sorria com cinismo, falando em inglês.

Encarei-a por mais alguns segundos em silêncio. Não fazia questão de dirigir-lhe a palavra porque ela também participou da brincadeira de mal gosto que eu tinha sofrido no ano anterior.

Voltei a olhar o rosto Pedro e, antes que pudesse pedir licença e dar o fora dali, ele perguntou:

— Que assunto temos em comum a não ser as olimpíadas?

Foi como receber um tapa no meio da fuça, porém, ao menos me dei conta de que ele não queria ser visto comigo. Nosso sábado de estudo havia sido perfeito, quase um sonho, mas agora estávamos de volta a realidade.

Por fim, me conformei com sua rejeição e falei:

— Você tem razão. Deixa pra lá.

Fui a primeira a chegar na sala da Equipe de Matemática.

Antes de me acomodar no meu lugar de sempre, abri o potinho de plástico e despejei todo o conteúdo no lixo. Eu odiava desperdiçar comida, mas a chateação foi tamanha que pouco me importei se algum dia eu já tinha passado fome.

Sentei na minha cadeira sem perder o hábito de enfileirar o caderno de exercícios, lápis, borracha e canetas. Tudo lindo e organizado.

Minutos se passaram e fiquei imersa nos estudos. Eu não me considerava um gênio da matemática, eu apenas era boa porque conseguia ter hiper foco. Se eu tivesse sido criada desde cedo na vida que eu levava depois da adoção, provavelmente outras habilidades seriam desenvolvidas. Os números haviam tomado lugar na minha rotina porque durante muito tempo serviram como uma válvula de escape. Quando eu me concentrava nos cálculos, meu cérebro não pensava nos problemas. Era meu mundinho perfeito; o mundinho das exatas.

Naquela sala de aula não foi diferente.

Eu queria entender o motivo de Pedro sentir prazer em ser estúpido comigo, mas queria entender ainda mais o motivo de eu continuar gostando tanto dele. Como eu não encontrava uma resposta plausível, meu subconsciente gritava que a culpa estava na minha genética de dedo podre.

Logo os cálculos tomaram conta da minha mente por completo. Fiquei tão concentrada que só notei que já não estava sozinha quando escutei a cadeira ao lado se arrastar. Levantei a cabeça de supetão a tempo de ver Pedro se jogar no assento.

— O que você tem para falar, Linda?

— Nada não. — Voltei a prestar atenção em meu caderno.

— Claro que tem algo para falar. Está chateada? — não fiz questão de respondê-lo — Foi mal, eu não estava num bom momento.

Não aguentando manter minha boca fechada por muito tempo, virei para o seu lado e falei:

— E agora voltou a ficar educado porque a senhorita Sanchez te consolou.

Ele arregalou os olhos ao ouvir meu atrevimento.

— Não foi nada disso. Eu só... — bufou e passou mão pelo cabelo. — Só não estava bem e quando a Any chegou, quis evitar qualquer confusão. — Encolheu os ombros com o semblante preocupado, parecendo tentar encontrar as palavras. — É que a Any não gosta de você... e esse tipo de garota sabe ser cruel.

Novidade!

Revirei os olhos, voltando a posição anterior, e comecei esboçar um rosto no canto do meu caderno.

— Any... Anybody... — sussurrei o deboche.

— Não diga uma coisa dessas. — Repreendeu ainda que, pelo tom da sua voz tinha , segurava o riso.

— É que suas garotas são piadas prontas.

Raimunda, Anybody... a lista deve ser tragicamente hilária!

— Ela não é minha garota. Só tivemos um lance no sábado.

Prendi o ar nos pulmões e parei de desenhar sem tirar o lápis do papel.

Depois de passar a tarde de sábado comigo, ele saiu a noite para ficar com Any?

Passei o domingo inteiro suspirando por ele, imaginando coisas e feliz pelas horas divertidas que tivemos juntos.

Que burra eu era! Estudar Fórmula Bhaskara nunca seria diversão para meninos bonitos!

— Sobre o que você queria falar? — sua pergunta soou ao fundo dos meus pensamentos agitados.

Eu falaria? Se um lado meu estava com vontade de esganá-lo por ser tão cafajeste, o outro o queria por perto e lutar para conquistá-lo. A verdade era que eu não tinha o direito de cobrar nada dele, nem mesmo ter alguma expectativa só por causa dos dois dias que estudamos juntos e conseguimos ser civilizados. Nem amigos éramos, para início de conversa...

— Pensando bem, desisti. — Voltei a traçar o rosto que logo começaria a criar a forma de uma bruxa nariguda.

— Agora fiquei curioso. — Falou e eu continuei focada no meu desenho esquisito. — Não vai falar?

Pensei, pensei e pensei, e após um tempinho, soltei o lápis, me sentando de lado de novo. Pedro me encarava com real interesse.

— Se você tem vergonha de conversar comigo em público, não iria gostar do que eu pediria.

Ele levantou as sobrancelhas de modo debochado como costumava fazer quando tinha vantagens sobre alguma situação.

Malandro!

— Vai me pedir algo, Jaguncinha?

— Na verdade, vou adiantar o que minha mãe vai pedir para você.

Seu sorriso cresceu.

— É mesmo? O que é, então?

— Shari pedirá para você ser meu príncipe. — Vi sua testa enrugar como prova de que ele não tinha me entendido. Então expliquei: — Se você quer dançar a valsa comigo na minha festa de quinze anos. — O sorriso largo desapareceu rápido. Ele não falou nada por um tempo, só me encarava. — Vai ficar mudo?

— E se eu não aceitar? — sua voz saiu baixa e grave.

Seria horrível se você não aceitasse., pensei, mas tentei parecer indiferente na reposta.

— Se você negar, eu tenho alguns nomes em mente.

— Quais?

— Nico ou Rup.

— Rup? — se assustou.

— Sim. Não somos tão próximos, mas ele é gentil comigo. Tem um ótimo papo e parece gostar de mim.

— O Rup? — repetiu em tom abismado.

— É! O Rup! — ressaltei, gesticulando as mãos. — Já que você não quer ser meu príncipe, talvez eu convide ele ainda hoje!

— Mas não vai mesmo!

Arré! Por que não? — dessa vez, eu que fiquei abismada.

— Porque não! — foi enfático e até grosso, por assim dizer.

— Se você não quer ser meu príncipe e eu não posso chamar seu amigo, só me resta chamar o seu irmão. Mas se Nico rejeitar, minhas opções acabaram! Vou ter que dançar com o primo mais novo da Shari! Ele é um homem de trinta anos e tem hiperidrose!

— Hiper o que? O que é isso?

— É uma doença que a pessoa tem suor excessivo. Caio tem esse troço no sovaco! O suor vai manchar meu vestido de tule!

Vi sua glote subir e descer antes de ele falar entre dentes.

— Eu danço com você.

— Sério?

— Sim. Serei seu príncipe.

Ouvi-lo me fez sorrir amplamente. Eu quis pular em cima dele para abraçá-lo, mas contive o impulso e apenas fui educada.

— Obrigada.

— De nada. — Ele suavizou o rosto enquanto eu deixei escapar uma risadinha por causa de um certo pensamento. — O que foi agora?

— É o seu último ano aqui e, além de me ver todos os dias da semana, temos os estudos extraclasse da equipe de matemática e agora tomaremos aula de dança. Você terá que ver a minha cara todos os dias.

— Estou pagando os pecados. — Bufou cheio de troça.

— Seu castigo será overdose de Linda! — com um gestual cheio de floreio, voltei a ficar sentada de frente para a minha mesa e retomei ao meu desenho.

Eu sabia que Pedro ainda me encarava, mas fiz questão de traçar o rosto daquela bruxa que, cada vez, ficava mais parecida com Any.

Em algum momento, escutei ele sussurrar:

— Overdose de Linda.

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