65ºCapitulo Parte I
Parece que há um replay na minha cabeça. Quantas vezes eu ouvi isto? Demasiados acho eu. Fecho os olhos e suspiro, ando até á cozinha e abro a torneira, arregaço as mangas e começo a passar por água a loiça que Ave deixou ontem aqui. Sinto Harry atrás de mim, lentamente ele fecha a torneira e viro-me para ele. Cada pelo do meu corpo está eriçado e o meu coração bate desenfreado.
-Pensa nisso Sophia.- Ele sussurra.
-Não vou deixar a Ave.- Suspiro.
-Acho que este rapaz era capaz de querer viver com ela.- Olho para ele, os olhos brilhantes parecem não querer mentir-me, na verdade acho que ele está a ser mesmo sincero e não a trabalhar para o seu próprio interesse.
Não é que eu não queira, só que tenho medo. Medo de falhar, de deixar ir e de repente já não estar no meu controlo.
-Sophia...
-Eu gostava que um dia pudéssemos realmente dividir uma casa.- Olho para ele a sorrir.
-E podíamos fazer isso. Agora.- Ele passa uma mecha de cabelo para trás da minha orelha. A respiração dele bate na minha testa e levo a mão ao cabelo dele, desço suavemente e encontro a velha cicatriz debaixo dos meus dedos, o relevo faz-me arrepiar.
-Uma casa que eu pudesse ver, escolher e pagar contigo.- Respondo.
Harry revira os olhos e sorri para mim, é engraçado como de repente já não é mais sobre is viver com ele, há uma implicação a escolher algo nosso. Não dele.
-Posso pagar e mais tarde podes devolver-me o dinheiro?
-Não me quero endividar.- Beijo-lhe suavemente os lábios.- Para além disso escolhemos falar disto daqui a uns meses.
-Gostava de poder acordar com a sensação irritante do teu cabelo debaixo da minha cara.- Ele sorri e acabo por me rir. É verdade o meu cabelo fica sempre preso debaixo da cabeça dele por dormirmos tão perto.
-Ainda podes.- Viro-me de novo para o lavatório e recomeço, lavando as chávenas lentamente. Quando acabo ele está encostado ao balcão de pequeno-almoço.
- Liguei para uma loja na 5ªAvenida, podes ir escolher um vestido e sapatos.- Ele passo o cabelo para trás da testa.
-Okay, obrigada.- Sorriu e começo a secar as canecas. Pela minha visão periférica consigo vê-lo de boca aberta.
-O quê?- Riu-me.
-Estás mesmo a aceitar isto?- Talvez deva fechar a boca dele.
-Sim, porque não? Para além disso gostei mesmo dos sapatos que me deste.- Encolho os ombros. E talvez eu tenha entendi que também preciso de fazer cedências.
-Meu Deus já te podes casar comigo.- Ele sussurra e engasgo-me. A tosse provoca-me convulsões e apoio-me na bancada. Harry passa-me um copo de água e bebo-o devagar. Sinto lágrimas de aflição nos olhos e limpo-as olhando para ele.
-Uh ainda bem que não tinha um anel aqui, senão tinhas pisados os meus sentimentos.
-Não...quero dizer, somos muito novos.- Murmuro ainda a respirar com dificuldade, viro-me e começo a colocar as canecas no armário.
A porta da casa de banho abre-se e Paul aparece vestido, roupas decentes cobrem-no agora, e sinto-me muito mais séria sobre falar com ele agora. Os olhos escuros estão divertidos, ele deve ter ouvido o que o Harry disse.
-Bom, vou andando, lamento eu disse que ficava mais cinco minutos mas acabei por adormecer, vou chegar atrasado ao trabalho e...esqueçam. -Ele calça os sapatos e tanto eu como o Harry ficamos a olhar para ele. Ele é quase tão alto como o Harry, talvez um centímetro ou dois a mais.
-Até amanhã Soph.- Ele acena e franzo o sobre olho. Ele aperta a mão a Harry e sai.
-Como assim até amanhã?- O Harry tira o casaco e olha para mim com cara de poucos amigos.
-Meu Deus não faço a mínima ideia.- Abano a cabeça e olho para o frigorífico. Reviro os olhos ao ver o post-it.
"Vou jantar aqui em casa com Paul amanhã. Não convides o Harry para vir cá.
-A. XX"
Tanto eu como o Harry estamos a olhar para o bilhete colado no frigorífico com olhos de serpente, suspiro e viro-me para o Harry. Riu-me quando ele continua a observar o papel no frigorífico.
-Ela não gosta de mim pois não?
-Não.- Encolho os ombros.- Achas que amanhã posso ir a tua casa?
-Depende.
-Depende do quê?- Cruzo os braços e olho para ele, para a maneira como os olhos dele brilham de um verte tropical, fazendo o meu estomago mexer-se.
-Da maneira como estas disposta a pagar a estadia.- Ele aproxima-se de mim, os lábios dele perto dos meus.
-Posso sempre cozinhar.- Sopro.
-Não. Eu cozinho, preciso de sobreviver até á sobremesa.- Ele pisca-me o olho e beijo-o devagar, deixando os meus lábios deslizar devagar pelos dele. É picante e doce ao mesmo tempo. É o céu.
-Preciso mesmo de ir trabalhar.- Ele aninha a cabeça no meu pescoço e morde a pele ligeiramente.
-E eu preciso de preparar uma entrevista. Estão á procura de estagiários na camara.- Suspiro e mexo-lhe suavemente no cabelo.
-Podíamos ir sair logo á noite?- Ele sugere e eu franzo o sobre olho.
Ele está mesmo a convidar-me para um encontro?
-O que foi?- Ele cutuca a minha bochecha.
-Estás a convidar-me para sair?- Sorrio e os braços dele apertam-se mais á minha volta.
-Parece que estou Miss.Black. Vai aceitar o que convite?
-Depende...o que vamos fazer?- Esfrego o nariz no dele.
-Logo vês, ás oito, veste qualquer coisa bonita.- Ele beija-me e solta-me, veste o casaco e puxa-me com ele até á entrada, depois agarra-me e levanta-me do chão, envolvo os braços á volta dele e beijo-o. Só por mais um momento, os lábios secos a ficarem húmidos, a sensação da língua dele que ainda provoca borboletas no meu estomago.
-Vai tudo voltar ao normal, eu prometo.- Ele sopra antes de descer as escadas e desaparecer.
Quando fecho a porta sinto-me tonta de alegria e amor. É engraçado como o amor parece estar na resolução de todos os males. Lembro-me de uma vez porque é que os cantores estão sempre a escrever canções de amor, lembro-me também de a resposta ser "o que move o mundo? O amor" O que acontece quando um coração não tem amor, torna-se seco, uma flor morta no deserto, é isso que acontece ao nosso coração quando se parte. A maneira como o seu humano é afeta pelas emoções que os outros passam é impressionante. As pessoas tornam-se outras quando estão apaixonadas, tristes, zangadas, com raiva. Lembro-me de achar que era feliz, e depois apaixonei-me e parece que cada momento de felicidade que tinha antes se ampliava e ampliava até que as borboletas no meu estomago dominavam todo meu corpo e eu mesma ganhava asas. As borboletas não estão no nosso estomago. As borboletas somos nós. O amor liberta-nos e acorrenta-nos de uma maneira que só a liberdade de estar apaixonado pode realmente explicar, estamos tão leves e soltos que sem saber-mos, e sem nos importarmos estamos presos ao sentimento e não queremos que acabe nunca.
Suspiro com força e sento-me no sofá, coloco o computador em cima dos joelhos e começo a estudar. Preciso de tudo o que conseguir sobre como funcionam as coisas, de quem pode possivelmente entrevistar-me. Estou nervosa sobre isto, quero que resulte, quero mesmo começar num sítio onde a influencia seja apenas minha, em que eu influencie o que se vai passar á minha frente.
Às seis da tarde Ave entra em casa, com os sapatos na mão. Reviro os olhos. Detesto quando faz isto, porque sobe as escadas do prédio com os sapatos nas mãos e deixa as meias todas sujas, é trabalho extra quando for deixar tudo á lavandaria.
-Estou de rastos, olhei para tantos números hoje que quando estava no caminho para cá as caras das pessoas eram só números.
-Acredito que sim, ainda tens os óculos de ver postos.- Aponto e ela escandaliza-se tirando-os.
-Nem dei por isso! Estou tão acabada, preciso mesmo, mesmo de dormir.
Riu-me e fecho o computador, também estou cansada, mas ansiosa para ir sair.
-O que foi?- Ela atira-se para o sofá para o meu lado.
-Nada, só gostava de saber como é que Paul veio parar ao sofá, não há uma cama no teu quarto?- Brinco.
Vejo as bochechas dela ficarem vermelha e depois ela olha para mim, agarra numa almofada e acerta-me em cheio na cara o que me provoca uma gargalhada ainda maior.
-Não sei...- Ela tenta parecer seria mas falha miseravelmente.
-Sabes sim.- Pico-a. Ela diz qualquer coisa, mas é tão depressa que não entendo nada.
-Entornei alguma coisa na cama ontem á noite, jantamos lá mas no fim...
-Oh alguém estava com pressa.
-Meu Deus Soph és tão desagradável.- Ela guincha e levanta-se.
-Oh a sério? Conta-me mais...- Riu-me e ela desaparece na casa de banho.
Respiro fundo e olho para o telemóvel. Há uma mensagem de Harry. Sorriu e abro-a.
*A pensar desesperadamente naquele vestido*
Riu-me e levanto-me com o telemóvel na mão. Entro no quarto e abro o roupeiro, o vestido está lá. Escolho o casaco, a mala, e os sapatos e depois vou tomar banho. Quando entre na casa de banho, Ave está a sair e a rir-se de mim por ter a toalha enrolada na cabeça.
A água quente envolve-me numa corrente de prazer e deixo-me descontrair, felizmente a chuva que deram para hoje não chegou a aparecer, embora eu tenha a certeza de que é capaz de chegar esta noite...
-Sophia!- Ela abre a porta da casa de banho e tenho que parar para não a repreender, ela adora entrar na casa de banho quando só tenho a cortina para nos separar.
-Sim...
-Tu e o Harry... Claro que sim, estavas a sorrir pelo amor de Deus.- Riu-me e enxaguo a cabeça.- Pelos vistos eu não fui a única a...
-Pelo menos eu não o trouxe cá para casa.
-Ia ser engraçado, o teu namorado pode ser muito idiota mas lá bonito é.- Espreito pela cortina e atiro-lhe a esponja cheia de água, ela volta atirar-me por cima da cabine e sai da casa de banho.
Sim. Está tudo a entrar nos eixos.
-Wow.- Ave esta a olhar para mim e riu-me.- Esses sapatos são tão bonitos.- Ela baixa-se e toca-lhes.
-Achas que amanhã podíamos ir ás comprar?
-Claro, á um vestido tão bonito na...
-Acho que o sítio onde vamos é capaz de ser mais interessante.- Riu-me.
Ave suspira.
-Não tenho muito dinheiro Soph...
-Nem eu.- Ela levanta-se e arquei a sobrancelha.
-Essas calças ficam-te bem. Onde é que vais?
-Não sei, o Harry não me quis dizer.
Olho-me ao espelho atrás da porta de entrada. Tenho os meus jeans pretos, uma capa preta com uma camisola justa também preta por deixo e os meus sapatos novos. Toda eu sou preto e brilho nos sapatos.
A campainha toca e salto no meu lugar enquanto me acalmo e abro lentamente a porta. O sorriso de Harry faz o caminho até ao meu coração e algo dentro de mim salta em antecipação. Ele está com um casaco comprido verde-escuro, jeans pretos e botas. Parece acabado de sair de uma revista.
-Não estás de vestido.- Ele desaprova.
-Não, mas...- Meto o pé fora da porta.
-Estou mesmo ansioso por esta noite.- Ele puxa-me e os seus lábios batem nos meus.
-Não te esqueças de deixar a Cinderella em casa antes da meia noite.- Ave grita lá de dentro.
Fecho a porta e desço as escadas ao lado dele.
-Onde vamos?-Ele abre a porta da rua e o frio atinge-me quando saio.
De repente o Harry está em cima de mim, as minhas costas prensadas na parede, as mãos dele estão em todo o lado, a sua boca é persistente no meu pescoço.
-Vamos fazer o que casais normais fazem.- Ele suspira na minha boca.
-Aí sim?- Sopro quando a mão dele me sobe pela barriga, pelo seio e depois na minha bochecha, por um momento esqueço-me de que estou na rua.
-Vamos ao cinema.- Ele beija-me e acrescenta.- Curtir.
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Olá meninas, o capitulo está só a sair hoje porque ontem foi um dia complicado, ainda por cima hoje estou a ficar adoenta...não sei, e ando stressada com a escola. Esta é só a primeira parte do capitulo, então esperem pela segunda por favor. A serio a segunda parte vai ser tãoooo divertida.
Queria só dizer que em principio segunda ou terça vou fazer um diário no snap chat para vocês.
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