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Capítulo 25.


A brisa estava leve, e Din respirava calmante ao meu lado.

Mesmo eu estando em um dos lugares que eu mais amo, cama do Din, eu ainda não consigo ficar bem.

Me virei para encará-lo e o peguei me observando. Seus olhos castanhos brilhavam com a luz prateada da lua e seu rosto estava iluminado.

Essa simples imagem descontrolou meu coração e levou meu ar.

— Você vai ficar bem? – Sussurrou para mim e eu tive que segurar minhas lágrimas.

Eu não podia chorar na sua frente novamente.

— Vou – Minha voz saiu fraca. Eu iria desmoronar.

Seus olhos analisaram meu rosto e eu tive que forçar um sorriso.

— Me desculpe. – Seu tom parecia mais fraco que o meu. Ele também estava machucado. — Eu queria ficar, mas você sabe, não sou eu que decido isso.

Assenti com um nó na garganta. Talvez eu nunca perdoasse a Senhora Suzana por tirar o Din de mim.

— Eu sei, baixinho. Você tem apenas doze anos. – Sorri, levando minha mão até os cabelos de sua nuca e os acariciando. Pela pouca luz do quarto, pude ver ele fechando os olhos e apreciado o carinho.

Meu coração dava batidas pesadas, porém lentas. Era bom sentir seus fios finos entre meus dedos.

Eu não sei como vou viver sem seu cheiro, sem seu calor e seu sorriso. Não sei como vou viver sem ele.

— Quando eu for, não saia sozinha a noite. É perigoso. – Comentou sem abrir os olhos e eu ri um pouco. Era engraçado ver ele preocupado.

— Não se preocupe. Sem você aqui, não tenho motivos para  sair. – Admiti com o peito dolorido. Ele abriu os olhos e ficou me encarando por alguns segundos, até fechar nossa distância puxando meu braço para perto de sí.

— Se você falar algo assim, eu vou acabar desistindo da ideia de viajar com a minha mãe. — Revelou ainda me segurando com cuidado. Sorri, sentindo minhas bochechas queimarem e depois me ajeitei em sua cama.

Ela era confortável e eu gostava de passar horas conversando com ele alí.

Respirei devagar e voltei a acariciar seus cabelos.

— Desculpe-me. – Sussurrei apenas para ele, e o mesmo assentiu. Uma brisa calma entrou no quarto e pude ver Din caindo no sono.

Apreciei um pouco de seu calor antes de ir. Brinquei com os fios em meus dedos e o pensamento de não tê-lo mais aqui me atingiu como um tiro.

Admirei seu rosto sereno com os olhos marejados. Aquilo doía tanto em mim.

— Não se esqueça de mim, baixinho. Porque eu nunca serei capaz de te esquecer. –Tirei seu cabelo da testa e beijei a mesma. Levantei de sua cama com lágrimas descendo por minhas bochechas.

Admirei aquele quarto uma última vez antes de ir. Meus olhos caíram no pequeno menino que dormia de maneira confortável.

Aquela era nossa despedida.

Pulei a janela quebrada de seu quarto com o choro entalado na garganta.

Amanhã, quando eu acordar, Dilan Peterson não estará mais aqui.

Por isso não vou dormir hoje. Talvez o amanhã nunca chegue.
             
                  ...*...*...

Acordei com o corpo trêmulo e a respiração ofegante. Olhei em volta para entender onde eu estava e encontrei o gatinho dormindo ao meu lado.

Foi um sonho, uma lembrança daquele dia.

Reconheci meu quarto e me levantei atordoada. O piso estava gelado e eu senti um choque ao colocar o pé no chão.

Andei até o banheiro, e quando me olhei no espelho fiquei surpresa ao ver lágrimas descendo.

Puxei o ar de maneira trêmula e entrei no boxe.

Eu queria vê-lo, para ter certeza que ele tinha voltado.

Ao sair do banho, ainda sentindo o vapor da água em meu corpo, caminhei até a janela.

O dia estava lindo. O sol radiante e passarinhos cantando.

Conferi meu celular para ver se tinha alguma mensagem dele, porém, só encontrei algumas da Tessa.

"Desculpa ter babado seu travesseiro."

"Quase ia me esquecendo, estou indo para sua casa. Vou te levar para a escola e te contar, na verdade mostrar, aquele negócio."

Respondi sua mensagem com um emoji e segui até o quarda roupa.

Meu rosto começou a queimar quando lembrei do toque quente em meu braço daquela época.

Tentei não ligar muito para isso e continuei me arrumando.

                     ...*...*...

Dei mais uma mordida na minha maçã e conferi as horas.

Tessa está atrasada.

Soltei o ar e encarei o céu azul, e logo, pensamentos de ontem vieram em minha cabeça.

Quando Tess acordou, Din e ela foram embora. Acabei me esquecendo de perguntar o que ela queria falar, e a mesma estava muito sonolenta para lembrar.

Dilan estava estranho, provavelmente envergonhado.

Bufei me sentindo uma idiota. O clima entre a gente estava tão bom e eu tinha que estragar.

Antes que pudesse continuar me xingando, Tessa apareceu num Camaro azul, me deixado perdida.

- Admire meu carro. – Se gabou apoiando o braço na janela aberta. Me levantei da calçada quente e segui até o Camaro. - Isso era o que eu queria contar. – Deu um gritinho de felicidade e eu acabei rindo.

— Ele é lindo, Tess. – Abri a porta e me sentei no banco ao seu lado. Ela assentiu com a cabeça e começou a dirigir. — Eu também queria um carro. — Resmunguei colocando o cinto e a mochila no colo. Encarei a passagem sendo deixada para atrás e depois a menina que possuía cabelos bagunçados.

Engoli em seco e comecei a mexer com o zíper da minha mochila.

— Eu sei. Quem não quer? – Revirei os olhos e depois ri quando ela jogou o cabelo para atrás. — E agora eu tenho um. – Rimos juntas e ela voltou a dirigir em silêncio.

Meu nervosismo voltou quando uma pergunta veio em minha cabeça. Eu não sei se pergunto ou não. Contudo, a Tessa já sabe sobre meus sentimentos.

— Tess – Chamei-a, porém ela não tirou os olhos da pista, apenas fez sinal com a cabeça demonstrando que estava escutando. Meus dedos correram pelo tecido fino da mochila e eu puxei o ar. — O Din falou algo sobre ontem? –Soltei e minhas bochechas queimaram no mesmo instante. Tess me observou, aumentado meu nervosismo.

— Ele deveria falar algo? – Indagou voltando a fitar a pista. Neguei com a cabeça e o silêncio reinou sobre nós.

— Como foi com a Becca? — Resolvi perguntar depois de ficar longos minutos calada. Um largo sorriso apareceu em seu rosto e logo ela me olhou.

— Lory, ela é doida, parece comigo. – Contou com uma voz brincalhona que me fez rir. — É sério, ela xingou um garoto que deu em cima de mim, e eu ajudei. – Minhas risadas aumentaram e ela me seguiu.

— Fico feliz por vocês estarem se dando bem. – Admiti sinceramente. A ruiva piscou e ligou o rádio.

Uma música serena começou a passar e nós duas tentamos cantar.

A viagem de carro foi calma e divertida. Tess me contou como foi seu primeiro beijo, e eu fiquei muito envergonhada com essa conversa. Principalmente por causa da expressão incrédula de Tess quando falei que nunca tinha beijado ninguém. Ela disse que eu devia pular no pescoço de Din, que ele ia gostar.

Quase pulei do carro quando ela indicou isso.

Rimos bastante e conversamos sobre coisas aleatórias. Eu consegui fazer ela ficar vermelha quando revelei que tive que trocar a fronha do meu travesseiro porque estava cheio de baba.

Quando chegamos ao colégio, me despedi de Tess e me sentei no banco de pedra.

O sol estava agradável. E diferente daquele dia, hoje não está cheio de adolescente se beijando. Apreciei o lugar bem arejado e fechei os olhos tentando me acalmar.

Eu preciso vê-lo.

Respirei fundo e depois soltei. Meus cabelos voavam pelo céu, então me senti obrigada a amarrá-los.

Quando estava prestes a me levantar, uma menina chegou sentando ao meu lado com a maior empolgação.

— Lory! – Becca segurou meu braço, me impedindo de levantar. — Estou apaixonada. – Pisquei, sem entender o que ela estava falando. — Por que você não me apresentou ela antes? – Sustentei seus olhos brilhantes tentando processar tudo, mas apenas um borrão permanecia em minha mente, então resolvi perguntar.

— Ok. Mas apresentar quem? – Becca fez cara bosta e revirou os olhos. Continuei a fitando em busca de uma resposta.

— É sério isso, mutante? – Mordi os lábios e assenti com a cabeça. — A Tessa! – Exclamou como fosse a coisa mais óbvia. Arregalei os olhos, supresa com a notícia. — O que foi? Nem é tão incrível assim. – Murmurou balançando os pés. Um sorriso sincero apareceu em meus lábios e eu empurrei seu ombro, fazendo a mesma me encarar.

— Boa sorte. – Desejei e ela sorriu para mim. — Eu não sei qual é a escolha sexual da Tess, mas apoio esse casal. — Admiti me sentindo mais leve, porém esse sorriso morreu quando Becca riu ironicamente.

— Escolha sexual? — Perguntou  com uma voz estranha. — Não é uma escolha, Loryzinha. E está óbvio que ela gosta de meninas. – Estufou o peito, se sentindo completamente confiante.

Já eu não tinha a mesma certeza. Eu e Tess nunca conversamos sobre isso.

Não queria decepcioná-la então concordei. O sinal bateu e nós seguimos pelos corredores juntas.

— E também teve uma hora que eu cai de cara no chão e ela riu de mim. Entende? Ela riu de mim. Foi aí que eu me apaixonei. – A cada palavra de Becca eu ria mais. A animação dela para contar sobre as vezes que caiu no chão era muito engraçado.

Quando nos despedimos, sentia meu maxilar doer de tanto rir.

Abracei minha amiga e entrei na sala. Encontrei Benjamin com o pé na minha cadeira enquanto mexia no celular. Afastei seus pés com rapidez e ele não pareceu notar, pois continuou focado no aparelho.

Me sentei no acento e arrumei meu material. Encarei seriamente Benjamin quando ele começou a rir baixo e ia colocando o pé novamente na minha cadeira.

— Benjamim. – O chamei com a voz ríspida e o mesmo se assustou, me fitando com os olhos arregalados.

— Desde quando você está aqui? – Perguntou assustado e eu bufei. Soltei meus cabelos e sustentei seu olhar quando percebi que ele ainda me encarava em busca de uma resposta.

— Uns cinco minutos, mas foi o suficiente para perceber que você está no mundo da lua. – Admiti não segurando uma risada com sua expressão perdida. — Está conversado com a Emily? – Indaguei relaxando no acento. Ben negou com a cabeça e me mostrou o celular.

O encarei suspresa quando percebi quem era.

— Com o avô dela. Ele é muito engraçado. – Admitiu digitando algo rapidamente. Sorri pelos os dois. É bom ver que eles estão bem.

Logo depois, o professor entrou na sala fazendo Ben guardar o celular. Esperei que ele passasse algo no quadro, porém, apenas distribuiu folhas dando uma em cada mesa.

— O que vamos fazer com isso? – Trevor indagou do outro lado da sala. Meus dedos  correram pela mesa e eu comecei a batê-los. O professor se sentou em sua cadeira e começou a explicar.

Depois daquilo, eu e Trevor não nos falamos mais. Depois vou perguntar se sua irmã está bem.

— Trabalho valendo ponto, em dupla. Está tudo escrito aí. — Enviei um olhar para Ben e ele assentiu. Comecei a ler o papel e coloquei o nome da dupla.

— Vamos fazer um cartaz? – Indaguei ainda confusa com a explicação simplória. O louro tirou os papéis das minhas mãos e assentiu.

— Sim. Acho mais fácil e prático. — Admitiu ainda lendo. Concordei com a cabeça e mordi os lábios.

Eu odeio fazer trabalho.

— Pode ser na minha casa depois da aula? – Ben perguntou calmamente. Minhas bochechas queimaram violentamente quando lembrei do sonho que tive. Assenti com a cabeça baixa.

Eu sei que é estranho, porém eu quero ver o quarto do Din. Quero ver se seus gostos mudaram e como e a organização e decoração agora.

Eu queria deitar em sua cama e passar horas conversando com ele novamente.

Quando estive lá, estava tudo muito escuro e não ví as coisas com clareza. Então, talvez, eu  invada um quarto hoje.

Contudo, Din também invadiu o meu. Não vejo problema em fazer a mesma coisa.

As aulas passaram voando e a ansiedade controlava minha mente. Quando as aulas acabaram, seguimos para o refeitório.

— Oi, Lory. – Emily me cumprimentou assim que sentei. Tomei um gole de seu suco, fazendo a mesma semi-cerrar os olhos para mim.

— Que delícia. É do quê? – Indaguei saboreando o sabor doce. Quando ia dar mais um gole, a menina tirou o copo de minhas mãos.

— Que coisa, Lory. – Comentou rindo e eu a segui. — É de maçã e hortelã. Eu amo, e Ben também. – Ela admirou o namorado e apertou o braço do mesmo, que estava ao redor de seu pescoço.

— Bom saber. Vou fazer quando quiser tomar algo doce. – Admiti sinceramente e a menina concordou.

Comecei a comer minha rosquinha com todo cuidado que eu tinha, para saborear o sabor, quando Ly me chamou.

— Eu coloquei um nome na gatinha. – Contou com um sorriso largo enquanto se ajeitava no banco. — Ela se chama Petal e é um amor. – Continou, de maneira animada e eu acabei rindo com isso. — Ah! – Ela segurou minha mão. — Você acredita que eu achei que era um menininho? Eu fiquei surpresa quando Ben disse que se tratava de uma fêmea. – Fitei Benjamin confusa.

— Você entende sobre isso? – Indaguei observando o mesmo mexer com os fios pretos de Emily. — Louro. – O chamei, e só então ele me encarou.

— Quê? –Perguntou confuso e eu revirei os olhos.

— Perguntei se você entende sobre animais. — Revelei voltando a comer minhas rosquinhas. Benjamin juntou as sobrancelhas e me observou perdido. — Então? – Lambi os dedos e esperei uma resposta.

— Ah – Murmurou depois de Emily ter explicado. — Não. Quem me falou foi o Dilan. — Um sorriso involuntário apareceu em meus lábios e eu me peguei relembrando sua expressão fofa quando estava com os gatinhos. — Ele anda estudando bastante. Quer ser veterinário. — Contou dando uma mordida na minha rosquinhas, mas eu não liguei pois estava em choque.

— Ele já se decidiu sobre isso? – Apoiei as mãos na mesa e o casal me olhou surpreso. — Ele não me falou nada... – Minha voz tremeu e eu voltei a me sentar à mesa.

Eu gostaria de ter esse tipo de conversa com Din...

Conversar sobre o futuro...

Talvez ele não fale comigo porque não confie em mim ou não ache que sou a pessoa certa para isso.

Gostaria que nossa amizade voltasse a ser como antes... contar tudo um para o outro, ser o porto seguro um do outro e confiar um no outro.

— Ele resolveu seguir essa carreira depois que conheceu o Doutor Sandler, mas o Din sempre amou os animais. – Sorri após uma memória nostálgica surgir em minha cabeça.

— Eu sei. Ele fugiu uma vez porque o pai dele não deixava ele levar animais para casa. — Comentei rindo e Ben me seguiu.

— Ele fez isso? – Emily indagou tirando uma mecha de cabelo do rosto, e eu assenti.

— Sim. – Afirmei rindo. – E depois, eu que tive que procurar ele. – Mordi os lábios tentando controlar um sorriso. As memórias daquele dia permaneciam frescas em minha mente, principalmente as estrelas brilhantes que vimos juntos e seu sorriso.

— Dilan era uma criança complicada. – Ben acrescentou   fazendo Emily ri, porém eu fiquei calada e neguei com a cabeça.

— Não, ele era uma criança amorosa e com um enorme senso de justiça. — Contei com o coração leve. — Uma criança maravilhosa. – Murmurei apenas para mim, mas quando percebi que eles tinham escutado não pude controlar minhas bochechas, que coraram violentamente.

Para o meu alívio, o sinal bateu e nós nos despedimos de Emily, que iria ficar para resolver coisas do grêmio.

Coloquei a mochila pesada em minhas costas e segui até o estacionamento com o menino, que estava tão focado no celular, que nem percebeu que sua mochila estava aberta.

Fechei a mesma e o reeepreendi. — Preste mais atenção, Benjamim. – O louro assentiu com a cabeça e voltou a digitar rindo. — Avô da Emily? – Indaguei assim que entramos no estacionamento. O menino negou com a cabeça e tirou a chave do bolso.

— Tessa. – Fiquei um pouco supresa, mas não falei nada. Ben ligou o carro e entrou dentro. Fiz o mesmo e apreciei o banco macio.

Fiquei observando o menino que ainda mexia no celular. Fiquei aliviada quando ele guardou o aparelho e começou a dirigir.

— Vamos comprar as cartolinas agora? — Perguntei jogando a mochila no colo e colocando o cinto. Benjamin negou e fez uma curva habilidosa.

— Temos lá em casa. Papai costuma comprar para escrever lembretes. – Sorri ao imaginar Dilan olhando o que deve fazer. Ben me fitou confuso fazendo eu encarar meus pés envergonhada.

Tenho que me controlar.

O sol estava quente e agradeci mentalmente minha mãe, por me obrigar a vim de short.

—O Nigrum é muito fofo. Hoje quando acordei, ele estava em minha cama. – Ben contou sorrindo sem tirar os olhos da pista. Admirei seus cabelos louros e depois sorri junto a ele.

— Ele deve gostar de você. – Cruzei as pernas e meus olhos correram para a menina que atravessava a rua.

Eu não a reconheci de primeira quando ví a mesma usando um vestido longo e folgado. Porém seus cabelos oxigenados, mesmo agora curtos, não negavam quem ela era.

Melanie.

Ben também pareceu surpreso ao ver a garota, mas era impossível não ficar. Ela não parecia a mesma pessoa.

— O que será que aconteceu? – Perguntou assim que o sinal abriu e a menina sumiu de nossa vista. Fiquei alguns segundos encarando o nada, ainda surpresa.

— Não sei. – Mordi os lábios sentindo a curiosidade subir por minhas veias.

Ela some por semanas e volta totalmente diferente. Me pergunto o que fez ela mudar em um tempo tão curto.

O silêncio reinou sobre nós e Benjamin voltou a dirigir em silêncio. Ele parecia tão pensativo quanto eu.

Apreciei o banco macio e o vento sereno. Hoje estava um dia agradável, bem diferente do dia em que Din foi embora. Naquele dia choveu tanto, mas nem se comparou com as lágrimas que derramei. Só de lembrar meu peito volta a doer.

Um dos dias mais chuvosos de Umbrella City, o dia em que Dilan Peterson foi embora.

Relaxei no assento tentando controlar meu coração que batia rápido com o pensamento de ele me deixar sozinha novamente. Eu espero que isso nunca mais volte a acontecer.

Sai dos meus pensamentos quando o carro foi desligado e meus olhos foram parar na enorme casa à minha frente.

Esperei que Ben abrisse as portas, porém ele apenas tirou o celular do bolso e começou a rir.

— Sua amiga é doida. – Contou entre risos. Juntei as sombrancelhas, confusa com sua risada nada discreta.

— Quê? – Indaguei o observando. Só quando ele me mostrou o celular que possuía uma foto de Tessa comendo coca-cola com sorvete, entendi tudo e não pude evitar de não rir. — Ela é. Quem come isso? – Ambos começamos a rir. Benjamin respondeu a mesma e só então saímos do carro.

Respirei aliviada quando meus pés tocaram o chão firme. Gosto de andar de carro, mas prefiro à pé.

Meu coração deu um pulo quando entrei na casa bem decorada. O cheiro familiar preecheu meus pulmões e eu sorri com isso.

Tem o cheiro do Din.

— Já avisou para sua mãe? – Perguntou, fazendo eu arregalar os olhos. Tirei meu celular do bolso com rapidez. Meu corpo congelou quando encontrei três mensagens da minha mãe.

"Seu pai está em casa e quer te ver."

"Onde você está? Por que ainda não chegou?"

"Quando você chegar iremos conversar."

Puxei o ar com força, sentindo meus músculos tensos por causa da última mensagem. Rapidamente, liguei para ela e esperei que eles não estivessem decepcionados comigo.

Quando a voz familiar encheu meus ouvidos, acabei sorrindo.

— Oi, filha. Onde está? – Papai indagou com a voz suave de sempre. Mordi os lábios, feliz por escutar sua voz. Lembro-me de quando ligava para ele, denunciando mamãe, que não deixava eu comer doce.

São memórias preciosas para mim.

— Estou na casa de um colega. Precisamos fazer um trabalho em cima da hora. Estou aí daqui a pouco. — Revelei encarando Benjamin, que estava apoiado sobre o balcão enquanto mexia no celular.

— Hum... Ok. Volte logo e tome cuidado. – Afirmou calmante. — Te amo, filha. – Meu peito palpitou ao escutar tais palavras.

— Também, pai. – E então desliguei o celular me sentindo mais leve. É bom saber que mesmo com outra família, ele ainda me ama. — Vamos? – Indaguei subindo as escadas. Benjamim assentiu e guardou o aparelho, logo me seguindo.

Subimos as escadas de veludo. Era ótimo sentir o tecido abaixo dos pés.

O imenso corredor continuava lindo. Quando passei por ele memórias do toque quente de Dilan em meu pulso encheram minha cabeça, fazendo o sangue subir para meu rosto.

— Aqui é a sala de estudos. Pode ficar aí, só vou pegar os materiais. — Contou me deixando em frente a uma porta. Assenti com a cabeça e entrei no cômodo. Era aconchegante e quente, um lugar que eu não me importaria em ficar horas estudando.

Me sentei em uma cadeira perto da janela. O assento era macio e possuía a cor branca, era confortável. Observei, pela janela, as pessoas passando na rua. Estava tudo muito silêncio e me peguei pensando em tudo que tinha acontecido desde que ele voltou.

Muitas coisas mudaram, principalmente meu coração. E tão bom saber que Dilan está aqui novamente. Fechei os olhos, aproveitando as batidas lentas do meu coração.

"Nós nunca seremos mundo separados. Mesmo longe, você continuará sendo minha estrela."

Lembro-me claramente de quando Din me disse isso com o rosto molhado. Seus braços cobriam meu corpo e ele chorava em meu ombro. Ele estava tão trêmulo e fraco, parecia que estava levando uma parte de minhas cores consigo. A tarde que passamos juntos naquele quarto, as lágrimas que derramamos juntos, tudo isso, eu nunca serei capaz de esquecer.

Puxei o ar trêmulo. Cada parte de meu corpo implorava para vê-lo, era como o vazio de alguns meses tivesse voltado.

Abracei minha mochila e afundei meu rosto nela. Eu amo tanto aquele garoto que chega a doer.

"Eu vou para longe, mas saiba que você sempre terá a mim."

Suas palavras ecoavam por minha cabeça. Era reconfortante e dolorido ao mesmo tempo.

Dilan Peterson sempre será uma parte da minha identidade. Afinal, foi ele que me ensinou o que é o amor.

Quando levantei minha cabeça vim perceber que estava chorando. Encarei o tecido encharcado da minha mochila e acabei rindo com isso.

É a segunda vez que isso acontece hoje.

Sequei minhas lágrimas e me acalmei, torcendo para meus olhos não estarem vermelhos. Me ajeitei no acento e joguei minha mochila para um canto isolado. Fiquei encarando a porta, esperando ela ser aberta.

Logo depois, ela se abriu, revelando um menino de olhos azuis e cabelos louros com um monte de papéis nas mãos.

— Eu aproveitei e já imprimi as imagens. – Contou se jogando ao meu lado. — Qual você prefere, essa ou essa? – Indagou me mostrando duas imagens. Uma colorida e outra preto e branco.

— Colorida, claro. – O enviei um sorriso simples e comecei a amarrar meu cabelo. O dia estava muito quente. Como se estivesse lido minha mente, o louro abriu as enormes janelas e eu agradeci por isso.

Em silêncio, começamos a cortar as coisas, até que ele resolveu se pronunciar.

— Como você e o Din se conheceram de verdade? — O encarei suspresa e ele apenas continuou recortando. — Eu sei que vocês não eram vizinhos. Suzana disse que eles moravam longe da praça 13, que é perto da sua casa. — Pisquei, mais supresa ainda por ele ter "pesquisado" sobre.

Respirei fundo, não entendo porque Din mentiu para todos. Ele tinha vergonha de mim?

— Nós éramos melhores amigos, e sim, morávamos longe. – Admiti sentindo o suor descer por meu pescoço. Me ajeitei na cadeira e apoiei os cotovelos na mesa. Ben continou me fitando em busca de uma resposta. — Nós nos conhecemos numa briga. – Mordi os lábios, tentando cortar um lugar sensível do papel, qualquer erro já seria fatal.

— Ele te ajudou? — Indagou de forma suave, tirando uma risada de mim. Encarei seus olhos azuis me divertindo com aquilo.

— Na verdade foi ao contrário. – Admiti ainda rindo. — Dilan, naquele época, tinha medo até de uma borboleta. – Ri ainda mais quando lembrei de seus olhos aflitos quando uma pequena borboleta pousou em seu braço.

Foi uma cena bonita e hilária, porque depois, ele começou a correr gritando.

— O Dilan? – Ben perguntou incrédulo. — Se você falasse isso para qualquer um da nossa antiga cidade, todos ririam de você. – Revelou seriamente. Juntei as sombrancelhas, confusa com sua declaração.

— Por quê? – Indaguei deixando a imagem, agora recortada, de lado. Passei a mão no pescoço tirando o suor e continuei esperando uma resposta.

Benjamin terminou sua parte e colocou as imagens no mesmo canto que o meu. — Porque Dilan Peterson era o maior badboy de lá. Quando nos conhecemos ele até era quieto, porém, com o passar do tempo, virou um garoto rebelde. Sempre envolvido em brigas e trazendo várias garotas para casa, uma mais vulgar que a outra, se me der o direito de falar. – Soltei minha tesoura em choque. Meus ouvidos não conseguiam acreditar no que estavam escutando. — Ele não respeitava ninguém e já até chegou a quebrar uma foto de seu pai, quando Suzana disse que o senhor Peterson não se orgulharia do que o filho estava se transformando.

Puxei o máximo de ar que pude, sentindo minha cabeça tonta e meu peito inchado. Din nunca faria isso, pelo menos não o meu Dilan.

— Eu sinceramente não gostava do meu irmão nem um pouco naquele época. Ele sempre preocupava Suzana e xingava meu pai. Eu o odiava por ser tão imaturo. – Mordi os lábios, ainda não acreditando no que estava ouvindo. — Porém, uma coisa sempre me instigava. — Comentou arrumando os cabelos. – Nós dormíamos no mesmo quarto e ele sempre chegava tarde da noite e todas as noites, antes de dormir, ele ia até o telhado e ficava observando as estrelas. Tinha dias que podia escutar ele chorando, e foi aí que comecei a entendê-lo. Não deve ter sido fácil perder o pai e ainda abandonar tudo e todos que conhecia. Eu passei pelas mesmas coisas, mas acho que foi mais fácil para mim, já que minha mãe nunca foi presente em minha vida. – Meu coração perdeu uma batida para logo voltar a bater de forma descontrolada.

Ele não se esqueceu de minhas palavras.

"Sempre que estiver com saudades ou triste, me procure nas estrelas. Talvez a luz delas te ajudem, e você possa encontrar meu rosto lá. Farei o mesmo."

Espremi os lábios, tentando evitar chorar, eu não podia fazer isso na frente do Ben.

— O que foi? – Perguntou tirando minha mão de meu rosto. Puxei a mesma com força e continuei me escondendo. — Eu falei algo que não devia? – Indagou parecendo preocupado. Neguei com a cabeça, e forcei minha voz a sair.

— Nada. – A mesma saiu trêmula e baixa. — Muito obrigado. – Sussurrei com o coração latejando.

Talvez, agora, eu possa duvidar dos sentimos de Din por mim. Mesmo que ele tenha ficado com muitas meninas, ele ainda lembrava de mim e chorava por mim.

Talvez Dilan Peterson...

Sinta algo por mim.

"Afinal, foi ele que me ensinou o que é o amor."

Esse foi o capítulo 25!❤

O que vocês acharam do passado do Din?

Muito obrigado por tudo e amo vocês😊✨❤

4k💙

             Próximo capítulo sem data marcada.

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