Visão No. 14
Dia a dia,
Empilhando pedras e mais pedras,
Umas sobre as outras,
E mais uma e mais outra…
É preciso que esta pilha de pedras seja muito alta…
Por uma razão que já não me lembro,
Mas se é preciso empilhá-las,
Continuemos! Avante!
Alguém está vendo como cresce
Esta torre que se ergue
E deve estar admirado de seu tamanho…
Vive-se bem quando se faz algo grandioso
E que de tão grande faz inveja aos outros…
Estiquei-me com esforço
Para assentar mais uma…
O movimento exige de mim
Uma flexibilidade que não tenho,
Mas eu existo para empilhar pedras!
Que farei se não empilhá-las?
O sol bateu na minha cara ardido
E meus olhos encheram-se de branco…
Desequilibrei-me um tanto
E uma pedra rolou,
Uma sobre a outra,
E de repente veio uma avalanche
Que erigiu sobre mim
Um túmulo
Das mesmas pedras que empilhei
Ao longo dos meus dias…
E disso não me lembrava certamente:
Como o Acaso cai de súbito
No meio de nossas vidas!
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