26ºCapitulo
Toda eu ecoava "Diz!" no meu interior, tudo o que eu sentia era as palavras a escorregarem da sua língua, era isso que eu queria que ele finalmente falasse de modo verdadeiro, de modo honesto comigo, que ele tivesse a resposta, mas uma resposta que me agradasse. Do que é que tu estás á espera Harry?... Não, não é ele que tem que se mexer, sou eu.
Os meus pés mexem instintivamente e ele parece quase assustado e vulnerável á nossa proximidade, mas é quase impossível de parar, sinto-me como um íman, tudo o que ele faz é puxar-me para ele enquanto se tenta afastar, no fundo por muito que eu queira eu duvido que alguma vez vá conseguir manter-me longe, pelo menos eu nunca mais vou conseguir ficar longe dele por tanto tempo.
-Eu queria dizer que estás ocupada, é isso.- Ele limpa a garganta e é como se alguém me tivesse cortado as asas.
-É isso?- Abano a cabeça e viro-me para ir apanhar os restos de comida de Carl, tentando em vão não olhar para o Harry.
Quanto tempo posso eu mais aguentar sem uma resposta? E quando ela chegar será que vou conseguir lidar com ela?
-Tu queres ajuda?- Ele murmura.
-Não.- Soou mais brusca do que realmente queria mas ele está a deixar-me confusa.
Enquanto despejo os restos no lixo e coloco os pratos na máquina penso em como nunca fazia isso quando estava com o Harry, de alguma maneira as coisas apareciam feitas e a única coisa com que eu me precisava de preocupar era com o que fazer a seguir. Um prato escorrega das minhas mãos e cai em cima de uma toalha na bancada, não se partindo por sorte, parece que pratos partidos é uma constante aqui agora.
Sinto o Harry vir até mim mas desvio-me dele baixando-me para colocar os talheres no seu compartimento.
-Estás chateada?- Ele pergunta, a sua voz é certa e rouca.
Fecho os olhos com força e ordeno a mim mesma acalmar-me no entanto parece apenas piorar.
-Mesmo que esteja? Qual é o meu direito nisso Harry? Que tipo de direito tenho eu sobre o quer que seja? Sobre ti?- Agarro o pequeno pano com mais força e olho para ele tentando combater-me a mim mesma, o meu pior inimigo sou eu e a minha falta de controlo.
Ele olha para mim quase suavemente e tira o casaco colocando-o em cima da bancada, quero dizer-lhe que a bancada está molhada, mas estou perdida nos movimentos dele.
-Então estás chateada?- Ele sorri-me de uma maneira sedutora.
-Não. Estou zangada e encantada. Zangada por teres mandado a minha melhor amiga para longe com a minha formatura na segunda-feira, zangada por teres feito esta cena de "namorados" á frente do Carl, e encantada porque usaste a palavra namorado.- Suspiro.
-E sabes o que é que também pareces?- Ele murmura.
-O quê?- Cruzo os braços e olho para ele em descrença.
-Pareces perdida.
-Sinto perdida.- Murmuro.
-Mas não devias, estás exatamente onde devias estar.- Ele murmura e a sua mão acaricia a minha bochecha.
Abano a cabeça e viro-me, atirando o pano para cima da bancada, caminhando até ao meu quarto agarro nas rosas brancas, quase secas por completo e trago-as de volta para a sala, atiro-as para cima do sofá e a seguir tiro o anel do dedo e atiro-o também para o pé das rosas, vou até a uma caixa na prateleira na sala com fotografias minhas e depois de muito resmungar encontro a maldita fotografia, aquela que tiramos no hotel em Nova York, mais uma vez ela vai parar a cima das rosas e do anel.
O Harry parece perdido enquanto faço tudo isto e a seguir puxo-o para o meu lado para que possamos olhar diretamente para as coisas no sofá, quando ele se baixa para agarrar o anel puxo-o para trás.
-Estas coisas estão em minha casa desde que me mudei Harry, se por um momento eu tivesse deixado de te amar, elas não estariam mais aqui.- Murmuro.- Mesmo quando morri de medo quando apareceste, isso só me fez ter mais certeza de que os meus sentimentos por ti ainda estão vivos, e há poucos minutos disseste que eras meu namorado, mas agora tiveste tanta relutância em dizer-mo...
Ele apanha o anel do sofá e olha para ele antes de pegar a minha mão e deslizar o anel pelo dedo, causando-me arrepios, os olhos dele são cristais em mim e a única coisa que posso fazer é tentar conter o tremor.
-Eu não quero que mudes Sophia, não mais do que já mudaste, mas não me podes pedir que me atire de cabeça novamente para ti quando...- Fecho os olhos com força e ele calasse.
-Quando tempo Harry? Quanto de mim é que isso te vai tomar?- Murmuro.
-Não sei Sophia, para de me pressionar quanto a isso merda!- Ele passa as mãos pelo cabelo num gesto frenético e vai até ao balcão onde deixou o casaco.
-Vais-te embora?- Pergunto chocada.
-É o que parece.- Ele diz-me com uma voz chateada.
-Isso era o que tu querias? Deixar-me sozinha? Boa graças a ti estou literalmente sozinha....vai voltar a acontecer o mesmo.- Murmuro o final da frase com um aperto no coração.
Ele para a meio do caminho e volta-se lentamente para trás.
-O quê?
-Deixas-me sozinha, uma e outra vez, foi isso que aconteceu no meu pesadelo, tu estavas a querer deixar-me sozinha para não enfrentares os problemas, é sempre isso que fazes!- Grito.
-Pelo menos não me enfiei num avião e me fui embora fodace!- Ele grita de novo, e lágrimas grossas escorrem-me pelos olhos. Abano a cabeça levemente e ando até á porta abrindo-a para ele.
-Até que me digas se vale ou não a pena Harry eu não vou estar a viver nesta ansiedade o resto da minha vida, lamento, se me queres, se ainda sentes alguma coisa por mim... eu conseguiria ver isso, mas a única coisa que vejo agora é o desespero em deixar-me, cada vez que te pergunto sobre isto foges, por isso se vais continuar a atirar-me á cara algo que já te expliquei sai.- Murmuro e ele fecha a porta com força, fazendo a parede atrás de mim vibrar.
O silencio é de morte, a maneira como a única coisa que se ouve é a minha respiração a retumbar pelas paredes do apartamento, a única coisa que se sobrepõe, a isso é a respiração grave do Harry, o queixo tenso, as veias salientes, os olhos em fogo liquido.
-Fodace se vais desaparecer outra vez de mim Sophia, fodace se vais voltar a fazer-me isso.- Ele encosta-se a mim, a sua respiração bruta na minha testa.
-Então para de me atirar com os meus erros á cara Harry.
-Então para de me dizer o quão cobarde estou a ser.- Ele mergulha a cabeça no meu pescoço, apenas a sua respiração me indica que ele está aqui, os meus olhos fortemente fechados.
-Por favor Harry, eu conheço-te...Tu estás a deixar que o rancor por mim te consuma, e isso está a deixar-me tremida, está a borrar o meu papel na tua vida, porque em vez de me deixar conquistar o meu lugar de volta, está a empurrar-me para trás, isto está a controlar-nos, e enquanto não mandarmos a baixo esta barreira é como bater num muro de aço, quanto mais bates, mais te aleijas, então por favor.- É quase como se eu estivesse a implorar, estou a implorar, a implorar que ele me deixe entrar no mundo dele de vez, mesmo que eu saiba que não mereço preciso, preciso de entrar.
-Tu queres que eu fique?- Eu murmuro.
-Mais que tudo Sophia, eu nunca quis tanto uma coisa, eu nunca quis tanto alguém na minha vida.
-Então deixa-me entrar Harry.
As minhas mãos formam punhos, sinto-me fraca, como se bolas de fogo viessem contra mim de todas as direções, como se os meus sentimentos fossem realmente essas bolas de fogo, prestes a colidir comigo e a fazer-me perder a fé, tudo o que eu sempre quis foi ser amada e aceite por uma pessoa completamente, mas agora eu preciso de saber aceita-lo também mas ele não me deixa, ele está a erguer barreiras, atrás de barreiras, e isso faz-me fraca estou a remar contra a corrente e não quero desistir, mas preciso de algo, algo que me dê força. Sinto o coração dele destruído, e sei que posso voltar a colocar tudo no sitio, mas ele preciso que ele abra a porta para mim, preciso de tudo de mim para voltar a construir de novo, mas não posso faze-lo sozinha, ou somos dois ou nem vale a penas.
-Preciso de ti...preciso que acredites em mim.- Ele sussurra.
O meu peito expande em surpresa, a minha cabeça gira enquanto as palavras dele saem da sua boca como uma brisa de vento, mas me tombam como um tornado, ele quer que eu acredite nele, então há uma esperança, ainda não é um amo-te, mas é um inicio.
Ele suavemente encosta os seus lábios nos meus e beija-me carinhosamente enquanto passa as mãos pelo meu cabelo, e está tudo bem...
(...)
-Porque é que não me disseste que tinhas um namorado?- Ele diz a palavra com desprezo a pingar-lhe da língua.
-Porque estávamos a ter uma má fase.- Murmuro.
-Quem? Tu e eu ou tu e ele?- Ele diz acidamente.
-Ambos, que dizer tu tens vindo a agir de forma um pouco...- Tento encontrar as palavras sem lhe ferir os sentimentos, não preciso de outra pessoa a dizer-me o que faço mal.
-Um pouco...
-Um pouco estranha, estás sempre zangado comigo.- Encolho os ombros e passamos a passadeira de um cruzamento, é sempre uma agitação a esta hora do dia e temos que acotovelar as pessoas para passarmos.
-Bom tu andas estranha também... o teu namorado rico mete-te quase impossível.
Paro a meio do caminho e olho para ele, ele para mais á frente e encolhe os ombros.
-O que é?- Ele pergunta rudemente.
-Como é que podes ser tão...insensível, eu não estou diferente, tu é que estás, se estou assim tão "impossível" por favor sente-te livre para ires embora.
Passo por ele e tento não o esbofetear, que tipo de homem é ele, como é que me dei tanto com ele sequer? Onde está o rapaz divertido que se ria das minhas piadas e me fazia cocegas quando eu parecia ligeiramente mais em baixo.
-Tu é que mudaste Sophia, em duas semanas tu excedeste-te.
-Então vai-te embora, tu e a tua ideia de que eu mudei, porque tu estás a ser rude sem razão nenhuma, eu não mudei tu é que vieste com essa ideia maluca de que gostavas de mim, e como te dei para trás ficaste com o teu orgulho masculino ferido.- Expludo e continuo a andar, sinto-o atrás de mim, mas piso para dentro de uma loja antes que ele me posso chegar.
A loja é grande, uma variedade enorme de roupa é percorrida até começar a ver alguns vestidos bonitos e me aproximas não preciso de um vestido de gala, mas não vou de calças de ganga.
Parece-me tudo curto demais, ou então comprido demais, vasculho atrás de uns vestidos que tem as medidas escritas e parecem ser realmente um pouco mais caros pelas diferente medidas e um vestido branco chama a minha atenção, trago a peça até ás minhas mãos e olho para ele. Tem um decote quadrado com alças largas mas não manga curta, é estilo envelope e tem uma textura fantástica.
Agarro nele e entro para dentro do provador.
Quando estou á procura de sapatos o telemóvel toca e enquanto seguro em alguns colares e tenho o vestido no outro braço, esforço-me por atender.
-Sim?
-Meu Deus Soph acabei de ver o meu irmão.- Ave guincha tão alto que sinto o ouvido zunir.
-Merda...nasceu?- Pergunto aflita, seriam mais alguns meses até á data prevista do nascimento.
-Não, estou a vê-lo pela ultrassom, e é tão pequenino, mas tem uma cabeça enorme, e estamos a imprimir algumas fotos e vou mandar-te um vídeo para veres...e ele está saudável.- Ela murmura e sinto as suas lágrimas a chegar.
-Oh Ave fico tão feliz que esteja tudo bem.- Murmuro.
-Sim pois, chega de choradeira, então o que estás a fazer?- Ela pergunta mais animada.
-A escolher algumas coisas para a formatura.- Digo-lhe contente, no entanto um longo silêncio se faz através da linha.
-O que se passa?- Murmuro entrando em pânico.
-Esqueci-me.- Ela parece horrorizada.- Sou a pior amiga de sempre, esqueci-me da tua formatura, meu Deus Soph eu... eu vou tentar mudar o meu voo, talvez eu possa...
-Está tudo bem Ave, não tem mal, e tu estavas tão feliz por ires ver o teu irmão...
-Eu vou estar aí, preciso de ligar para Mr.Styles mas vou estar aí.- Ela diz com firmeza.- Se ficar acordada esta noite posso acabar o estudo de mercado e voltar domingo de certeza...- Ela fala mais para sim do que para mim.
-Não te preocupes Ave tu querias mesmo estar aí...
-Avisa o figurão do teu namorado eu vou voltar.- Ela ordena e a seguir grita para a mãe.- Precisamos de ir para casa, e preciso de uma cafeteira, vou ficar acordada até tarde....adoro-te Soph, vou estar aí quando chamarem o teu nome.- E antes que eu possa protestar ela desliga e fico a rir para o telemóvel.
Não importa o quê com o Carl, eu ainda tenho uma amiga para a vida, eu posso senti-lo. Antes que eu possa pensar sequer em o porque de algumas pessoas simplesmente virem parar á nossa vida, eu verifico que o importante é que, á medida que tu cresces tu podes ver quem realmente faz falta e neste momento o Carl parece algo que já não me faz falta, algo que só me magoa.
O meu telemóvel volta a tocar a riu-me sem olhar para o atendedor, á espera que seja a Ave.
-Soph?- No entanto a voz é a do meu pai.
-Sim?- Pergunto, arrepiada pelo meu tom de voz.
-Porque é que acabei de ver o Harry Styles a sair de uma sala de reuniões na minha empresa?
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Oláááá, eu gostaria de me desculpar formalmente por não ter colocado ontem, mas eu estava esgotada daquele maldito teste de história, e eu só queria descansar porque mesmo quando o teste acabou eu estava desfeita e ansiosa, eu sou muito ansiosa e quando cheguei a casa eu não podia parar de tremer, acabou por passar mas ainda fiquei assim por um bocado, vocês sabem aquele frio miudinho que não conseguem fazer passar? Felizmente eu tive amigos fantásticos que me divertiram e isso acalmou-me ahaha
Sabem o que mais me acalma? Voces, eu tenho recebido mensagens tão bonitas esta semana, mas apenas vou responder amanhã, por isso amanhã verifiquem a vossa caixa de correio porque vou responder a todas as mensagens que me enviaram esta semana e como estou tão feliz vou seguir algumas pessoas que cometem, quem sabe todas? Uma vez isso vocês lembram-se? Segui imensas pessoas que comentaram e vocês ficaram tão felizes ahaha
Love u girls.
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