Capítulo 29.
Dei carinho em seus pêlos, sentindo a mesma dormir em cima de mim. Fitei o teto branco, pensando em tudo que tinha acontecido nesses últimos meses. Quando esse ano começou, eu estava em uma escola diferente, minha família era pequena e ele não estava ao meu lado. Muitas coisas aconteceram, e talvez, muitas ainda acontecerão
Passei a mão pelos cobertores bagunçados da minha cama em busca do meu celular. Ontem, antes de eu dormir, Tessa mandou uma mensagem dizendo que ela e Becca se beijaram, e ela não está sabendo lidar com isso. Porque, até alguns dias atrás, ela nunca tinha sentido atração por nenhuma menina.
Suspirei profundamente, escutando risadas no andar de baixo. Estrela miou quando tentei tirá-la de cima de mim.
— Por favor, pequena ou pequeno, preciso levantar. – Dei carinho em sua cabeça e ela fechou os olhinhos. Seus pêlos eram macios e a sensação era boa entre os dedos.
Parecem os cabelos do Dilan. Macios e finos.
Meu coração tremeu e pensei se deveria mandar uma mensagem perguntando como ele estava. Mas depois de ontem ele nem tentou falar comigo, nem uma mensagem ou nada.
Sem ânimo me levantei da cama bagunçada, logo depois a arrumando. Me pergunto como consigo tirar até os lençóis enquanto durmo. Tomei banho e vesti uma moletom por causa do dia frio.
Mesmo sendo verão, hoje está nublado.
Abri as janelas, e logo, o vento frio entrou, fazendo eu abraçar meu corpo. Estrela continuava em minha cama, dormindo sem nenhuma preocupação.
— Na próxima vida quero ser um gato. – Resmunguei bocejando. As risadas aumentaram, então desci as escadas, dando de cara com Travis, Molly e Melanie.
— Bom dia. – Mamãe beijou meus cabelos, mas não tive motivação para retribui-la. Sentia meu corpo pesado e minha garganta dolorida. — Filha, você está bem? – Indagou colocando a mão na minha testa. — Você está fervendo. – Engoli em seco, sentindo minha boca seca.
— Eu acabei de tomar banho de água quente, é por isso. – Murmurei encarando Molly, que comia torradas com chocolate. — Também quero. – Cantarolei, apontando para a menina. Mamãe sorriu e foi para perto de Travis. O cumprimentei com um aceno e um sorriso, ele fez o mesmo.
— Lory! – Molly gritou me deixando assustada. — Nós precisamos começar nosso projeto logo. – Afirmou de boca cheia, e tive que morder os lábios para não rir.
— Claro, capitã. – Brinquei tirando uma risada dela. Me aproximei e beijei seus cabelos. — Bom dia. – Sussurrei, tirando um pedaço de sua torrada. — E Obrigado. – Molly reclamou, mas logo riu.
Me aproximei de Melanie. Estava sendo difícil me acostumar com a nova Melanie e seu novo cabelo, mas aos poucos estava me acostumando.
— Olá. – Ela me comprimentou, tirando os olhos da tevê para me encarar. — Como anda minha irmã mais velha? – Sorri com o apelido e me joguei ao seu lado no sofá.
— Normal. – Admiti, percebendo seu bronzeado. — Foi para praia? – A ruiva assentiu, parecendo feliz.
— Sim, papai nos levou. – Encarei Travis com os olhos semicerrados. Também queria ir.
— Da próxima todos vamos. – Declarei roubando um sorriso da menina. — E eu descobri que você mudou de escola. – Cruzei as pernas, observando o programa de comédia que passava na tevê. — Não ia me contar? – Fitei seus olhos azuis, percebendo um semblante triste neles.
— Foi uma decisão repentina. Fiz muitas coisas erradas naquela escola das quais me arrependo muito. Sei que as pessoas que me conheciam antes não mudarão a opinião sobre mim, então preferi ir para outro lugar e conhecer pessoas novas. – Admitiu sem me encarar. — Desculpa. – Neguei com a cabeça segurando sua mão.
— Não precisa se desculpar, Melanie. – Sorri para ela. — Nós mudamos, e respeito sua decisão. Afinal, eu fiz a mesma coisa. – Juntei as sobrancelhas. — Não foi uma decisão minha, mas dá no mesma. – Afirmei, fazendo a ruiva rir.
Antes que pudesse continuar falando, alguém tocou a campainha. Travis foi atender, e logo, uma ruiva descabelada entrou com tudo na sala.
— Lory! – Tessa segurou meus braços, me deixando assustada. — Preciso conversar, agora. – Quando percebi, estava sendo puxado pelas escadas.
— Espera, eu nem comi. – Censurei encarando suas costas.
— Isso vem depois. – E então fechou a porta do meu quarto. — Aí meu Deus, Lory! – Exclamou afundando a cabeça no meu travesseiro. — Eu não sei o que fazer! – Me sentei ao seu lado na cama, rindo por causa de uma folha que estava presa em seus cabelos. A tirei e continuei escutando. — Becca me beijou, e eu gostei. Eu não sei! – Juntei as sobrancelhas, dando carinho em estrela.
— O que você não sabe? – Me ajeitei na cama, percebendo que meu colchão não era tão macio como o que eu estava ontem à tarde.
— Tudo. – Ela se sentou rapidamente, me encarando com um olhar estranho. — Eu gosto de homens! – Respirei fundo quando ela segurou minhas mão de maneira desesperada.
— Você sabe que existe pessoas que sentem atração por ambos, não sabe? – Tess concordou com a cabeça, logo colocado uma travesseiro nas pernas cruzadas.
— Eu sei, mas não sei se sou uma dessas. – Mordi os lábios, sem saber o que falar.
— Você gostou do beijo? – Indaguei depois de ficar longos segundos calada. Suas bochechas coraram rapidamente, me deixando surpresa.
— Gostei. – Sussurrou como fosse um segredo. — Muito. – Afirmou tirando um sorriso de mim. — Mas eu não me imagino transando com ela. – E então foi minha vez de corar violentamente. — Muito direta? – Perguntou parecendo envergonhada. Concordei com a cabeça, sem conseguir encará-la.
— Sim. – Contei rindo e ela me acompanhou. — Até demais. — A ruiva revirou os olhos de maneira exagerada e empurrou meus ombros.
— Perdão, pura. – Brincou voltando a ser deitar na minha cama. — Mas o que você acha? – Me deitei ao seu lado, pensando sobre o assunto.
— Eu não sei. – Contei sinceramente encarando o teto. — Não é algo que posso opinar, sou pura. – Brinquei rindo e ela me seguiu. – Ok, mas falando sério – Comecei, me virando para encará-la. — Eu acho que você devia experimentar. Becca é uma menina legal e vocês seriam um bom casal. – A ruiva me escutava atentamente, fitando meu rosto. — E um relacionamento não se resume apenas a aquilo, tem mais coisas. – Mordi os lábios, pensando se devia ter falado isso. — Claro, se você pretende ter um relacionamento com ela. – Soltei o ar com força, terminando de falar.
Tessa ficou longos segundos calada, parecendo pensativa.
— Eu não sei. – Admitiu, suspirando de maneira longa. — Tudo está acontecendo tão de repente, e eu nem conheço ela direito. – Sua voz baixa era sincera, e ela parecia cansada. — Eu perdi o sono por causa disso. – Semicerrei os olhos, a encarando seriamente.
— E eu deixei de comer por causa disso. – Afirmei, tirando uma risada discreta dela.
— Perdão. – Ela fechou os olhos, falando calmamente. — Posso dormir um pouco aqui? – Indagou levemente. Relaxei no colchão macio, fitando estrela que brincava com uma bolinha no chão.
— Pode. – Sussurrei me levantando. — Bom sono, Tess. – Fechei a porta e pude escutar a ruiva sussurrado um "obrigado".
Desci as escadas, encontrando a casa vazia. Fui até a cozinha em busca das pessoas, porém não tinha ninguém. Me aproximei do balcão, onde tinha um prato com torradas e um papel.
"Fomos no veterinário do Travis , passe aqui mais tarde."
— Não seria mais fácil ter mandando uma mensagem? – Ri jogando o papel no lixo e comendo minha torradas.
...*...*...
— Você sabe onde é? – Indaguei observando Tessa com o rosto aflito.
— Não. – Ela mordeu as unhas, me deixando preocupada. — Vamos chamar o Din. – Segurei suas mãos.
— Primeiro me diga o que Becca falou. – Pedi, percebendo que desde que ela mexeu no celular pela última vez está nervosa.
— Ela disse que está indo para minha casa. Quer conversar. – Observei seus ombros tensos e sua expressão nervosa.
— Tess, como você se sente em relação a Becca? – Indaguei, fazendo-a me encarar. Vi ela engolindo em seco antes de falar.
— Eu... – A ruiva respirou fundo. — Eu gosto da companhia dela. Ela é doida e parece comigo. – Revelou rindo. — Acho que posso tentar. – Um sorriso foi inevitável em meus lábios, e logo abracei minha amiga.
— Becca gosta de você já faz um tempo. – Revelei entre seus cabelos. — Tenho certeza que tudo dará certo. – Admiti segurando seus ombros e a encarando.
— Obrigado. – Sorriu de maneira feliz. — Agora vamos? – Concordei, pegando estrela e a colocando dentro de sua "caixinha".
Mamãe pediu para levá-la para o veterinário. Travis quer fazer exames já que ela passou um tempo na rua. Mas o problema é que minha mãe não falou onde era e não está respondendo as mensagens.
— Vou chamar o Din. – Declarou fazendo meu coração tremer.
— Não. Ele está resfriado. – A parei. Tess revirou os olhos e tirou o celular do bolso.
— Quando digo chamar, quero dizer mandar mensagem. — A observei mexer no telefone. — Prontinho. – Cantarolou me mostrando a tela. — É perto da praça 13, ao lado. – Juntei as sobrancelhas, não me lembrado de nenhum veterinário por lá.
— Tem certeza? – Indaguei fazendo ela revirar os olhos novamente.
— Só vai. – Ela me puxou do meu quarto, e quando percebi estava na sala. — Vou conversar com a Becca. Me deseje sorte. – Revelou com as bochechas vermelhas. A abracei com força e desejei boa sorte. A ruiva agradeceu, e rapidamente, voltou para sua casa.
Respirei fundo e segurei a "caixinha" onde estrela estava com força. O vento frio me recebeu de braços abertos, fazendo eu voltar e colocar um casaco por cima do moletom.
O céu estava nublado, mas ainda podia ver o sol ali. Era uma vista bonita. Caminhei até a praça 13 e olhei ao redor. Não encontrei nenhum veterinário, apenas um menino de cabelos castanhos me olhando intensamente ao lado de uma árvore.
Meu corpo paralisou no mesmo momento, e minha mente tentava racionar o que estava acontecendo, mas não conseguia.
Senti borboletas na barriga quando Din se aproximou com as mãos nos bolsos. Ele usava um casaco preto e o cabelo estava bagunçado. Seus glóbulos não deixavam os meus, e ele se aproximava em silêncio.
— Oi. – Sua voz mais rouca que o normal chegou ao meus ouvidos, causando arrepios por minha pele coberta pelos agasalhos.
— Oi. – Não reconheci minha própria voz naquele momento. Chutei a areia a baixo de meus pés, não conseguindo encará-lo. — O que está fazendo aqui? – Indaguei observando seus tênis pretos. É a primeira vez que o vejo usando tanto preto.
— Tessa me falou você que estaria aqui. – Senti seu olhar na pele do meu pescoço. — Queria conversar. – Levantei meus olhos, admirando a imensidão dos castanhos a minha frente.
— Sobre? – Fitei seu pomo-de-Adão se mexendo, demostrando que ele estava engolindo em seco.
— Nós. – Afirmou passando a língua entre os lábios e desviando o olhar. — O que tem acontecido entre a gente. – Meu corpo ficou quente, e uma coisa pesada começou a crescer em meu peito. O nervosismo me dominava.
— O que tem acontecido entre nós? – Indaguei, encarando seu pescoço com pequenos sinais. Era mais uma das coisas que amava nele. — Somos amigos como sempre, certo? – As palavras saiam de minha boca sem minha permissão. Era o meu lado inseguro, meu lado frágil que estava falando naquela momento.
— Amigos? – Meu coração perdeu as batidas quando ele perguntou com a voz arrastada. — Eu sou apenas um amigo para você? – Sua voz ficou fraca, e pude sentir suas mãos apertando meus ombros.
— Por que isso do nada? – Indaguei sentindo meu corpo fraco perante seu toque. — Por que essas perguntas do nada? – Soltei, me sentindo tonta. levantei a vista e encontrei seus olhos sem brilho. Aquilo me perfurou mais que uma faca.
— É isso que você tem para dizer? – O aperto em meus ombros diminuram, e logo, seu calor me deixou. — Somos apenas amigos? – Fitei seu rosto decepcionado sem entender o que estava acontecendo.
Um vento frio passou por nós, fazendo meus cabelos soltos voarem pelo imenso céu nublado.
— Você só me deseja como um amigo? – Sua pergunta me deixou tonta, e sua voz rouca foi a única coisa escutada naquele lugar silêncio e deserto. — Mestra, você, durante esses anos, me procurou nas estrelas? – Sua pergunta fez meu coração se apertar por causa de lembranças dolorosas de toda as noites que chorei em busca de seu calor.
— Sim. – Murmurei encarando a curvatura de seus lábios. — Todas as noites. – Minha voz entalou na garganta e eu não conseguia respirar. — Sempre, Din. – Engoli em seco, escutando as batidas aceleradas do meu coração.
— Lory. – Meu corpo perdeu as forças quando sua mão tocou meu queixo, para logo levantá-lo, forçando-me a encará-lo nos olhos. — Somos amigos? – Mordi os lábios, me perdendo em seus olhos profundos e cheios de sentimentos misteriosos.
— Eu não sei, Din. – Admiti segurando sua mão. — O que você acha? – A apertei, sentindo seu calor. — Não me faça tantas perguntas. – Tirei sua mão de meu queixo, ainda me sentindo tonta.
Nós dois parecíamos fracos, eu podia me ver em seus olhos.
— Você tem razão. – Sorriu fracamente. — Não farei perguntas idiotas novamente. – E então escondeu suas mãos nos bolsos novamente. — O veterinário é duas lojas depois do Candy's. Vou ir para casa agora, preciso descansar. Você devia fazer o mesmo, tem uma festa para ir mais tarde. — Encarei seus glóbulos com uma sombra triste, me sentindo confusa. — Até mais, Thompson. – Juntei as sobrancelhas, não me lembrando da última vez que ele me chamou assim.
Meu corpo paralisou quando ele fez aquela expressão que acaba com todas minhas estruturas. A expressão de decepção e tristeza.
Eu odeio quando ele me olha assim.
Fiquei o observando ir embora com passos pesados sem olhar para atrás. Suas palavras soavam por minha cabeça, e aqueles olhos com aqueles sentimentos estavam esmagando meu coração.
Eu estava sozinha naquela praça deserta.
Segurei a "caixinha", onde Estrela estava, com força. Podia sentir coisas grandes se acumulando em meu peito.
Deixei de fitar o nada quando pingos de chuva caíram sobre mim com força. Procurei por Din na chuva. Ele está sem guarda chuva e ainda resfriado.
Ele veio aqui só para falar comigo.
Corri em baixo do seu cinzento, sentindo meu peito tão pesado quanto os pingos. Passos rápidos pisando nas poças de lama, era tudo que eu via.
Entrei no veterinário abrindo a porta com força. As pessoas que estavam na recepção me encararam confusas, mas não me importei com os olhares deles pois um já estava gravado em minha cabeça.
Os olhos castanhos misteriosos.
Me sentei em uma das cadeiras, molhando a mesma. A água pingava por meu corpo, e eu encarava um ponto fixo no chão ainda tonta.
— Lory? — A voz de Melanie soou pelo lugar, fazendo eu encará-la. — Você está toda encharcada. – Suas mãos tocaram minhas costas e ela me ajudou a levantar, me levando para uma sala branca onde todos estavam.
— Filha. – Mamãe correu até mim. — Por não trouxe um guarda chuva com o tempo assim? – Indagou pegando toalhas e tentando secar minha roupas.
— Não sei. – Ri de mim mesma, pensando em como sou patética. — Eu não sei, poxa. – Minha voz prendeu na garganta e quando percebi estava chorando. Ele me fez todas aquelas perguntas que não era eu que podia responde-lás.
Mamãe me sentou em uma cadeira, e eu comecei a chorar mais alto. Dei Estrela para mamãe e usei as mãos para esconder meu rosto. Minha mãe falava algo, mas eu não conseguia escutar.
"Somos amigos?" Isso era tudo que passava por minha mente. Sua voz fraca fazendo essa pergunta com tanta dureza, era tudo que eu podia escutar.
Tudo que eu podia sentir.
Eu sei que destruí tudo, eu sei, que de alguma forma, o machuquei. Pude perceber isso quando o sobrenome Thompson saiu de sua boca com tanta decepção.
Pude sentir tudo desmoronando quando seu sorriso caloroso sumiu e seu toque me deixou.
Eu machuquei Dilan Peterson e destrói tudo com poucas palavras. Talvez ele nunca mais queira me olhar nos olhos, dá para saber disso por causa daquela sombra triste em seus glóbulos castanhos.
Mais chuva caia do lado de fora, cada vez mais forte e eu só podia pensar nele. Em seus cabelos molhados, e no seu resfriado que podia piorar. Eu queria ajudá-lo, aquecê-lo com meu calor e falar tudo que eu queria.
Mas eu não podia, não depois do que aconteceu.
— Filha, o que aconteceu? – Mamãe passou a mão por minhas costas, e eu só sentia minha garganta dolorida e mais lágrimas descendo.
Tudo por causa daqueles olhos, aqueles olhos que mexem tanto comigo. Aquele castanho tão brilhante e cheio de coisas desconhecidas.
Eu queria saber como eu sou perante aqueles glóbulos.
— Lory, por favor me responda. – Mamãe pediu parecendo preocupada. Não conseguia encarar ninguém, apenas me esconder atrás daquelas mãos que o tocaram. Tocaram seu rosto molhado, tocaram seus cabelos macios.
Din...
— Deixe que eu converso com ela. – Melanie pediu com a voz macia. Mamãe saiu do meu lado, dando espaço para a ruiva.
— Vamos passar em uma lanchonete que tem aqui perto? Comer e conversar um pouco vai fazer bem. – Neguei com a cabeça, sabendo que agora, não conseguiria comer e nem falar nada.
— Lory! – senti os braços de Molly ao meu redor. — Por favor não chore. – Sua voz parecia com a minha, e então levantei os olhos, vendo seu rosto molhado. — Se não eu choro também! – Passei meus braços ao seu redor, a abraçando.
— Desculpa. – Pedi sentindo meu coração um pouco mais leve. — Obrigado, Molly. – Funguei me recompondo.
Usei as mãos para secar o rosto, e tive coragem para encarar todos. Mamãe me fitava com preocupação e Melanie também. Molly não soltava minhas mãos, tentando me consolar.
— Estou bem. – Puxei o ar, o soltando logo em seguida. Eu ainda podia sentir aquele sentimento em meu peito e meus olhos inchados. — Vou para casa agora, tenho alguns trabalhos para fazer. – Afirmei me recompondo. — Depois nós conversamos, mãe. – Me levantei e peguei as toalhas de suas mãos, tentando me secar.
— Tudo bem. É melhor você trocar essa roupa logo antes que pegue um resfriado. – Declarou segurando meus ombros. — Leve meu guarda chuva. – Encarei seus olhos verdes. — Depois vamos conversar e você me falará o que aconteceu, ok? – Ela beijou meu rosto com delicadeza, tirando um sorriso fraco de mim.
— Ok. – Funguei, pegando o guarda chuva de suas mãos. — Até mais, pessoal. – Beijei os cabelos de Molly e fitei Melanie. — E muito obrigada. – As meninas sorriram, e mamãe continuava me fitando com preocupação. — Tchau. – E então sai daquele lugar.
Uma vez que chegar em casa, colocarei tudo para fora. Seja chorando ou socando paredes.
...*...*...
— Eu ainda não entendo. – Emily fitou Becca. — Foi tão rápido. — Falou sobre o namoro de Becca e Tessa.
A menina de cabelos azuis deu um selinho na ruiva, que sorriu para ela.
— Quando o amor vem, não vejo o porquê esperar. – Afirmou Becca. Emily assentiu, parecendo pensar a mesma coisa.
Agora estamos na minha casa, no meu quarto, nos preparando para a festa que acontecerá daqui a pouco.
Becca e Tess começaram a namorar, e eu isso me deixou bem feliz. Ainda não contei para elas o que aconteceu e nem pretendo, mas acho que a ruiva já está desconfiando, porque desde que ela chegou não para de me olhar com preocupação.
— O que aconteceu com suas juntas? – Tess indagou me lendo. Seus olhos me observavam atentamente, como sempre faziam quando queriam descobrir algo.
— Soquei a parede do banheiro. – Contei sinceramente, não me importando se ela iria descobrir, na verdade eu queria, assim ela me ajudaria a me livrar desse sentimento que dói.
— Por que? – Encarei seus olhos negros, brincando com o travesseiro em meu colo.
— Porque eu peguei chuva. – Mordi só lábios, me sentindo patética. — Isso me irritou. – Era a primeira vez que mentia para Tess sem medo. Pelo olhar surpreso dela, a mesma já tinha descoberto.
Antes que ela pudesse falar algo, Becca a interrompeu.
— Vamos ajudar a Lory a se arrumar ou não? – Emily assentiu, e todas se levantaram da cama. A meninas me sentaram em uma cadeira e começaram a tirar coisas de uma maleta.
Tinha muitas maquiagens e assessórios.
Não tinha forças para negar o que elas queriam fazer. Se elas queriam me maquiar, assim seria.
Rapidamente, meu cabelo molhado começou a ser secado e muitos produtos passado nele. Emily cuidava do cabelo e o casal da maquiagem.
Todas riram quando eu soltei um palavrão na hora que Emily começou a ondular meu cabelo.
Me sentia um pouco mais leve com o ambiente confortável e aconchegante. Depois de muitas risadas e piadas, eu estava pronta. As meninas me viraram, e quando vi aquela menina no espelho, fiquei em choque.
Seus cabelos castanhos estavam brilhantes, e as pequenas ondas nele davam um ar ainda mais bonito e sedutor para a mesma. A maquiagem natural ressaltava suas pequenas sardas, e o batom iluminava seus lábios cheios e os tornavam mais desejosos.
Ela era linda, parecia ser uma mulher forte e confiante, cheia de vida e sedução.
Toquei o espelho, percebendo o quanto aquela menina me lembrava meu pai. O mesmo sorriso sincero e bonito que o dele. O nariz fino e com um lindo formato era idêntico ao dele.
Mas o formato dos lábios eram iguais os da minha mãe. Cheios e uma curvatura bem definida.
Ela era perfeita.
— Fizemos um bom trabalho! – As meninas comemoraram atrás de mim, fazendo eu ficar atordoada. – Você gostou, Lory? – Emily mexeu nos cabelos da menina do espelho, os colocando por cima do ombro. — Como seus cabelos vão até a cintura foi fácil ondulá-los. — Juntei as sobrancelhas confusa. Meus cabelos?
— Essa sou eu? – Indaguei ainda incrédula. Pelo espelho, vi Tessa revirando os olhos.
— Não. É a Lady GaGa. – Brincou fazendo Becca rir. — Vamos, agora você vai trocar de roupa. Trouxemos um vestido para você. – Revelou, me fazendo encarar o vestido branco em suas mãos.
Ele era de mangas. Era um vestido delicado com rendas, mas em contraste curto e um pequeno decote nos seios.
— Vai vestir. – Jogou o mesmo em mim, e com agilidade, o peguei.
— Eu já tenho uma roupa, para ir. Não precisa disso gente, vocês já fizeram muito. – As meninas se entre-olharam com cara de bosta.
— Só vai! – Ordenaram em uníssono, fazendo eu correr para o banheiro.
Quando sai de lá, não acreditei no que eu via. Ela era tão delicada, mas tão forte e sedutora ao mesmo tempo.
— Como assim você não tem perfume!? – Tessa voou no meu pescoço no mesmo instante. — Perfume é essencial! – Becca e Emily concordaram, deixando minhas bochechas vermelhas e meu coração pesado.
— Din quebrou meu perfume. – Revelei não conseguido segurar um sorriso no canto da minha boca. — Ele é doido. – Meu sorriso morreu no mesmo instante quando aqueles olhos decepcionados apareceram em minha mente.
— Que bom que sou precavida. – Emily admitiu, tirando um frasco de sua bolsa e o jogando em mim. O cheiro era doce, porém gostoso. — Agora vamos, Ben está nos esperando lá fora. – Revelou sorridente enquanto olhava pela minha janela.
Mandei uma mensagem para minha mãe dizendo que já estava saindo. E então deixamos minha casa. O céu estava negro, com bastante nuvens e com um brilho diferente.
Eu podia sentir em minhas veias que hoje a noite seria diferente. E mesmo com o coração dolorido, eu queria vê-lo.
— Olá, meninas. – Ben nos cumprimentou com um sorriso largo nos lábios. — Vamos? – Emily assentiu bagunçado seus cabelos e rindo.
Rapidamente o carro começou a ser movido com rapidez pelas ruas vazias. O vento frio entrava no carro e Tess e Becca cantavam Touch de Little Mix.
Todos rimos quando Becca, sem querer, bateu o cotovelo no rosto de Tessa quando estava dançando.
A noite estava animada e com boas vibrações. Nossos cabelos voam por causa da brisa forte.
— O tal de Dilan não vem? – Becca perguntou apoiando a cabeça do ombro de Tess.
— Não. Hoje não saiu do quarto nem para comer. – Juntei as sobrancelhas, sentindo a preocupação aumentar dentro de mim.
— Ele falou o porquê disso? – Indaguei me acomodando no banco dos passageiros e fitando o rosto de perfil do Benjamin.
— Nós nem nos falamos hoje. Ele não saiu do quarto para nada. – Reafirmou, fazendo eu morder minhas unhas.
Eu o deixei decepcionado, aqueles olhos dizem tudo.
Antes que eu pudesse continuar pensando em tudo que aconteceu hoje, um barulho alto de música encheu meus ouvidos. Meus olhos caíram na enorme mansão banhada por luzes neons e fumaça.
— Não vem me dizer que essa é sua casa!? – Tessa perguntou gritando por causa do som alto.
A menina de cabelos azuis deu de ombros e assentiu.
— Agora vamos. Não é festa sem mim. – Becca declarou, puxando Tess que revirava os olhos.
— Vou procurar lugar para estacionar, podem ir na frente. – Ben revelou sorrindo. Emily disse que ficaria com ele, e logo saímos do carro agitado.
A mansão tinha um enorme portão que dava acesso para o imenso jardim, onde muitas pessoas estavam bebendo e dançando.
Encarei Becca de forma incrédula quando vi pessoas usando drogas.
— Eu não sabia. Eles que trazem isso, não tenho nada a ver! – Gritou entrando na casa. Eu e Tess a seguimos.
Fiquei impressionada com o tamanho da casa, mas o que mais me impressionou foi que, apesar do tamanho da casa, o lugar estava apertado de tanta gente.
— Eu falei que conheço todo mundo nessa cidade! – Gritou, puxado a ruiva para o meio da sala e começando a dançar com a mesma.
Mordi os lábios quando vi que não iria poder ficar grudada nelas a festa toda, já que as duas queriam se divertir a sós.
Respirei fundo e tentei relaxei. É minha primeira festa e eu não posso só ficar pensando nele. Voltei para o lado de fora, onde tinha menos gente e era mais calmo, longe de todo alvoroço.
Me sentei em uma cadeira perto da piscina. Tinham pessoas sentadas na beirada dela, e quase todas estavam devorando umas as outras.
Revirei os olhos, sentindo vontade de vomitar. Tentando evitar aquela visão horrível, fitei o céu. Ela menos nublado, e eu podia ver um pouco das estrelas. Me peguei sorriso lembrando de todas as vezes que as vi com ele.
Merda! Eu quero vê-lo.
Engoli o sentimento que estava querendo sair por meus olhos. Eu não iria chorar no meio de uma festa.
Sai daquele lugar quando as coisas estavam esquentando com os casais.
— Procurem um motel! – Gritei correndo para longe daquele lugar. Estava tudo uma bagunça, muitas adolescentes gritando, bebendo e se devorando.
Eu não me encaixava naquele lugar.
Fui para atrás da casa. Um lugar sossegado e com poucas pessoas. Quase não dava para escutar a música vindo da entrada da casa e esse foi o motivo de eu ficar lá. Me joguei em um balanço que estava lá, me perguntando porque vim.
Meus pés tocaram a grama macia e eu fiz impulso, voando pelo céu gelado logo em seguida. Me lembro a última vez que fiz isso pensando nele, era um final de tarde quente, e como agora, eu me sentia sozinha.
Tomei um susto quando uma pessoa sentou ao meu lado. Encarei seus olhos verdes com o coração acelerado.
— Onde você estava? – Trevor suspirou ajeitando os cabelos. — Te procurei por todo lado. – Acabei rindo quando percebi sua respiração ofegante. Então ele estava realmente me procurando.
— Eu estava andando por aí, tentando encontrar um lugar onde não tem pessoas se comendo. – Revelei, arrancando uma risada leve dele.
— Sabia, por isso procurei o lugar com menos pessoas. – Só então, quando ele se aproximou mais, pude sentir o cheiro forte que ele emanava.
— Você bebeu? – Indaguei observando seus olhos levemente vermelhos. Trevor negou com a cabeça.
— Foram apenas algumas doses. – Mordi os lábios, me perguntando como ele já estava quase embriagado.
— Onde você estava antes de vir para cá? – Meu coração acelerou quando seus braços abraçaram meus ombros, me puxando para mais perto dele.
— Eu queria logo te ver. – Revelou com a voz macia. Ele não estava falando coisa com coisa. Já estava bêbado. — Lory, sabia que você é incrível? – Perguntou com uma risada estranha, e tive que o segurar com força antes que ele caísse do balanço.
— Trevor, acho melhor você voltar para casa. Você já está embriagado. – Afirmei, fazendo-o negar com a cabeça.
— Você não entende, Lory? – Sua voz continuava estranha e ele me olhava intensamente. Tentei me afastar quando suas mãos me seguraram com força, me impedindo de me afastar. — Quando você faz esses joguinhos eu só te quero mais. – Ele não parecia a mesma pessoa. Eu via o mesmo Trevor de quando nos conhecemos alí.
O Trevor julgador que gosta de meninas difíceis.
— Me larga, Trevor. – Pedi, tentando controlar a vontade que eu estava tendo de o empurrar com força.
— Xiu – Ele colocou o dedo indicador em meus lábios. — Não fale nada, safadinha. Eu sei que esse tempo todo você estava tentando me deixar com ciúmes com o bastardo do Dilan. Aquele filhinho de papai que nunca passou por nada difícil na vida. – Minha respiração acelerou, e pude sentir a raiva queimando minhas veias. — Agora seja boazinha como a bastarda da Melanie e seja minha. – Quando ele me puxou para um beijo cheio de agressividade eu não consegui agir, porém uma voz doce apareceu em minha mente dizendo que eu era uma menina forte e que eu podia acabar com aquilo.
Fechei meus punhos, sentindo toda minha raiva indo para eles. E num movimento rápido o queixo do garoto foi acertado, fazendo-o ir para no chão.
— Seu bosta! – Chutei sua barriga, não conseguindo controlar o ódio que enchia minhas veias. O mesmo sentimento que senti quando bati em Caleb, filho do diretor da minha antiga escola.
Recuperei o fôlego, amaldiçoando o dia que conheci Trevor Clark. Din me avisou sobre ele, mas eu não quis escutar. Os olhares queimavam minha pele, e quando percebi, estava no meio de uma roda de pessoas.
O desespero me dominou e meus olhos encheram de água. Eu me sentia sozinha, e se não fosse eu mesma para me proteger esse escroto poderia ter feito algo a mim. Nenhum pessoa perguntou como eu estava ou tentou me ajudar, apenas gravavam a cena e riam enquanto o choro fazia meu corpo ficar fraco.
Quando iria correr para longe daquele lugar, uma mão segurou meu pulso com cuidado diferente das mãos agressivas de Trevor.
Eram quentes e macias. E então a pessoa me puxou para longe daquele lugar. Encarei seus cabelos castanhos brilhando com a luz Neon, e seu rosto sério banhado pela lua. Meu coração perdeu as batidas para logo descontrolar.
Dilan me levou para fora daquela casa, me puxando para algum lugar em silêncio. Seu toque em nenhum momento foi apertado, e eu tentava entender o porquê dele estar ali.
— Por que diabos você estava com ele? – Indagou me soltando de repente. Olhei ao redor, percebendo que estava no parque abandonado, onde vimos as estrelas juntos pela primeira vez. — Por que você não estava com os outros? – E então ele se virou para mim, deixando eu ver a raiva e preocupação em seus olhos.
Mordi os lábios, sentindo meu corpo trêmulo e mais lágrimas descendo por meus olhos.
— Por que você está aqui? – Perguntei com a voz baixa. Meu peito doía e eu fitava seus olhos raivosos.
Vi ele estalando o pescoço e ficar em silêncio, aumentando ainda mais minha raiva.
— Você sempre é assim. – Balancei a cabeça sentindo a revolta me dominar. — Você apenas faz ou fala o que quer e depois vai embora. — Levantei a cabeça, encarando seu rosto tenso. — Eu não sou obrigada a dar satisfação para você! Eu não preciso responder suas perguntas! – Gritei. Eu já não me controlava naquele momento. Eu precisava colocar tudo para fora. — Pare de fazer perguntas que só você pode responder! Seu idiota! – Empurrei seu corpo, chorando ainda mais.
— Eu posso repondé-las? – Dei passos para trás quando ele começou a se aproximar de mim com aquele olhar intenso. — Lory, somos amigos? – Engoli em seco, sentindo meu coração acelerado.
— Cala boca! Você não pode me fazer essa pergunta! – Gritei, fazendo uma expressão raivosa se formar em seu rosto. — Você mentia para todos dizendo que éramos apenas vizinhos! Como você pode me perguntar isso se tem vergonha de mim!? – Indaguei com a voz trêmula. Espremi os lábios quando o vi parar, parecendo surpreso com minha afirmação.
— Eu não tenho vergonha de você. – Declarou com a voz firme, me fazendo negar com a cabeça.
— Tem sim, Din! Você já ficou com tantas meninas bonitas... Claro que você tem vergonha de mim! – Cada palavra que saia da minha boca me machucava mais, eu estava desmoronado. — Você me odeia. Eu sou uma decepção para você. – Murmurei com o coração despedaçado. Mordi os lábios me sentindo uma completa idiota.
Como nunca pensei nisso, Din só está ao meu lado por pena.
Levantei meus olhos, encontrando seu rosto sério. E aquilo me machucou profundamente.
— Você sente pena de mim. – Não recinhecia minha própria de tão fraca que ela estava. — Admita de uma vez! – Gritei, me sentindo complemente destruída. Seu olhar continuava sem emoção e antes que eu pudesse pensar em mais algo, Din me prendeu contra uma árvore, me fitando intensamente.
Sem dizer nada, tomou meus lábios, em um beijo quente e necessitado. Minha cabeça girava e eu não conseguia pensar em mais nada, apenas me concentrar em seus lábios cheios contra os meus. Sem controle de meu corpo, levei minhas mãos até seus cabelos, suspirado entre o beijo por causa da sensação macia entre os dedos.
Meu corpo inteiro se arrepiou quando suas mãos seguraram meus quadris e me puxaram mais para perto, fazendo nossos corpos tocarem um ao outro. Me perdi em seu calor e em sua língua, que sempre procurava pela minha.
Era tão macio, quente e necessitado. Minhas mãos em seu corpo, suas mãos em meu corpo e nosso lábios juntos.
Segurei seus cabelos com mais força, juntando mais nossos rostos. Eu queria aprofundar aquele beijo o máximo possível.
Perdi o controle quando ele suspirou entre meus lábios e apertou minha cintura.
Apreciei sua língua aventureira contra a minha, aumentando o calor do meu corpo.
Segui seus movimentos ágeis. Minha língua brincava com a sua em uma dança cheia de desejo e necessidade.
Nos afastamos por causa da falta de ar. Ainda podia sentir meus lábios fomingando e seus lábios contra os meus. Estava tonta e confusa, mas de uma coisa eu tinha certeza, eu o amava.
Minhas mãos correram para suas costas, levantando sua camisa e tocando a pele quente de suas costas.
— Eu te amo. – Soltei, não aguentando mais todos aqueles sentimentos dentro de mim. Tudo ficou mais claro quando as nuvens foram embora e a lua apareceu. Fitei seus olhos castanhos arregalados e suas bochechas vermelhas. Juntei nossos lábios novamente.
Em um beijo mais intenso e necessitado, onde nossos corpo se arrepiavam com as carícias um do outro. Debaixo daquela árvore, em uma noite fria onde a lua nos obrsevava, eu tive meu primeiro beijo com o garoto que amo.
Seu cheiro doce me invadia, assim como o calor que sua língua emanava. Era tão calmo, mas tão intenso que me perdi facilmente em seus lábios.
E com toda essa necessidade que esse beijo tem, acho que posso ter me enganado em relação aos sentimentos de Din por mim.
Talvez Dilan Peterson também me ame.
"Eu te amo."
Seis mil palavras hehehehhehe❤
Espero que vocês tenham gostado porque eu amei❤
Finalmente aconteceu. Agradeço pela paciência de todos heheheheh
Estou tão feliz em ver o ponto que chegamos. As coisas finalmente estão acontecendo❤❤❤❤
O que vocês acharam do beijo? Eu sinceramente amei amkmmakmakma
Obrigado por tudo e amo vocês!❤❤
7k uhuuuuu
Próximo capitulo sem data marcada.
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