Vítima
Fui chamado após uma denúncia de agressão doméstica. A encontrei desacordada na sala em uma poça de sangue, estava fria, frágil e desamparada.
— Não é o que parece. — O homem no canto da sala disse, ele pressionava a barriga com força. — Não acredite nela.
Apontei minha arma em sua direção e dei voz de prisão, o indivíduo não reagiu agressivamente, acho que estava machucado. Eu pedi reforço e chequei se a moça ainda estava viva. Estava, mas parecia estar em profundo sono.
Quando o reforço chegou junto a uma ambulância, o homem após receber os primeiros cuidados e não sendo grave o ferimento, foi levado a delegacia, a moça foi levada ao hospital. A perícia foi chamada. Na casa, encontraram dois cadáveres extremamente mutilados e restos mortais do que pareciam ser três pessoas. Os vizinhos foram interrogados e todos disseram quase a mesma coisa.
"O casal se mudou a pouco tempo, a quase cinco meses. O homem era muito taciturno, já a mulher, era bem gentil."
Os vizinhos também disseram que eles brigavam constantemente, mas ninguém sabia o motivo.
As provas apontavam que o assassino era o homem, a mulher, fora indiciada como cúmplice, mas após investigação ficou claro que ela não passava de uma vítima já que era obrigada a aceitar os atos do namorado obsessivo que a mantia sob constante ameaça. Eu já havia visto diversos casos assim, inclusive aqueles em que infelizmente a mulher não saia viva. O acusado continuava a negar os assassinatos, dizia-se inocente. Ao decorrer da investigação, identificaram três das cinco vítimas.
Todos homens, o que colaborou com a ideia de que o homem os matou por ciúmes.
A mulher, que se chamava Violeta, foi "inocentada", o acusado foi preso e aguardava julgamento.
Eu, como policial, acompanhei todo processo de perto e pouco a pouco me afeiçõei a ela. Violeta era uma mulher de extrema beleza, exalava docilidade, era persuasiva, me pergunto como uma mulher dessa acabou com aquele brutamontes.
Me senti atraído por ela e começamos a nos envolver, eu a tratava com bastante cuidado devido a tudo o que ela passou e fazia questão de demonstrar que era o total oposto de um homem grosseiro e raivoso. Violeta me encantava, tinha sede por luxúria.
Meu desejo e amor por ela só cresciam mais e mais. Até hoje me pergunto, como me apaixonei tanto ao ponto de aceitar fazer isso? Hoje direi a ela que esse será o sexto e último corpo que enterro em nosso quintal. Deus é testemunha, eu tentei dizer não, mas como posso fazer isso se ela me olha com aqueles olhos chorosos implorando para não delata-la e logo depois me encara com desejo como se fosse me devorar? Essa mulher é o Satã e eu com certeza me tornei seu fiel cão.
467 palavras.
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