41ºCapitulo
Ave falava sem parar de como a mãe a lhe tinha dito que estava tudo bem, e em como já tinha uma passagem para quando o bebé nascesse, e sinceramente eu esperava que ela nunca se calasse, era ótimo ouvir a felicidade na voz dela, a maneira suave como ela contava cada pormenor da viagem, e de como ela se tinha esquecido de que a Target tinha fechado á dois anos no Canadá...a voz dela acalma algo que eu nem sabia que estava a temer.
-E tu? Como foi?- Ela sorri.
-Bom eu tenho um monte de fotografias, tenho quatro brigas com o Harry, um irmão que vai ser pai...e claro a avó não gostou do Harry.- Sorriu-lhe e puxa a manta que cobre as nossas pernas mais para cima, o sofá foi esticado para cabermos quase deitadas e está a passar uma serie qualquer.
-É por isso que eu gosto tanto da Lily, ela sabe como meter os rapazes na linha.
-Não, não sabe, ela pensou que o Harry era...bom ela basicamente disse para eu tirar partido do meu cartão de credito pessoal, o que foi honestamente terrível de se dizer a alguém que namora outro alguém como o Harry, como se a cada esquina toda a gente me visse como uma colecionadora de cartões de credito.
-Deus! Visto dessa maneira faz-te parecer uma cabra.
-Honestamente? Acho que ela estava a tentar alertar-me para isso mesmo, foi uma forma carinhosa de demonstrar o que as pessoas acham.- Espreguiço-me.
-Bom as pessoas não podem achar isso de ti de qualquer maneira.- A Ave ri-se.
-Porque não?- Ela tem alguma na manga.
-Porque se fosse mesmo isso eu já andava a passear as tuas malas caras, e visto que não tens malas caras, não és de todo uma oportunista.- Ela levanta a mão e embato a minha na dela.
-Pensas sempre em tudo.
-Por acaso estava a pensar se não ias receber uma mala cara para o teu aniversário.- O sorriso dela é brincalhão, é por isso que gosto dela, sabe brincar sem ficar estranho, posso dizer praticamente qualquer coisa e tudo soa a piada nos ouvidos dela.
-Mais algumas coisa?- Ela pergunta.
-Matei o teu peixinho dourado.- Murmuro olhando diretamente para a televisão e mordiscando o comando.
Ela tira-me o comando da mão e olha para mim com seriedade.
-Estás a brincar?- Ela levanta-se rapidamente e vai até ao pequeno aquário no seu quarto, os passos no soalho de madeira são como patinhas de gato e riu-me quando oiço o suspiro de alívio. Todas as noites enquanto lavava os dentes e ia para a cama deitava alguma coisa na esfera de vidro onde descansa o pequeno peixe-dourado, que se chama literalmente "Peixinho Dourado" é incrível a originalidade.
-Mesmo assim ele tinha pouca comida.- Ela diz quando se volta a sentar ao meu lado e quando tento tirar-lhe o comando da mão ela desvia-o.
-Estou farta de te dizer que o comando não, de todo, em situação alguma, próprio para roer!
Sorriu e olho para ela.
-Senti a tua falta.- Riu-me.
-Ótimo anda comigo buscar o jantar!- Ela levanta-se e vai até á sapataria atrás da porta calçando as galochas. Está a chover desde que nós as duas nos sentamos no sofá.
-Não quero sair com chuva.- Volto a pegar no comando e começo a roê-lo olhando finalmente para a serie antiga de "Friends" que está a passar.
-Porque?!
-Ave eu posso tentar fazer o jantar se quiseres, não precisas de sair.
Ela não me pode ver, eu não a posso ver, mas sei que estou a sorrir de uma maneira mazinha e sei que ela tem uma expressão de nojo na cara.
-Volto em dez minutos.- Ela diz e bate com a porta.
Nunca ninguém gosta de arroz queimado, a verdade é que aquela treta de dar amor enquanto se cozinha não funciona porque tenho montes de amor para dar, mas parece-me que a comida não quer aceitar.
Olho pela janela da sala e vejo a chuva cair contra o vidro, não com força, mas muito metodicamente como se nunca fosse parar. O céu está a ficar escuro, e as luzes lá fora começam a acender-se.
O barulho do meu telemóvel acorda-me da minha linha de pensamentos e vejo o nome do Harry brilhar no ecrã, deslizo o dedo e atendo a chamada levando o aparelho á orelha.
-Olá.- Digo-lhe enquanto coloco a televisão no mute.
-Estás ocupada?- A voz rouca e ríspida faz-me sentir amor e raiva ao mesmo tempo.
-Estou bem e tu?- Riu-me.
-Estás ocupada?- Ela volta a perguntar.
-Estou bem e o senhor?- Não vou parar.
Ele suspira pesadamente e quase que o posso imaginar a passar os dedos pelo cabelo.
-Tudo bem Soph?
-Estou bem e tu?- Tento não rir, mas falho miseravelmente.
-Bem. Estás ocupada?
-A Ave foi buscar comida por isso, sim estou ocupada.
Há um breve, breve silêncio na linha.
-A Ave voltou?
-Não pensavas que ia durar para sempre, pensavas?- Riu-me, mas algo me diz que sou a única com o sentido de humor hoje.
-Ela foi a única que voltou?- A voz do Harry parece chateada a um ponto que quase nunca oiço.
-Não sei, não lhe perguntei...ela voltou porque é o meu aniversário amanhã, todos os anos ela faz alguma coisa especial.- Murmuro.- Não fiques chateado.
-Bom desculpa mas a minha ideia não era partilhar-te.- Ele cospe.
-Estás muito irritado hoje.- Admoesto.
-Estou igual a todos os dias.
-Tenho que concordar.- Riu-me.
-Não estou com disposição para piadas.
O meu coração dói um pouco. Ele está a tentar levar-me para baixo também?
-Então não devias ter ligado, quando quiseres falar comigo, e repito comigo, não com alguém que te vá dizer algo que queiras ouvir, liga-me.
E quando estou prestes a desligar a campainha toca e levanto-me, ainda com o telemóvel na orelha.
-Se há algumas coisa que te preocupa diz-me.
Abro a porta e a Ave passa com os sacos do restaurante Italiano. Ela diz-me para desligar o telemóvel e levanto um dedo pedindo-lhe um minuto.
-Falo contigo amanhã.- Ele tenta desligar, mas a linha continua lá.
-Ok.- Fecho os olhos com força.
-Até amanhã amor.
-Até amanhã querido.- Riu-me da forma como o chamo e ele acaba por rir também.
-Tenho mesmo que desligar, uma pilha de trabalho para resolver esta noite.
-Tudo bem eu percebo, até amanhã.
Depois de desligar viro-me para Ave.
-Para além de tudo o que te contei á bocado, eu também fiquei um pouco bêbeda.
E aí Ave fica paralisada, com as mãos nos sacos de papel, paralisada com a minha afirmação.
-Sem mim?!- Ela guincha depois de uns segundos.
-Bom, tu não estavas e depois o Carl insistiu e eu queria ir tomar uma bebida, a um sitio qualquer, queria fazer alguma coisa que correspondesse á minha idade, não sei acho que a minha ultima hormona adolescente ficou cheia de nostalgia e levou-me a fazer coisas disparatadas.
-Então agora nós as duas podemos ir também? Quer dizer meu Deus! Passei três anos a tentar levar-te a um sítio de jeito e o máximo que consegui foi um sumo de laranja num bar no Mississípi.- Numa incrível viagem de alguns dias.
-Ok talvez possamos ir a algum sitio um dia destes.
Ela faz um gesto de vitória e ajoelha-se.
-Obrigada Senhor por dar neurónios de gaja a esta rapariga!
-Oh cala-te.- Atiro-lhe com um íman do frigorífico.
Cada uma de nós come pasta com legumes salteados e uma coca-cola diet...bom ela bebe coca-cola diet eu bebo coca-cola normal. A refeição é calma até que ela recebe uma mensagem e cora.
-Hum...- Faço e roubo-lhe o telemóvel.
-Sophia!- Ela grita.
-Nem preciso de olhar para saber que é o Paul.- Riu-me e devolvo-lhe o telemóvel, se ela me quiser dizer ela diz.
-Sim...ele ficou um pouco chateado por ter ido para o Canadá de repente.
-Porque? Foi tecnicamente em trabalho.- Encolho os ombros enrolando a massa longa no meu garfo.
-Íamos ao cinema nesse dia e cancelei em cima da hora...mas ele disse que percebe.- Ela deve estar a ler a mensagem.
-Tudo bem, ele parece ser bom rapaz.- Gracejo, tendo em conta que o apanhei meio nu no nosso sofá.
-Oh cala-te.- Ela imita-me.
Quando finalmente cada uma de nós vai para a cama é difícil não me rir enquanto a Ave reclama de ter trocado a escova de dentes antes do tempo.
-É a minha escova, não a tua.- Grito do quarto enquanto visto o pijama.
-Sabes que podemos evitar um monte de desperdício se soubermos economizar até escovas de dentes? Há um monte de estatísticas...
-Não! Deixa esse discurso de contabilista e gestação de...coisas, para amanhã.- Imploro.
-Faltam dez minutos para o teu aniversário!- Ela grita e aparece á porta do quarto.
-Oh meu Deus o que é que vamos fazer?!- Guincho.
-Dormir. Obviamente.- Ela revira os olhos.
-Foi o que pensei, até amanhã.
-Até amanhã.
Passados cinco minutos as luzes estão apagadas, as trancas da porta foram colocadas e ambos os nossos quartos estão silenciosos. Quatro minutos e cinquenta segundos depois começa a contagem nas nossas cabeças.
Dez
Nove
Oito
Sete
Seis
Cinco
Quatro
Três
Dois
Um
Corro até á sala e a Ave sai disparada atrás de mim, ambas estamos nas nossas calças de ganga e casacos de fato de treino, ela pesca as chaves de casa e agarra a minha mão para me abraçar.
-Parabéns!- Ela grita e salta para cima de mim.
Riu-me e abraço-a enquanto ela abre a porta de casa e agarro no telemóvel, nós corremos pelas escadas abaixo e quando o frio da noite de Nova York acaricia a minha cara e fecho os olhos com muita força.
Sinto-me tão feliz por ela estar aqui, quando ela me disse que ia viajar um bocadinho de mim entristeceu-se por ela nem se lembrar, mas ali estava ela, seis horas antes do meu aniversário ela chegou e agora estamos a caminhar pelas ruas frias e a rir, mesmo sem dizer nada uma á outra.
-Acelera o passo aniversariante!
Existe um pequeno café escondido perto da 6ºAvenida, e desde que nós as duas vivemos juntas que em ambos os nossos aniversários vimos até aqui e pedimos bolo de aniversário, deixando o empregado, ou emprega sempre a pensar que somos loucas.
Ela abre a porta fazendo uma vénia e a campainha por cima de mim tilinta. Nova York é realmente a cidade que nunca, mas nunca dorme.
-Boa noite.- Ave diz num tom muito solene ao rapaz quase adormecido atrás do balcão.
-Boa noite, o que posso fazer por si?
-Trata-me por tu, porque esta vai ser a noite da tua vida.- A Ave ri-se e o rapaz parece mais acordado agora.
-A sério?- Ela faz um sorriso e olha para mim.
-Sim!- Ela guincha.- Quero duas fatias do teu melhor bolo de aniversário, a minha amiga faz anos.
A cara dele cai, e enquanto ele se vira para colocar o bolo com recheio em dois pratos a Ave diz-lhe.
-Tens uma vela para colocar no bolo dela?- A Ave bate um pé no chão impaciente.
-Sim, espera.- O rapaz desaparece atrás da cozinha e aproximo-me mais.
-Ele pensava que ia saltar para cima de ti.
-Eu sei, foi hilariante...Não é estranho como nunca é a mesma pessoa a atender-nos?- Ela suspira.
-Ironia do destino.- Encolho os ombros.
O rapaz aparece com a minha vela, um isqueiro e depois dá-nos as fatias de bolo para a Ave colocar na mesa.
-Quer dizer, parabéns, mas não é um bocado tarde para festejar o teu aniversário?- Riu-me e viro-me para ele.
-Na verdade é cedo demais.
Foram as palavras que disse ao pai do Harry uma vez, e na minha cabeça continuam a fazer sentido.
Ave acende a vela e coloca-o no meu bolo, sento-me á frente dela.
-Que para o próximo ano ainda possamos sair á meia noite e comer bolo num café rasca.- Ambas sussurramos e eu apago a minha vela.
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VOLTEIIIIIIIIIIIII E ESTOU CHEIA, CHEIA, CHEIA DE SAUDADES E BOM AMANHÃ Á OUTRO CAPIUTLO PORQUE TIVE UMA IDEIA FANTASTICA A SÉRIO ESTOU TÃO CONTENTE, ACONTECEU TANTA COISA INCRIVEL...BOM FOI SÓ O CONCERTO DOS MAROON 5 MAS FOI INCRIVEL A SÉRIO. E agora a sério foi lá uma banda que está tipo, em ascensão agora chama "Nick Gardner" e escrevi este capitulo a ouvir a musica que eles cantaram em primeira lá no concerto "Lose you" a sério meninas vale completamente a pensa ouvir.
Foi oficialmente o meu primeiro concerto e acho que fui uma miúda bastante sortuda ahaha
Mais uma coisa para vocês, não sei se seguem o Ian nas redes socias, mas se seguem viram o vídeo que ele publicou no instagram sobre assinar uma petição, mas a minha MARAVILHOSA E HUMANITARIA AMIGA GOALS 4EVER Diana está tipo a fazer com que todos os nossos amigos assinem uma petição para acabar com um festival na China onde se comem cães, é uma barbaridade, por isso vou deixar o link e espero poder contar com vocês a sério, faz toda a diferença, aquilo vai pedir-vos um código postal inventem, não tem problema, apenas assinem, vou deixar o link no link externo aqui.
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