42ºCapitulo
Eu tinha oficialmente vinte e dois anos e sentia-me francamente normal. Quer dizer nada de novo enquanto eu subia as escadas de volta para o apartamento, contas das caixas do correio, o cesto de roupa que tirei da máquina da lavandaria, a mesma mancha na parede ao lado da sala da caldeira, tudo no prédio estava normal, tudo na minha vida podia parecer perfeitamente normal, não fosse o maldito Harry Styles a corroer toda a minha linha de pensamentos. Quando abri a porta com cuidado porque provavelmente a Ave ainda estava dormir e chutei a porta com cuidado com o calcanhar porque tinhas as mãos ocupadas com o cesto da roupa eu percebi que havia alguma coisa diferente na casa, o pequeno apartamento que começa a iluminar-se pelos raios da manhã parecia diferente hoje. Especialmente hoje.
Abano a cabeça para expulsar a sensação estranha e cuidadosamente coloco o cesto vermelho em cima do sofá. Todas as quartas acordava antes de toda a gente, e quando digo toda a gente refiro-me mesmo a toda a gente do prédio, é muito mais fácil deixar a maquina a lavar se for cedo porque de oura forma tenho uma fila de gente á minha frente, especialmente a vizinha do lado, ela tende a acumular roupa e a coloca-la na lavandaria no mesmo dia que eu, quase que como a desdenhar de mim.
-Por amor de Deus é o teu aniversário! Podias deixar isso para amanhã.- A Ave espreita do quarto com os olhos ainda ensonados.
-Não tinha sono de qualquer maneira...- Porque é que ele ainda não me ligou?
-Percebo.- Ela caminha até ao frigorífico e tira uma caixa quadrada de papel, coloca-a no balcão e retira-lhe a tampa. Ando até ao balcão e vejo um pequeno bolo de chocolate, deve dar aí no máximo para quatro fatias grandes.- Depois de bolo rasca, a saga continua com "Bolo pequeno mas que me custou uma perna" é bom que seja mesmo, mesmo bom.
-Não era preciso Ave.- Pisco os olhos.- Eu ia fazer um bolo para nós.
Ela olha para mim sem se rir e começa a partir o bolo sem sequer olhar para ele.
-Foi por isso que me preveni.- Ela finalmente se ri e dá-me um garfo pequeno e ambas nós comemos da caixa.
-Parabéns outra vez.- Ela sorri.
-Obrigada outra vez.- Respondo.
-Ela vai ligar, está só ocupado a jogar a alguma coisa que envolva todos os nossos empregos.- Ela ri-se como se não fosse grande coisa.
-Oh encontrei!- Ela grita e vejo que cortou uma parte do bolo e que um molho vermelho começa a escorrer lentamente.- Esta devia ser a pequena mina de ouro para o bolo ser tão caro.- Depois disso nós começamos uma conversa pormenorizada sobre ir a algum sítio, mas uma parte de mim sabe que se eu fizer alguma coisa a seguir ao jantar com Ave, não vou de todo fazer alguma coisa a seguir ao jantar com o Harry.
Ambas estamos a rir enquanto passamos pela porta do prédio, as minhas calças de ganga pretas novas são fantásticas e mal posso por mostra-las ao Harry, eu não sei o que há com os jeans mas eu adoro-os, e estes parecem ter sido desenhados para se enquadrarem em qualquer circunstancia.
A Ave ofereceu-me um anel bonito com uma pequena pedrinha branca, e sinto-me particularmente bonita hoje.
-Uh miúda consigo sentir a tua autoestima dentro dessas calças de ganga!- Eu agarro nas presilhas das calças e faço que as estou ajeitar.
-A minha disposição vai descer a pique quando chegar ao trabalho.- Sorriu enquanto damos a volta ao nosso bloco de apartamentos e descemos a avenida até ao metro.
-Porque?
-Visto que o Isaac e a equipa ainda não voltaram eu tenho uma chefe substituta, parece que o Isaac vai ficar em Toronto mais duas semanas ou assim.- Dou de ombros, e ela parece ficar nervosa subitamente.
-Vai correr tudo bem, afinal é o teu aniversário.- Ela sorri e o mundo parece melhor quando tens uma pessoa otimista por perto.
Depois de um metro cheio de confusão nós as duas passamos pelas portas automáticas da empresa e enquanto subimos no elevador Ave vira-se para trás e pinta os lábios de vermelho.
-Porque é que esperas até á ultima?- Riu-me.
-Sabias que as mulheres que poem batom em sítios desleixados como elevadores tem uma aura sexy e misteriosa? Pode ser que algum jeitoso entre no elevador enquanto faço isto.- Ela puxa os lábios para a frente.
-Não estás a serio, pois não?- Estou chocada.
-Claro que não, Jesus que vergonha.- Ela revira os olhos e reparo com interesse que é a primeira vez que ando neste elevador só com uma pessoa, geralmente está sempre cheio.
O andar da Ave chega e ela ajeita a saia lápis.
-Vejo-te mais logo acho eu, mas vou obviamente ligar-te daqui a meia hora para te desejar outro feliz aniversário.
-Combinado.- Sorriu.
E ela sai, as portas fecham e o meu telemóvel vibra, o meu coração enche-se de alegria mas apenas para se dececionar a seguir...parece ingrato da minha parte mas ver que é o número do meu pai e não o do Harry deixa-me ligeiramente triste.
-Olá pai.- Digo-lhe bem disposta.
-Parabéns!- Oiço o meu pai e a minha mãe dizerem ao mesmo tempo.
-Woow que coro tão bonito. Obrigada.- Sorriu e chego-me para trás quando um homem entra no elevador.
-Estás a ter um bom começo de aniversário? Nem acredito que já tens vinte e dois anos! Parece de malucos Alex!
-Sim! Eu e a Ave tivemos bolo de chocolate com recheio de frutos vermelhos para o pequeno almoço, ela deu-me os parabéns e depois um caixinha com um anel bonito.- Sorriu.
-Nós temos presentes para ti também!- O meu pai ri-se.- Mas vais ter que vir cá. Que tal jantar?- O meu pai parece estar a concentrado em algum tipo de jogo.
Uma parte de mim diz-me para aguentar um pouco mais e esperar que o Harry aparece e diga alguma coisa. Outra diz-me que os meus pais não merecem uma repetição dos acontecimentos anteriores.
-Sim, pode ser...quer dizer ás sete?- As portas abrem no meu andar e deslizo para fora, vendo que Victoria ainda não chegou murmuro um "Bom dia" á secretaria de balcão e continuo a andar para o escritório deslizando as portas de vidro.
-Perfeito, sê pontual.
-Sim!- Digo a rir-me.
-Tudo bem, nós amamos-te.
-Eu a vocês.
E depois desligam e logo a seguir o telemóvel recomeça a tocar, riu-me e deslizo o dedo pelo ecrã.
-Sim?- É Ave, deve estar prestes a...
-Tenho uma noticia não muito agradável.- Ela sussurra.
Merda.
-O que foi?- O meu coração bate com muita força.
-O Harry não está cá.
-No trabalho? Talvez ele tenha...
-Não, ele não está em Nova York.- É como um soco no meu estomago. Ele não me ligou, nada de mensagens, nada desde que ele ontem estava mesmo irritado com tudo.
-Onde está ele?- Murmuro.
-Um conta publicitaria, houve um desajuste com aquilo que a empresa queria e com o que a empresa que estava a tratar da conta queria, então eles tentaram ficar com metade do que o Mr.Sty...o Harry tinha lá depositado o que faria disso uma contia de meio milhão de dólares. Ele voou para Chicago ontem á noite.
Foi por isso que ele passou o dia com uma expressão carrancuda, completamente alheado das minhas investidas, a impedir-me de subir até á sala dele? Ele estava com um problema gigante nas mãos mas mesmo assim ele não me disse nada, não que fizesse diferença o que percebo eu de gestão de empresas? Só queria que ele me tivesse dito para não ter ficado a remoer sobre que algo em nós estava mal.
-Ele devia ter-te dito alguma coisa.- Sei que ela está a tentar reconfortar-me, mas não está ajudar, acho que nada podia realmente ajudar-me.
-Tudo bem eu percebo, obrigada por me dizeres.
-Até logo.
O meu aniversário está oficialmente acabado.
As cinco quando eu e Ave saímos do prédio onde ambas trabalhamos ela empurra-me ligeiramente com as ancas.
-Essas calças ficam-te a matar.- Ela sorri e sorriu de volta para ela.
-Obrigada.- Peço-lhe para irmos a pé para casa porque não me apetece entrar dentro de um metro.
-Tudo bem, vamos matar os nossos pés mas é o teu dia anos por isso!- Ela dá-me o braço e quando vamos a meio caminho expludo.
-Quer dizer os aniversários são superestimados é como...pintar a unhas, não nos afeta muito, pelo menos não a mim.- Desabafo.
-Só que a diferença é que não te incomodas com as tuas unhas, mas incomodas-te que o teu namorado não esteja cá no teu aniversário.- Ela diz-me com tom de sabedoria.
-Não lhe custava ligar, Chicago não é muito perto mas tenho a certeza de que já aterrou á horas.- Encolho os ombros.
-Queres um gelado ou assim?- Ela pergunta e leva-me por dentro de um parque atrás da 5ªAvenida que parece quase secreto, compra-me um gelado que está evidentemente muito frio para esta altura do ano e continuamos a caminhar, mas no sentido errado ao de casa e de repente lembro-me.
-A Sam meu Deus preciso de trocar de roupa e ir ter com ela!- Tento voltar para trás mas a Ave puxa-me de volta.
-Falta subir esta rua não vais voltar para trás.- Ela censura-me.
-Ok.- Respiro.- Ok.
Ela para-me no caminho e olha para mim de frente.
-O Paul trabalha ali.- Ela aponta para um edificio enorme.- Portanto eu vou lá enquanto te acalmas e ficas com a Sam ok?
-Estás a despachar-me no meu aniversário?- Coloco a mão na anca.
-Não!...Bom estou só a dar-te espaço, vemo-nos daqui a uma hora aqui ok?
Eu não lhe respondo, mas ela já está a caminha em direção ao edifício. Respiro fundo e tento acalmar-me enquanto subo a rua que falta. Não posso estar nervosa perto da Sam, ela sente isso, as crianças conseguem entender os adultos antes mesmo de estes abrirem as suas bocas, e a Sam parece ser extraordinariamente boa com isso.
Durante todo o dia pensava que o Harry podia simplesmente ter uma urgência e ter que sair a correr para o aeroporto e que isso seria normal na sua profissão, mas ele nunca, nunca saíra sem me avisar, ele era muito cuidadoso nisso mas desta vez ele nem me tinha dito que aterrara bem, eu não queria uma mensagem de aniversário, eu queria uma mensagem com uma explicação, queria que ele me dissesse que estava demasiado preocupado sobre isso, e que estava de mal humor que lamentava estar longe. Mas nada.
Acenei á mulher atrás da secretaria e subi até ao quarto das meninas, e assim que abri a porta o meu espirito ganhou outra cor, a pequena menina de olhos verdes estava escondida atrás da cama a levar as suas mãozinhas a qualquer coisa. Eu cuidadosamente entrei tentando não fazer barulho com os sapatos e falhando miseravelmente, ela virou-se e tive que me rir, a sua boca coberta de compota levou o inferno de um riso de mim e mesmo quando os olhos dela se iluminaram e ela se levantou fazendo o pote rolar ela parecia adorável, ela correu até a secretaria a rir e tropeçou a meio caminho fazendo o meu coração pular para fora, ela agarrou um papel dobrado e sujou com geleia. Foi erro da sua vida.
Ela parou. Olhou para a borrada no envelope coberto de geleia e os olhos começaram a tornar-se vermelhos.
-Hey.- Baixei-me e agarrei pela cintura.
-Estás estragado.- Uma lágrima rolou na sua bochecha gordinha e apanhei-a com o polegar.
-Não está nada.- Sentei-me com as pernas cruzadas e peguei num pacote de Huggies da comoda, sentei-a no meu colo e limpei-lhe as mãos e a boca.
-Está tudo sujo.- Ela fez beicinho.
-Não, assim parece delicioso.- Agarrei o seu nariz.
-Parabéns.- Ela disse de repente agarrando-se ao meu tronco, a sua cabeça no meu peito.
O meu coração expandiu com força e de repente a ausência do Harry foi atenuada, levei as mãos ao cabelo loiro e macio e esfreguei com suavidade enquanto apreciava a sensação de carinho com o leve cheiro a geleia. Fechei os olhos por um segundo e deixei que a forma como ela me tocava não me afetasse muito mais. Eu queria esta menina para mim.
-Tu estás mais velha agora.- Ela suavemente levantou a sua cabeça e olhou para mim.
-Estou pois.- Murmurei.
-Falta muito para os vinte e seis?- Essa seria idade em que eu estava decidida a leva-la.
-Quatro anos.- Murmuro.
-É muito tempo.- Ela desajeitadamente passa-me a carta e a seguir, em como de todas as vezes que ela fica envergonhada passa a franja para trás da orelha.
-Tu e o Harry ainda não namorados?- Ela pergunta enquanto tiro o papel de dentro do envelope.
-Sim.- Murmuro não muito alto.
Desdobro o papel e por um segundo eu juro que este desenho parou o mundo, literalmente toda a gente parou de se mexer para concentrar a sua energia no desenho vibrante colorido por marcadores.
Sou eu. É o Harry. É a Sam...e é um bebé.
Engulo em seco e olho para ela.
-Quem é este aqui?- Aponto com o dedo trémulo para o boneco mais pequeno.
-É o Gabriel.- Ela sorri.- É o meu irmãozinho, porque vou ser uma irmã mais velha.
As imagens da minha visão voltam-me á cabeça. Se esta criança no meu colo está tão certa de algo quem sou eu? Ou quem quer que seja para contrariar o seu desejo?
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Muitas de vocês me tem perguntado pela amiga da Soph em Oxford? A Kate? E sobre o Mark? Então a minha resposta é que esses personagens fazem parte do passado. Tal como toda a gente na vida já teve pessoas na sua vida e depois simplesmente passou, as pessoas deixam de se comunicar, deixam de falar, demonstram desinteresse umas nas outras e os laços estabelecidos são quebrados, infelizmente é uma realidade que eu pessoalmente DETESTO mas contra a qual não posso fazer nada.
Então segunda coisa, eu já vos disse que tenho um vídeo a responder ás vossas perguntas mas como estas foram na sua maioria respondidas num especial que fiz nesta serie de "Vision" não vi o porque de o colocar, então eu tive uma ideia melhor. Deixem-me um comentário divertido, sério, qualquer coisa com tipo três linhas ou assim para eu ler em vídeo, eu vou escolher alguns, depois vou lê-los para vocês em vídeo, sei lá a maioria de vocês quer ouvir-me e assim então porque não?
LOVE U GIRLS
_XK4
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