PARTE X (SEMIFINAL)
PARTE X
Tudo preparado para a estreia de " Meia noite e as estrelas". Comparecerem Vicente, Henriquieta, Norma, Nicole, Elias e Marcelo, entre outros. Elias não perde a chance de apresentar o amigo para Nicole.
ELIAS: Oi garotas! Esse daqui é meu amigo, Marcelo, ele é músico.
NICOLE: Músico, que legal!
MARCELO: Prazer em conhecer vocês. Poderíamos nos encontrar lá no " Cada Nota", meu local de trabalho.
NORMA: Ótimo! Nicole dava para você ir conhecer " Cada Nota"!
NICOLE: Eu não sei se dará para eu ir... Eu preciso ficar um pouco em casa...
NORMA: Vamos!
NICOLE: Vou pensar... O filme já vai começar.
Norma, Elias e Marcelo se sentam na arquibancada. Nicole vai para o camarote e fica ao lado de Henriquieta e Vicente que lhe olham estranhamente para a garota. O clima entre os sócios é insuportável.
Ocorre, repentinamente, um apagão no cinema. Vicente não perde tempo de acusar Nicole sobre o acontecido.
VICENTE: Apagão! Apagão! Por que isso agora? Vou perder minha clientela, que vai achar que aqui não é um lugar seguro... Ah! Tudo culpa dessa aleijadinha da Nicole... Dela não que é uma pobre coitada, sim da sociedade, que insiste no mais singular erro que uma sem futuro daquela pode ser incluída nela. E ilude sua cabeça.
HENRIQUIETA: Cada erro que a sociedade comete!
Nicole abre a bolsa e retira uma faca que estava dentro dela. Há dias andara com ela: quando sentisse a necessidade de matar a angústia a usaria. Não suportava mais aquelas lembranças que lhe vinham a cabeça, não suportava mais se achar um estofo para quem estava ao seu redor... Precisava matar tal angústia e só achara uma forma disso ser feito: colocou a faca contra o peito. Sangue saia do seu coração, tudo no seu corpo se desligava e caiu da cadeira-de-rodas de tanta dor. Uma lágrima de alívio escorrida de seus olhos era se último ato.
A energia voltou dez minutos após o apagão. A figura de uma mulher morta assustou as pessoas que estava no camarote, que saíram gritando: "Vi uma morta". Norma e seus amigos, preocupados vão saber quem é.
Ao entrar no camarote a surpresa foi chocante. Norma tira a faca do peito da irmã, abaixa a cabeça, mede o pulso. A realidade é dura: sua irmã não tem mais vida. Com uma voz de choro relata aos amigos:
NORMA: Ela está morta!
(Cecília entra no meio da conversa)
CECÍLIA: Meu Deus(pausa)! Quem deve ter adorado isso é o Seu Vicente. Ele só vivia implicando com ela! A xingava de aleijada, incapaz...
ELIAS: Confirmado! Ela sofria bullying no trabalho.
NORMA: Agora não tem mais nada a fazer!
MARCELO: Tem sim! Você pode entrar em nossa luta com a gente. Tiremos da tristeza e do desespero pessoas que sofrem bullying e depressão através da música.
NORMA: Eu aceito a sua proposta! Pela Nicole! Além disso eu prometo que vou publicar as histórias dela. Ela era tão criativa e acabou-se de uma forma tão trágica. Os dias passam e Norma se surpreende com cada escrito de sua irmã, que falava sobre o que sofria em vários trechos de sua obra. Henriquieta e Vicente se mudaram para outra cidade. A notícia de um suicídio no cinema fizera a clientela se reduzir bastante. Rafaela preferiu morar com a amiga e encontrou em vários lugares o mesmo tipo de preconceito de Henriquieta. Chegara o dia da consulta. Foi inevitável a cara de surpresa do psicólogo e de sua paciente, que já eram velhos conhecidos.
RAFAELA: Você (gaguejando)!
ELIAS: Rafaela!
CECÍLIA: Vocês se conhecem? De onde?
ELIAS: Nos conhecemos numa festa de minha faculdade, numa cidade distante daqui. A Rafaela veio acompanhada de uma prima, que também era universitária. Sem querer se esbarrou na minha roupa com um copo de suco e me molhou.
RAFAELA: Aí o Elias começou a brigar comigo. Fomos ao banheiro limpar a roupa e nossa briga virou um diálogo tão interessante que comecemos a namorar (gaguejando).
ELIAS: E troquemos cartas e mais carta, meses, anos...
RAFAELA: Até que um dia vieram assaltar lá em casa, atiraram em mim e no meu pai e... mataram minha mãe. Isso me traumatizou tanto que custou a saúde da minha voz. Quando passei pela faculdade de música na mesma universidade do Elias e tive a oportunidade de me reencontrar com ele já estava gaga, porém ele não sabia nada antes disso (gaguejando).
ELIAS: Quando eu andava com ela, meus amigos riam de mim. Ela e eu éramos motivos de deboche. Passaram a insultá-la frequentemente nos corredores. Na hora que eu ia apresentar meus trabalhos, debochavam de mim, falando que eu namorava uma gaga. Isso me fez com notas vermelhas e perdi muitas conquistas.
RAFAELA: Ele descontou toda sua raiva em mim, passou a me insultar também e eu desisti da faculdade, dos meus sonhos, dele e do mundo(gaguejando).
ELIAS: Te peço perdão...
RAFAELA: Perdão? Depois de tudo...
Rafaela sai correndo, paga o primeiro táxi que passa. Cecilia, desesperada, segue a moça em outro táxi que pegara. O congestionamento atrapalha e Cecília não consegue acompanhar Rafaela, que retorna à casa dela. Entra em seu caderno, abre um potinho com veneno e toma seu conteúdo. Sua amiga ao chegar no local encontra a garota desmaiada no chão. Cecília, aflita, chama uma ambulância. Era desesperador ver a amiga saindo naquela maca, entre a vida e a morte, voltando para o mesmo hospital do qual saíra.
Elias, informado, logo após do acontecido chora de remorso e promete que ajudará a antiga amada.
ELIAS: Bem, eu e amigo temos um projeto de recuperar pessoas em depressão através da música. Ideal para ela, né?
CECÍLIA: Eu estou dentro...
ELIAS: Além disso estamos pensando em expandir nosso projeto para escolas. Pretendemos buscar almas por lá.
Aos poucos Rafaela melhora seu quadro clínico e lá no hospital mesmo recebe a visita de Marcelo.
MARCELO: Oi! Como você está?
RAFAELA: Quem é você (gaguejando)?
MARCELO: Sou um simples músico chamado Marcelo. Fiquei sabendo de seu sonho de cantar pela noitada a fora e vim te ajudar a realizá-lo. Aceita?
RAFAELA: Aceito (gaguejando)!
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