Visão No. 53
Sentia-me sufocado e com raiva…
Um mundo como este:
Que é senão condenação?
Liberdade! Liberdade!
Cantei com lágrimas nos olhos...
Que me deixem ser e ir!
Que não estorvem meu sonhos!
Que não me imponham suas leis!
E eu era o tirano,
E eu era quem impunha minhas verdades,
Eu era quem condenava o mundo
Que me não pertencia!
Eu que queria ser perdoado e
Buscava a condescendência
da humanidade,
E ainda assim lançaria o mundo todo ao inferno!
Eu que queria a empatia
Apontava todos os erros.
Eu que queria a paz
Bati as portas atrás de mim,
Explodi artefatos de extermínio em massa
Nas praças do mundo.
Eu que queria misericórdia
Trespassei corações com minhas lâminas.
Eu que queria a justiça
Atirei a primeira pedra.
Eu que queria a verdade
Fui tribunal de exceção,
Fui o verdugo sádico, a forca maldita,
O fio tinto da guilhotina...
Eu que queria salvar o mundo
(Dei-lhes as costas no fim).
Liberdade! Liberdade! Liberdade!
Cantei com lágrimas nos olhos!
És tu que me convém,
És tu a escusa de meu sonho de solidão,
És tu que redime os decaídos
Sob a maravilhosa redenção de meu amor.
És tu meu amor,
Conforme meus sonhos lascivos,
És tu minha paz,
Até o limite do que violento!
És tu a permissão
Até o ponto que eu permito!
Como não me rejubilaria
De encontrar um mundo de tão grande conformidade?
Um mundo que saciando minha fome do pão,
Saciasse a fome de todos!
Um mundo que me servindo, servisse a todos…
Um mundo que de tão livre,
Melhor me conviesse.
Que limpando minhas mãos da culpa, que quis só dos outros, eu os impelisse a me pedir perdão...
E eu cantaria ainda:
Liberdade! Liberdade! Liberdade!
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