58ºCapitulo
Quero beija-la.
Sentir-lhe o gosto do desespero e da saudade na boca.
Quero agarra-la como quem agarra um pedaço de céu.
Uma parte de mim reza para que ela possa perceber.
As minhas botas afundam-se na neve rija e vejo a minha avó na estufa a fazer qualquer coisa. Passaram-se quatro dias desde que sai de Nova York e era suposto ter partido á dois dias atrás. Telefonei para o orfanato e falei com Sam, descrevi-lhe como a neve se parecia diferente aqui, em como tinha um baloiço, disse-lhe que mostrei um fotografia dela á avó e que ela tinha dito que parecia uma boneca. No fim ruí quase toda a minha unha do mindinho quando ela me perguntou pelo Harry.
Menti. Como faço sempre quando alguma coisa pode abalar o pequeno mundo onde vivo com Sam. Não devia faze-lo mas ela tornou-se a única coisa real no me coração, o único amor puro e sem qualquer vírus que merece entrar no meu sistema.
Ando a ler um livro, fala de uma rapariga que descobre uma sociedade secreta mesmo por debaixo do seu nariz e estranhamente ela acaba apaixonada por alguém que tem duas caras nesse mundo obscuro, as pessoas á volta dela começam a ser vitimas dessa sociedade penso eu, ainda não consegui descobrir realmente o que o rapaz tem ou não a ver com tudo aquilo, talvez seja só um agente passivo da historia e a autora tenha feito tudo para nos despistar.
De qualquer forma enquanto as minhas botas começam realmente a ficar geladas por estar tanto tempo parada, levanto-me, o meu gorro chega-me quase aos olhos e quando levanto a cabeça Nik está a olhar para mim.
Nik é um rapaz que vive na casa ao lado da nossa, e a minha mãe disse-me que quando eramos pequenos e eu vinha de ferias adorávamos estar juntos...lembro-me disso só que á muito tempo que não destrancava as memorias.
Ele salta por cima do portão e caminha na minha direção.
-Bom dia senhor pensativa.- Ele sorri. O seu inglês era difícil de entender quando falei com ele pela primeira vez, mas parece estar a ficar mais fácil de entender.
-Senhora.- Corrijo a rir-me.
-Isso, senhora, o meu inglês está a ficar melhor graças a ti.- Ele levanta a mão e bato na dele por cima das nossas luvas.
-Sou uma boa professora suponho.- Preciso mesmo de aprender conversa fiada.
-És, embora uma professora mais sorridente fosse ótimo.- Ele chega a ponta do indicador e puxa o lado direito do meu lábio para cima.- Melhor professora.
-A tua irmã?- Pergunto a tentar afastar-me do toque.
Ele e a irmã estão a vir todos os dias para ajudar no jardim com a minha avó. Foi surpreendente quando cheguei de pantufas á estufa e eles os dois estavam lá.
-Ela sentiu-se mal, provavelmente constipação.
-É, leva-lhe algum mel e bolachas da avó por mim.- Murmuro.
Olho para o céu azul acinzentado por cima de nós e suspiro.
-Porque é que estás sempre a suspirar?- Acho que ele queria perguntar isto desde que me pôs os olhos em cima.
-Estou triste pelo meu avô.- Não estou totalmente a mentir. Todos os dias quando passo pelo quarto do meu avô ele faz um esforço tão grande para me reconhecer que dói.
-Uma caneca de chocolate quem cura qualquer coisa.- Ele diz passando por mim, vejo-o abrir a porta da estufa e abraçar a minha avó.
Nik é alto, loiro e com uns lindos olhos azuis, tudo o que se poderia esperar deste sitio, a única coisa estranha na minha mãe é o cabelo, ela tem os claros, verdes, e para além disso ela parece estar tão desanimada como eu.
Sei de tudo isto vem, a parte do meu cérebro que toma conta do meu coração está sempre a bloquear a palavra, e a imagem do rosto bonito mas sei que está lá
-Sophia!- A minha mãe chama e corro para dentro.
Deixo as botas molhadas á porta e caminho até á sala onde ela está. Desde que voltou da sua interminável volta de carro parece mais serena, mas mesmo assim a faísca no seu olhar embaçou.
-Hey mãe.- Murmuro sentando-me. Ela não me liga de imediato, fala qualquer coisa em Dinamarquês com uma das enfermeiras que estão com o meu avô e depois liga aquele botão na sua cabeça do inglês.
Ela senta-se ao meu lado no sofá e sorri-me com cautela.
-As minhas pequenas ferias estão a acabar, e em dois dias vou voltar para Nova York, mas preciso de saber antes que o teu pai fale contigo e te encha a cabeça. O que queres fazer?
-Como assim?
-Agora mesmo, o que é que te apetece fazer?- A minha mãe sorri com carinho e na minha cabeça os olhos verdes profundos penetram-me a alma. Não vás por aí Soph.
-Apetece-me ficar ali.- Aponto para a poltrona antiga perto da janela de veludo azul-escuro.- E ler até o ano acabar.- Murmuro.
-Esta casa também é tua meu amor, e se não te sentes bem em voltar já para casa, em voltar á realidade podias falar com o Harry e ficar aqui algumas semanas, talvez vocês precisem de tempo para se recomporem depois de lhe dizeres que ias sair da empresa.
Penso em como a ideia seria tentadora. Fugir do mundo. Encolher-me na minha bola de livro e ignorar tudo.
-Vou pensar nisso.
-Se o teu pai te disser para fazeres as malas e sentires que não queres, não vais faze-las, vais ficar aqui com a avó e o avô e ler até o ano acabar.- As palavras da minha mãe são relaxantes.- Ou pelo menos até não aguentares as saudades do Harry.
Para de dizer o nome dele.
Aceno com a cabeça e ela levanta-se. O meu pai entra na sala quase ao mesmo tempo, com o laptop na mão e folhas debaixo de um braço.
-Estou a interromper?- O meu pai pergunta e ambas discordamos, a minha mãe passa pelo pai e toca-lhe gentilmente nas costas. O meu pai estaca e olha para o caminho que ela fez até ás escadas.
-Que raio?- Murmura.
-Talvez esteja a perdoar-te.
-Não são assuntos teus. Comporta-te.- O meu pai censura. Obviamente ele e a minha mãe já não estão tão chateados, caso contrario o meu pai ainda não estaria em modo "educado".
Teddy aparece á porta com umas grandes olheiras e riu-me ao que ele me revira os olhos. Senta-se ao meu lado e encosta a cabeça ao meu ombro choramingando como só um homem pode fazer.
-Ela está a dar cabo de mim.- Teddy esfrega o nariz contra a minha camisola e faço um som de enjoo.
-Teddy não digas isso á tua irmã.- O meu pai rapidamente intervém.
-Não estava a falar de sexo mas tudo bem. Ela já o fez de qualquer maneira.- Ele sorri matreiramente para mim e tento levantar-me, sinto-me corar como uma beterraba. Caramba que embaraçoso, quando passo pela porta oiço-o.
-Quando estiveres gravida e tiveres desejo arranja-te sozinha, o Harry não precisa disso na sua vida.
Respira.
Imagens inundam a minha mente. Eu sabia. Eu sabia que não contar nada a ninguém me ia magoar, mas não pensei que magoasse tanto como o que o Teddy disse. Filhos? Com o Harry? A ideia deixa-me zonza e pego no comando da televisão que alguém deixou em cima do móvel e atiro-lhe, não quero acertar mas ele fica com uma cara estranha. Ele vira-se para mim zangado e salta pelo sofá para vir para mim. De repente tenho seis anos e parti-lhe um carro. Ele agarra numa caixa de fósforos em cima da lareira e arremessa-a contra mim, levanto o braço mas magoa-me.
-Que merda?! Porque é que me atiraste aquilo?- Ele grita
-Parem vocês os dois!- O meu pai grita a minha mãe aparece nas escadas
O meu pai tem os olhos em mim. Ele sabe. Ele porque é que fiz aquilo.
-Desculpa.- Murmuro.
-Podias ter-me magoado a sério!
-Vocês continuam a comportar-se como crianças quando se zangam.- A minha mãe ri-se, mas ao olhar para o meu pai o sorriso desaparece da cara dela. Olho para o braço e vejo a marca vermelha onde a caixa me acertou, está a doer-me.
-Teddy pede desculpa á tua irmã.- O meu pai insta.
-Ela atirou-me o comando!
-Pede Theodore.
-Desculpa.- Ele cruza os braços.
-Sophia Ella?- O meu irmão ri-se, ele adora quando o meu pai diz isto.
-Desculpa.
-Ótimo agora saiam daqui os dois.
Teddy vem e viro-me para não olhar para ele. Somos muito brincalhões até que a violência começa.
-Boa pontaria.- Murmuro.
-O teu braço está a doer? As vezes esqueço-me de que já não te posso dar uns socos.
Não disse boa pontaria por isso. Referia-me às palavras dele quanto a ter um filho com o Harry.
-Porque? Porque sou mais nova que tu?
-Não, porque és uma mulher, é difícil lembrar-me de que já não tens doze anos e ainda podemos lutar.- Ele encolhe os ombros.
Subimos as escadas e riu-me.
-Ainda te podia ganhar numa luta de bolas de neve.- Murmuro.
-Vou deixar-te acredita nisso Ella.- Ele belisca a minha bochecha.
-Desde quando é que deixamos de lutar e brincar?
-Desde que descobri o prazer de uma boa...- Ele encolhe os ombros.
-Meu, és tão desagradável.
-E tu és tão puritana.
-Ainda te posso empurrar pela escada abaixo.
-Mesmo em coma, ainda me ia rir quando o pai dissesse "pede desculpa Sophia Ella".
Viro-me para ele quando chegamos ao andar de cima.
-O Harry acabou comigo.- Digo-lhe de chofre e mordo o interior da bochecha.
A boca dele está no chão e ele cora de repente, acho que entendeu porque é que me tornei tão agressiva.
-A mãe e o pai sabem?
-Não, estou farta que me digam que ele não vai dar a lado nenhum.
-E não vai?
Abano a cabeça e abraço-o.
-Não sei.- Ele abraça-me desajeitamento.
-Oh Ellie vamos partir-lhe os dentes quando o virmos?
-Não me chames isso.- Riu-me.
-A Mer e eu...bom nós só...nem gostávamos um do outro ao inicio, ela pôs-me as malas fora de casa três vezes numa semana, eu era um sacana e ela...não te deixes enganar pelos olhos bonitos dela, todos os casais tem os seus altos e baixos, muitas vezes.
-Estou cansada Ted, acho que...- Alguma vez disse em voz alta que ia desistir? Ou estive todo este tempo todo a dize-lo na minha cabeça para não dizer nada em voz alta?
-Queres desistir?- Ele afasta-me e olha-me com atenção.
Tenho vivido entre anjos e demónios nos últimos anos, tenho andando de um lado para o outro neste balancé á espera de cair, mas não cai, quando penso que está tudo arruinado uma força divina vem e equilibra-me, e isso deixa-me desconcertada, de cada vez que quero cair alguma coisa me puxa para cima, magoa-me muito quando me agarra, mas não me deixa deixar de acreditar e por uma vez sou eu a forçar isto, a querer soltar-me. Mesmo durante estes anos em que tudo o que tinha dele eram recordações continuava atada á esperança, mas agora? Agora quer combater aquilo que não deixa ir, e deixar-me cair de céu sem fim.
-Devia?
-Não me perguntes a mim. Pergunta-te a ti mesma.
-Tenho feito essa pergunta nestes últimos muitos dias não está a dar.- Murmuro.
-É a vida a pôr-te á prova sabias? É o amor a ser testado, e fodace é muito lamechas dizer isto mas quando a Mer me disse que estava grávida nós estávamos chateados, e por um momento achei que era uma brincadeira, e depois percebi que era um teste, será que gostava mesmo dela para lutar por isso? Para aceitar um bebé?
-Tens quase vinte e sete anos.- Riu-me.
-Sou um miúdo irresponsável Sophia, ainda penso como um adolescente, como é que vou ensinar alguma coisa aquele pequeno feijão se acabei de atirar uma caixa de fósforos á minha irmã. Ainda penso em sair e tomar cervejas com os meus amigos, ir a jogos de basebol...
-A Mer vai tomar conta de vocês.- Murmuro.
-Devia ser eu a fazer isso.
-Dá crédito á tua futura esposa.- Digo-lhe.- Não a subestimes e deixa-a tomar as suas decisões.- Era isto que queria que o Harry tivesse feito comigo em muitas situações.
-Não sou como o pai, não sei como tomar conta de uma mulher.
-Eu sei que não sou casada, nem me vou casar mas o objetivo do casamento, quero dizer de um compromisso de qualquer tipo é de que o homem deve tomar tanto conta como a mulher, não lhe tires o poder de tomar conta de ti como o pai fez às vezes.
-Desde quando é que te tornaste tão crescida?- Ele sorri com todos os dentes para mim.
-Aprende-se muito com a vida em si não achas Ted?- Dou-lhe um empurrão e vou para o quarto.
A porta range quando a fecho e olho para a mala ainda no chão. Não coloquei nenhuma roupa no roupeiro porque pareceu-me que seria dar algo a este sitio que não poderia. Mas agora ao olhar á volta sinto estranhamente segura e em casa. A minha família está aqui, um pouco quebrada mas aqui, e percebo que muitas das relações nesta casa estão intoxicadas, os meus avós, os meus pais, o meu irmão...julguei que a minha relação fosse a única com problemas mas aqui estão estas pessoas finalmente a ceder-me as suas fraquezas, a confiar em mim.
Pois Soph! Desde quando te tornaste tão crescida?
Ele anda pelas ruas escuras dos armazéns, olha para trás com medo da sombra, sabe que um passo em falso e as pessoas a quem deve dinheiro vão dar-lhe outro buraco para respirar. Abre a porta de ferro e entra para o seu covil de rato. Cheira mal aqui, os quartos em Paris, e Londres parecem memórias longínquas, as meninas dispostas a tudo não são tão fáceis agora sem dinheiro, mesmo a boa aparência parece afugentar. A última vez que tomou banho foi á duas semanas, quando o cabrão do Styles mandou alguém acompanha-lo a um balneário publico para se ir encontrar com ele. Ele preferia morrer sujo a ter que estar num sítio com pessoas pobres e sujas. Ele era sujo, mas não pobre, assim que conseguisse fazer chegar a mensagem de forma segura ao homem a quem devia dinheiro Styles seria o alvo e ele estaria bem longe da America, a desfrutar dos milhões na conta da Suiça.
O cabrão tinha-se transformado num homem sentimentalista, a rapariga linda tinha-o feito um fraco, e enquanto brincava ás casinhas com eles á três anos atrás quase se tinha deixado ir pelas palavras gentis dela. Quase. O dinheiro era importante.
E agora poderia livrar-se da velha, do bastardo e talvez perseguir a Miss. Bonita por mais uns tempos.
O pobre coitado achava que estava a salvar-lhe a mamã.
Mal ele sabia.
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OLÁÁÁ MENINAS, MEU DEUS ESTOU TÃO ENTUSIASMADA COM ISTO A SÉRIO E AS IDEIAS QUE TENHO? AHHHH, NÃO SE PREOCUPEM EM BREVE HARRY STYLES VOLTARÁ AO PLANO PRINCIPAL...okay vou desligar o caps lock ahaha, bom tenho uma novidade, muitas de vocês estão tristes, e a mandar mensagens sobre uma quarta temporada e enquanto tiver estas ideias na cabeça não vou afirmar ou negar a próxima temporada, mas por ora a resposta é não, no entanto posso mudar de ideias, porque tinha uma ideia para uma quarta temporada mas pensei que em vez disso, podia parar por aqui e escrever um livro sobre alguns aspetos da vida deles, podia atualizar esse livro algumas vezes por mês, com situações da vida deles depois desta historia acabar. Ainda estou confusa porque não quero arrastar a historia, mas quer eles fiquem juntos ou não (não posso revelar) eu acho que eles ainda mereciam a minha atenção, e a de todas vocês que estão comigo á tanto tempo, e a Vision está quase a fazer 2 anos não é incrível?
LOVE U GIRL
Ohh deixem-me algumas ideias ai em baixo para fazer um vídeo para o canal do youtube porque a serio já tentei algumas coisas mas está difícil e vocês pedem tanto...
v=68
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