17ºCapitulo
O resto da manhã foi ocupado com brincadeiras infantis numa tentativa de melhorar o humor da pequena menina loira, ela ainda continuava zangada com o meu atraso então eu tirei o relógio da parede e puxei os ponteiros para trás, e como por magia o tempo pareceu recuperado na cabeça da pequena menina.
Era meio-dia, a esta horas as ajudantes são instruídas a levar as crianças até ao refeitório, sentei a Sam numa ponta para ficar perto de mim deambulei por todo o lado assim como outras mulheres e até George um homem idoso que vinha para ajudar de vez em quando. A coisa com a hora de almoço era que não nos podíamos dedicar a uma criança em especial até que tenhamos sentado todos nas mesas compridas, e a Sam pode ser ciumenta, eu podia dizer que esta era a pior altura do dia para eu vir, ela era carente por amor mas eu estava mais que satisfeita em dar-lhe o meu apesar disso eu gostaria que ela brincasse mais com os outros meninos, ela parece sempre tão isolada...
-Soph!- James chamou-me e baixei-me para o apertar á volta dos meus braços eu sorri-lhe enquanto lhe cortei o bife em pequenos pedacinhos.
Cada ajudante fica com metade de uma mesa para ajudar então isso facilita o trabalho, pela altura em que cheguei perto da Sam ela já tinha a sua comida cortada mas nada tinha sido posto no seu garfo. Puxei uma cadeira como de costume e apoiei os cotovelos na mesa sorrindo ao pequeno anjo loiro.
-Tu não vais comer?
-Tu não vais enrolar o meu esparguete?- Ela sustentou o meu olhar e eu o dela, por um minuto eu pensei em fazer cara feia. Ela devia começar a comer sozinha.
-Tu precisas de começar a fazer isso, pode acontecer um dia eu chegar aqui e a tua comida estar fria.- Ralho-lhe e os seus olhos não largam as minhas mãos enquanto enrolo o esparguete no seu garfo e lho passo para a mão.
Ela rapidamente sorve o esparguete e sorriu pela felicidade que ela emana.
-A minha mamã costumava enrolar-me o esparguete.- Ela assobia baixinho, e eu não sei como é que uma frase tão simples pode partir o meu coração em pedaços, para uma menina de cinco anos ela sabe como me fazer parar e prestar atenção.
Quando ela perdeu os seus pais ela tinha dois anos, no entanto ela ainda se pode lembrar de algumas coisas, talvez por a sua mãe ter sido uma cozinheira e o seu pai um carpinteiro por conta própria, isso é o que está na ficha dela.
-Então eu faze-lo para ti.- Eu afago-lhe o cabelo e torno a enrolar o esparguete no garfo, no entanto o meu telemóvel vibra no bolso e puxo-o para fora atendendo sem prestar atenção, mas preocupada em colocar o garfo na mão da Sam.
-Estou?- Encosto o telemóvel entre a orelha e o ombro.
-Sophia? É o Harry.
Oh o senhor "vemo-nos sexta-feira"
-Harry eu estou um bocado ocupada posso ligar-te mais tarde?- O meu coração acelera, o que poderá ele querer dizer-me?
-É urgente Sophia!
-Cuidado Sam!- Grito quando o esparguete que ela tentava equilibrar no garfo de espalha pelo seu colo sujando-a com molho.
-Sam?- A voz do Harry torna-se dura, áspera.
-Harry eu vou ligar-te o mais depressa possível.- Murmuro.
Olho para a Sam em repreensão por tentar brincar com o seu garfo e os seus olhos transbordam enquanto ela funga, tentando fazer uma fita.
-Ok dá-me alguns segundos Harry.
Quando pego nela e saio do refeitório Sam começar de facto e choramingar contra o meu pescoço, no entanto não sou rápida o suficiente para afastar o telemóvel.
-Isso é uma criança?- A voz do Harry segura choque e raiva.
-Não...Eu estou no centro comercial então há apenas... o que é que se passa na verdade?- Pergunto tentando desviar a atenção da pequena menina no meu colo.
-Será que podias vir até cá hoje á tarde? O teu chefe quer apresentar-te á equipa antes de sexta pois todos eles vão viajar para o Canadá nessa altura.
-A sério Canadá? Porquê?
-Há uma exposição qualquer que o teu chefe acha que é do interesse dos arquitetos, no entanto tu não estas a ir.
É um daqueles momentos em que sabes que provavelmente uma coisa não vai acontecer contigo, mas sim com os outros, mas de alguma maneira no fundo da tua cabeça há uma vozinha a gritar "também quero".
-Oh claro eu sei, ainda nem sequer comecei.- Abano a cabeça enquanto abro a porta do quarto da Sam sentando-a na cama instrua para tirar as calças.
-Então devo ir como estou ou vestir-me?- Pergunto nervosa.
-Como é que estas vestida?- O seu tom de voz baixa algumas notas, tornando-se mais grave e sensual.
-Com a roupa de ontem. -Sussurro.
-Isso deve cheirar a mim... a nós- Ele murmura e abano a cabeça não querendo que ele me seduza diante uma criança de cinco anos.
-Harry!- Ralho.
-Tudo bem algo mais formal, embora não vistas algo como o vestido preto que usaste o no nosso jantar.
-Porque não?
A respiração que vem do outro lado da linha é quase superficial.
-É muito parecido a "Fode-me/ Respeita-me" É confuso e eu não sei como agir contigo toda adulta e sexy.
-Bom Harry parece que eu sou uma adulta agora não é?
-Eu gostava de ti a seres uma adulta só para mim, não para o mundo em geral.
-Eu vou estar aí às quinze ok?
-Ok, nada de vestidos.
-Mr.Styles acabou de me dizer o que usar.
Eu desligo e quando volto a olhar para Sam ela está a saltar da cama para o parapeito da janela com as suas cuecas unicórnio á vista do mundo.
-Anda cá.- Eu pego nela e enfio-a numas leggings.
Ela aninha-se no meu colo e sento-me com ela na cama.
-Quem é o Harry? E Mr.Styles?- Riu-me com a curiosidade dela.
-Bom o nome dele é Harry Styles meu anjo.
Os olhos dela semi cerram para mim e as suas pequenas mãos vão para as minhas bochechas amassando, fazendo-me rir.
-Tu gostas dele.- Ela murmura e riu-me.
-Como é que sabes?
-A Ellen leu-nos uma história e personagem ficava rosa nas suas bochechas quando via o príncipe. Então o Harry Styles é o teu namorado?- Ela cruza os braços sobre o seu peito e riu-me.
-Não... Sim...Não sei...- Ela abana a cabeça e começa um discurso pormenorizado de como o Thomas o comboio era e incoerente e algo aconteceu, a única coisa que posso fazer quando ela acaba é ataca-la por de baixo das costelas e fazê-la rir.
(...)
Havia muitas coisas que eu era e não era, mas uma coisa que eu era, era esperta. Eu caminhei todo o caminho até á empresa do Harry com ténis, e quando eu cheguei a uma Avenida de distância eu sentei-me num banco de jardim e calcei os malditos sapatos altos, eu percebi que por uma razão muito estupida as mulheres são mais levadas a sério se tiverem isto nos pés, o que é totalmente ofensivo porque existem milhares de problemas escondidos nestes lindos e aparentemente inofensivos sapatos.
Quando eu passei o limiar das portas de vidro um monte de gente pareceu olhar para mim, e lentamente olhei para trás para ver um homem gigante a olhar para mim. Estalei os dedos interiormente e mostrei-lhe o meu cartão, eu ainda não tinha um oficial mas um de visita.
Tirei o casaco comprido e ajustei o vestido, não era o que eu tinha levado ao jantar com o Harry, era roxo muito escuro ficava-me um tanto ou nada acima do joelho e as mangas chegavam-me aos cotovelos, no entanto de cada vez que eu me vestia desta maneira parecia estar a representar uma personagem.
Carreguei no botão para chamar o elevador e o característico "ding" ecoou enquanto me apressei para o interior vazio, talvez ninguém use os elevadores a esta hora. Quando os meus dedos quase tocaram os números de andar pisquei os olhos rapidamente. Qual andar?
Fechei os olhos e carreguei no último, de qualquer maneira estava com vontade de ver o Harry. Oh a sério? Uma novidade... O meu subconsciente ralhou.
As portas abriram no quinto andar e sorri ao ver a Ave ao fundo, sentada numa secretaria, por um momento pisei para fora do elevador mas mais uma vez o mundo parecia jogar contra mim Mr.Scott aparece á minha frente fazendo-me recuar novamente para dentro do elevador.
-Talvez eu deixe um mapa em cima da sua secretaria para não se perder.- Ele sorri-me, ele está sempre a sorrir.
-Eu... eu sabia onde estava.- Murmuro.
-Eu sei que sim, mas a sua amiga está ocupada por causa da viagem até Toronto, ela está a tratar das despesas.- Pensei em como ela se devia sentir em ver todas aquelas pessoas a voarem até lá, uma vez que aquele era o seu pai e conhecendo a Ave como conhece ela deve estar a sentir-se injustiçada.
-Percebo, então de cada vez que vier é sempre para o piso 19?- Mudo a mala de mão.
-A não ser que eu lhe diga especificamente que vai trabalhar noutro sítio, sim o piso 19 alberga os arquitetos e alguns investidores ocasionalmente.- Assimilo a informação e tento não olhar para o número do andar 20 a piscar para mim.
-Algum problema Miss.Black?
-Não Mr.Scott, apenas nervosa.
As portas deslizam e nós saímos para fora, no balcão está a mesma rapariga da outra vez sorriu-lhe. Passamos pelos mesmos corredores, a casa de banho e depois em vez de virarmos para a sala onde foi a minha entrevista ele abre outra porta.
É incrível.
Cinco mesas interligadas com grandes computadores em cada uma, o espaço enorme, as janelas incríveis que nos dão uma vista privilegiada para a cidade barulhenta em Nova York...quase parece um sonho.
-Miss.Black estes...- Ele interrompe-se e grita.- Pessoal a nova arquiteta está aqui.- Os meus olhos quase saem das orbitas quando ele chama as pessoas que aparecem de trás de um biombo de "pessoal"- ...vão ser os seus colegas.
Todos eles, sem exceção estão tão bem vestidos como eu imaginava mas há uma variedade imensa nos seus cabelos e faces.
Um rapaz negro caminha até mim e aperta-me a mão.
-Sou o Jace e tu?- Há um sorriso na sua cara e ele é atraente, posso ver pelo canto de olho uma das raparigas, a ruiva, a olhar para ele.
-Sophia Black.- Murmuro.
Ele aproxima-se de mim e murmura no mesmo tom que eu.
-Não precisas de ter sussurrar, e já agora aqui só nos tratamos por "tu" aquelas merdas de Mr. Calças finas se é que me entendes.
Um por um os quatro membros de arquitetura do edificio apresentam-se a mim.
Temos o Jace, o simpático.
A Morgana, a ruiva.
O Neill, o engraçado.
E por fim a Julie, a tímida.
-Muito bem e agora eu sou o Isaac e não o Mr.Scott ok Sophia?- Ele afaga o meu ombro e pergunto-me o porque de ele ser tão simpático, mas quando me viu pela primeira ele quase que me chutou o rabo para fora da empresa.
No entanto estou completamente abismada com o que tenho agora, um emprego, e todas estas pessoas parecem tanto ser simpáticos e prestáveis.
Estou tão ansiosa...
-Leiam o proximo capitulo e a nota final-------------->
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