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05. if you weren't mine, i'd be jealous of your love '

⋆·˚ ༘ * SE VOCÊ NÃO É MINHA,
ENTÃO TEREI INVEJA DO SEU AMOR
CAPÍTULO 05 ⋆·˚ ༘ *

A BRUXA

A garota de dezoito anos suspirava fundo enquanto mantinha os olhos fechados. Jo'Hanna abriu os braços para o horizonte, sentindo o frescor da brisa suave.

Após algum tempo em silêncio ali parada, no quintal dos fundos da cabana onde morava, Jo'Hanna ouviu murmúrios e então abriu seus olhos para o mundo. As pessoas do outro lado da rua, riam, apontavam, cochichavam inconveniências...

Quando Jo'Hanna os avistou, abriu a boca de uma forma tão exagerada que talvez coubesse um leão. Ela gritou, arrebentando todas as cordas vocais, pulou a cerca e correu atrás deles, os apavorando enquanto fugiam e tropeçavam em cima das pedras, mas então, despertou na realidade. Ela não havia feito nada daquilo. Caminhou para dentro de casa, envergonhada, e se escondeu debaixo da cama, onde não poderiam vê-la, nem julgar suas esquisitices.

Onde 'Coisa' nenhuma a escontraria.

Engano dela.

O assoalho rangeu e Jo'Hanna enxergou os pés que lentamente exibiam-se mais perto.

— O que deseja de minha pessoa? — a garota sussurrou com seus dedos cruzados, implorando para que fosse respondida antes que alguma irmã invadisse o quarto a fim de puni-la por tamanha loucura. — Eu não tenho nada a oferecer, senhora, temo ser uma causa perdida.

Mas a senhora nada retornou.

Jo'Hanna a via sempre que zombavam de suas crenças, como se a Coisa, como costumava chamar, fosse uma prova da existência do inexistente.

Ficava pior a cada semana. Monroe a seguia pela floresta no meio da noite, hipnotizada pelo forte brilho de sua aura. O perfume da Coisa evocava uma lenha queimada úmida depois de uma garoa, e seus pés descalços terrivelmente sujos, diferente do vestido branco limpo, a faziam desejar ser tão livre quanto.

Jo'Hanna nunca viu o rosto, nem descobriu como sua voz soava, mas se lembrava do encanto e da tristeza avassaladora que fez seu peito doer quando parou de vê-la com frequência. Foi como se tivesse perdido um pedaço de si.

A Coisa era a luz que a procurava para iluminar sua noite fria, a escuridão limpa de sua alma perturbada e suja.

— Sabe o que estão dizendo sobre você pela cidade, Jinx? — perguntou Catharina, usando um dos nomes infelizes que escolheu para a irmã, a puxando pelo pulso enquanto a arrastava com força para fora do quarto. Com os olhos esbugalhados e apavoradamente tristes, a mais nova negou em silêncio. — Estão dizendo que você matou animais na floresta e os comeu crus. Que dançou ao redor deles e depois pôs fogo em tudo. Quando eles vierem nos matar, a culpa será toda sua.

Jo'Hanna sentiu as pernas fraquejarem, e lutou contra a força magnética que a puxava para o chão.

— Eu não fiz isso. Não fiz, eu juro. Foi a Coisa!

— Não seja tão burra pelo menos uma vez na vida! — Jo'Hanna sentiu o rosto esquentar, e levou a mão até a bochecha que agora era marcada pelo sinal de uma mão maior que a sua. — Não há Coisa nenhuma. Isso é só você e sua esquisitice tremenda.

— A Coisa matou o urso, eu juro, eu estava correndo atrás dela e então o animal estava lá, aberto, enquanto ela saía de dentro dele — a este ponto, a menina chorava. Amedrontada pela possibilidade de levar outro tapa, e das irmãs acordarem para ajudar Catharina na agressão, como habitualmente faziam. — Eu não dancei, eu juro, eu estava tentando pegá-la. Fazê-la parar. Eu só queria que ela parasse mas ela continuava correndo ao redor dele. Eu juro, irmã.

— Você precisa entender que ela não te pertence mais, Jo'Hanna. A 'Coisa se fora. Não voltará.
Deixe que vá e que trace o seu próprio caminho — Catharina a soltou no chão, fazendo o assoalho murchar. A ambiciosa mulher de vinte e oito anos se aproximou da janela, espiando as ruas vazias pela fresta da cortina.

A densa floresta ainda estava lá, há quase duas décadas exatamente como da última vez, a única diferença sendo que sua mãe não estava mais entre as árvores.

— Então você está assumindo que a 'Coisa existe? — sussurrou Jo'Hanna, choramingando.

— Pare de assombrá-la. Ou acabará caindo no poço de sua própria solidão fantasmagórica.

HOPE MONROE

          Não há chance alguma de eu ser capaz de fazer esse micro-ônibus ligar, e digo isso porque Rosita me colocou no banco do motorista depois de fazermos juntas alguns ajustes no motor — ela fez tudo sozinha.

— Já está em ponto morto, então só fica pisando ali — sentada no banco do passageiro, ela apontou para o pedal da esquerda — e gira a chave.

— E se eu bater em alguma coisa?

— Não tem nada pra você bater aqui, fica tranquila! — ela riu, e me senti como uma criança de oito anos que sente o coração palpitar com mais força quando enxerga os pais na plateia em sua apresentação de balé.

O banco era baixo demais para mim, e o volante muito grande para minhas mãos e dedos magricelos, eu estava estupidamente pequena naquele cenário.

— O Rick não vai gostar de saber que você, Abraham e Eugene, estão ensinando a inimiga a dirigir — argumentei, empenhada em fazer ela desistir da ideia.

O que seria estranho para a Hope MadFast de sete anos, que adorava a adrenalina que o carro do irmão trazia quando saíam juntos e ele acelerava nas longas pistas retas.

Hoje em dia, essa mesma Hope se tornou uma paranóica com estradas, porque nenhum acidente foi capaz de matá-la sozinha, apenas traumatizá-la pro resto da vida, a forçando conviver com a lembrança de algo que poderia ter sido o fim de tudo.

— Se você bater numa árvore, a gente gruda ela de novo pro Rick não perceber que uma parte da floresta tá faltando.

Ri, porque não queria vomitar na frente dela.

Depois que fiz o que Rosita havia dito, o ronco do veículo surgiu, me tranquilizando um pouco por não ter explodido e eu ainda estar com as mãos, os pés e o corpo inteiros.

— Posso desligar agora? — perguntei, não tirando os olhos do que tinha na frente de nós, aterrorizada com o pensamento de atropelar de alguém.

Rosita, com um sorriso encorajador, levou minhas duas mãos, que já se retiravam, para o volante novamente.

— Agora engata a primeira marcha — incapaz, eu me rendi. — Isso, com calma.

Segurei a alavanca de câmbio com os dedos tremendo mais que o queixo.

Rosita esticou a mão e cobriu a minha com a sua.

— Relaxa. Tá tudo bem. Não precisa ser perfeito de primeira, só faz o seu melhor.

Mas e se eu for rápida demais e bater? E se explodir e pegar fogo? E se o fogo se espalhar pela mata e paróquia? E se eu matar todos nós queimados?

Olhei para Rosita, que tinha um pânico escondido nos olhos, e tentei transmitir tranquilidade.

— E se o motor morrer?

Pensei que ela fosse se cansar de tanta enrolação e me expulsar de lá, me chutar para fora e depois gritar comigo porque eu era uma descontrolada que obviamente não podia estar no controle de um automóvel porque não tinha controle da própria vida. Mas Rosita pressionou sua mão ainda mais forte contra a minha, e sorriu com um divertimento empático.

— Se o motor morrer a gente liga de novo! Não tem problema errar, Hazel, você pode tentar outra vez.

Inspirei fundo olhando para frente, e engatei a marcha. Quando tentei soltar a embreagem, o micro-ônibus deu um solavanco e o motor morreu.

Que surpresa inesperada! Eu matei algo outra vez!

— Terrívelmente embaraçoso.

— Para com isso! — Rosita riu. — Você conseguiu engatar a marcha. Foi um passo enorme!

Franzi a testa, encarando seus olhos escuros que quase sumiam por completo enquanto ela ria.

— O motor morreu, Rosita.

CARL GRIMES

        Eu estava desenhando com Judith do lado de dentro da igreja quando ouvi conversas altas demais do lado de fora.

Espiando pela janela, avistei Hazel, a princesa, Sophia, a bruxa má do oeste, e Rosita, rindo sobre alguma coisa desinteressante — provavelmente.

As três conversavam e sorriam de forma despreocupada. Suas vozes leves como o vento que soprava entre as árvores. A cumplicidade entre elas era evidente, como se já fossem amigas há anos.

— Sophia é uma traidora, você não acha, Jude? — ela mostrou suas gengivas banguelas para mim, e eu quase derreti antes de pegá-la no colo novamente. — Ela prefere estar lá fora com a branquela do que com a gente.

Judith soltou um pequeno resmungo, me distraindo momentaneamente. A embalei com cuidado, murmurando baixinho para acalmá-la, mas com olhar voltando imediatamente para as garotas. Hazel tocou o próprio braço enquanto riu de algo que Sophia dissera, e eu senti como se houvesse uma pedra caindo direto no meu estômago.

"Está rindo tanto do quê?", murmurei para mim mesmo, com uma voz tão chateada que fiquei assustado. Eu não ousaria me aproximar. A ideia de interromper parecia errada, mas ao mesmo tempo, a sensação de exclusão era insuportável.

Hazel, com seus cabelos nesciamente claros e um sorriso inseguro, parecia irradiar uma luz que me incomodava de forma inexplicável desde que havia chegado.

E tudo porque ela se parecia com um livro que eu queria muito ler, mas que outra pessoa havia chegado primeiro e pego na biblioteca.

Hazel virou-se brevemente, seus olhos coloridos cruzando com os meus.

Pego no pulo.

Ela os estreitou e pude entender quando sibilou as palavras "espécie estranha", acenando com a cabeça discretamente como se quisesse me convidar para outro lugar.

Só entendi que precisava segui-la quando ela se retirou da conversa e foi para os fundos, sozinha.

HOPE MONROE

             — Oi — eu estava encostada na parede quando ouvi Carl falar, atrasado para frear e assustado por trombar comigo logo que virou a esquina.

Eu o empurrei sem força, me distanciando como se ele fosse um homem de sessenta e oito anos, suado, e nojento.

As bochechas dele chegaram perto de se tornar escarlate, e me senti um pouco mal-educada.

— Você me chamou aqui pra me matar? — ele ironizou, tentando disfarçar quando já era tarde demais.

— Na verdade estou apenas colhendo flores.

Carl afiou o olhar, como se pudesse ler minha mente.

"Pro meu enterro?"
"Pro seu enterro!"

Nós dissemos ao mesmo tempo.

— Eu sabia que você ia atirar em mim pela boca — o garoto riu, mas logo se arrependeu e fechou a cara.

Gostaria de poder respondê-lo à altura, mas tive uma sensação aguda de que minhas palavras não seriam modernas o suficiente, então me contentei em sorrir e concordar com a cabeça, fingindo entender o significado de sua frase para não passar vergonha.

Há alguns minutos atrás, na companhia de Rosita e Sophia, eu estava me sentindo meio pressionada. Elas conversavam muito bem, e o assunto parecia fluir, mas eu não tinha Enid para me incluir e me explicar referências de filmes que nunca vi, e também estava preocupada com a possibilidade dela nunca mais voltar, agora que se viu livre de mim e pôde sentir o gosto da paz.

Queria subir numa árvore e ficar sozinha. No silêncio, ouvindo na imaginação a música que Miguel costumava cantar para mim: Here Comes The Sun.

Então percebi o que eu estava fazendo. Eu estava sorrindo — de maneira falsa, mas ainda sim sorrindo — para. ele.

Carl engoliu seco, e me encarou como se eu fosse uma miragem.

Limpei a garganta e lutei contra a vontade de revirar os olhos até eles caírem para fora.

— Sendo honesta, eu só chamei você aqui para ver isso. Aqui.

Parei de frente a parede, a madeira rachada exibindo marcas profundas de letras riscadas com algo cortante. Carl estreitou os olhos enquanto se aproximava, inclinando-se para ler as palavras à luz baixa do sol que já ia embora.

"VOCÊ VAI QUEIMAR POR ISSO" está riscado com força, o texto irregular mas cheio de intenção. Respingos secos de um líquido escuro marcam o entorno das letras.

— O que... é isso?

— Eu escrevi.

— O que?!

— Está óbvio, por favor! Alguém deixou isso aqui como um aviso. Talvez para os anteriores à usarem este lugar. Ou para nós.

Ele me ergueu o olhar. Pensativo e concentrado.

Não achei que ele pudesse ser sério, para ser totalmente sincera.

Droga! Eu usei a imitação de Rick Grimes.

— Você acha que foi recente? — perguntou o garoto, travando o maxilar.

Balancei a cabeça, no achismo.

— Não. Isso já estava aqui.

E de repente, me peguei pensando se Jo'Hanna agora era capaz de fazer matéria. Eu me mataria se algum dia ela pudesse prejudicar a mente de outras pessoas ao invés de só a minha.

Ele passa os dedos pelas letras, seus olhos endurecendo, algo de vulnerável por trás de sua expressão. O observo, tentando entender o que se passa em sua cabeça.

— Você acredita nisso? Que... alguém vai pagar?

— Não se cobrarmos primeiro.

Ótimo! E agora eu estava tratando como se fôssemos parte do mesmo povo.

Carl fica em silêncio, o peso de minhas palavras pairando entre nós dois. Ele olha novamente para a frase riscada na parede, e sinto um calafrio na espinha. A igreja parece mais vazia agora, mais sombria.

— E talvez, quando isso acontecer, a gente já esteja queimando por dentro.

O silêncio domina novamente, enquanto ficamos ali, imóveis, diante das palavras riscadas que parecem gritar algo mais profundo — uma sentença de culpa compartilhada, um eco de um mundo que não perdoa.

NOTAS DA AUTORA ;)

Foto dos irmãos Monroe no único universo que puderam compartilhar uma vida inteira juntos <3

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