02. the heroine princess '
⋆·˚ ༘ * A PRINCESA HEROÍNA
CAPÍTULO 02 ⋆·˚ ༘ *
A BRUXA
Os pés da garota pálida agiam de forma inquieta, batendo no chão exaustivamente. Hope não tirava a atenção e nem os olhos do grande edifício alguns metros à frente.
Das árvores de trás da cerca, ela e Enid observavam juntas cada pequeno movimento dos mortos no lugar, esperando por um terrível acontecimento como se fosse um ônibus prestes a chegar.
— Você tem certeza disso? — a morena estreita os olhos, ansiando por uma ação drástica na cena. — Não que eu duvide do seu talento, — ela levanta as mãos pro alto — por Deus! Mas estamos aqui já faz algumas horas, não seria melhor... entrar?
A loira a estuda com o olhar, buscando um sinal de ironia que não encontra.
— Deixe-me fazer uma pergunta — Hope começa, levando toda sua atenção para a irmã que já sente o comentário ácido abençoar os ouvidos. — Você tem depressão com teor suicida?
— Tudo bem, não foi mesmo uma ideia genial, eu admito — ela suspira fundo, descascando o tronco em que se apoia. — Mas o que você vai fazer? Como sabe que é hora?
A mais nova enrijece os ombros.
A verdade é que Hope não sabia. Sua maldição não veio com manual, e nunca estudou numa escola de magia. Ela nasceu com essa doença, e a descobriu tarde demais.
— Eu não sei — admitiu por fim, levando as unhas até a boca para roer. — Faz muito tempo desde... você sabe.
Se referiu em uma voz falhada à Miguel, o irmão.
Hope tinha somente nove anos quando se sentiu mal no intervalo da pequena escola onde estudava e se fechou no armário de vassouras para que ninguém mais a encontrasse.
Seus olhos não tinham mais cor, estavam completamente brancos. Ela se lembra do apavoramento e do desconforto no estômago, teve medo de vomitar.
Logo que o sinal bateu e o agudo som a ensurdeceu os ouvidos, sentiu uma necessidade enorme de gritar, mas se conteve num resmungo abafado.
A imagem que em seguida lhe inundou a vista era de seu irmão usando uma jaqueta vermelha duas vezes maior que seu tamanho adequado, chorando enquanto esfregava as mãos encardidas na testa, falhando em afastar um suor frio. Ao seu lado haviam monstros horríveis, com dentes podres e faltando, pele morta e machucada, e pupilas vazias de amor.
Estavam os dois no terraço do mais alto prédio do estado de Geórgia, com escadas pinchadas ao redor. De repente, Miguel não estava mais lá e tudo que Hope pôde ver eram as paredes sujas do armário em que havia se escondido.
Tinha sido sua primeira visão, mas não fazia ideia disso. Sua mãe, Marie Monroe, a omitia muita coisa.
Antes da terrível descoberta, Hope pensou ter sido um pesadelo, porque: Ora, faça o meu favor! Monstros como aqueles não existem!
Até que existiam. Até que tudo aconteceu exatamente igual, cinco anos depois.
Ela não havia o salvo, não havia nem sequer tentado! Paralizou no momento em que os mortos o empurraram para debaixo do prédio, como uma grande idiota!
— Você ao menos tem certeza de que isso vai acontecer hoje? — pergunta Enid, de forma delicada. — Porque, bom... Demorou anos com ele... Não foi?
A loira fita o olhar nas folhas secas ao lado de seus pés. Esteve tão aflita e tão focada em não fracassar de novo que o pensamento nem passou por sua cabeça.
Há pouco espaço para pensamentos avulsos em sua mente, embora. Hope pensa mais na própria morte do que na de qualquer outra pessoa.
É depressivo e preocupante, ela tem noção disso, mas realmente não poderia se importar menos com o fato de ser mordida ou de levar um tiro. Estar morta significava que Jo'Hanna não existiria mais, o peso se tornaria leve, as lágrimas se secariam e todo sofrimento descansaria em paz.
Hope gosta de mentir para si mesma dizendo coisas como essa. No fundo ela tem medo de morrer e ser levada para um lugar tão ruim quanto o em que vive.
Como um castigo pelas coisas que fez; Um castigo por simplesmente ter nascido, como se sua existência nesse mundo fosse um pecado porque não se adequa as coisas boas que existem nele, porque o criador não a queria então alguém a pôs a força, sendo ela uma convidada de penetra que foge do anfitrião para que não seja expulsa antes de aproveitar a festa.
— Estarei contente em esperar aqui por cinco anos — responde ela, sem sarcasmo algum. Escondendo estar desesperada para provar sua bondade, tentando enganar aos anjos que à lêem para que acreditem que é digna do paraíso no céu.
— Você sabe que não faremos isso — sorri a morena, gentilmente.
E então ficaram ali conversando pelo que pareceu serem dias. Até que uma nuvem negra de tensão tomou conta do espaço, e Enid espremeu os olhos tentando focar no que quer que fosse que brilhava entre a moita do outro lado de onde estavam.
— Estou com um pressentimento ruim... — resmunga para Hope, puxando todo o ar para dentro quando se depara com os olhos da irmã. — Seus olhos estão escuros — ela diz, como se tivesse sido hipnotizada. — Como num tom escuro de roxo. Se eu chegar mais perto, aposto que consigo enxergar uma galáxia movendo.
— Enid, pare! — Hope a empurra de leve, rindo um pouco — Você está quase me beijando!
Os sentimentos explodem quando algo pega fogo no Terminus. Uma onda de calor invade o ambiente e de repente Enid e Hope estão caídas no chão devido ao impacto escaldante que as seguiu até as árvores.
— Jesus Cristo, a vida é mesmo um sopro! — sussurra a morena, abrindo os olhos de forma esbugalhada. — Levanta, Hope! Ou o seu cabelo vai encher de nós de novo — ela puxa a irmã pelos braços para se levantar junto dela.
Hope está apavorada, com a nuca sangrando porque bateu com ela numa pedra, fascinada com o fogo logo á frente, com medo e dor, e não sabe como Enid pode se manter tão tranquila em relação ao que acabou de acontecer.
Ela deve ser a personificação do estoicismo, pensou.
Logo que os sentidos antes estáticos retornam a atividade, Hope adota uma postura rígida e concentrada, passando a ignorar qualquer dor que sente na cabeça.
— Estou indo — a garota põe o arco nas costas e se move para a cerca que ainda não foi consumida por mortos famintos. — Fique aqui.
— O que? Espere! O que é isso escorrendo no seu pescoço? — berra a outra. — Você está louca se acha que vai entrar lá sozinha. — seus passos se tornam longos para alcançar a loira que se apronta para pular os arames. — Uma flecha não é uma dinamite, e uma vidente não é a Wanda Maximoff no seu dia mais fraco! Então eu com certeza também estou indo.
— Não — as mãos de Hope a impedem de se aproximar. Ignorando qualquer pergunta. — Você vai ficar aqui e garantir que eu não leve um tiro de surpresa. Sua mira com a arma é melhor que a minha, então, por favor, esteja atenta para que eu salve o garoto e sobreviva.
Enid para e reflete por um curto período de tempo até chegar a conclusão de que seu posto é realmente necessário. Ela aceita o acordo e volta para trás da árvore à fim de se colocar em prática. Agindo como um soldado de guerra firme na missão.
— Boa sorte, Hope Madeline Monroe, — sorri Dickinson, esperançosa. — O que quer que faça, será o suficiente. Eu te amo. Volte logo.
O coração de Hope transborda tanto nesse momento que leva uma maré de lágrimas aos seus olhos, agora escuros.
— Eu te amo mais.
HOPE MONROE
Acho que vou explodir assim como esse lugar pelo qual passeio, aflita. O pulso fraco no meu braço me lembra do quão fraca me sinto, e tremo da cabeça aos pés, com medo do que o próximo passo me trará.
Quando avisto o mesmo vagão de horas atrás, posso ouvir a risada maquiavélica de Jo'Hanna em meu subconsciente. "Você vai falhar" ela diz repetidas vezes.
Os mortos percebem minha presença mais rápido do que pensei que seria, então me apresso para ficar rente a qualquer parede que pareça segura. Presumo que tenham farejado o sangue fresco que passeia por dentre os fios do meu cabelo.
Assim que apoio minhas costas em tijolos gelados, arfo com o contato, não tendo tempo para bolar estratégias já que passos ligeiros vêm em minha direção. Levo meus olhos até a mulher que corre com uma faca levantada para minha cabeça.
Seus dentes sujos de carne me fazem querer vomitar em seu rosto. Ela erra o golpe quando chega perto o suficiente para me acertar e cambaleia pro lado enquanto rosna em infelicidade, fazendo com que eu consiga me afastar para manter uma distância segura.
— Volte aqui! — fala ela, claramente perturbada.
— Se mata, sua lunática — respondo, ofendida por sua tentativa de assassinato.
A mulher caiu no chão, morta, porque Enid havia feito seu trabalho. E ainda bem que ela fez, porque, sinceramente, eu estava tão assustada que não seria capaz.
Agradeci à ela com um aceno e tentei me recuperar da experiência de quase partida dois segundos depois de ter posto minhas botas neste lugar. Avisto caixotes esparramados rumo ao canto direito do pátio e me ponho a correr até lá.
Há corpos jogados por todo o local, e a fumaça é tão forte que meu nariz e olhos ardem em coro, implorando por água limpa e socorro. Gritos não passam despercebidos, e meu estômago dói de medo.
Tropeço na metade do caminho em um homem que acabou de morrer e em questão de segundos me vejo encurralada por monstros com o triplo da minha força.
O instinto de sobrevivência que me faz recuar pela esquerda, me leva até uma escada na lateral do estabelecimento. Está enferrujada e provavelmente frouxa, mas me agarro em meu lado corajoso (que não existe) e na voz que diz que preciso subi-la (não há voz nenhuma. Eu sou maluca).
Eu odeio escadas e odeio altura, eu odeio a morte e odeio que meu irmão não esteja mais aqui.
Não quero subir, não quero mesmo, mas se eu fizesse somente o que eu quero o tempo todo então eu não estaria aqui, fazendo o que estou fazendo.
Um formigamento extremamente desconfortável percorre por todos os ossos do meu corpo assim que meus pés escalam dois degraus.
Seria cinematográfico se eu caísse agora e morresse como Miguel, mas por favor, por favor, por favor, alma que rogai por nós, não me deixe morrer antes de fazer algo verdadeiramente bom.
Continuo a subir com o coração quase saltando pela boca, parando quando chego na metade e os mortos não conseguem mais me alcançar. Meus olhos se fecharam, e eu travei. Não consigo continuar subindo.
Se eu olhar para trás, sei que verei Miguel, ferido, implorando com tudo que pode para que eu não desça da escada que me pôs. Se eu olhar para baixo, sei que verei seu corpo esticado no chão, sangrando mais a cada vez que é aberto pelos monstros.
Agora que pensei nisso, tremo dos calcanhares à cabeça sangrenta. Minhas mãos suam e com isso se tornam escorregadias, o que me faz vacilar da estrutura que oscila.
Não sei o que estava pensando quando tomei coragem para subir até aqui, porque tenho a certeza de que nunca mais vou conseguir sair.
Me sinto impotente, fraca e dolorida, mas me obrigo a mover um pé de cada vez, a ânsia aumentando a cada degrau pisado.
Minha garganta dói e minha cabeça pesa tanto, que assim que o topo se faz presente, me jogo sobre o piso de concreto, aliviada por não depender mais de uma barra de ferro.
Queria ficar ali, esticada naquele chão seco e gelado pelo resto da vida, olhando pro céu, pegando sol e chuva quando viéssem. Eu não fugiria dos raios se tentassem me atingir.
Mas não posso.
Então, da beirada da cobertura, me apresso em por somente metade da cabeça a vista para que possa encontrar o garoto. Ele está em cima do vagão vermelho sujo, gastando balas de seu revolver com pessoas já mortas.
Um homem grandalhão e desengonçado, um pouco mais longe, o fita com olhos desesperados, e passado alguns minutos, começa a caminhar em sua direção.
Eu tenho duas opções:
1. Atirar flechas e orar para que com sorte acerte alguma desta distância.
2. Pular do prédio para o vagão, e atirar a flecha de mais perto.
Me desespero, querendo mais que tudo estar em casa, montando árvores de natal com meu irmão para comemorar o meu próprio aniversário, no dia 24 de dezembro.
Uma lágrima escorre em meu rosto, salgando os lábios, e tenho a impressão de que não é a primeira. Eu já estava chorando há um tempo e nem tinha percebido. Provavelmente porque minha cabeça dói tanto que...
Deixa pra lá!
Estou disposta a pular! Claro que estou!
Mas, acima de tudo, com um medo tão grande que seria capaz de afugentar uma matilha inteira de cães.
Inspirei o ar tóxico esfumaçado apenas para expirá-lo logo após, arrependida por sujar os meus pulmões já sujos.
1... 2... 3... eu não pulo. O homem está cada vez mais perto do garoto, desviando de todos os zumbis que entram no caminho. Correndo para empurrá-lo da curta altura. Empolgado para fazê-lo ser devorado.
1... 2... 3... eu não consigo de novo. O velho sorri com os dentes. Sorrateiramente procurando o melhor lado para subir e pegar o garoto de surpresa.
— É bom que não consiga, 'Coisa — Jo'Hanna me rodeia, satisfeita. — A morte está aqui para buscá-lo. Deixe que vá.
Eu não conto até três. Eu pulo.
CARL GRIMES
Levei um susto quando algo se bateu tão forte contra o teto do vagão que o fez estremecer sob meus pés desequilibrados. Esbugalhei os meus olhos quando eles se encontraram com os de uma garota, parecendo tão assustada quanto eu. Seu cabelo, loiro com mechas vermelhas, grudado na pele suada, dava a impressão de que havia se esforçado muito para chegar até ali. Até mim.
Tentei me lembrar de seu rosto ferido e marcado, identificá-la, acreditando ser uma dos canibais, mas não conseguia olhar para ela por muito tempo. Aquela garota estava brilhando, eu juro por Deus! Ofuscando. Os. Meus. Olhos.
— Não atire — ela simplesmente ordena, sem medo nenhum ou sequer sinal de vacilo na voz.
— Me dê uma boa razão para isso — respondo, impondo respeito porque me sinto inferior.
— Se você me matar, — ela se aproxima muito rápido e eu recuo para trás como um menino covarde. — eu volto só pra te levar comigo. Agora fique parado. — suas mãos frias e que tremem muito tocam os meus ombros. Sou rispidamente empurrado para baixo, e quando estou completamente sentado sinto seu toque me deixar em paz.
— O que você pensa que 'tá fazendo? — tento me levantar, mas ela me chuta antes que eu possa recuperar o equilíbrio. — Que porra foi essa!? Quem você pensa que é?!
Meu coração bate muito forte. Acho que estou prestes a morrer.
Uma garota estranha me derrubou e não consigo pensar em nada para revidar. Quero empurrá-la para os mortos abaixo de nós, mas sou fraco demais. Não é justo que eu me sinta assim quando ela parece estar disposta a me matar a qualquer momento. É vergonhoso.
— Apenas me obedeça por cinco minutos ou menos, certo? — sua mão puxa uma flecha das costas e ela se apronta para atirar no além. — Isso não vai demorar muito.
Com as sobrancelhas franzidas e os olhos estreitos, me pergunto se estou sonhando. Um sonho no qual corro sério perigo e uma princesa surge voando para me regastar do homem malvado.
— Os mortos estão ali embaixo, — digo, recebendo um "fique quieto" com aceno de mão — porque está mirando nessa altura?
Tento me levantar novamente apenas para ser empurrado de novo. No entanto, não pela garota desta vez.
Um homem alto e com feições absurdamente feias, sorri para mim. Nada amigável, percebo quando vejo a faca deslizar por dentre seus dedos imundos.
Ele grunhe quando uma flecha atinge seu ombro, perto do pescoço.
Quando olho para a direção de onde veio, a garota está distraída, tentando desvencilhar um andarilho da barra de sua calça jeans folgada além da conta. Penso no estrago que ela poderia ter feito caso estivesse mais concentrada no serviço.
— Menina maldita! — resmunga o grandalhão enquanto me esquece por um minuto. — Eu vou dar um jeito em você!
Seus sapatos pisam fundo na direção dela, com a faca erguida nas mãos. Ela está ocupada demais tentando não cair pelos puxões que leva, portanto me sinto na obrigação de recompensá-la por sua ajuda recente.
— Ei! — o chamo, tentando não transparecer a angústia que sinto no momento. — As damas por último, lembra?!
Assim que tenho toda sua atenção, me ponho em pé e levanto o revólver, pronto para finalizá-lo com apenas um tiro na cabeça. Eu puxo o gatilho.
O homem dá outro daquele sorriso espertinho quando nota a falta de bala no meu pente.
— Que ótimo! — resmunga a pequena cabeça loira atrás do gigante. — Não há munições em seu carregador destacável.
E então uma flecha atravessa da nuca do canibal até a parte mais alta de sua testa.
Ela o ignora enquanto cai de encontro aos andarilhos e vem depressa na minha direção, puxando a gola da minha camisa até que eu esteja no chão de novo.
— Se mantenha abaixado.
— Obrigado — agradeço, sem saber muito bem o que fazer. Aturdido por estar sendo tão destratado ao mesmo tempo em que sou salvo.
Resgatado do homem malvado pela princesa, literalmente. Glória eterna à mim! O último fracote do apocalipse!
— Tape os ouvidos — manda quem não sei o nome, e eu desta forma faço.
Todos os andarilhos ao redor são derrubados por tiros que invadem suas cabeças. Penso em perguntar à garota ao meu lado, também agachada, sobre quem estava fazendo isso, mas me seguro porque, sinceramente, sinto que ela pode se cansar da minha voz a qualquer instante e me empurrar daqui junto ao homem que acabou de matar.
Quando tudo se silencia e estamos prestes a descer, ela enxerga meu pai, Daryl e Glenn, então percebo sua expressão se tornar escura, ou aliviada, ou fraca. Eu não sei. É difícil lê-la.
— Agora volte para seu pai e o restante de sua família e se mantenham distantes daqui — ela diz, num sotaque britânico meio enrolado, e pula do vagão na parte em que os mortos estão mais afastados.
— O quê? — é tudo que minha boca consegue formar.
Ela tinha envolvimento nisso? Vivia no Terminus? Ela se alimentou de carne humana tempo suficiente para se arrepender e agora estava tentando voltar atrás poupando carne humana? A minha carne?
— Como você sabe que ele é meu pai? — pergunto, com uma ignorância desnecessária.
— Vocês tem os mesmos olhos — ela dá de ombros, se afastando lentamente, tropeçando em degraus que não existem.
Eu a segurei pelo braço antes que caísse.
— Você não viu os olhos do meu pai, você nem sequer olhou nos meus olhos — me pego respondendo um pouco emocionado demais. Arrependido no mesmo instante.
— Estou olhando agora — então a garota me encara por menos de um segundo porque seus olhos se fecham e de repente está desfalecida nos meus braços. Gelada como um freezer novinho em folha, e molenga como a gelatina derretida de um freezer muito velho.
Minha camisa se umedece e só então percebo o sangue que sua nuca despeja.
Eu não sei como curar isso. Não sou enfermeiro, nem médico, muito menos cirurgião. Mas sou Carl Grimes, e sei que preciso aprender alguma coisa para curá-la.
Imediatamente.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro