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36ºCapitulo

Os meus pés franziram no chão frio quando coloquei o computador na secretaria, era o ultimo e-mail da universidade para o meu professor de historia, algo que eu precisava de corrigir mesmo que não fosse realmente interessar porque o trabalho já tinha sido entregue. O brilho branco do despertador disse-me que já era tarde, realmente tarde, e quando me deitei e olhei uma última vez para o telemóvel vi que tinha três chamadas não atendidas do Harry. Enquanto me embrulhava melhor nos lençóis liguei-lhe de volta. Ao quarto toque ele atendeu.

-Olá.- Murmurei, colocando o som em alta voz, mas no volume mais baixo.

-Bom dia.- Ele riu-se.

-É assim tão cedo?- Sorri para ninguém em concreto, apenas para mim, para saber que ainda podia sorrir sem razão aparente.

-Sim, são duas da manhã, já devias estar a dormir...ou a acordar.- O som rouco colidiu com o meu coração puxando uma batida desesperada.

-Tinha um trabalho para fazer corrigir...e estou a começar a ficar nervosa sobre amanhã.- Fechei os olhos, apenas para descansar.

-Então ainda estou convidado?

-Espera! Vamos fazer como os miúdos fazem quando querem convidar as miúdas para o baile, mas desta vez sou eu a convidar.- Ri-me.

-Ok, estou á espera.

-Harry queres ir á minha formatura amanhã e ser o meu par naquele que vai ser um dia muito importante na minha vida académica?- Tento fazer o meu melhor tom solene.

-Soph, seria uma honra.- Ele ri-se e eu bocejo.

Um silêncio confortável instala-se entre nós e fecho novamente os olhos, apenas a necessidade de o ouvir respirar calmamente.

-Estavas a fazer o quê?- Murmuro, a minha sonolência a tentar vencer-me.

-Estou a olhar para uns relatórios chatos sobre a produção de materiais navais na Russia.- Quase que o posso imaginar a encher as bochechas de ar.

-Porque é que não vais dormir?- Murmuro, enroscando-me melhor sobre mim mesma.

-Porque não gosto de dormir sem ti, e se passar mais tempo acordado menos tempo passo sem ti.- O riso dele é contagiante.

-Isso é bonito Harry.- Estou quase a pedir-lhe que desligue quando ele diz algo que me faz abrir os olhos como um relâmpago.

-Alguma vez vais voltar?

Dentro de mim um alarme começa a soar, imagens repetidas daquilo que aconteceu de todas as vezes que moramos juntos tentam puxar-me para trás, é incrível, nós passamos tantas coisas boas juntos enquanto estávamos juntos, mas quando estamos a tentar dar um passo em frente a única coisa que o meu cérebro pode fazer é mandar-me as más memorias, e tenho que lutar contra isso.

-Não sei...vamos devagar desta vez.- O meu sono foi quase por completo.

-Temos ido muito devagar nestes últimos três anos...- Ele está a tentar captar-me, a voltar a imagem na minha cabeça para ele.

-Sim eu sei, mas se fosse viver contigo agora iam haver um monte de coisas envolvidas, tenho uma casa para pagar agora com alguém, e acabei de começar uma nova fase da minha vida que realmente aprecio...podemos pensar nisso daqui a um ou dois anos.- Fecho os olhos como que a preparar-me para o combate.

-Estás a sério? Dois ou três anos? Eu passei dois ou três anos sem ti, não vou deixar que se repita.

-Mas estás comigo é só...não posso deixar a Ave a pagar a casa sozinha, foi um investimento e um contrato que assinamos as duas.- Vá-lá Harry deixa ir...

-Eu pago a tua parte, durante o tempo corrente do contrato.- Ele diz exasperado.

-Devias conhecer-me melhor que isso.

-Continuas a ser demasiado orgulhosa, é só algum dinheiro.

-Para ti é algum dinheiro, para mim é muito, nem pensar Harry, nós ainda vamos continuar a ser namorados...e gosto da minha casa.

Faz novamente silencio, desta vez não tão confortável como o anterior, percorro mentalmente o ultimo meio minutos de conversa e percebo que disse "namorados".

-Somos namorados Soph?- Sinto o seu sorriso.

-Não sei... já tens uma resposta para mim?- O meu sorriso volta devagar.

-Sim.

-E qual é a resposta?

-A resposta é, esqueço os últimos três anos e vens viver comigo.- Ele quase que o diz como se fosse uma obrigação minha.

-Nem pensar.- Digo-lhe séria.

-Pelo amor de Deus Soph não me obrigues a isto.- Ele resmunga.

-Não quero discutir hoje Harry, amanhã vou ter um dia em cheio e gostava de o aproveitar.

-Eu não vou desistir.

-Ótimo, não espero que o faças, até amanhã.- Murmuro petulante.

-Até amanhã querida.

-Eu amo-te Harry, mesmo que só o digas de volta quando pensas que não estou a ouvir.

-Dorme bem meu amor.

E com isto desliga, e eu também.

(...)

-Tu estás tão bonita.- A minha avó diz quando saímos do carro, é a decima vez que o diz em quinze minutos e dá uma certa piada. O meu pai sai e a minha mãe a seguir, o Teddy vem cá ter daqui a pouco.

-Sim, ela está realmente bonita.- A minha mãe concorda.

Acabei por não trazer o vestido que tinha comprado, este é preto e menos justo na parte abaixo da cintura. Há alguma maquilhagem na minha cara, e tenho o cabelo perfeitamente esticado e sem a ajuda da Ave!

-Sinto-me nervosa.- Murmuro, enquanto os nervos na minha barriga se desdobram em mil.

-É normal, devias ver a tua tia Amanda quando se formou, ela já tinha quarenta e dois, mas mesmo assim estava a tremer que nem varas.- A minha avó tem umas histórias engraçadas sobre parentes engraçados que não conheço.

-Mãe, não lhe digas isso, ela vai ficar mais nervosa.- A minha mãe repreende e começamos todo a andar, quando chegamos a fachada do edifício principal entrego a camara á minha mãe.

-Oh, já percebi.

Foi com uma fotografia que tudo começou, a minha vida universitária começou precisamente quando pedi á minha mãe que me tirasse uma fotografia perto do edifício em Oxford.

Faço uma pose e sorriu, a minha mãe tira duas fotografias antes do meu olhar se concentrar em outra qualquer coisa, ou outro alguém. A alguns metros parado atrás está o Harry o cabelo a esvoaçar, os olhos verdes brilhantes e as maçãs do rosto coradas pelo vento e frio.

Estendo a minha mão na direção dele, e todos, um a um olham para ver o homem sexy a caminhar confiante até mim, e finalmente a segurar a minha mão, inclinando-se para beijar a minha testa.

-Tu queres ficar na fotografia?- Eu murmuro.

-Eu posso ter uma copia depois?- O seu tom é de brincadeira e perco-me nos olhos, dele, na maneira como todo o traço em geral da cara dele me cativa.- Tu estás a olhar para mim daquela maneira.- Ele sopra e viro-me para a minha mãe.

-Podes tirar mais uma?- Sorriu para ela, e em dias vejo um sorriso feliz na minha mãe.

-Claro meu amor.

Nós os dois sorrimos e depois avançamos para ver, pelo canto de olho vejo o meu pai, tristeza, e raiva perpassam-lhe o rosto e sei que ele está a fazer o seu papel, mas sinceramente uma parte de mim esperava que ele entendesse que é a minha vez de fazer as escolhas.

O Harry cumprimenta cada um dos meus familiares mais próximo até que um riso familiar nos faz a todos virar a cabeça. Riu-me quando o Teddy corre para mim e me ergue no ar rodando-nos.

-A minha irmã está a crescer! Quando é que isto aconteceu? Ainda ontem estavas a tentar beijar o vizinho de lado e agora olha só para ti.- Oiço toda a gente rir, menos o meu pai e o meu namorado.

-Bom, algum dia tinha de acontecer.- Digo quando ele me pousa no chão.

A sua namorada Meredith está mesmo atrás, num vestido azul simples, e o cabelo preso numa trança, os olhos azuis brilham para mim, e ela abraça-me com entusiasmo.

-Estou tão contente por ti Soph!

-Obrigada Mere, e como vão as coisas para o casamento?- Ela sorri e começa a tagarelar sobre as flores, mas os meus ouvidos tentam concentrar-se nos homens a falar atrás de mim, o Harry diz qualquer coisa ao que parece ser Teddy e o meu pai levanta a voz a um deles.

-Aquele é o teu namorado?- A voz da Mere puxa-me de volta.

-Sim, o nome dele é Harry.- Sorriu docemente.

-Ele é bonito, tu escolheste bem.- Ela ri-se.

-Eu dizia-te o mesmo não fosse o idiota do meu irmão o teu noivo.- Nós as duas gargalhamos e a minha mãe e avó juntam-se á festa.

No entanto deslizo para fora da conversa e caminho até aos rapazes.

-O que se passa?- Murmuro olhando para cada um dos homens perto de mim.

-Tu sabes o que se passa Sophia Ella!- O meu pai chuta.

-Sim, e sinceramente não vejo qual é o problema.- Olho para o meu pai.

-Ele é o problema, e vai sempre sê-lo.- O Harry abre a boca, mas calo-o com o olhar.

-Não confias em mim?- Ando um passo para trás. O Teddy olha para cada um de nós á vez, como se fosse um jogo de ping pong.

-Não Sophia, não confio.- É uma faca no meu coração.

-Tu confias, só não confias é no que vai acontecer a seguir, tens demasiado medo de me perder, de me deixar ir.

-Porque fiz isso uma vez e vê no que deu!- A sua voz levanta-se e afasto-me.

-Esta é a ultima vez que vou dizer isto pai, eu amo-te, és meu pai, mas a partir de agora é a minha vida, não a tua, são as minhas decisões, e se vais estragar este dia com discussões cheias de ressentimentos tenho-te a dizer que vais magoar-me mais do que qualquer outra coisa.

-Ele magoou-te.- O meu pai sussurra.

-E eu magoei-o.- Quando olho á volta o Harry está encostado á parede com o Teddy, ambos olham para nós com um ar concentrado.

-Pai tu não me podes dizer quem devo ou não amar, não funciona assim e tu sabes isso.- Sussurro.

O meu pai passa as mãos pela cara, um desaperta um botão da camisa.

-Esta é a última oportunidade eu tens de fazer isto dar certo senão dou cabo dele.- Riu-me e puxo-o para mim.

-Pai, a culpa não está só no Harry, eu não sou perfeita e eu vou errar muitas vezes, e ele também, tal como tu e a mão fizeram.

-Podemos entrar?- A minha mãe chama e todos nós caminhamos para dentro do auditório principal.

(...)

O meu diploma não sai das minhas mãos, mesmo quando eu entro na sala do buffet eu estou constantemente a olhar para o papel pardo nas minhas mãos. Tive que esperar vinte minutos para ser chamada para o receber, a quantidade de pessoas com apelidos começados por "A" e "B" é gigante.

Vejo o Harry entrar pelas portas duplas e dou por mim a sorrir, mas de repente o meu braço é agarrado e sou virada para Carl que está com duas raparigas do nosso ano, Brooke e Alice, elas sempre foram muito simpáticas para mim.

Carl puxa-me para um abraço apertado e sussurra algo no meu ouvido.

-Vamos resolver as coisas...- Ele murmura.

Sorriu e aperto-o contra mim.

-Está esquecido se tu já não te lembrares.- Brinco.

Ele afasta-me e abraço as outras duas raparigas, num dado ponto elas levantam a cabeça para um ponto acima do meu ombro esquerdo e sei imediatamente que é o Harry, a sua mão emoldura-se na minha cintura e olho para ele.

-Vocês os dois deviam vir hoje a um bar na 56ªAvenue.- O Carl diz a olhar para o Harry.

-Oh isso seria simpático.- Olho para o Harry mas ele não parece muito agradado.

-Não sei...

-A Soph nunca foi a um bar em Nova York, ela devia ter essa experiencia antes de se casar.- O Carl ri-se mas eu abano a cabeça.

-Foi só uma piada.- Ele enruga a testa.

-Uma das péssimas.- Bato-lhe no braço na brincadeira e o Harry aperta-me mais contra ele.

-Claro, nós podemos aparecer.- O Harry diz petulantemente.

-Eu vou ter com o meu pai.- O Carl diz e desaparecer.

As outras raparigas dizem-me que devia ir com eles antes de desaparecerem na multidão.

-Tu queres ir?- Murmuro virando-me para ele.

-Porque não? E se te portares bem pode ser que até possamos curtir no banco de trás do carro.

O sorriso dele é brilhante e quero puxa-lo para mim e beija-lo, mas vejo o meu pai a vir atrás da minha mãe e contenho-me. Tenho um longo caminho pela frente, mas a vista no final parece ser ótima.

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Muitas coisas para vos dizer, a primeira é que já escrevi 32 factos secantes sobre mim ahaha, sabiam que até dá trabalho? Deviam tentar.

Segundo fiz mal as contas no capitulo passado da idade da mão da Soph, a mãe dela tem 47, eu enganei-me e coloquei 37, eu lembro-me de até ter dito que ela ficou gravida com 21 certo? Ás vezes é complicado para mim lembrar-me de tudo, mas dou o meu melhor.

Terceira coisa, eu tenho notado que muitas de vocês me perguntam pelo meu snap, e eu não tenho, por isso se quiserem que crie um só para vocês eu teria muito gosto, apenas digam-me ok?

Ohh e eu tive uma ideia de morrer para o final da historia, mas ainda não sei bem se será mesmo assim mas isto sou eu apenas a divagar.

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