Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 8

O vestido azul claro desliza suavemente sobre minha pele enquanto eu ajeito os cabelos em frente ao espelho. O tecido leve acompanha os movimentos do meu corpo, e a simplicidade da peça contrasta com a vivacidade do meu cabelo. Não há nada extravagante, mas há algo ali que me faz sentir confortável, talvez até bonita. A maquiagem é delicada, só um toque para destacar os traços que geralmente tento esconder. Quando termino, encaro meu reflexo e vejo algo que raramente percebo: uma versão de mim que parece mais... autêntica.

Enquanto ajusto os últimos detalhes, um som baixo na porta me tira do transe. Meu coração acelera. Quem será? Uma parte de mim quer acreditar que é Nicholas. Que ele veio, que esta noite será diferente. Respiro fundo antes de abrir a porta.

É Alex.

Ele está parado ali, com a mesma expressão neutra que carrega como uma segunda pele. Nenhum sorriso, nenhum brilho nos olhos. Apenas ele, sério, com o que parece ser uma leve dose de impaciência.

- Está pronta? - pergunta, direto, sem emoção.

Por um instante, minha mente hesita. Uma pontada de decepção me atravessa, mas disfarço rapidamente.

- Sim - respondo, tentando soar firme. - Pensei na feira. À noite, as luzes... Achei que seria interessante.

Ele não reage. Não há nem mesmo um aceno de aprovação ou reprovação. Apenas murmura:

- Feira. Certo.

A monotonia da resposta ecoa como uma pedra atirada em um poço vazio. Mesmo assim, sigo adiante, tentando manter minha expectativa intacta. Talvez, penso, as coisas melhorem ao longo da noite.

---

O carro balança levemente enquanto seguimos pela estrada de terra, e o som das pedras sob os pneus é o único ruído no espaço sufocante entre nós. Alex dirige com o olhar fixo na frente, tão imóvel que quase parece uma estátua. Tento observar a paisagem para afastar a estranha tensão que cresce a cada quilômetro, mas a quietude dele é esmagadora.

- A feira deve estar bonita à noite - arrisco dizer, buscando alguma faísca de conversa.

Ele não vira o rosto, mas responde, seco:

- Talvez.

A palavra parece se perder no ar. Minha tentativa de estabelecer uma ponte entre nós desmorona antes mesmo de se firmar.

Respiro fundo e tento de novo.

- Gosto da energia desses lugares, sabe? É bom estar no meio de tanta gente, sentir o movimento, o barulho. Parece... vivo.

Ele suspira. Não como quem reflete, mas como quem quer encerrar a conversa.

- Prefiro o silêncio.

A frase me atinge como um vento gelado, inesperada e inapelável. Ele não está tentando ser cruel, eu sei, mas há uma frieza nele que não consigo atravessar.

---

As luzes da feira começam a aparecer à distância, tremeluzindo como estrelas caídas. O som da música, das risadas, das vozes dos vendedores se mistura no ar, e por um instante, me sinto mais leve. Saímos do carro, e o contraste entre o caos vibrante da feira e a presença gélida de Alex é quase desconcertante.

- Vamos - ele diz, sem olhar para mim, já caminhando em direção às barracas.

Eu o sigo, tentando ignorar o nó de frustração que cresce no meu peito. A feira é um espetáculo de cores e cheiros. Barracas de comida servem pães quentes, doces cobertos de açúcar e espetinhos fumegantes. Crianças correm, carregando balões, e risos ecoam por todos os lados.

Mas Alex caminha como se tudo ao redor fosse invisível.

- Já veio à feira antes? - pergunto, em um esforço quase desesperado para puxar conversa.

- Sim. Não gosto. - A resposta é cortante, definitiva.

Mordo o lábio para não deixar transparecer o quanto isso me incomoda. Tento me concentrar na feira, nas pequenas alegrias ao redor. Aproximo-me de uma barraca de pães, o cheiro irresistível do queijo derretido me atraindo como um ímã.

- Quer um? - pergunto, segurando dois pedaços dourados e quentes.

Alex balança a cabeça, recusando. Pego um pedaço para mim e mordo, o calor do queijo quase compensando o frio que sinto ao lado dele.

O silêncio entre nós é um peso constante, uma barreira que ele não parece disposto a derrubar. Caminhamos entre as pessoas, mas a sensação de solidão ao lado dele é quase opressiva.

----

A feira está cheia de vida. O cheiro de especiarias e frutas frescas me envolve enquanto ando entre as barracas coloridas, tentando ignorar a presença fria de Alex ao meu lado. Ele está alguns passos atrás, como se não quisesse ser associado a mim, ou talvez só preferisse evitar a multidão. Decido me afastar um pouco dele, apenas o suficiente para me permitir respirar e, quem sabe, aproveitar o momento.

Me aproximo de uma barraca cheia de doces artesanais. As cores chamativas dos confeitos me atraem, e o cheiro doce de açúcar caramelizado é irresistível. Uma senhora de cabelos grisalhos está atrás do balcão, organizando cuidadosamente pequenos pacotes de balas e pirulitos.

- Você gosta de doces, minha jovem? - ela pergunta com um sorriso caloroso, percebendo meu interesse.

- Gosto, sim! - respondo, animada. - Esses parecem deliciosos. Você mesma faz tudo isso?

Ela assente com orgulho, ajeitando o avental.

- Tudo feito por estas mãos. Receita de família. O doce de leite com noz é o favorito por aqui.

- Parece maravilhoso. - Pego um pequeno pacote com cuidado, admirando o capricho da embalagem. - Deve dar um trabalho enorme.

- Ah, dá sim, mas vale a pena quando vejo a felicidade no rosto de quem prova. - Ela inclina a cabeça, os olhos brilhando. - E você? Está visitando a vila ou é daqui?

Eu hesito por um momento, tentando decidir como explicar minha presença ali. Não posso exatamente dizer que sou uma das candidatas a futura princesa do reino, então opto por algo mais simples.

- Estou visitando. Queria conhecer o lugar, e a feira é incrível. Tanta vida, tantas cores... É impossível não se encantar.

Ela sorri, parecendo satisfeita com minha resposta.

- É um lugar especial, com certeza. Essa vila tem alma, sabe? As pessoas fazem tudo com amor. Até os problemas parecem menores quando se tem essa energia ao redor.

Concordo, sentindo-me inesperadamente conectada com suas palavras.

- Acho que nunca vi um lugar assim antes. Dá para sentir que tudo aqui tem uma história, um propósito.

Ela ri suavemente.

- Você tem um jeito doce de falar. Me lembra minha neta. Sempre tão curiosa, sempre tão cheia de vida.

- Deve ser uma pessoa incrível então. - Respondo brincando, e ela ri mais alto.

A senhora me observa enquanto escolho um pacote de doces e, de repente, seus olhos se movem para algo atrás de mim. Eu quase me esqueço de Alex, que ainda está parado a alguns passos de distância, como uma sombra constante. Ele está de braços cruzados, o rosto tão impassível quanto sempre.

- Esse rapaz é seu namorado? - ela pergunta, baixando a voz, mas com um sorriso malicioso.

Eu engasgo, surpresa pela pergunta.

- O quê? Não! Não, de jeito nenhum.

- Ah, mas ele não tira os olhos de você, querida. - Ela inclina a cabeça, me estudando. - Tem aquele jeito reservado, sabe? Os homens assim são difíceis, mas costumam ser bons companheiros.

- Ele não é... - Tento corrigir novamente, mas ela me interrompe com um olhar de surpresa repentina.

- Espere aí. - Ela estreita os olhos, examinando Alex com mais atenção. - Ele é o príncipe, não é? O príncipe Alex?

Eu fico sem saber o que dizer, mas a expressão de Alex endurece ainda mais. Ele não nega, mas também não confirma. Apenas dá um pequeno aceno, como se o reconhecimento fosse inevitável.

A senhora leva a mão ao peito, claramente emocionada.

- Céus! Nunca pensei que teria a honra de ver o príncipe Alex em pessoa. - Seus olhos voltam para mim, brilhando de admiração. - E você está com ele? Que sorte a sua, querida.

- Eu... - Tento explicar, mas as palavras não saem.

Alex, finalmente, quebra seu silêncio.

- Estamos apenas aqui para conhecer a vila. Nada mais.

Sua voz é firme, mas sem arrogância. A senhora assente, aparentemente satisfeita com a explicação, mas ainda me olha como se eu fosse a pessoa mais sortuda do mundo.

- Bem, você deve ser especial para acompanhá-lo. - Ela me dá um sorriso cúmplice. - Ele tem sorte também, mesmo que não queira admitir.

Pelo jeito, as pessoas da vila não sabem nada sobre a seleção no castelo. Eu poderia tentar explicar, mas algo me diz que isso só tornaria tudo ainda mais estranho.

Alex não reage, mas sinto seus olhos me observando de lado. Não sei o que ele está pensando, mas algo na situação me faz corar.

Pegando um pequeno pacote de balas, ela o entrega a mim, com um sorriso gentil.

- Aqui, leve isso. É por minha conta. Um presente para alguém que aprecia as coisas simples.

- Não posso aceitar. - Tento recusar, mas ela faz um gesto firme com a mão.

- Pode sim. Considere um presente por você ter parado para conversar comigo. Hoje em dia, as pessoas estão sempre com pressa, sempre olhando para o próximo passo. É bom encontrar alguém que ainda sabe valorizar o momento.

Fico sem palavras por um instante, emocionada com sua gentileza.

- Muito obrigada. - Sorrio, segurando o pacote com cuidado. - Vou lembrar dessa conversa toda vez que provar esses doces.

- E que seja com um sorriso. - Ela pisca para mim.

Antes de sair de perto da barraca, ela fala:

- Aproveite, querida. A vida ao lado de alguém assim pode ser difícil, mas também pode ser extraordinária.

Eu apenas sorrio e agradeço, sem ter certeza de como responder. Enquanto me afasto, sinto o olhar de Alex em mim, pesado e indecifrável. Ele não diz nada, e eu também não.

Enquanto caminhamos pela feira, não consigo parar de olhar para o pequeno pacote de balas que ganhei. São tão bem-feitas que dá até pena de abrir, mas a curiosidade vence. Desfaço o laço com cuidado e pego uma das balas, embaladas em um papel colorido e brilhante.

Dou uma olhada para Alex, que caminha ao meu lado, aparentemente alheio a tudo.

- Quer uma? - ofereço, estendendo o pacote em sua direção.

Ele lança um olhar rápido para mim, como se estivesse tentando decidir se vale a pena sequer responder.

- Estou bem, obrigado.

Reviro os olhos, mas mantenho o sorriso.

- Vamos lá, não dói experimentar. A senhora disse que são as melhores da vila.

Ele hesita por um instante, os olhos fixos no pacote. Finalmente, com um suspiro quase imperceptível, pega uma bala.

- Só uma.

- Isso já é uma vitória. - Digo, observando-o desembrulhar o doce com cuidado.

Quando ele coloca a bala na boca, fico imediatamente alerta, tentando captar qualquer reação. Ele mastiga lentamente, e por um breve momento, vejo algo diferente em seu rosto. É sutil, mas está lá: a leveza de quem gostou. Mas, como esperado, ele logo disfarça, voltando à sua expressão neutra.

- E aí? - pergunto, inclinando a cabeça e tentando não sorrir demais.

- É... boa. - Ele responde, com o tom mais indiferente possível.

- Boa? Só isso? - Eu rio, pegando uma para mim. - Se você não vai admitir que adorou, eu mesma vou provar.

Coloco a bala na boca e sou imediatamente tomada pelo sabor rico e doce. É uma explosão de caramelo com um toque de noz, perfeitamente equilibrada.

- Uau... Isso é incrível! - exclamo, completamente encantada.

Alex me observa de canto de olho, e tenho a impressão de que está tentando não sorrir.

- Eu te avisei - continuo, animada. - Essas balas são mágicas. Aposto que até você concorda, mesmo que não queira admitir.

Ele não responde, mas a forma como desvia o olhar me diz tudo. Por um momento, o silêncio entre nós não parece tão desconfortável. É quase... leve. E eu seguro esse pequeno momento como uma vitória.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro