4: O encontro
Com os olhos arregalados, a boca aberta e as bochechas vermelhas de vergonha, Bruna encarou os seus "espetadores". Félix e Elizabeth, que claramente estavam se segurando muito, para não rir, e Francisco, que mais parecia estar a sentir a vergonha alheia, tanto que simplesmente desviou o olhar de Bruna.
— Vocês podem rir, não precisam explodir as suas cabeças só para me poupar.
Antes mesmo que ela terminasse a frase, Félix e Elizabeth caíram numa gargalhada alta, o que só a fez sentir ainda mais humilhada, mas a sensação piorou umas 100 vezes quando Francisco se juntou a eles e começou a rir também.
Com os ombros inclinados para baixo, pura expressão de derrota, ela subiu as escadas já se preparando para ter de suportar ouvir sobre aquilo pela próxima semana inteira.
Já no quarto, Bruna desconectou o seu celular do aparelho de som e escolheu uma música mais calma para arrumar, impedindo assim que o seu lado artístico ganhasse vida mais uma vez e a envergonhasse de novo.
Com todos os presentes abertos, ela começou finalmente a guardar tudo, escolhendo os lugares que achava melhor para cada novo item no seu quarto.
Alguns minutos depois, Elizabeth entrou no quarto e a abraçou por trás, a fazendo tomar um susto, já que se encontrava completamente perdida em outro planeta.
— Então amiga, tudo bem? — Elizabeth perguntou com um sorriso divertido, mostrando claramente que ainda queria rir.
— Elizabeth... — Bruna falou num tom de aviso, mostrando que não estava com humor para comentários engraçados vindos da amiga.
— Eu nem falei nada — Ela levantou as mãos em sinal de redenção e continuou — vim avisar que o Francisco está na cozinha, ele quer falar com você.
Automaticamente um rubor tomou conta das suas bochechas, mas todo o seu ânimo pereceu quando se lembrou dele rindo mais cedo na sala.
Vendo o desanimo da amiga, Elizabeth a segurou pelos ombros e disse:
— Não faz essa cara, fica um pouco mais animada, ele achou fofa a sua dança — mal havia terminado a frase e já gargalhava outra vez.
Bruna apenas revirou os olhos para o comportamento da amiga e continuou a guardar as coisas.
— Vai lá namorar um pouco, eu continuo a arrumar essa desordem — falou praticamente empurrando Bruna para fora do quarto.
No andar de baixo, ela encontrou Francisco na cozinha, olhando para algumas fotos de família que estavam na porta do frigorífico.
— Oi, Bruna — ele cumprimentou-a assim que notou a sua presença.
— Ei, Francis, tudo bem? — respondeu meio-desconfortável.
— Sim, você já abriu o presente? — ele perguntou como quem não quer nada.
— Sim, eu gostei muito, obrigada — Bruna agradeceu com um sorriso.
— Que bom, quer sair comigo? — ele perguntou olhando para ela, parecia um pouco nervoso.
Pega de surpresa pela proposta, Bruna sentiu o seu coração disparar e sorriu nervosamente, sem saber o que responder.
— Eh... você podia ter perguntado isso por mensagem, não?
— Mas eu já estou aqui, então por que mandar mensagem? — Francisco perguntou com uma sobrancelha erguida.
Antes que Bruna abrisse a broca, ele acrescentou:
— Ou seria mais fácil para você dizer "não" se fosse por mensagem?
— Claro que não — Bruna se apressou em esclarecer as coisas — você entendeu errado. Para onde vai levar-me?
— É surpresa, você só vai saber se aceitar. Mas prometo que não vai se arrepender.
— Não acredito que você esta usando a minha curiosidade contra mim — Bruna falou com uma falsa indignação.
— Então isso é um "sim"? — Francisco perguntou com um sorriso animado.
— Sim, aceito sair com você.
— Perfeito, então na sexta, às dezasseis horas, eu venho buscar você.
Bruna sorriu concordando, e sentiu o seu coração travar assim que ele se aproximou, pensando que ele lhe daria um beijo ou coisa do tipo, mas ele apenas pegou o celular em cima da mesa e acenou para ela, se despedindo.
A semana decorreu voando, literalmente, foram as mesmas aulas de sempre, alguns professores chatos, outros mais amigáveis, colegas barulhentos, enfim, só a escola sendo a escola.
Na quarta-feira depois da escola, Bruna, Elizabeth e Daniela, uma amiga delas da escola, decidiram ir ao shopping.
Elas foram até ao centro comercial da cidade, que ficava um pouco longe do centro, quase uns trinta minutos de autocarro.
Chegando lá, elas passearam por algumas lojas, vendo as roupas e acessórios, conversando e rindo sobre qualquer assunto aleatório. No final da tarde, depois de algumas peças compradas e muitas lojas visitadas, elas se dirigiram até um café e comeram um lanche antes de voltarem para casa.
Finalmente a tão esperada sexta-feira chegou. Às quinze horas, Bruna terminou o seu lanche e foi logo se arrumar, de modo a evitar atrasos. Após tomar um banho rápido, hidratou o corpo e logo se vestiu. Ela pensou numa roupa casual, não queria parecer que ficou a semana toda pensando na roupa que iria usar, então optou por um "cropped" branco e uma camisa xadrez por cima, um short jeans e os seus ténis. Passou um modelador nos cabelos e deixou-os soltos.
Após verificar o look e ter certeza que estava tudo como planeado, ela pegou o celular e desceu. Ao chegar na sala, ela viu Félix perto da porta, e a mesma estava entreaberta.
Ela então se aproximou e viu Francisco do outro lado.
— Oi — cumprimentou-o com um aceno de mão — por que não me avisou que já estava aqui?
— Cheguei faz pouco tempo, nem deu para entrar direito.
— Está bem, podemos ir. Tchau Félix, até mais tarde — Bruna se despediu já saindo de casa.
— A mamãe sabe disso? — Félix perguntou estreitando os olhos em direção ao casal que se dirigia para fora da propriedade.
— Sim, falei com ela e o papai ontem a noite, e eles concordaram. Tchau.
Bruna fechou o portão antes que Félix pudesse dizer mais alguma coisa, deixando-o atónito e com uma leve desconfiança.
— Você esta linda Bruna — Francisco elogiou, fazendo surgir um sorrido involuntário nos lábios da jovem.
— Você também está — ela respondeu olhando-o.
Ele vestia uma t-shirt branca, bermudas jeans cinza e ténis brancos. Uma correntezinha e um relógio no pulso.
Ambos caminharam até ao carro dele, e assim que entraram, ele começou a dirigir.
— Já posso saber para onde me estás a levar? — perguntou Bruna enquanto ajustava o cinto de segurança.
— Não, é surpresa — ele respondeu sorrindo para ela.
Francisco ligou o som do carro e logo uma música calma preencheu o ambiente. Ambos foram a cantar algumas músicas conhecidas que tocavam e tendo conversas aleatórias. Cerca de trinta minutos depois, Francisco estacionou o carro, desceu e abriu gentilmente a porta para Bruna.
— Chegamos — anunciou com um sorriso olhando em volta.
— Mas aqui não tem nada, que lugar é esse? — perguntou Bruna, pois nunca estivera naquela parte da cidade antes.
— Você vai ver, eu só vou pegar a cesta e vamos subir a colina — antes mesmo que terminasse de falar, os olhos de Bruna se arregalaram, o que o fez soltar uma risadinha antes de continuar — Fique tranquila, você não vai cair nem se machucar, a subida não é tão íngreme.
— Esta bem, eu espero — respondeu ainda não tão segura.
Após trancar o carro, eles começaram a subida, facilitada pelas pedras que pavimentavam o caminho numa espécie de escadaria. Assim chegaram no topo, Francisco parou em baixo de uma árvore com copa volumosa e tirou uma grande toalha de dentro da cesta, Bruna o ajudou a organizar tudo e eles partilharam um momento leve e divertido com conversas animadas.
Do topo da colina era possível admirar a vista da cidade, que se estendia até outras montanhas e florestas mais ao longe, tornando o ambiente pitoresco. O vento sussurrava suaves melodias ao casal, e o movimento de pequenos animais dava um toque mais vivo ao cenário sereno.
A tarde foi perfeita, e conforme o sol se punha, Bruna foi ficando cada vez mais encantada com o espetáculo que se apresentava a eles.
Após terem guardado os itens usados na cesta, Bruna se sentou num tronco admirando um pouco mais a vista antes de ir embora.
— Bruna — Francisco chamou a sua atenção, e ela olhou-o — sei que isso pode parecer um pouco estranho ou apressado, mas peço que não se assuste. Tentei planear isso da melhor forma possível, mas parece que nada é suficiente para você — com essas palavras, ele colocou a mão no bolso e retirou a uma caixinha preta aveludada, abrindo-a e revelando duas alianças prateadas, lindas e delicadas. — Você aceita namorar comigo, Bruna Monteiro?
E esse encontro maravilhoso!!!
Ele é tão romântico! Se fosse a Bruna eu aceitaria, e vocês?
Bjs. e até ao próximo capítulo. <3
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