Aguentar o ataque das minhas irmãs foi fácil, até chegarmos em frente ao nosso prédio. Antes de entrarmos na garagem, Biáh berrou do banco de trás e eu quase fiquei surda.

"É ELE, OLHA LÁ" - Ela aponta na direção de um garoto andando pela calçada.

Ele está de costas, não dá para ver seu rosto. Usa calça jeans de lavagem clara e uma jaqueta verde. Pela distância dá para ver que seu cabelo é castanho. Mas é só isso que consigo enxergar.

"Quem é ele?" - Pergunto, confusa com o seu histerismo.

"O garoto que esbarrou em mim no sábado, pensei que estivesse ficando maluca, mas ele existe mesmo" - Ela diz animada.

"Hum, ele é alto" - Resmungo.

"Qualquer um é alto perto de você, mana" - Tessa zomba de mim e acabei mostrando o dedo do meio para ela.

   Biáh ri, as ignoro e Tessa finalmente entra na garagem. Harley desce do carro todo animado, senti tanta saudade do meu bebê, que fico emocionada ao ver sua empolgação.

   O elevador continua em manutenção, quando chegamos na escada, solto a coleira de Harley e ele sobe correndo para nossa casa. Seus latidos ecoam enquanto ele vai subindo e só consigo rir feito uma louca.

"Sabe que vamos receber várias reclamações por causa do barulho, né?" - Tessa avisa atrás de mim.

"E quem liga?" - Mais uma vez ignoro minhas irmãs e corro para encontrar meu cachorro no andar do nosso apartamento.