Visão No. 26
Um pacto de silêncio
É o nome do acordo que forjastes para calar-me…
Quereis o direito de vigiar,
Quereis pôr aos lábios a mordaça
Pela qual a Verdade não se possa dizer...
E trazeis essa poção negra
Que inoculais em meu coração para que se enegreça
E a canção esteja silente...
Toda a culpa da qual nos desenlaçamos
Através de uma história que transpôs milênios
Trouxestes à tona novamente…
Lançastes-nos a pedra original
De um justiçamento sem fim e sem moral,
Para que vossas culpas estivessem justificadas…
A voz do poeta
Era antes uma voz de deuses
Num oráculo profano…
Uma canção de consolo
Para os que se esforçaram
No caminho de Elíseos…
Mas é hoje uma voz revoltante
Aos ouvidos de uma humanidade
Que já não sabe cantar...
Uma invectiva,
Uma voz de vergonha
Para quem a desdenhou...
Essa é hoje a voz do poeta!
Impusestes aos pés que sabiam trilhar seu caminho
Grandes empecilhos e desvios.
Desencorajastes os ousados,
Tolheste a virtude de quem se banhava de glória,
Para que o mundo fosse essa perdição,
De choro e de indulgência…
E a quem canta, calastes…
A quem tange a harpa, acorrentastes…
A quem baila, agrilhoastes…
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