74ºCapitulo
Não sei o que me deixa mais chocada, o facto de ele querer ir até lá ou o facto de ele me estar a propor voltar lá. Ambas as coisas são tão estupida e sem sentido que me riu, não com uma má intensão é só chocante a uma ponto hilariante.
-Bom ainda bem que é engraçado.- A seriedade escondida pela fachada calma faz-me parar e pisco para ele, sem saber o que dizer.
-Pensava que estavas a brincar.- Encolho os ombros.
-Não me estou a rir.- Ele passa por mim e entra na casa de banho, levanto-me e ando atrás dele.
-Bom devias, essa é a proposta mais imbecil que já ouvi.- Passo a mão pelo cabelo, o meu reflexo está no espelho e consigo ver que algo está errado com ele, apenas não sei o quê, ele não parece zangado a ponto de gritar, ou ir embora espairecer, ou de amuar...no entanto ele está definitivamente chateado.- Eu não vou voltar aquele sitio Harry não depois daquela noite, e é apenas estupido que queiras que eu volte lá...
-Aquilo é de onde eu vim.- Ele vira-se para mim.- E não importa quão longe queres estar de lá se o teus consciente volta para te assombrar. A tua vida comigo começou lá, não importa quão mal queiras esconder o que eramos, vai estar sempre lá.
Arregalo os olhos á medida que compreensão passa por mim. É isso que tenho andado a fazer? A tentar esconder as coisas para não ter que lidar com elas? Para não trazer á vida demónios que deviam estar a arder nas profundezas da minha vida?
-Não é fácil.- Murmuro e mexo-me no meu lugar desconfortável com o olhar dele sobre mim.
-E para mim é? Pensar que talvez eu pudesse ter evitado todo aquele sofrimento se tivesse estado lá? Pensar que eu podia ter-me metido á tua frente quando ele te tocou? Achas que não é difícil? Eu baixei a guarda e no momento a seguir estava inconsciente numa cama, e não havia nada que eu pudesse fazer para correr atrás de ti.
O meu coração corria disparado com as palavras dele, a minha mente voava de volta para todos aqueles acontecimentos e aquilo que eu mais queria era puder parar a culpa dele, mas era impossível porque parecia que eu era incapaz de me desculpar a mim mesma. Eu assisti enquanto ele se despiu e entrou no chuveiro a água fria a pingar perto dos meus pés, o corpo nu tenso, as gotas de água a contornar as costas do homem atormentado á minha frente. Quão atormentado estava ele? Quão atormentada estava eu? Seria mesmo preciso voltar para onde tínhamos vindo para matar os demónios? Será que eu queria mata-los?
Sentei-me em cima do balcão da casa de banho e vi enquanto ele mexia no seu cabelo, os meus olhos viajaram pelo corpo molhado até que ele se virou para mim, de olhos fechados enquanto a água levava a espuma para baixo, os músculos dos braços tensos fazendo as tatuagens ganharem um perspetiva interessante. Eu acabei por sorrir ao constatar quão sexy ele era, mesmo quando estávamos a discutir algo terrível. Os meus olhos voltaram para a sua cara e ele estava sério a olhar para mim, o vidro a começar a embaciar, o verde dos seus olhos a perder-se no fumo.
Ele enrolou uma toalha na cintura e saiu do duche, um rasto de água atrás dele, as gotas de água a escorrer do corpo salpicado de preto. Suspirei enquanto esperava por ele, e não apenas no sentido literal da palavra.
Quando descemos no elevador o silêncio era estranho entre nós, as nossas mãos estavam nos nossos bolsos, e ele evitava olhar para mim no espelho, não tinha a certeza de quão importante para ele seria eu ir, mas eu sabia que não ia.
Passamos pelo átrio e continuamos assim, as suas mãos enterradas nos bolsos do casaco de camurça e eu meio perdida sem saber o que fazer comigo mesma, a sentir-me a mais perto de uma pessoa que há duas horas atrás tinha dito que me amava. Não tinha a certeza para onde estávamos a virar e encontrava-me estranha em segui-lo e mudar de direção de repente. Ele mal olhava para trás, na esperança de que eu ainda estivesse atrás dele, o meu passo tornou-se acelerado para poder acompanha-lo, até que tropecei para frente numa pedra de calçada e ele continuou a andar, eu sabia que ele não me tinha visto, mas aquilo tinha sido o suficiente para mim.
Suspirei e voltei para trás, eu sabia que de alguma maneira estava a ser egoísta em não conceder ao meu namorado o desejo de ir com ele, mas de alguma maneira eu também sabia que estava só a zelar pela intensidade dos meus sentimentos, das memórias e das coisas que podiam desencadear se eu fosse, se eu respirasse o ar novamente, e se o medo voltasse, e os antigos fantasmas voltassem? A visão em que eu estava a ver-me em todos os cenários possíveis naquele apartamento, a ver o medo, e o amor colidirem mesmo que por breves instantes foi mais assustador do que muitas coisas que eu vivenciei.
Os pés estavam a mexer-se na direção oposta ao Harry, e eu odiava quando me sentia assim, como se estivesse a remar em direções opostas quando devíamos estar os dois a lutar contra a corrente, e eu queria ir atrás dele, mas às vezes o Harry tinha que levar com a realidade das coisas na cara antes de poder sequer olhar para o mundo á volta dele. Um casal de estrangeiros veio contra mim e encostei-me ás escadas do metro evitando-os, quando os pés colaboraram para a frente a minha mão fria foi agarra pela mão quento do Harry, ele deu um passo até ficar ao meu lado, ouvi-o pedir desculpa a alguém em quem ele bateu para se meter ao meu lado e depois continuou a caminhar ao meu lado como se realmente não fosse nada com ele, e não me estivesse a ignorar até á dois minutos atrás.
Ele apertou a minha a mão na esperança de me fazer falar mas eu olhava para os nossos pés.
-Não vais falar comigo.- Ele murmurou.
-Engraçado, eu não era aquele que estava a fugir á cinco minutos atrás, na realidade eu estava a tentar falar.- Cuspo e viro para a esquerda, a oitava avenida estava mais vazia do que a que inicialmente era o meu destino e fiquei agradecida por isso.
-Estou zangado.
-Assim como eu, e acredita depois da noite de ontem eu devia ter-te colocado no sofá, em vez disso eu fiquei contigo e entendi-te agora estava só a tentar fazer-te ver que...
-Não me podes pedir nada em troca, não é assim que funciona.- Ele aperta os meus dedos e franzo a testa.
-Não estou a pedir-te o mundo, estou a pedir-te que me compreender.
-Não ir, não é uma opção.- Ele diz-me, e olho para ele.
-Ir, não é uma opção para mim, se quiseres ir tudo bem, eu vou estar aqui quando voltares Harry, estás a tentar fazer-me ver tudo do teu lado mas não estás a dar valor ao meu.
-Nunca vamos esquecer esta parte da nossa vida se não a enfrentarmos.
-Não quanto a ti, mas eu estou bem a uns milhares quilómetros de lá. Acabou para mim Harry, a única coisa boa que habita aquele lugar são as memórias do que fizemos lá e mesmo assim nem tudo foi bom.
-Foi onde tudo começou, era suposto aquele lugar ser o nosso ponto de partida.
-Estás a tentar agarrar uma coisa que há muito que desapareceu.- Sussurro.
Ele puxa-me para debaixo de um toldo de um café.
-Está aqui, porque se não estivesse não podíamos estar a amarmo-nos desta maneira. Só quero que entendas que há lugares que a nossa vida nunca vai deixar realmente ir.
-Ir a um sítio onde quase morri, onde quase morreste, um sítio onde partes de mim ficaram irremediavelmente partidas não é uma opção e tu devias respeitar isso, não obrigar-me a um sofrimento evitável. Porque sinceramente onde é que viveste enquanto lá estiveste? Onde é que fodeste aquela mulher? Onde é que estavas a ser cruel enquanto eu estava aqui? Eu sei que fui eu que te deixei, mas voltar á aquele lugar á rasgar a cicatriz e demorei tempo para chegar aqui.
-Não vamos começar isto.- Ele revira os olhos e liberto a minha mão da dele, o cheiro a pão quente faz-me querer entrar e meto-me na fila, pela janela posso ver o Harry virado para os prédios á frente. Ele vira-se de repente e entra no café, pondo-se ao meu lado. Quando chega a minha vez peço uma tosta mista e uma infusão de camomila, o Harry olha para a máquina de café e peço um para ele. Ele olha para mim um pouco surpreendido mas recebe o tabuleiro que a senhora lhe dá depois de eu pagar as coisas. Sentamo-nos ao fundo do café e agarro o copo quente aquecendo as mãos.
-Percebo o teu ponto.- Ele sussurra enquanto ela o café aos lábios.
Bebo um golo e riu-me, o que me sai a seguir pelos lábios é doloroso, mas é necessário.
-Só porque mencionei que dormiste com outra mulher.- Encolho os ombros.- Não que quisesse que virasses celibatário.
É verdade ele é extremamente fraco no que toca a isso, se eu mencionar alguém com quem ele esteve, ele vai ceder rapidamente, sei que é cruel, mas ele tem estado a tentar fazer-me uma lavagem cerebral para me levar com ele.
-Estás a descer baixo.- Ele sussurra e parto a minha tosta ao meio entregando-lhe a outra metade.
-Talvez mas é verdade.
-Tiveste outro namorado.- Ele atira e riu-me.
-Se não podes vence-los junta te a eles.- Bato o copo com a infusão no seu de café, ele ri-se e leva uma metade da tosta á boca.
-Então já não te sentes rancorosa em relação a isso.
-Não é agradável pensar nisso, mas não posso fazer nada, tenho que aprender a conviver com o que ficou lá atrás.
-Então não há maneira nenhuma de te convencer?
Penso nas palavras dele e no que eu poderia pedir, mas nada vem á minha mente, é estranho mas não há nada que ele possa fazer, pelo menos nada que me faça realmente mudar radicalmente.
-Parares de falar no assunto, ignorar isso...não sei Harry tentar entender-me e talvez um dia nós possamos voltar a ter esta conversa.
-Bom fomos mais civilizados nesta discussão no que na maioria das vezes.- Ele encolhe os ombros.
-Não, não fomos.- Riu-me.
Pelas 14:00 eu e o Harry estamos fartos de andar a pé, e ele oferecesse para me levar a casa. A minha conversa eminente com Ave estava a deixar-me nervosa e o Harry desenhou círculos suaves na palma da minha mão enquanto caminhávamos até á preferia, passamos em frente á casa do Harry e pude olhar lá para cima para ver o quão alto era, geralmente passava sempre de carro.
-Quando voltares podemos ir até Hudson River.- Murmurei a medo. Ele riu-se e deu-me um ligeiro encontrão.
-Tudo bem, isso seria fantástico, podíamos ver se algum de nós tem coragem de ir nada nu.
-Esse vais ser tu.
-E podemos ver se partes mais algumas canecas como da ultima vez.
-Assustaste-me.- Encosto a cabeça ao ombro dele.
-Deixa-me amar-te bebé.- Ele beijou o meu cabelo.
-Amo-te.- Sussurrei e levantei a cabeça, os meus pés doiam de andar, mas estava mais que feliz em voltar para casa.
-Acho que devias pedir desculpa á Ave.- Sussurrei.
-Não vai acontecer, tu sabes...
-Soph!
Ambas as nossas cabeças se viraram pelas voz a chamar o meu nome e o meu coração parou no topo da minha garganta quando o cabelo loiro e os olhos verdes me fixaram no lugar como um antigo hábito a voltar ao lugar. Eu costumava parar no corredor da universidade de cada vez que ele me chamava, a ansia de não estar sozinha, a carência de ter alguém que me desse um obro, ouvidos para ser ouvida.
-Quem é aquele?- Eu senti a tensão irradiar do corpo do Harry e fechei os olhos decidida a andar em frente, a mão do Harry parou-me.
-Leonard.- Sussurrei.
Desde o incidente na biblioteca eu nunca mais o tinha visto, mesmo a cidade sendo relativamente apertada para toda a gente, eu nunca mais tinha cruzado o caminho dele. A sensação do pânico que senti quando ele insistiu demais durante a nossa pequena relação não veio por isso senti-me um pouco mais sobre controlo.
-É ele?- O Harry sussurrou ao meu lado e acenei ligeiramente com a cabeça.
-Passou um longo tempo desde a última vez que nos vimos.- Ele estendeu a mão na minha direção e eu apertei-a, ao mesmo tempo que o Harry esmagava a mão que estava entregue á sua.
-E tu deves ser o namorado.- Ele sorriu para o Harry mas o Harry é todo sobre uma postura zangada e dura, pronto para acertar com um golpe no queixo, eu podia sentir isso.
-Sou o marido.- Ele recitou sem se deixar abalar, senti a minha garganta apertar e olhei para ele, o anel que eu lhe tinha dado estava colocado no dedo e na mão certa.
-És casada.- Ele virou-se para mim.
-Sim.- Menti.- Depois de acabar o curso, é recente.
Vi os olhos dele percorrerem o Harry de cima abaixo.
-Havia uma fotografia dele, dentro de uma caixa no teu quarto.- Ele sorriu, como se a provocar o Harry. Como que a dizer que ele tinha estado lá quando mais ninguém esteve.
-Sim, havia. Nós precisamos de ir embora.- Sussurro e viro-me, o Harry demora um pouco a seguir-me mas assim que nos viramos Leonard diz:
-Foi bom ver-te.
Fecho os olhos e ando em frente, porque é exatamente o que fiz com a minha vida durante todo este tempo, quando o passado te chamar anda em frente.
-Queria esmurra-lo.- O Harry fala sozinho ao meu lado.
-Ele não merece que alguém gaste o seu tempo com ele, ele pediu-me desculpa e depois cada um de nós foi por direções diferentes.- Encolho os ombros.
-É incrível a maneira como não sentes rancor dele.
-Um dia vais entender.- Beijo-lhe a bochecha.- Até porque agora sou Mrs.Styles, e não preciso de me preocupar com nada certo? O meu querido marido está aqui para me fazer feliz.
Ele ri-se, uma gargalhada genuína e rouca, o seu cabelo voa á sua volta e ele envolve a minha cintura.
-És muito boa a fazer-me esquecer as coisas.
-Lido contigo á um longo tempo, tenho estratégias.- Elevo as sobrancelhas.
-Raios mulher, o teu nome de casada soa bem!
Ele para de andar e agarra a minha cara, os seus lábios colidem com os meus e riu-me ao memso tempo que o tento beijar.
-Soa mesmo, mesmo bem.- Murmuro.
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Consegui! Vocês não sabem quão stressante tem andando a minha vida por causa da escola, mas quando arranjo tempo soa a primeira pessoa a lembrar-me de que quero escrever ahaha
Só quero que a segunda fase de testes passe rápido para poder voltar a postar nos dias certos, sabe tão bem sentar-me com o computador no colo, vocês não tem ideia.
Tenho uma pergunta, vocês gostariam que a Soph fosse com o Harry ou não? Eu já tenho a resposta só queria um feedback galera ahaha
Saiu uma entrevista comigo num livro aqui no wattpad, o link está no meu twitter é super rápido ir lá e clicar no link para lerem.
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7"oz
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