Capítulo 9.
- Mas me fala - Começou Tessa, levando o copo de água até os lábios e se mexendo no sofá de forma animada. - o que vocês estavam fazendo aqui sozinhos e por que você está com a roupa do Dilan? - Perguntou por fim, com um sorriso divertido nos lábios e olhos curiosos. Senti minhas bochechas começarem a queimar agressivamente, e só então vim me dar conta que eu estava com a roupa do Dilan, sem sutiã e que tinha deixado minhas roupas lá em cima, dentro do banheiro.
- Estávamos conversando. - Afirmou Dilan fazendo eu levantar meus olhos para ele, eu apenas não estava sabendo lidar com meu coração trêmulo. O menino tinha uma expressão tímida e fitava o chão de madeira. Uma gargalhada foi escutada e logo a dona da mesma começou a falar.
- Claro. Que conversas eram essas que fizeram a Lory ficar sem sutiã? - Perguntou com a voz zombeteira de sempre. Fiquei paralisada e meu coração dava batidas pesadas. O que ela está achando que fizemos!?
- Não é nada disso! - Gritei num impulso e todos pareceram assustados com isso. - O-o Smuff tinha se perdido, então eu ajudei o Din a procurar ele. Só que caiu uma chuva forte e eu fui obrigada à me abrigar aqui, e eu acabei tomando banho aqui. Fui só isso! - Declarei de forma rápida fazendo os olhos de Tessa se arregalarem, mas logo um sorriso dominar seu rosto.
- Eu já imaginava. - Cantarolou batendo seu ombro no meu de forma brincalhona. Senti meu coração ficar leve e meu nervosismo ir embora por ter conseguido esclarecer as coisas. Voltei meus olhos para a menina que encarava Dilan desconfiada. - Mas por que aquele alí estava no chão? - Perguntou com uma careta engraçada apontando para Din, que estava apoiado no vão da porta e parecia relaxado.
- Esqueci como se andava. - Respondeu sério. Mordi o lábio inferior tentando parar de pensar que o Din tinha visto minhas roupas. Tess revirou os olhos de forma exagerada e logo caiu na risada, contagiado todos alí.
- Coisas normais no cotidiano do Dilan. - Reforçou Ben fazendo todos rirem mais alto, menos eu. Respirei fundo tentando me livrar daquele pensamento que estava me perseguido e olhei para as escadas. Eu realmente preciso pegar minhas roupas, meus tênis e conversar com o Dilan. Preciso saber se ele viu algo.
Merda!
- Eu vou ao banheiro. - Declarei pegando minha mochila e levantando do sofá. Tessa me olhou por alguns segundos e depois concordou. Subi as escadas rápido e fui diretamente para o banheiro. A ansiedade estava me dominado.
Por favor que ele não tenha visto nada.
Meu corpo estremeu ao ver minhas roupas no canto da pia e meu sutiã logo em cima.
Ele com certeza viu...
Meus pés descalços sentiram o chão gelado e com rapidez comecei a enxaguar as roupas. Provavelmente elas iriam deixar todo meu material encharcado. Mas o maior problema eram meus tênis, como eu iria secar eles?
Eu não estava conseguindo raciocinar direito, me encontrava muito envergonhada para isso. A situação não podia piorar. Foi o que eu pensei antes de escutar alguém fechando à porta atrás de mim, e logo depois encontrar os olhos observadores de Dilan.
- Que merda que você está fazendo aqui!? - Gritei jogando as roupas com rapidez dentro da mochila.
- Calma, eu só vim te ajudar. - Contou com a mãos para o alto. Fechei a mochila e a joguei por cima do ombro. Minhas mãos estavam trêmulas por causa do susto. Respirei profundamente tentando me recompor.
- Acho melhor você descer, ao menos que você consiga secar um par de tênis, se esse não for o caso, você não tem utilidade aqui. - Falei firme sem encará-lo. Ele ficou calado, mas logo se aproximou tirando os tênis da minha mão.
- Eu não vou descer. - Afirmou sério. - E sim, eu posso secar. - Admitiu sustentado meu olhar, e sem querer, minhas bochechas começaram a arder.
- Ah... Tá. - Respondi sem saber o que falar. Observei o menino tirar um secador de dentro do armário que se encontrava debaixo da pia. Suas mãos foram habilidosas e logo os tênis começaram a receber o ar quente.
Como eu não pensei nisso.
Fiquei calada durante algum tempo, apenas observando o menino secar os tênis de maneira calma.
Algo dentro de mim estava diferente, eu realmente não esperava isso vindo dele. Mas o Dilan sempre foi assim, mesmo não parecendo ele sempre foi muito solidário e gostou de ajudar os outros.
Ele sempre foi um garoto maravilhoso.
Estava preso na minha garganta e se eu não perguntasse não ficaria em paz. Então soltei.
- Você viu minhas roupas? - Perguntei baixo sem encará-lo, mas logo senti seu olhar queimando em minha pele.
- Eu ví, mas foi sem querer. - Respondeu sem alterar a voz, e logo meu coração acelerou junto de um par de bochechas queimando intensamente.
Um silêncio dominou o banheiro, fazendo apenas o som do secador ser ouvido e talvez as batidas fortes do meu coração.
Eu queria me bater por ter esquecido de colocar elas dentro da mochila.
O desligamento do secador e a voz do menino fizeram eu sair dos meus pensamentos.
- Desculpas. - Falou fazendo eu ficar perdida, encontrei seu olhar depois de muito tempo.
- Pelo quê? - Perguntei sustentando seus olhos castanhos. Dilan começou a amarrar os cadarços dos tênis, desviando o olhar.
- Por... Sabe... Ter caído em cima de você. Foi sem querer, eu só queria te empurrar de leve, mas acabei perdendo o controle e caindo. Não foi minha intenção. - Contou terminando de amarrar os cadarços brancos e guardando o secador. Escutei aquelas palavras sem conseguir tirar os olhos dele. Não sei por que ele está se justificando, eu sei que foi sem querer. Por que não seria? Ele tem namorada e somos só amigos.
- Eu sei. - Admiti sorrindo. - Não se preocupe. - Toquei seu ombro de leve e peguei meus tênis, os calçando. Eles estavam quentinhos e confortáveis. - Obrigado. - Falei sinceramente e logo um sorriso bonito apareceu nos lábios do rapaz.
- Eu que agradeço, mestra. - Meu coração se abalou um pouco por causa do seu sorrisinho fofo, mas nada que eu não possa controlar.
Saímos do banheiro juntos e descemos as escadas, encontrando Tessa e Ben conversando animadamente sobre o novo filme que lançaria sábado. Eu realmente estou muito animada para ver esse filme, é a continuação de um dos meus filmes favoritos.
Dilan andou até os mesmo e entrou na conversa, animado igualmente os outros.
Observei aquelas pessoas e senti uma felicidade enorme ao ver que eram eles realmente alí. Foi bem difícil quando Tessa foi embora e logo depois Dilan, me deixando sozinha.
Olhei para o relógio que se encontrava na parede cinza, ainda era cedo e eu realmente não queria que aquela tarde acabasse. Eu ainda tinha tantas coisas para perguntar.
- Que tal nós sairmos? - Disparei, chamado a atenção de todos e logo um sorriso grande pareceu nos lábios de Tessa.
- Vamos! - Gritou me puxando pelo braço. - Vocês também. - Declarou puxando os dois meninos que riam da animação da ruiva. - Ben me dê suas chaves. - Pediu Tessa, se virando para o mesmo. Os olhos do menino caíram sobre ela numa expressão desesperada.
- Não, não, não - Começou a repetir várias vezes num tom baixo. - Tessa, você vai acabar com o meu bebezinho. - Falou encarando a menina com medo.
- Eu não pedi permissão, Benjamin. Me entregue suas chaves. - Ordenou esticando a mão na direção do menino que coçava a cabeça de forma nervosa.
- Mas, Tess - Ele parecia nervoso, e eu e Dilan não pudemos evitar de não rir com a cena. Tessa nos soltou, encarando Ben com um ar de desafio.
- As chaves, Peterson. - Pediu mais uma vez, fazendo o louro tirar as mesmas do bolso e entregá-las nas mãos da menina que sorriu vitoriosamente. - Bom menino. - Cantarolou tocando de leve a cabeça do rapaz. - Agora vamos, meu povo. - Disse com um sorriso largo nos lábios e voltando a nos puxar.
...*...*...
Toquei o tecido macio dos bancos apreciando a sensação. Os olhos castanhos de Tessa continuaram na pista e logo sua voz chamou a atenção de todos.
- Por que viemos nos encontar só agora? - Perguntou de maneira calma colocando alguns fios atrás das orelhas. A encarei sem saber muito bem como responder aquela pergunta.
- Faz quanto tempo que você voltou? - Perguntei relaxando as costas no banco. Tessa usava um vestido florido junto de uma jaqueta preta. Era uma cominação estranha, mas realmente combinava com ela.
- Umas duas semanas. - Contou sem tirar a atenção da pista. Suas mão se moveram de maneira habilidosa para virar uma curva. Por incrível que parece, ela dirige bem.
Fiquei meio surpresa por ela ter acabado de chegar.
- Você vai morar aqui de vez? - Perguntei, e pela primeira vez seus olhos saíram da pista, sustentando os meus.
- Sim... - Admitiu com um sorriso alegre, e naquele momento senti vontade de abraçá-la.
Os pais da Tessa sempre foram muito ocupados com o trabalho, então ela morava junto com o Dilan e a família dele, pelo motivo deles serem primos. Mas com a morte do pai do Din, Tessa teve que voltar a morar com os pais. A despedida foi bem difícil por ela ser minha única amiga. Depois de ela ter ido embora nunca mais tinha a visto, então e muito bom saber que finalmente ela vai voltar a fazer parte da minha vida.
Sorri para a menina que retribuiu o gesto com a mesma intensidade antes de voltar a olhar a pista.
Um silêncio reinou dentro do mustang preto e pude sentir alguém chutando meu banco de leve.
Me virei e ví um sorriso brincalhão nós lábios de Dilan. O encarei séria e virei para frente observando a paisagem.
Os chutes aumentaram a intensidade e me virei com rapidez encarando o menino de modo mais sério.
- Você tem algum problema? - Perguntei fitando seus olhos castanhos e logo o sorriso em seus lábios aumentou.
- Você não vai perguntar quando eu voltei? - Aquele sorriso travesso brincava em seus lábios e eu tive que controlar meu coração.
- Não. - Falei rispidamente fazendo seu sorriso morrer. Me virei para frente esperando os chutes novamente, mas não senti nada, apenas escutei Ben rindo discretamente.
Eu quero perguntar isso desde que nos encontramos, então por que reagi assim? Deve ter sido por causa daquele maldito sorriso que sempre abalou minhas estruturas.
Aquele sorriso travesso que só ele sabe fazer.
Mordi o lábio inferior tentando me livrar da culpa, mas não adiantou.
- Quando você voltou? - Perguntei sem aguentar mais. Escutei um murmuro vindo de trás e depois o silêncio reinar novamente.
Suspirei profundamente e me virei para atrás, encontrando o menino com as mãos dentro do bolso e um sorriso divertido.
- Seis meses. - Respondeu voltando a chutar meu banco. Seus olhos brilhantes sustentavam os meus e pude sentir minhas bochechas queimando de leve.
Seis meses... E apenas nos encontramos agora.
Que bom que nos reencontramos.
- Sério? E a quanto tempo você está namorando a Melanie? - Perguntei sem perceber e num movimento rápido, o carro foi parado com força, fazendo eu bater bruscamente contra o painel do carro.
- Como assim você está namorando e não me contou!? - Tessa perguntou gritando, mas eu não tive muito tempo de raciocinar nada por causa da dor aguda que atingiu minhas costas.
...*...*...
- Lory, por favor me desculpa, eu não queria te machucar. - Pediu aos prantos enquanto segurava uma bolsa de gelo com força em minhas costas.
Acabou que eu bati com muita força no painel, e gritei muito alto, fazendo Tessa parar de ligar para a vida amorosa do Dilan que ela não sabia, e começar a chorar histericamente ao me ver machucada.
Agora estamos na minha casa. Minha mãe e Tessa estão cuidando das minhas costas enquanto os meninos esperam lá na sala. O Dilan foi o único que se manteve calmo e conseguiu me ajudar, porque o Ben ficou fora de controle achando que a Tess tinha riscado a pintura do carro dele e a Tessa apenas ficou chorando.
Din acalmou todos, inclusive eu. Ele dirigiu em segurança à minha casa, sendo guiado por mim.
Apesar da dor aguda eu não conseguia parar de rir lembrando da cena. O mais novo ajudando os mais velhos. Dilan agiu com maturidade, diferente de todos nós e isso estava me fazendo rir muito.
- Pare de rir, Lory. - Minha mãe ordenou dando um leve tapa no meu ombro.
- Meu Deus, está doendo tanto que ela perdeu os sentidos, eu sou uma pessoa horrível! - A ruiva gritou, voltando a chorar freneticamente enquanto minha mãe pedia para ela se acalmar.
Desde pequena, toda vez que eu me machuco, eu não choro apenas riu sem parar. Mas dessa vez eu tinha motivos. A histeria da Tessa era muito engraçada, toda situação era engraçada.
Quando eu cheguei aqui rindo sem parar e o Din falou que eu tinha me machucado, minha mãe ficou doida e começou a tentar tirar minha roupa na rua, mas graças a Deus ela foi impedida pelo Din, porque se dependesse da Tessa que não parava de chorar, todos teriam me visto nua. Acho que por causa da situação, minha mãe não percebeu que eu estava com a roupa de um menino e eu realmente espero que ela não perceba.
...*...*...
- Eu realmente sinto muito, senhora Thompson. - Tessa pediu agora mais calma.
Depois de minha mãe ter dado massagem nas minhas costas e Tess ter dando compressa de gelo, eu estou bem melhor e a dor sumiu.
Estamos do lado de fora. Ben ficou muito surpreso com a entrada vermelha da minha casa e Din permanecia encostado no Mustang preto me encarando intensamente. Deixei minha mãe falando sobre segurança no trânsito para Tessa e Ben, e fui em direção ao menino que correu até mim ao me ver andando.
- Calma, você não pode se esforçar muito. - Ele segurou minhas costas com cuidado e pude ver a preocupação sincera em seus olhos. Balancei a cabeça negativamente e sorri para o mesmo.
- Relaxa, eu já estou bem. - Revelei, ajeitando a postura para mostrar que não sentia mais dor. - Não precisa se preocupar. - Sorri de modo sincero. O garoto de cabelos castanhos suspirou levemente me fazendo rir.
- É muito bom saber disso. Eu sinceramente não soube reagir quando ví você machucada. - Revelou estralando o pescoço da mesma maneira brusca de sempre e eu não me assustei, estou me acostumando com isso.
- Não pareceu. Você foi o único que manteve o controle e soube agir de forma madura. - Admiti fazendo um sorriso parecer em seus lábios.
Um silêncio agradável caiu sobre nós.
Seus olhos começaram a analisar meu rosto e logo desceram para minhas roupas, que tinham sido trocadas para umas que realmente eram minhas. Ele começou a admirar meus cabelos castanhos que iam até a cintura, e com um sorriso, voltou a encarar meu rosto.
Uma de suas mãos se aproximou do meu rosto e seus olhos começaram a fitar os meus. Quando seu toque frio entrou em conta com a pele do meu pescoço, todo meu corpo se arrepiou.
Fiquei paralisada vendo o menino fechar os olhos com calma e com um movimento lento, beijar minha testa.
Seus lábios eram tão quentes e macios. Senti-los contra minha pele fez todo meu corpo queimar.
Seu cheiro de colônia masculina me invadiu, embriagando meus sentidos.
Seu corpo se afastou, levando a sensação quente e macia com ele.
Quando o menino me olhou sério, senti minhas orelhas queimarem e meu coração bater com força. Respirei lentamente tentando controlar as batidas fortes no meu peito.
Por que diabos ele fez isso?
"Aquele sorriso travesso que só ele sabe fazer."
Uis meus amores, cês gostaram do capítulo? Eu gostei hehe.
Bom foi isso espero que vocês tenham gostado. Votem e comentem. Baynn❤🌠🌠
Amu ocês🌠❤✨
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