Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

50ºCapitulo

Não entres em pânico. Por favor não entres em pânico.

Fechei os olhos com força e quando me virei de costas para voltar para trás vi o Harry ou uma sombra a levantar-se, mas era tarde demais, deixei os papeis em cima da mesa de Chloé e abri a porta para as escadas, não ia esperar o elevador e tinha uma necessidade tão avassaladora de fugir no meu peito que quanto mais tempo ficasse aqui, pior o sentimento de traição. Enquanto os saltos das minhas botas batiam no chão ouvir a porta lá em cima a abrir-se, e por um minuto toquei nas bochechas, só para sentir que a sensação era verdadeira, havia uma raiva tão grande dentro de mim que me recusava a chorar por isso, sentia como se alguém tivesse puxado para a realidade o meu pior pesadelo.

Parei de correr as escadas e comecei a desce-las devagar, segurando a respiração e sentido a pressão no meu peito aumentar, e aumentar, quase que como um balão que não pode ser impedido de rebentar.

-Sophia!- A mão dele segurou firmemente o meu pulso e virei-me para ele.

O verde nos olhos dele de repente não me pareceu mais o mesmo, pareceu-me distante, algo que eu perdera, mais uma vez eu tinha confiado nele e ele tinha esmagado a confiança como se fosse nada.

-Eu ia explicar-te, assim que pudesse, não era a melhor altura tínhamos acabado de...

Não o deixei terminar a frase, suavemente coloquei a mão na dele, e um por um soltei os dedos que me prendiam ali, olhei novamente para ele e parecia assustado enquanto me afastei e abri a porta para o meu andar. Não veio atrás de mim, e talvez ele tivesse percebido a mensagem.

Não conseguia pronunciar uma palavra sequer, alguém me tinha perguntado se eu estava bem, mas deixara a pergunta sem resposta, a única coisa em que podia pensar era na sensação de horror que se espalhava dentro de mim, pânico por ter o meu passado tão perto de mim, as imagens era nítidas, ele tinha claramente tentado matar-me, ele perseguiu-me de arma em riste pronto a disparar, por uma questão de segundos não fui baleada tudo porque queria dinheiro, e mais dinheiro e a confiança do Harry para ele valia pouco, ele precisava de mais e talvez ver-me morta fosse realmente aquilo que desejasse, ninguém para competir com ele, mais ninguém para subornar a atenção do Harry, e uma mão cheia de notas, da ultima vez que o vira, deixara-o no meio de uma tempestade numa estrada secundaria, agora ele estava lá em cima no escritório do meu...do Harry.

Durante o resto do dia não havia tido notícias no Harry, o silêncio era mais doloroso do que a fala, mas fazia-me sentir ignorante, se ele não falasse talvez a miséria se tornasse menor, talvez pudesse esquecer os olhos azuis apontados a mim como miras, eu percebi que ele ficara surpreendido por me ver, uma parte de mim sabia que me tinha entregado como uma presa fácil mas eu não podia adivinhar porque ele não confiou em mim, mais uma vez o silencio dele estava a intoxicar a minha mente.

Às cinco sai do trabalho, não tinha feito nada de especial, nem sequer conseguia pensar corretamente quando sai para ir molhar a cara á hora de almoço, o meu estomago tornou-se numa bola e cada passa que dava em direção ao metro fez-me odiar ainda mais o Matt, ou o Harry eu não sabia exatamente a quem direcionar a minha raiva, o sentimento de medo e impotência estava de volta, o mesmo sentimento de quando corri pela minha vida, de quando vi o Harry sangrar até á exaustão no escritório em casa, o mesmo sentimento, parecia abater-se mais a cada passo que eu dava, e quando dei por mim já na estava no metro, ou em qualquer outro lugar que desse para casa, os meus pés pisavam a relva fria enquanto atravessa o canto norte do central parque, os ciclistas, as pessoas a correr atrás dos filhos, e do que estava eu mesmo á procura? De uma desculpa para tornar a traição do Harry menos dolorosa? Era isso? Eu ia desculpa-lo como fizera a dois dias atrás? A minha avó disse-me para escolher bem as minhas batalhas, o Harry não ter estado cá foi uma batalha que deixei sem vencedor, mas agora? Isto é o meu espaço pessoal, o recanto mais escuro da minha mente, as memorias mais negras de que tenho lembrança, isto é quando ele cruza a linha da dor.

Quando chego a casa, passa das seis e vejo a Ave sentada no sofá com o Paul, ela endireita-se muito rápido e levanta-se mas paro-a com a mão. Murmuro alguma coisa a Paul e entro no quarto, ela entra atrás de mim e fecha a porta, agarro na mochila e coloco lá alguma roupa, e um pijama, tenciono voltar amanhã á hora de almoço.

-O que se passa?- A sua cara é toda preocupação.

-Nada, estou cansada.- Minto enquanto tiro dinheiro de uma caixinha. Preciso de um novo telemóvel.

-Não mintas, parece que foste atropelada por um comboio a alta velocidade.

-Se calhar fui mesmo hum?- Olho para os olhos azuis e percebo que ela está a tentar.- Não posso, e não quero falar hoje, a menos que já não queiras a tua noite romântica preciso de ir embora.

-Ele pode voltar noutro dia.- Ela fala baixo, como se para não me afugentar.

-Mas eu posso voltar amanhã, aproveita e diverte-te um pouco, eu volto antes do almoço ou assim.

-Leva o meu telemóvel, qualquer coisa telefona para o fixo.- Ela tira o aparelho do bolso das calças e aceito-o, de repente ela puxa-me para os seus braços.- Só te vi assim uma vez, não quero voltar a ver.- Sinto que finalmente uma racha no gelo que construi á volta do meu coração quebra, mas não é o suficiente.

-Amanhã.- Aceno e ela sorri.

Agarro nas coisas e saio do apartamento, a mochila não pesa nada, e telefono á minha mãe do telemóvel da Ave.

-Ave, querida?- A minha mãe responde.

-Sou eu, a Soph.- Murmuro.

-Oh amor? O que se passa com o teu telemóvel.

-Não está a funcionar...podes vir buscar-me ao pé de casa.

-De tua casa? Está tudo bem entre ti e a Ave.

-Sim, ela fez um jantar com o namorado, e não me apetece atravessar este bocado da cidade para ir para ai...posso dormir ai certo?- Não tinha pensado em ficar com os meus pais.

-Claro meu amor, estou aí em de minutos.

-Okay, amo-te.

-E eu a ti.

Ela desligo e fico sentada nas escadas de pedra, a pensar nas possibilidades, se o Harry não tivesse feito esta borrada podíamos ter jantar a Queens, podíamos ir ver os aviões levantar ao aeroporto, podíamos ter feito um monte de porcaria que anotei mentalmente no dia a seguir ao meu aniversário. Parece-me justo, estragaste os vossos planos uma vez, agora é a vez dele. A voz no interior da minha cabeça atira.

O audi para a minha frente e entro para o lugar do pendura, a minha mãe inclina-se e beijo-lhe a bochecha. Ela desliga os piscas e começa novamente a conduzir.

-É ótimo que venhas dormir a casa, quem me dera que viesses mais vezes.- Ela suspira.

-Mãe, vejo-te quase todos os dias quando apanho o metro.- Riu-me.

-Estou do outro lado da linha!

Encosto a cabeça ao vidro e este embacia-se, traço a letra "S" e o meu indicador começa a desenhar um "H" mas para a meio, estamos paradas num semífero.

-Quero acreditar que eu e o teu pai eramos as tuas primeiras escolhas para passares o fim-de-semana, mas já tive a tua idade.

-Alguma vez o pai fez alguma coisa que te fizesse sentir...traída?- Era forte, mas era assim que me sentia.

-Bom o teu pai era experiente em dar cabo de tudo, eu também mas ele era horrível nisso, os homens demoram para perceber até onde e como poder ir, e querida se o Harry...

-Ele não me traiu, não dessa maneira.- Murmuro.

-Então fala com ele, fugir não adianta.

-Mas nem sabes o que se passa.- Viro a cara para ela.

-O quer que se tenha passado magoou-te tanto que estas dispostas a ir para casa e ouvir o teu pai fazer perguntas, eu conheço-te como me conheço a mim.

-Tens razão.

-Fugir dos problemas não é a solução.

-As pessoas dizem sempre isso, mas nunca vejo ninguém realmente a enfrentar os problemas, é o típico "fácil dizer, difícil fazer".

-Se nunca tentares nunca saberás.

-Estou farta de tentar fazer sempre o mesmo.- Volvo a encostar a cabeça na janela.

-Estás a falar da boca para fora, aconcelho-te a esperares antes de veres o Harry ou algum de vocês pode realmente dizer algo doloroso.- Riu-me porque é a única coisa que posso fazer.

-Parece que o trânsito está cortado na quinta avenida...vou virar.- Ela murmura para ela e continua a avançar para virar.

-Como vai o teu emprego?- Ela pergunta.

-Bom, sabias que o meu namorado me arranjou uma chefe diabólica?

Ela fica calada durante algum tempo e percebo que está a pensar no que dizer a seguir, mas com a minha mãe nunca se sabe o que vai ser a seguir.

-Não acho bom trabalhares para ele. Nem sequer soa como uma boa ideia.- Ela para novamente num semáforo e ata o cabelo castanho e longo.

-Quando me candidatei não sabia quem ele era, ou sequer que estava cá.

-Para teu bem e da vossa relação devias pensar em procurar estágio em outra empresa, posso falar com algumas pessoas se quiseres.- Sorriu docemente.

-Obrigada.

-Tudo pela minha bebé.

Voltamos a arrancar e finalmente chegamos á garagem subterrânea do prédio, até ao andar dos meus pais demoramos mais cinco minutos e quando a minha mãe abre a porta de casa vou até ao meu quarto, carrego no interruptor e os estores sobem sem chiar como os meus do quarto fazer. Atiro a mochila para um canto e olho em volta, este foi o meu quarto algumas vezes, especialmente durante o primeiro ano que vivi aqui.

-O teu pai está no escritório podes ir dizer-lhe "olá"- A minha mãe sugere e aceno com a cabeça. Fecho a porta e troco-me para umas calças de fato de treino e uma camisola larga cinza. Calço umas meias e apanho o meu cabelo enquanto bato á porta e o meu pai grunhe qualquer coisa.

-Olá!- Sorriu com força, se evitar o meu pai significa ter que sorrir quando me apetece cair na cama e acordar daqui a alguns dias então ótimo.

-Oh mas a que devo a honra da visita da minha única e bela filha?- Ele baixa o laptop e bate com o pé na cadeira á frente dele, sento-me no cadeirão e encolho as pernas para os meus pés na baterem no chão.

-A Ave está num encontro romântico lá em casa.- Digo-lhe olhando á volta, uma lareira a gás, o tapete persa, a secretaria em vidro, as estantes com dossiês.

-Foste posta para fora? E soa a mulheres mesmo.- Ele ri-se.

-É, acho que lhe devia favores por causa da comida.- Riu-me, e ele ri-se por um tempo, antes de olhar para mim.

Mas não é um olhar de brincadeira, ele ainda sustenta um olhar de pai, mas um pai preocupado, um pai que conhece o que tem debaixo do teto.

-O que estás mesmo aqui a fazer Sophia?- Ele aproxima o rosto do meu.

Respiro fundo, uma vez, duas, três...a mesma respiração que ele me ensinou quando comecei a ter medo de adormecer porque não queria sonhar com coisas estranhas.

-Não tinha mais nenhum sítio para ir pai.

-Queres que finja que acredito? Ainda para mais estavas zangada comigo e agora...

-Não quer dizer que não esteja zangada, mas isso não muda nada.

-Bom pelo menos podemos dizer que continuamos zangados um com o outro.- Ele levanta-se e beija-me o cabelo.

-Estás zangado comigo?- Pergunto sem acreditar.

-Duplamente, porque me estas a mentir agora, e porque voltaste a namorar aquele rapaz.

-Posso ficar?- Murmuro sem me aperceber de que isto nem devia ser uma pergunta.

-Sou teu pai, quero que continues a correr para mim quando precisares de apoio, mas espero respeito em troca.

Levanto-me e acompanho-o á sala.

-Vou continuar a correr para ti...

-Não querida, não vais, chega a uma altura em que as filhas começam a correr para os braços de outro homem, só não esperava ser trocado tão cedo, nem por algo que te fizesse tanto mal.

Penso nas palavras dele, "algo que te faz tão mal", mas ele não tem razão, o Harry faz-me mal, mas faz-me tão bem, faz-me sentir viva, como se cada parte de mim desperta-se para a vida quando ele me toca, ou fala comigo, ou partilha alguma coisa, o único problema é que agora de cada vez que penso nisso vejo a cara do Matt a manchar a imagem, foi disto que fugi, do corroer das minhas memorias, não queria ficar assombrada e fugi, mas agora o fantasma persegue-me com força.

-Faço-lhe tanto mal a ele, como ele a mim.- Murmuro e sento-me no balcão onde a minha mãe colocou três indivíduas.

-Não vou discutir isso, não gosto dele, não confio nele.

A minha sai da lavandaria e coloca uma cesta de roupa ao lado da bancada.

-Isso foi o que o meu pai disse de ti, e olha para onde estas.- A minha beija lhe a bochecha e sinto-me ficar constrangida.

-Sophia podias ir tirar o arroz do lume por favor?- Aceno que sim e levanto-me.

Quando estamos os três no sofá a ver uma serie qualquer que a minha mão adora e que o meu pai respeitosamente ignora com um livro sinto-me um pouco mais segura, com a segurança do meu pai e da minha mãe, fazendo-me lembrar daquela vez quando era mais nova em que fomos assaltados em casa, e o meu pai me segurou pela eternidade prometendo que ficaria tudo bem, as coisas tem outros olhos quando estás entre os teus pais, esquecendo a dor latejante do teu coração, esquecendo a maneira terrível como o medo te consome.

O telemóvel da Ave treme, agarro-o e olho para o número da empresa.

-Sophia Black, Miss. Wilson não está disponível.- Digo na minha melhor voz.

-Preciso de falar contigo, por favor.

A voz do Harry sai arrastada, e sinto-me tremer, a minha paz conquista momentaneamente foi-se e a única coisa em que consigo pensar novamente é na raiva e no medo a misturarem-se dentro de mim, o amor a confundir-me a fazer uma coisa ser o que não é...

Não digo nada, nada sai na verdade, as palavras presas na minha garganta.

-Eu não sou uma mentira Sophia.

ic"]��ݡ'}

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro