04. get to know me first '
⋆·˚ ༘ * ME CONHEÇA PRIMEIRO
CAPÍTULO 04 ⋆·˚ ༘ *
A BRUXA
Caminhando pela floresta enquanto tinha os pulsos amarrados e uma mulher de feição sinistra em sua cola, Hope percebeu que não era a única com medo.
Rick, um pouco mais a frente, movia os olhos como se assistisse a uma partida de tênis de mesa. Ele não podia se dar o luxo da distração porque todos os segundos eram preciosos demais.
— Por que você veio? — sussurrou Enid para a loira, mantendo a cabeça abaixada para que ninguém percebesse. — Eu estava dando conta.
— Eles iam matar você.
— Ótimo, e agora vão matar nós duas!
Hope revirou os olhos, sentindo as pontinhas dos cílios encostarem nas pálpebras cansadas. Ela murmurou algo que Enid não entendeu, e então estendeu as mãos presas para puxar uma folha aleatória do galho que desviava — tudo porque queria provar que era capaz de fazer o que quisesse mesmo amarrada.
Quando soltou, o galho atingiu o rosto de Carl, traçando imediatamente um corte raso que descia do lado esquerdo da testa até o lado direto de sua bochecha avermelhada.
Ele resmungou assim que a ardência atingiu os sentidos e olhou para Hope, que continuava a caminhar tranquilamente.
— Qual foi? — Carl abriu os braços, parando no lugar. O grupo inteiro se pôs a disposição, esperando que ele continuasse. — Tá me espancando com uma árvore só porque não te ofereci minhas nozes?!
Hope franziu o cenho, em dúvida se era mesmo ela à quem ele se referia. Quando teve certeza, cerca de sete segundos depois, respondeu.
— O que é isso em seu rosto?
— Você me acertou com o galho — disse ele com os olhos bem abertos, como se fosse óbvio. — É um arranhão!
Hope deu um daqueles de seus sorrisos espertinhos — que Enid conhece bem —, e levantou as sobrancelhas, tal qual uma criança levada que desafia os pais.
— Pensei que estivesse rachando de tanta burrice.
Dickinson riu, acompanhada de Sophia que falhou ao disfarçar sua graça. Carl a olhou de forma surpresa e severa, sem conseguir pensar em respostas.
— Me desculpe — pediu Hope quando a ficha do que havia dito caiu, séria desta vez. — Não foi minha intenção.
As vezes, coisas assim escapavam, e Hope precisava ser rápida se quisesse contornar a situação. Sua boca era uma caixinha impulsiva de surpresas, sempre dando um trabalho a mais.
O garoto se manteve em silêncio, deixando com que todos continuassem a seguir a viagem. Quando o grupo estava distante o suficiente para que não pudessem ouvir suas besteiras, ele se aproximou da vidente e a ultrapassou esbarrando em seu ombro, não esquecendo de um último recado quando começou a andar de costas.
— Só não te acerto com um galho também, ô loira, porque sua cabeça já tá rachada o suficiente.
HOPE MONROE
Estávamos a mais ou menos vinte minutos a caminho da igreja de Gabriel, o padre, e neste momento eu me encontrava agonizando pela vontade de fazer três coisas.
A primeira, era enterrar Carl Grimes na cova mais funda que eu conseguisse cavar, para que pudesse me livrar de suas tentativas de aproximação repentinas e provocações incessantes;
Esse garoto é um engomadinho metido, eu juro em nome de Jo'Hanna!
A segunda, era implorar para que Gabriel, o padre, exorcizasse os meus demônios;
E a terceira, era acordar deste pesadelo, voltar para a minha casa, acordar de manhã, comer os biscoitos quentinhos que Miguel acabou de retirar do forno, fazer carinho no cachorro, dar um abraço em meu irmão, ir para a escola e prestar atenção na aula de inglês.
Mas como meus três desejos não possuíam uma mãe da lâmpada, me contentei em sentir sua falta e conversar com a única pessoa que ainda não havia me trocado por gênios que dizem sim ao invés de não — Enid.
— Não me entenda mal, — Enid cochichou novamente. — estou feliz que está aqui. Eles podem ajudar, não são pessoas ruins.
— Acredito em você — respondi de maneira sarcástica, levantando as mãos amarradas para lembrar a ela de que ainda estavam nos tratando como animais. — Nos deram até pulseiras!
— Estão se protegendo, qualquer um faria isso — ela defendeu.
— Que seja — me dei por vencida, chegando mais perto dela para me afastar um pouco de Sasha, a mulher que me seguia. — Jo'Hanna estava me dando medo e eu tive outra visão. Qualquer lugar é melhor que a CasaVelha.
— O QUE? — Enid praticamente berrou em meus ouvidos, assustando todo mundo ao redor. — Desculpem, era só um inseto — disse, quando a olharam como se fossem matá-la.
Eles engoliram sua justificativa tal qual fosse uma pedra, mas escolheram continuar o trajeto com ela na sola dos sapatos.
— Você ouviu bem. Carl vai comer alguma coisa envenenada, eu acho. Não estava muito claro e Jo'Hanna me atrapalhou.
Enid me olhou com os mesmos olhos preocupados e cheios de compaixão de sempre, e quando suas sobrancelhas se juntaram como se estivesse prestes a chorar, entendi o que ela estava pensando.
Esse era apenas o início de um longo túnel escuro, e eu estava entrando nele.
— Este menino não é responsabilidade sua.
— Estou assumindo essa responsabilidade agora.
Seus pulmões inflaram com rapidez. Me perguntei se deveria segurá-la para que não caísse, mas assim que a corda em meus pulsos me lembrou de que ainda se fazia presente, recuei, estressada.
— É aqui — disse Gabriel.
E logo que retirei meus olhos de Enid, abençoei a visão com uma simples — mas bela — estrutura de madeira pintada de branco.
Era uma paróquia como qualquer outra, mas meus braços se arrepiaram com o pensamento de ser um lugar sagrado. Eu não sabia se podia pisar naquele terreno. Estava com medo de pegar fogo.
Como Peter.
— Espera aí — disse Rick ao padre, subindo as escadas que chegavam até a porta. — Se importa se dermos uma olhada primeiro? Sabe como é, não é bom dar sopa pro azar...
Gabriel entregou a chave, e eles entraram. Preparados para puxar o gatilho caso alguém aparecesse de forma inesperada.
Sophia, Tyreese e a bebê ficaram para fora, tomando conta de mim e de Enid. Eu queria fazê-los pagar por me manterem algemada, mas era difícil fazer qualquer coisa com a ruiva me encarando.
Se ela tentasse me matar, longe da vista de todos, eu não estaria surpresa, sinceramente.
— Os seus olhos são incríveis — disse ela, sorrindo. Me surpreendendo desta vez. — Nunca vi algo tão bonito — então travei, porque ela estava me elogiando como uma pessoa normal, e não agindo como as más crianças da minha vida inteira que confundiam meu nome com "aberração". — Desculpa. Por favor não me ache esquisita. O meu nome é Sophia!
Fiquei tão apavorada que senti a saliva enroscando quando desceu pela garganta. Enid estava do meu lado, parecendo tão confusa quanto eu.
Tentei ler suas expressões, mas se assemelhavam à raiva, e isso não combinava muito com ela, então julguei estar errada.
— O meu é Hope.
Sophia sorriu de canto.
— Eu sabia que você estava mentindo.
— O que?
— Sua irmã gagueja quando te chama de Hazel.
Eu.Vou.Me.Matar.
Hazel e Emily é um mecanismo de defesa que eu e Enid compartilhamos. Quando a ameaça se aproxima — e com isso quero dizer pessoas — nós trocamos nossos nomes pelos primeiros que surgem na cabeça.
Eu já fui Hillary, Hunter, Helen, Helena, e muitas outras, mas nunca Hope na presença de entranhos.
Caso fôssemos procuradas por aí, ou reconhecidas por alguém não muito amigável, os nomes atrasariam sua busca de alguma forma, então estaríamos em um perigo menor por algum tempo.
— Não se preocupe, não vou contar pra eles — continuou ela. E agora eu estava sentindo aquilo de novo: fracasso. — Tyreese não te ouviu, está ocupado demais tentando abafar o choro de Judith — a ruiva olhou para Enid, estreitando bem os olhos para observar toda a estrutura de seu rosto. — O seu nome também não é Emily, é?
Quando a resposta de Enid foi apenas um rosto irritado, Sophia entendeu o recado, aceitando de bom grado o silêncio.
— Olha, eu acredito que vocês não são integrantes de uma gangue que está prestes a nos matar como Rick pensa, mas recentemente, ele confiou nas pessoas erradas, e agora sua esposa e amigos estão mortos... — Sophia se sentou na escada e disparou a falar. Suas mãos moviam ligeiramente de um lado pro outro, acompanhando o ritmo dos braços que não paravam quietos. — ...eu sinto falta de como as coisas eram na prisão, e da minha amiga Beth. Você é tão loira quanto ela e isso me deixa triste. E eu também sei que seu nome é Enid, tá escrito na sua pulseira enferrujada. Desculpa, eu não queria ofender o material da sua pulseira.
Seus olhos, que não fui capaz de distinguir serem verdes escuros ou castanhos claros, me fizeram sentir medo.
Estava com medo porque Sophia era alguém que eu poderia gostar, e se algum dia isso acontecesse, significava que eu também teria chance de perdê-la.
Eu tinha medo da perca, e por isso tinha medo de amar.
— Prove que podemos confiar em você soltando as amarras que nos tiram a liberdade — estendi os braços, sorrindo de maneira desajeitada. Não estava muito acostumada a fazer isso para alguém que não fosse minha irmã.
— Você lê muito? — Sophia perguntou, ignorando completamente o pedido.
— Sim, a bíblia — entendi os pulsos novamente. — Vocês já pegaram nossas armas, eu não vou matar ninguém com as unhas. Tire isso, por favor, eu não consigo rezar e está me dando falta de ar.
— Você respira pelos pulsos?
— Desista, Hope, — Enid se manifestou pela primeira vez em algum tempo, ainda emburrada. — Ela não é confiável. Vamos, fique longe dela.
Sophia bufou, soltando o rabo de cavalo. Ela enroscou o elástico nos dedos e esticou até que o indicador envergasse, estreitando os olhos para mirar no rosto da morena e com a pontinha da língua pra fora, para dar melhor concentração. Assim que soltou, o alvo foi atingido com sucesso.
Enid a encarou, incrédula. Não devia ter doído, é claro, mas elas não eram amigas, e por mais que minha irmã fosse um poço de simpatia, não havia nada mais que ela odiasse do que a forçação desse sentimento.
— Agradeça que minhas mãos estejam presas — disse ela, avançando na direção da ruiva, e eu tive que a segurar para que não tropeçasse nos próprios cadarços. — Ou eu faria você comer esse elástico.
Ok. Isso soou um pouco comigo. Acho que passamos tempo demais juntas.
Sophia olhou para mim como um cão filhote retirado da ninhada.
— Desculpe, — pediu ela, se levantando — mas não gosto quando me chamam de "não confiável".
De repente nossas mãos estavam livres, e eu poderia enforcá-la até que desmaiasse.
Não fiz isso, é claro.
Esse provavelmente foi um pensamento que Jo'Hanna teve e me fez pensar.
— Vocês podem ir agora, direi à eles que me salvaram de um andante e então fugiram — ela deu de ombros, parecendo chateada. Me perguntei se seus olhos magoados eram apenas coisa de minha cabeça. — Ou podem ficar e se tornarem parte de uma família maior.
— O que tá acontecendo aqui? — Rick saiu pela porta, descendo as escadas com pressa e parando somente quando estava perto o suficiente de nós. — Quem soltou vocês? — ele encarou Sophia, esperando uma resposta. — Por que fez isso? Cadê o Tyreese?
— Pensei ter visto algo na floresta e fui atrás — mentiu a ruiva. — Haviam quatro deles... Eu estava perdendo e elas me ajudaram. Eu poderia estar morta...
— Você não deu conta de quatro? — resmungou Carl no fundo, reprimindo uma risada.
Sophia o ignorou, retornando em uma expressão pidona para o homem à frente.
— Elas não precisam de amarras. Merecem respeito, e o que estão fazendo é humilhação — argumentou, com os cabelos embaraçando ao vento. — Elas salvaram à mim e Carl, isso não é o suficiente?
Me senti muito envergonhada quando vários olhares calorosos se viraram contra mim. Era como se Sophia fosse uma advogada, o grupo as testemunhas, e eu a criminosa que matou uma família inteira e dois cachorros.
Rick se manteve quieto, e nesse meio tempo comecei a me questionar por qual razão eu e Enid estavámos sendo tão amparadas por uma garota ruiva, alta, cheia de sardas e que falava muito.
Cheguei à conclusão de que Sophia tinha um instinto matenal, e como eu e Enid parecíamos duas crianças famintas, abandonadas pelos pais e sem um teto para se esconder da chuva, ela sentia a necessidade de nos proteger.
Ou ela só estava doida para arremessar alguém à cova dos leões e nós parecíamos uma boa alternativa.
— Certo — respondeu o Grimes depois de um longo tempo. Seu maxilar estava tenso, mas em nenhum momento voltou atrás do que disse. — Certo, tudo bem.
[...]
Os passos de Enid a distanciavam cada vez mais de mim enquanto eu a assistia ir embora.
Ela não estava indo embora de verdade, mas eu me sentia sozinha, e tive medo dessa sensação não ser passageira como seu passeio era.
Existia um lugar, sobre o qual padre Gabriel havia comentado, com muita comida e água, mas que infelizmente estava tomado pelos monstros.
Rick, com sua cabeça oca, decidiu fazer uma visita e levar Enid junto para que — nas palavras dele — eu e ela não tivéssemos a oportunidade de criar um plano para matar todos eles.
Rick Paranóia Grimes. Esse deveria ser o nome completo dele.
A esse ponto, eu já tinha ficado alguns longos minutos sentada nas escadas da entrada, ignorando o medo que eu tinha de degraus porque meu medo de queimar era maior. Agora, me escorava em uma árvore, observando Rosita, Abraham e Eugene se estressarem em sua tentativa dificultosa de fazer um ônibus velho e pequeno funcionar.
Rosita era uma mulher muito bonita, e eu estaria mentindo se dissesse que não estava tremendo de vontade de falar com ela. Seu rosto me dava a impressão de que tinha algo interessante a dizer, e que eu provavelmente adoraria escutar com atenção.
Quando ela parou o que estava fazendo para olhar ao redor, senti seus olhos caírem nos meus e as bochechas esquentarem. Sua expressão era duvidosa, e pude jurar que quis me perguntar se eu havia perdido alguma coisa.
Mas Rosita apenas sorriu e acenou. E eu retribuí. Como uma pessoa normal.
CARL GRIMES
Eu estava observando Hazel pelo que julguei ter sido dez minutos.
A garota parecia inofensiva há exatos dois segundos atrás quando estava com as costas apoiadas numa árvore de galhos secos, observando a todos com seus olhos violetas bem abertos, agindo como uma gatinha arisca, pronta para atacar caso alguém ousasse chegar mais perto. Mas então ela me viu, e começou a se mover em minha direção. De repente, não pareceu mais tão inofensiva.
Havia algo diferente em seu andar, quero dizer, algo que a diferenciava de um ser humano qualquer. Seus passos são cuidadosos, mas não lentos, e sua cabeça toma a direção antes de seus olhar. Ela caminha até mim da mesma maneira que uma onça caminha até a presa.
Pergutinha rápida: É muito estranho que eu não sinta medo mesmo quando posso sentir o calor de suas íris atravessando o meu corpo?
— Você pode, por gentileza, parar de me observar como um maníaco? — ela diz, tão perto de mim que posso ver as pequenas sardas espalhadas por todo o seu rosto. Me assusto com sua aproximação repentina, mas não me afasto.
Tenho medo de que ela me esfaqueie caso eu me mova. É. Estou com medo agora.
— Eu não sou um ponto turístico, e você me deixa desconfortável — Hazel continua e me pego olhando para as ondas de seu cabelo extremamente loiro. Brilham como areia da praia quando o sol está no topo, e é lindo. — Você ouviu o que eu disse, Carl Grimes? Ou precisarei abrir um buraco maior em seu ouvido?
Rapidamente volto para o meu eu consciente.
— Não sei do que você está falando. Não estive te observando nem por um segundo — respondo, me distanciando apenas para apoiar as costas na parede da igreja com os braços cruzados. Como a maldita cena de um filme.
— Você é de uma espécie esquisita — diz ela franzindo o nariz, me deixando um pouco ofendido.
— Nós somos da mesma espécie.
— Certamente não somos iguais.
— Bom, não sou eu quem falo sozinho...
— Eu não falo sozinha — refutou ela com pressa, parecendo tão ofendida quanto eu.
Xeque-mate.
— Então você tem amigos imaginários, Hazel? — continuo a provocar porque estou desesperado por sua atenção, e não me sinto humilhado em admitir. — Isso é completamente normal, eu também já tive... — ela me encara como se houvesse uma projeção minha se explodindo em sua mente — quando eu tinha nove anos.
O meu sorriso desaparece quando ela não revira os olhos, nem bufa de estresse.
— Quando eu tinha nove anos o meu melhor amigo estava morrendo. Ele não era imaginário. Era real e era meu irmão.
Oh.
— Sinto muito, Hazel — digo, me sentindo um pedaço de papel que foi amassado e arremessado no lixo.
— Por quê?
Entre levar um tiro e responder essa pergunta, eu escolheria levar um tiro.
— Você não conhecia ele, e também não me conhece. Então por que você sente muito? — ela continuou, transbordando um mar de dúvidas nos olhos.
Suas sobrancelhas grossas e escuras estavam curvadas, assim como os lábios descascados e feridos.
Hazel começou a se distanciar quando percebeu que eu não possuía uma resposta. E eu conseguia sentir sua chateação ao não ouvir o que buscava.
— Você nem sabe o que dizer, não é? — disse ela pela última vez, indo na direção dos fundos enquanto me deixava sozinho com um ponto de interrogação imenso na cabeça. — Se você não é capaz de terminar uma frase, então nem comece.
Aquilo me atingiu como um soco no estômago.
HOPE MONROE
Meus olhos derrubavam lágrimas porque eu estava literalmente chorando de tanto rir. Em um som quase cem por cento silencioso, é claro.
A morte de Miguel é um tópico que sempre será muito sensível para mim e a razão de toda a minha dor e sofrimento. No entanto, não pude evitar mencioná-la para constranger Carl Grimes.
Bom, ele estava me chamando de esquisita porque falo sozinha, e rindo sem o meu consentimento, então eu o traumatizei com uma história absurdamente triste do meu passado e o questionei sobre como deveria se sentir. Nada mais justo, certo?!
Ele já tinha saído do meu campo de visão, então eu podia achar graça disso sozinha.
Estava sentada no chão de pouca grama, com os joelhos dobrados e os cotovelos apoiados ali. Minhas duas mãos tapavam meu rosto inteiro, e eu estava rindo, sentindo meus dedos se umedecerem com as curtas lágrimas que saíam.
Mas então as lágrimas começaram a se prolongar, e as borboletas felizes que voavam no meu estômago caíram, soltando todo o peso em mim.
Miguel estava morto de verdade, e não era mais uma piada se eu não estava mais rindo.
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