Visão No. 10
Blasfemo das coisas pelas quais se engrandece o homem
E só pelo cansaço de ver grandeza
Naquilo que apaga a grandeza das coisas que vejo…
Quantos dias tenebrosos
Não passei cabisbaixo,
Entretido nos negócios dos homens,
Sem dar-me conta
De que o azul infinito do céu
Se ergue cintilante
Sobre os pilares de éter do Sol eterno?
Que desperdício!
Nenhum dos negócios dos homens
Levou -me para além do fracasso…
Tudo pelo qual me via a par da grandeza
De minha raça bípede e pensante
Era glória alheia,
Feito de outrem…
Segui por estradas
Já pisadas e repisadas por meus ancestrais…
E na trama das pegadas esquecidas
Por sentidos emaranhados
E reemaranhados…
Segui para o despropósito
Da própria existência dos homens…
Pergunto-me:
De que valem as torres erguidas?
Os mil tetos sob os quais se vive as vidas mais ínfimas…
Aplainados sob o peso dos feitos grandiosos de todas as civilizações…
E não ser delas mais do que um mero tijolo emparedado nas conformidades do que se é...?
E se é tão pouco...
E se é tão sem grandeza,
E se é tão cabisbaixo
Que só se pode ver o céu pelo reflexo da água empoçada no chão…
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