48ºCapitulo
Enquanto eu atava uma fivela á volta do tornozelo e olhava para os novos sapatos que me tinha sido disposto eu realmente percebi o que a minha avó tinha querido dizer com "America Express" homens como o Harry não vêm sozinhos, há um pacote onde eles se incluem, em como por exemplo um lindo par de sapatos da Gucci vão ser postos aos teus pés compensando uma boa imitação da Old navy, e sabia que não havia nada de mal com as minhas imitações, e elas faziam-me sentir bem e sem medo, mas com isto, parece que eu era quase indigna de os calçar, estes gestos aparentemente nada significavam para o Harry tinham um grande impacto na minha vida quando alguém nos estava a observar, Chloé tinha pedido a um dos estafetas para me comprar isto, por essa ordem de ideias quatro pessoas sabiam que eu precisava de sapatos, e que os mesmo tinham sido pagos pelo Harry. O que impedia todas estas pessoas de fazerem juízos de valo sobre mim? E eu não podia silencia-las...eu nunca poderia silenciar ninguém quanto a isso porque as pessoas passariam a vida a dize-lo nas minhas costas.
-Não. Penses. Nisso.- A voz do Harry soou ameaçadora quando a sua mão prendeu o meu pulso, dei conta de que estava a apertar demasiado a fivela.
-Não estou a pensar.- Menti.
-Estás tão preocupada em sentir-te culpada pela merda de uns sapatos que nem sequer consegues aproveita-los.- Ele repreendeu.
-Muito obrigada Harry eles são lindos, mas acho que chega de presentes caros.- Sussurrei, lembrando-me do diamante escondido debaixo do colchão.
-Tenciono dar-te muitos presentes caros, e vou ficar magoado se não os aceitares...é uma das maneira que tenho de te mostrar o quão apreciada és.- Ele debruçou-se para mim da cadeira á minha frente e enganchou o meu queixo entre o polegar e o indicador.-
-Eu sei, e aprecio isso, gosto de ser mimada ás vezes mas... podias oferecer-me flores, um peluche, alguma coisa que víssemos na feira da Amesterdan, tem colares bonitos, agora isto.- Levantei o pé.- Tem um aspeto do tipo "se eu riscar o verniz o mundo vai cair em cima de mim" percebes Harry? Isto é algo a que eu esteja habituada, eu aprecio os teus gestos.- Só queria faze-lo perceber que eu ia ceder no que tocava a receber algumas coisas, mas que não o ia aceitar do dia para a noite.
-Eram os sapatos preferidos da minha mãe, á três semanas laçaram este modelo na semana da moda e pensei em ti, se não os quiseres, troca-os.- Levantou-se e caminhou de volta atrás da secretaria, impondo novamente uma barreira entre nós, e não era isso que queria, não queria chatear-me com ele, não depois da noite maravilhosa que tivemos, não depois de deixar passar o desaparecimento dele em branco durante o dia.
-Não foi isso que quis dizer Harry! São lindos e muito obrigada, é uma honra poder usar algo que te desperta memórias boas, mas podes colocar-te no meu lugar? Se num dia te oferecesse um diamante, e no dia a seguir mais coisas...ias sentir-te incomodado.
-Não, ia fazer de tudo para que visses como estava feliz.- Ele chutou ignorando, olhando para o ecrã á frente dele como se estivesse a falar com um fantasma que não merecia segundo vislumbre.
-Não sabes o que dizes... se calhar mais tarde vou habituar-me á ideia mas agora não. Já me deste mais que o suficiente.- Disse-lhe.
-Estas dispensada se quiseres sair e ir almoçar.
-São onze.- Murmurei.
-Então podes ir trabalhar.- Cuspiu ele sem ao menos olhar para mim.
-Acho que não estas a perceber mas não tenho dezoito anos de novo e não vou deixar que faças o que fazias...
-O que é que eu fazia Sophia? Hum?- Ele finalmente tira os olhos do ecrã e recosta-se na cadeira.
-Ignoravas quando te convinha, saias... não vou passar por isso de novo, agradeci-te os sapatos são lindos, agora pedia-te a mesma cortesia.- Olhei para ele na esperança de que algum do gelo que se construíra nos últimos minutos fosse abaixo.
Ele esfregou os olhos e suspirou, de repente percebi que algo não estava realmente bem, mas que por esta vez, eu não fosse o que não estava bem, algo a mais estava a acontecer.
-Estou cheio de trabalho, e ás vezes fico irritado. Desculpa.- Os olhos dele no entanto não se centravam em mim, os seus lábios estavam ligados á sua cabeça, mas o coração dele parecia tentar dizer-me outra coisa.
-Quando quiseres mesmo dizer-me o que se passa, vem ter comigo.- Inclinei-me e beijei-o no canto do lábio, esperando que isso atenuasse a picada de dor que sentia.
-Vou ver-te em breve meu anjo.- Ele murmurou e sai.
Quando cheguei ao meu piso toda a gente já estava realmente embrenhada em algo e decidi que o melhor era não perturbar ninguém, sentei-me na secretaria e abri a minha conta, esperando que mais nada acontecesse por hoje.
-Sophia antes de sair para ir almoçar podia fazer rótulos para os dossiês com os projetos do próximo ano?- Victoria espreitou pela porta dando-me vontade de me atirar da janela.
-Claro, onde estão mesmo?- Agarrei no cabelo com uma mão e levantei-o na esperança de afastar a onda de calor que me invadiu, talvez fosse mandar-me outra vez para os calabouços.
-No mesmo sitio para onde a mandei da outra vez, lembra-se do caminho?
-Sim, vou estar lá num instante.- Ela saiu e levantei-me.
Quando ia a passar Morgana estendeu-me um elástico.
-Vais suar um pouco, talvez seja útil.
-Obrigada.- Ri-me sem vontade e sai.
Ao descer pelo elevador até ao ultimo piso, que ficava mesmo abaixo da garagem da qual os diretores dispunham o ar bafiento rodeou-me e avistei ao longe o segurança mal humorado que me dissera que direção seguir, no entanto desta vez já sabia para onde ir e acenei desajeitadamente antes de continuar, provavelmente era para aqui que enviavam os trabalhadores mal comportados e talvez ficar com o Harry um pouco no escritório e aparecer com lindos sapatos depois fosse mau comportamento.
Descalcei-me e peguei no rotulador e inseri a data do próximo ano e o mês destinada a cada coisa, tinha a certeza de que este não era o tipo de trabalho para o qual tinha sido contratada, mas enquanto Victoria estivesse por cima eu tinha que dançar conforme a sua música, não podia ser mal-educada, nem queria.
Quando cheguei ao fim da prateleira estava meio sentada no escadote, a maquina fazia um barulho irritante quando a etiqueta saia, e perguntei-me se não haveriam mesmo pessoas para fazer isto, no entanto fascinava o facto de até 2020 já estarem aqui projetos sobre os quais a sociedade ainda nem desconfiava...era instigante a maneira como o Harry comprava tudo isto a pensar no futuro, sem por um momento ceder às duvidas do "depois".
-Consigo ver o sinal na parte de trás da tua coxa, isso quer dizer que a tua saia subiu o suficiente para colocar um homem eufórico.- A voz grave do Harry fez-se ouvir e os meus pés descalços perderam momentaneamente o apoio, o rotulador caiu assim como uma pasta. Ele passou-me tudo de novo para as mãos, baixando-se de forma sedutora, como se cada movimento fosse planeado com tempo para ser executado na perfeição.
-O que estás tu aqui a fazer?- Sorri, mas ainda estava magoada por ele não me contar o quer que o esteja a chatear.
-Ainda sou o patrão, posso ir a onde bem me apetecer.
-Assustar as estagiárias não é algo que um bom patrão faria.
-Quando a estagiaria é gira, sim, é.
-Estás a namoriscar comigo para te redimires de á bocado?- Perguntei-lhe enquanto continuava o hábil trabalho de inserir números numa máquina e esperar que o autocolante saísse.
-Talvez...- Ele aproximou-se do escadote e a sua cara ficou de frente para a minha perna, á qual ele se encostou.
-Á seguranças aqui, e camaras.- Murmurei tentando afastar a minha perna, mas ele agarrou-a firmemente dando-lhe um beijo ruidoso.
-Não quero saber, pago-lhes para ficarem calados e fazerem o trabalho deles...agora nós, não preciso que fiques chateada comigo agora por isso...
-Não estou chateada, mas espero eventualmente que me contes o que se passa para além de Chicago.- Subi mais um degrau passando para o mês de Março.
-Não estas chateada? Sophia, estás aí?- Ele tentou fazer uma piada mas não me ri.
-Vou dar-te o teu tempo, mas já te disse, quero que este relacionamento funcione, por isso precisamos de ser claros, transparentes um para o outro, não quero um replay do passado.- Um calafrio percorreu-me e acho que ele percebeu.
-Vou ser o mais sincero possível, não gosto de jogos, gosto da maneira como estamos agora.
-Isso não implica que se voltares a escorregar eu vá ser tão compreensiva como fui ontem, não quer estar presa ao sentimento de preocupação Harry, ontem estava emocional, e caramba era o meu aniversário não me queria chatear mais.- Desci as escadas e fiquei á frente dele.
-Mais algum concelho?- Ele riu-se.
-Só que me não me voltes a deixar ir embora, e que por favor não te vás embora.- Disse-o de maneira brincalhona, mas no fundo era o que eu mais queria dizer, ter a certeza de que ele ia estar ali.
-Eu esperei muito por um pouco de amor Sophia e agora que te tenho não vou deixar-te ir outra vez, desta vez para onde fores, eu vou estar mesmo atrás de ti.- Ele murmurou e puxei-o para mim, os nossos lábios colidiram com tanta força, de uma certa forma senti como se a sentença de tudo aquilo que fizemos estivesse a ser lida, e que por uma vez as coisas estivessem realmente no caminho bom.
(***)
Quando eu e Ave chegamos a casa, sentamo-nos estendidas no sofá, os sapatos dela voaram para o outro lado da sala, e geralmente eu seguia-lhe o exemplo, mas hoje tive cuidado a tirar os sapatos.
-Hey estas a estragar a tradição de dia aborrecido!- Ela sentou-se e espreitou para os meus sapatos, juro que quase a ouvi engasgar-se.
-Merda, será que estou tão necessitada de um aumento de salario que já vejo coisas? Ela agarrou o meu pé e mandou-me para trás no sofá, ficando a olhar para o sapato.
-Não sei...são giros não são?- Sorri e tentei parecer confortável com eles, ela largou-me e depois arrastou-se até ao quarto, voltando dois segundos depois com uma revista gigante.
-Aqui tontinha, são o classico da Gucci, mas lançaram essa edição limitada nesse rosa lindo.- Ela prolongou a palavra "lindo" pelo que pareceu a eternidade.- Leather Horsebit Loafer no seu novo e mais recente modelo.- Ela suspirou.
-Queres experimentar? Não são lá muito confortáveis depois de umas horas.- Suspirei.
-O que é que fizeste? Foste assaltar a 5ª Avenida sem mim? Ganhaste a lotaria? Isso custa mais do que a minha parte da renda de casa.
Olhei alarmada para os sapatos.
-Demasiado caros então.- Murmurei para mim mesma.
-O que é que fizeste?- Ela perguntou novamente e contei-lhe a história daquela manhã.
-Ainda tiveste direito a sexo escaldante?- Perguntou ela animada.
-És tão... constrangedora.
-Desculpa se a tua vida é interessante.- Ela deixou-se cair de novo ao meu lado no sofá.
-Como anda o Paul?- Sorri-lhe.
-Certamente não anda a comprar-me Gucci.- Ela suspirou.
-Receber presentes destes nem sempre é bom, especialmente quando o teu namorado já te deu mais que a conta.
-Da próxima vez diz-lhe que o teu pé cresceu e que precisas de um 39, e que a tua marca preferida para malas é a Chanel ok?- Ela sorriu-me e ri-me.
-Sim claro.
-Podemos ir jantar aquele restaurante no cruzamento da Madison? Ou apanhar um táxi e ir jantar no topo daquele prédio em Brooklyn?- Ela fez beicinho.- Não me apetece cozinha.
-Posso tentar...- Mas antes de acabar ela já estava de pé a entrar no quarto.- Nem penses, já me estou a vestir.- Ela gritou do quarto.
Quando saímos de casa, estávamos as duas a rir-nos de um grupo de turistas que confundido a Ave com uma modelo, acontece sempre o mesmo e já pensamos em pesquisar sobre isso.
-A minha beleza ofusca o meu jeito para os números, ou são os números que ofuscam a minha beleza.
-Não sei, é um dilema complicado.- Encolhi os ombros.
-É da altura.- Murmurou ela tristemente, quando de repente os olhos dela se iluminaram.
-Não é o Carl? Carl! – Ela gritou e o Carl virou-se para nós, uma morena exuberante debaixo do braço.
O seu sorriso para mim foi frio e senti dentro de mim uma enorme vontade de me esconder, mesmo que não nutrisse por ele o mesmo tipo de sentimentos que ele por mim, como é reagia á morena curvilínea? Embora obviamente uma parte de mim soubesse que ele não gostava realmente de mim de uma forma tão intensa assim, que era apenas o seu ego ferido, não era fácil estar confortável perto dele com mais alguém, quando durante três anos tínhamos só sido três.
Mas acho que tinha sido eu a puxar esta guerra quando desenterra o Harry do meu passado e o voltara a deixar envolver-se na minha vida.
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Amanhã vou tentar escrever mais e acho que é quando vou revelar algumas coisas sobre o que se vai passar a seguir, espero que vocês gostem porque vai ser meio complicado, mais uma vez obrigada por lerem, a serio escrever esta ultima temporada está a ser tão caótico para mim, há uma mistura enorme de sentimentos entre querer algo novo e não querer largar a Vision... espero que gostem da minha próxima história.
Love u girls soooooooooooooooooooo much
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