73ºCapitulo
A respiração do Harry era lenta ao meu lado, o meu corpo nu estava envolvido num lençol e o Harry estava completamente destapado, o seu peito para baixo e os seus braços a envolverem a almofada, um sono profundo que me fez ter inveja do quão fácil ele adormeceu. Os meus olhos estavam pesados, mas a minha mente trabalhava a mil em alguma coisa que eu não conseguia descodificar. Esfreguei os olhos e levantei-me devagar trazendo o lençol comigo, a minha roupa espalhada no chão fez-me pensar em quantas vezes acordei no mesmo cenário...quantas vezes? Os meus pés faziam barulho na madeira escura e quando sai do quarto embrulhada no lençol senti alguma coisa mexer-se. Algo dentro de mim estava a mexer-se a um ritmo descompassado e stressante, eu tinha a certeza de que era o meu coração, só precisava de saber exatamente o quê é que estava a provocar isto.
Quando cheguei á sala carreguei no interruptor e as precianas da sala deslizaram para cima deixando a cidade nua aos meus pés, sentei-me na ponta do sofá e escondi os pés debaixo das minhas pernas. Podia ver o meu reflexo no vidro, o meu cabelo estava uma confusão, o meu corpo estava cansado e eu precisava efetivamente de fechar os olhos e deixar-me ir.
Eu podia sentir que algo estava acontecer debaixo do meu nariz.
-O que se passa?- Num reflexo virei-me e soltei as pontas do lençol que prendia contra o peito, o Harry estava mesmo atrás de mim, o seu cabelo uma confusão, talvez causada pelos meus dedos irrequietos. Tentei apanhar de novo o lençol sentindo-me subitamente estranha com a minha nudez. As mãos dele impediram as minhas de cobrir o meu peito, os meus olhos estavam focados nas mãos quando lentamente o meu olhar subiu até á sua cara, os olhos meio fechados, mas a postura tensa, como se eu tentar cobrir-me fosse quase uma provocação.
-Nada.- Murmurei, os olhos verdes perscrutavam-me em busca de indícios de algo que estivesse mal.
Ele sentou-se á minha frente, a sua mão ainda a prender o lençol, os seus olhos estavam diretamente nos meus seios e quis faze-lo olhar para a minha cara.
-Para com isso.- Murmurei. Ele ergueu uma sobrancelha e olhou finalmente para mim.
-Porquê?- Ele apoio o cotovelo no seu joelho e a sua cabeça na palma da mão.
-Porquê sim.- Encolhi os ombros e passei um braço ao redor de mim.
Ele soltou um suspiro frustrado e mandou o lençol amarrotado que cobria os nossos colos para longe, os meus olhos seguiram o gesto do seu braço e senti-me ainda mais exposta. Não sabia o que raio estava a desencadear este comportamento em mim, mas estava ficar zangada. Ele embrulhou a mão no meu braço e puxou-o para fora do alcance do meu peito. De repente algo estava mal e estava a tentar levantar-me quando ele me fez cair de novo no sofá sentada á frente dele, a minha respiração estava superficial e as minhas emoções estavam a correr em direções opostas.
-O que se passa Sophia?- Ele olhou diretamente para mim, as suas mãos a segurarem-me no lugar.
-Nada, não tenho sono.
Os nossos olhos ficaram presos em algo que eu não sabia se era uma luta ou um pedido de ajuda, eu queria que ele parasse de olhar para mim daquela maneira por isso desviei o olhar para o seu peito. A minha respiração tremeu e ele ergueu o me queixo.
-Para com isso.- Ele sorriu, obviamente a referir-se á forma como eu olhava o seu peito, que na verdade não era da mesma como ele fitava o meu.
Gatinhei até ao seu colo e enrosquei-me no corpo nu e quente, as suas mãos acariciaram-me as costas, os meus seios foram espremidos contra o seu peito quando ele se deitou para baixo. Ele entrelaçou as nossas pernas e ri-me quando os pelos dele me fizeram cocegas, no entanto o meu humor ainda estava em baixo.
-Espero que este humor não te assombre de cada vez que fazemos sexo porque isso é um terrível sinal.- Ele sopra na minha orelha.
-Estavas a irritar-me.- Murmuro.
-Porquê?- Ele acaricia o meu cabelo.
-Estavas a deixar-me nua e eu claramente não queria.- Reviro os olhos e ele inclina o pescoço para olhar para mim.
-Qual é o mal de estares nua? Para mim?
-Ás vezes até eu me posso sentir...
-O teu corpo é tanto meu quanto teu, é isso que te dou, é isso que espero receber.- Ele abana a cabeça e viro-me para ele.
-Sim, mas isso não impede que me sinta desconfortável ás vezes.- Franzo a testa.
Em dois segundos a palama fria da mão dele está pressionada contra o meu seio esquerdo. Olho para baixo e vejo a maneira cuidadosa como ele me segura. Ele não está a tentar magoar-me, está só a tentar tocar-me.
-É uma boa maneira de fazer alguém sentir-se protegido.
-A nudez torna uma pessoa vulnerável.- Sussurro.
Ele senta-se e fico de frente no colo para ele, a sua outra mão segura o meu outro seio com gentiliza.
-Eu quero que tu sejas vulnerável comigo, quero ser vulnerável para ti.- Os polegares dele suavemente circulam o mamilo intumescido. Respiro fundo e as minhas mãos contornam os seus ombros, sobem pelo seu pescoço e enquadram a sua cara.
-Como é que dizes coisas dessas?- Murmuro e aproximo a cara dele. Os nossos narizes tocam-se e ele sorri.
-Com a boca.
-Tu és tão capaz de estragar o momento.- Riu-me.
De repente o aperto no meu peito aumenta e beija-me, os nossos lábios colidem numa explosão de estrelas, e minha língua serpentei os lábios dele, provando o sabor picante da sua boca, procurando uma forma de ficar mais próxima dele, encostando-me tanto quando posso a ele, perdendo-me nele.
Sou acordada pela luz intensa de algum lado, e resmungo virando a cabeça para a esconder entre o braço do Harry e o seu tronco. Ele resmunga qualquer coisa e arrepio-me com frio, tenho a minha perna direita congelada e quando tento passa-la para debaixo do quer que me cubra descubro que tudo o que me cobre é ocupado pelo corpo gigante do Harry.
-Preciso disso.- Murmuro sem fazer sentido.
-Hum.
-Não, dá-me isso.- Puxo lençol que ele apanhou ontem á noite e ele volta a puxa-lo para si.
-Nem penses.
-Não consigo adormecer outra vez se estiver com frio.- Digo-lhe ainda de olhos fechados.
-Bom, estava mesmo a apetecer-me uma chávena de chá.- Ele enrosca-se mais no sofá e levanto-me coço os olhos e começo a andar, ainda tenho frio por ter passado a noite com a perna de fora dos lençóis, surpreendentemente não me dói as costas de ter dormido no sofá. Enquanto caminho para o quarto e para a escova de dentes que espero que Harry não tenha deitado fora sou agarrada por um par de braços forte.
-Adoro quando abro os olhos e a primeira coisa que vejo é o teu rabo.- Ele gira-me em torno de si e riu-me.
-Pensava que adoravas quando acordavas e olhavas para a minha cara.
-Isso também.- Ele pousa-me no chão para logo a seguir passar os braços por debaixo das minhas costas e pernas, levantando-me do chão.
-Eu posso andar.
-Tem muito mais piada assim, para além disso ando a treinar, para quando for de verdade.- Ele sussurra e arregalo os olhos.
-Estás a pedir-me em casamento?- Riu-me para disfarçar a batida frenética no meu peito.
-Ainda não.- Ele beija a minha bochecha e baixa-me para abrir a porta, quando entramos no quarto está tudo uma confusão, cobertores no chão, a colcha perto da porta do quarto de vestir...
-Nunca me lembro de fazermos tanta confusão, mas na manha seguinte cá está ela.- Ele revira os olhos.
-Estou feliz que hoje é sábado finalmente.- Suspiro.
-Podemos fazer o que nos apetecer.- Ele deita-me na cama e vai buscar a colcha cobrindo-nos quando se vem deitar ao meu lado.
-Podíamos ir passear por ai, ir almoçar fora...nãos sei.- Viro-me para ele e passo uma perna por cima da cintura dele.
-Ou podíamos só ficar em casa.- Ele sugere.
-Tenho que voltar para casa, preciso de falar com a Ave.- Os acontecimentos de ontem inundam-me a memória e fecho os olhos.
-A tua casa é aqui.- Ele murmura e viro-me para, sorriu e acaricio a sua cara.
-A minha casa é onde de tu estiveres.- Beijo-o.- Mas por enquanto ainda divido uma casa com a Ave, vamos ver o que acontece depois de hoje.
-Não te preocupes com isso.- Riu-me e não lhe respondo, para o Harry os problemas são sempre tão fáceis de resolver, tão básicos.
-Estou ansiosa pelo jantar de hoje á noite.- Sorriu-lhe e ele rebola para cima de mim, beijando-me o queixo.
-Quero mesmo tirar-te daquele vestido.- Ele sopra e agarro-lhe o cabelo, as minhas unhas coçam-lhe o coro cabeludo e ele geme de olhos fechados, como se o maior prazer da vida fosse aquele, e pequenas coisas como estas fazem-me ama-lo ainda mais.
-Estás sempre a tirar-me a roupa.
-Isso é porque é uma coisa muito agradável de se fazer.
-Okay, vamos tomar banho e a seguir podemos ir sair?
Ele franze a testa para mim, mas acaba por se rir, e acena, sai de cima e dá-me a mão para me ajudar a levantar.
-Vai andando, preciso de ir tratar de alguma coisa, daqui a uma hora encontramo-nos na sala.
Fico a vê-lo sair, com o telemóvel na mão e uma cara pensativa, mesmo depois daquilo que eu consideraria descontração o Harry parece de repente tenso com alguma coisa. Fico sozinha no quarto e apercebo-me de como o mundo á nossa volta nos pode mudar de repente, partir a bola de cristal onde vivemos.
Quarenta minutos depois estou vestido e entediada na sala, o Harry continua fechado no escritório e não me sinto confortável em bater á porta, no entanto estou farta de estar á espera. Com a minha determinação feminina ando com passos decididos até ao escritório e abro a porta, ele está virado para a janela e parece não me ter ouvido, sorriu prestes a pregar-lhe um susto e aproximo-me devagarinho, ele tem o portátil no colo e já o posso ver a saltar no lugar com susto. Quando levanta as mãos para lhe tocar paro, a minha garganta aperta e tenho a certeza de que o chão debaixo de mim se vai.
-Porque é que estás a olhar para isso?- Murmuro, as palavras custam a sair.
Ele baixa a tampa do laptop e vira-se para mim, levantando-se em toda a sua altura, primeiro parece assustado, a seguir confuso e depois zangado. Levanto a mão calando-o antes dele sequer ter coragem de me dizer que devia bater á porta.
-Porque é que tens isso?- Pergunto novamente.
-Nenhum motivo em especial.- Ele encolhe os ombros.
-Estás a mentir.- Sussurro.- Disseste que não ias voltar a faze-lo! Que ias confiar em mim!
-Devias mesmo aprender a bater á porta.- Ele acusa-me.
Fecho os olhos e dou um passo atrás. As fotografias mostravam o nosso sítio em Oxford, a cadeira partida, o tapete manchado de sangue, o escritório onde aquele homem terrível acabou por ser morto. Porque é que ele sequer tem aquilo?
-Porquê?- Sussurro novamente.
Ele respira profundamente e passa as mãos pelo cabelo rebelde, as calças do pijama caem-lhe na cintura e ele puxa-as ligeiramente para cima.
-Preciso de ir a Oxford na próxima terça-feira.- Ele explica-me e riu-me.
-Não, não precisas.- Viro-me e começo a andar até á porta.
-Como assim não preciso?- Ele caminha atrás de mim e quando tento abrir a porta ele força-a com o braço, viro-me e sorriu, embora a minha vontade seja ter um ataque de nervos.
-Harry tens muita gente que pode ir por ti, manda alguém, simples assim.- Encolho os ombros.
-Não funciona dessa maneira!
-Não estás mesmo á espera que eu te diga para ires, estás? Depois tudo aquilo que se passou?
Cruzo os braços e tento não começar a tremer.
-Aquele lugar está cheio de memórias zangadas, sangue e brigas...
-E também está cheio de boas recordações, de amor, de afeto...
-De medo!- Respondo-lhe.
-A Gemma está lá, e preciso de resolver alguns assuntos lá.
-Ótimo, vemo-nos quando voltares.- Saiu da divisão e volto ao quarto.
Sento-me na cama e olho para as minhas botas, elas estão a mexer freneticamente, os meus pés estão a bater freneticamente no chão, apoio a minha cabeça nas minhas mãos e respiro fundo. A minha bochecha quase que dói com a réplica do estalo que a mão do Dean marcou na minha cara, o meu nariz em sangue, o som do tiro, o grito do Harry...depois de tudo aquilo eu não vi o Harry por três anos, porque estava demasiado assustada e agora ele vai voltar?
Quando me levanto para lhe dizer que não pode ir ele abre a porta do quarto. Ficamos os dois de pé a olhar um para o outro.
-Por favor Harry não vás.- Sussurro.
-Tu podias vir comigo.
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MADE IN THE A.M SO PROUD
Eu sei que não esto a ser justa nem com o Harry, nem com a Soph, mas relacionamentos são isso mesmo, não há realmente uma justiça, por isso não me esfolem ou assim ahaha
Respondi a uma entrevista para um livro aqui no wattpad, e amanhã vou dar-vos o link no twitter e no snap meus anjos.
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