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54ºCapitulo

"A melhor forma de lidar com a tristeza é transformando-a em raiva."

Quando cheguei a casa, tudo estava silencioso, Ave estava com Paul, e eu estava sozinha, e nem sequer havia a pequena possibilidade de telefonar a alguém, porque toda a gente estava longe...eu estava completamente sozinha com um coração partido, talvez a comparação seja estupida mas lembro-me da maneira como me sentia quando era pequena e enchia balões, e nunca queria parar, até que no ultimo sopro eles rebentavam, e o meu grande balão era reduzido a bocados de plástico maleável, o meu coração estava no mesmo estado do que os meus balões, estragado pelo uso, pelas quedas.

Tirei as botas á entrada e depois o casaco, entrei no meu quarto rápido e agarrei na caixa de umas botas, atirei lá para dentro os sapatos que ele me dera, havia um fio que me dera num natal, havia as sapatilhas, outros sapatos de gala e tudo isso foi parar ao fundo da caixa, no fim levantei o colchão e agarrei no pequeno saquinho de veludo preto, senti um peso do cristal e atirei-o para dentro da caixa. O meu peito ardia com raiva e queria bater em alguém, pela primeira vez não estava a chorar, estava com vontade de magoar alguém, como me tinham magoado a mim.

Sai de casa, e desci as escadas do apartamento, a porta da lavandaria chiou quando a abri, e procurei pelo pequeno cacifo que nos era destinado para guardar algumas coisas e atirei a caixa lá para dentro, quando ia fechar a porta do pequeno armário o meu anel brilhou com a luz amarela do teto e senti que o ultimo bocado do meu coração tinha-se finalmente solto. Arranquei o anel com tanta força do dedo que me doeu, mas quando o atirei para dentro do armário com indiferença senti-me bem, porque no meu íntimo estava a fazer aquilo para o Harry que morava na minha mente, que costumava viver no meu coração. Ele fez isto comigo, fez isto connosco.

Passo o resto do dia sozinha, a casa fica escura depois das luzes irem, e não há ninguém com força suficiente para ir acender a luz para mim, o mundo ficou escuro, por dentro e por fora, não há nada que não esteja fora do sitio, sinto que há um bocado de mim espalhado pelas ruas lá fora e que cada Nova Iorquino vai agarrar num e leva-lo, e vai ser como procurar por água no deserto.

A minha cabeça descansa na almofada, deitada no sofá tudo o que posso fazer é olhar para o telemóvel de vez em quando, tentando perceber se as horas estão a passar ou se fiquei presa na dor. E ver as horas a passar dá-me uma sensação de que tudo vai ficar bem, de que se o tempo ainda está a passar, que a dor também irá eventualmente embora.

Uma imagem dolorosa de quando fomos até Hudson River e eu estava empoleirada na escada a ver os livros sobre grandes obras do seculo vinte, e ouvi o pequeno sussurro escapar dos lábios dele, foi a primeira vez que as palavras saíram desde que parti, mas ali estava ele, de calças de pijama a ver-me e a dizer as palavras que me fizeram quase cair das escadas. Quando lágrimas quentes começam a queimar as minhas bochechas decido que aquelas vão ser as última, vou permitir-me chorar mais uma vez antes de começar de novo.

Quinta-feira.

Contei a Ave o episódio da grande "tragédia", ela pensou em sentar-se comigo e consolar-me por horas, mas não queria ser consolada, queria ser esquecida, queria esquecer que alguma vez tinha encontrado o Harry neste último mês, e foi exatamente isso que fiz.

Fui para o meu emprego normalmente, mas em vez de subir para trabalhar agarrei em todas as minhas coisas, tirei o meu projeto do armário e disse "adeus" a toda a gente, pensei que podia encaixar aqui, mas com o Harry no mesmo lugar que eu, a única hipótese é encaixar nele, ou então nem vale a pena tentar.

Avancei com o pedido de demissão e sai como uma tempestade, pronta para tentar sozinha. Deixei tudo em casa e sai a seguir, entreguei alguns exemplares do meu projeto final e do meu certificado e em casa pesquisei sobre alguma pequenas empresas na internet. Nessa noite Ave sentou-se ao meu lado no sofá e não consegui evitar a conversa.

-Estás bem?- A voz dela soou calma, mas eu não precisava de calma neste momento.

-Não. Mas já sei o que se sente, então posso aprender a lidar de uma maneira nova de cada vez que acontecer.

-Tive uma reunião hoje com ele, quase despediu um departamento inteiro, gritou com toda a gente, e bateu na mesa tantas vezes que pensei que era o fim da enorme mesa de carvalho, a seguir gritou com a Chloé e nunca tinha visto nada assim, ele nunca gritou com ela.

-Devias tê-lo visto quando o conheci, isso seria gritar.- Respondi olhando para a tela do computador.

-Vocês parecem igualmente zangados.- Ela olha para mim e baixa a tampa do computador.- Na verdade vocês parecem a mesma pessoa.

-Não fui eu que me estive a divertir todo este tempo. Isso nem me passaria pela cabeça, pensei que tínhamos deixado isso para trás. Agora está acabado.- Volto a subir a tampa do computador para ela baixa-a.

-Queres mesmo que acredite nisso? Vocês os dois tornar difícil de respirar quando estão juntos na mesma sala, é tão denso que não se pode ignorar.

-Estraguei tudo uma vez, pensei que ele me tinha perdoado, não posso ficar com uma pessoa que tem este tipo de rancor por mim.- Murmuro.

-Não engoli a história dele se estar a vingar.

-Devias, já vi o Harry em muitos estados de espirito.

-Vocês tem uma história Soph.

-Porque é que o estás defender? Ele estragou tudo, eu estraguei tudo, não dá, ele quer caminhar sozinho, ótimo vou fazer o que fiz até ele cá chegar.

Ela fica calada por um segundo, absorvendo a minha explusão, agarra a minha mão e faz-me uma festa no cabelo.

-Porque nunca te vi tão viva, porque nunca te vi tão sorridente e chorona ao mesmo tempo, porque nunca te vi a agir como uma idiota apaixonada e é bom ver que também é mortal e tens sentimentos.

-Ave estás á espera que me deite com a cabeça no teu colo? Não vai acontecer, as minhas lágrimas acabaram, eu e ele somos demasiado densos para poder dar certo.

-Talvez ele tenha tido mesmo um motivo.- A voz dela segura tanta certeza que quero mesmo acreditar.

-E se não tiver? Vou estar a encher-me de esperanças? Fui até casa dele, ele deve ter dito ao porteiro para me despachar, quando me encostou á parede naquele maldito sitio disse que era melhor eu nem me aproximar dele se não fosse por trabalho...

-Tu nunca te importaste com as regras Soph, passaste pela segurança uma vez, podes faze-lo de novo.

-Estou farta disto, estou farta de o amar tanto que fico completamente cega.

-O Paul pediu-me um tempo se isso te faz sentir menos sozinha.- Olho para ela de boca aberta.

-Como?!

-Na realidade já devemos ter acabado e começado cinco vezes nos últimos dois meses, então não estás assim tão mal.

-Mas tu gostas dele...certo?- Pergunto colocando o portátil em cima da mesinha de centro.

-Sim, mas quando passamos muito tempo juntos começamos a discutir por coisas mínimas como quem deixou cabelos na banheira, quem nunca baixa o tampo da sanita, e desta vez encontrei uma fotografia da ex-namorada dele dentro de uma gaveta das meias...e sei lá pareceu-me errado e comecei a disparar insultos e a lembrar do meu pai a trair a minha mãe.- Ele tremelica ligeiramente e puxo-a para a abraçar.

-E eu que pensava que o Harry e eu eramos confusão.

-Se acrescentássemos uns milhões á conta do Paul estaríamos a namorar o mesmo homem?

-Gostava de acreditar que o Harry é único, e que se houvessem mais homens tão voláteis como ele, seria um problema.

Um silêncio estranho abate-se duramente na sala e ela levanta-se cuidadosamente, vai até á janela e olha para mim.

-Tu acreditas mesmo que ele te deixou? Mesmo depois de ter deixado um diamante debaixo dos teus lençóis?

-Ele disse...- Ave corta-me.

-Eu não gosto da maneira durona como ele age sobre tudo, mas meu Deus aquele homem estava nos seus joelhos por ti.

-Não interessa mais.- Volto a agarrar no portátil.

-Tu sabes que não é verdade, deve ter existido um motivo...

Abano a cabeça e ando até ao quarto. Coloco o portátil em cima da cama e depois espreito pela porta.

-Com um motivo, ou sem ele, não está certo.

Sexta-Feira.

A minha mala está feita e arrasto-a para dentro do táxi, o senhor nem se dá ao trabalho de sair pois está a chover, Ave está á porta de chinelos e pijama, são seis da tarde e embarco ás dez, com um voo direto para a Dinamarca. A passagem está guardada, tal como o meu passaporte, e a Ave tomou a cortesia de fazer o resto do procedimento pela internet.

A chuva cai com força no carro e encolho-me, é a segunda viagem que faço sozinha, a primeira á três anos atrás e agora esta, de volta á Europa com tudo o que podia acontecer estou mesmo a voltar, pelo menos não é Oxford.

Quando saiu do táxi e me molho ligeiramente para tirar a mala de costas avanço quase que a correr para dentro do aeroporto, ainda é cedo mas com a chuva e as nuvens o céu está quase negro, e apetece-me uma bebida quente, peço um chá e sento-me numa das cadeira de plástico desconfortáveis, quando o meu telemóvel vibra no bolso. Atendo e a voz de Ave soa quase histérica.

-Acalma-te, não percebo nada.- Riu-me.

-Estava a almoçar nas escadas da *NYPL, e a sério aqueles Leões ainda me assustam, mas vi um panfleto a dizer que estavam a abrir vagas para estágios na camara, e pensei "a miúda quer um emprego, e o comissario quer gente nova, pode ser que consigas...

-Okay ouve-me com atenção, dentro de uma caixa azul está uma pen com tudo, mas mesmo tudo o que fiz até hoje, manda-lhes tudo, até o boletim de notas de secundário, atira-lhes com tanto da minha quanto conseguires!- Esta ali, a minha oportunidade para fugir do controlo do Harry.

-Mas quê? Agora...

-Agora Avery Wilson, agora mesmo!- Não conseguia parar de sorrir, ia conseguir e mesmo se não conseguisse ainda tinha Ave, ainda tinha força.

-Okay, liga-me quando aterrares sim?- Desliguei depois de concordar.

Acabei a minha bebida e esperei.

Três horas depois estava instalada no avião e tínhamos atingido a velocidade cruzeiro, por essa hora os meus olhos começaram a ficar pesados, e todos no avião começaram a dormir, ou tentar e encostando a cabeça perto da janela deixei-me embalar.

O avião acabou por aterrar num sitio estranho, parecido com uma estrada demasiado pequena para um carro, mas ainda assim o avião estava ali, e todos lá dentro estava a sair com a sua bagagem, indo ocupados para todo o lado. Quando foi a minha vez para sair a senhora sorriu-me de uma forma artificial e pediu-me que tivesse atenção ás chaves. Abanei a cabeça e sai, a rua não me era estranha, na realidade era um pequeno beco, e no fim da linha de tijolos havia uma parte traseira para...laboratórios? Virei-me para a direção oposta e quando dei um passo em frente um barulho metálico fez-me olhar para o chão. Chaves! Agarrei nelas e continuei a andar, o caminho parecia não ter fim e quando quase que cheguei ao fim estava á porta de um apartamento, as minhas mãos tremiam e um choque de familiaridade fez os alarmes soar na minha cabeça.

-Abre-a!- Uma voz feminina soou, a mesma voz de sempre, a que tinha deixado a minha cabeça, deixando as minha visões silenciosas.

Aquele apartamento fora a minha casa por meses, mas agora de todos os lugares que me pareciam maus, aquele era o pior, atirei as chaves para o chão, mas elas voltaram a colar-se á minha mão. Comecei a deita-las fora repetitivamente até perceber que não iria dar a lugar nenhum.

Encaixei a chave na fechadura mas não a rodei, em vez disso uma mão sobre pôs-se á minha e rodo-a por mim, a porta abriu-se e o meu coração partiu-se em bocados.

Memorias. Por todo o lado.

As mesmas mãos que me fizeram rodar as chaves empurraram-me com delicadeza para dentro, e tudo se começou a mexer, centenas de imagens de mim e do Harry começaram a mexer-se na sala. Eu em cima de balcão a escorregar para trás, o Harry a amparar-me enquanto eu limpava a sujeira de Mr.White, nós dois sentados no sofá, o Harry ao computador sozinho no balcão da cozinha comigo a aparecer por trás em pijama. O Harry a cozinhar com o cabelo atado, e a atar-me o cabelo a mim. E quanto mais me mexia na sala, mais imagens apareciam, olhei á esquerda e vi o escritório, novamente as mãos invisíveis estavam a empurrar-me para lá, e á minha frente mais imagens de mim e do Harry, e eu tinha que passar por elas para chegar lá, assim que abri a porta vi-me de joelhos e tirar a faca da perna do Harry e entrei em choque, fechei a porta e voltei para trás.

Vi o Harry puxar-me para me beijar enquanto eu tentava sair de casa e continuei a andar, entrei no corredor e vi enquanto ele me empurrava contra a parede e me beijava, e de alguma maneira eu sabia que precisava de entrar no quarto, e assim que toquei na maçaneta a mão fria tocou por cima da minha e abri a porta, e foi como magia, o Harry estava ao meu lado a sorri de forma tranquila.

-Naquele momento tu eras minha, eu era teu, e o mundo era nosso.

Ao contrário do resto da casa apenas uma de mim, e um do Harry estavam no quarto, o Harry senta-se comigo ao colo e reconheço a pontada de emoção no meu estomago, estou ligada aquela Sophia, no colo de um Harry que faz parte de uma memoria.

-Harry.- A rapariga que fui parece-me tão pequena. Ela choraminga o nome dele como se fosse a sua salvação, mal ela sabe.

-Estou aqui amor, vou sempre estar aqui.

Fecho os olhos com força e embato na parede. Aquela foi a primeira vez que ele realmente disse que nunca ia embora, e senti-me tão segura e amada com as palavras que me entreguei completamente a ele. Foi a primeira vez que estive com alguém, e foi a primeira vez que senti que se alguém ia ficar comigo para sempre, seria ele.

Quando acordei do meu sonho, tinha as bochechas molhadas, e o céu escuro passava ao meu lado.

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OLÁÁÁ, eu sei que estão a ponto de me matar, mas preciso que seja pacientes, vou acabar esta historia de forma justa para estes personagens, isso não significa que estou a dizer como é que eles vão acabar, mas estou a dizer-vos que preciso de acabar uma paginas antes de saltar para outra.

Esta semana infelizmente este foi o último update porque vou uma semana de ferias, e a seguir a esta semana também vou estra de ferias mas com escrever para vocês nem que não durma ahaha

Love u so much girls

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