110º Capitulo Parte II
Hey girls, já tinha começado a escrever esta parte, mas faltava-me terminá-la, espero que gostem, e não vou prometer, mas já estou a escrever o proximo. Queria também agradecer a todas as meninas que têm falado comigo pelo instagram, especialmente aquelas que me têm dito quão drásticamente adoram a historia, a sério, eu fico tão sem impressionada.
Vocês podem seguir-me e falar comigo no instagram @SARACCC_ eu vou amar falar com vocês, já que é muito mais prático.
Love you, to the moon and back
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- E o que é que vão fazer?- A pergunta sai um pouco estranha dado que não somos propriamente pessoas normais, bem, dado que o Harry não é propriamente um rapaz de vinte e cinco anos normal.
-Bom, nada? Não sei, estou tão confusa...Não acho que me sinto preparada para ser mãe.
Dizer as palavras em voz alta deixa-me mais descontraída. Porque é verdade, e não me devia sentir envergonhada por me sentir assim.
-O Harry pressionou-te?- Eu sei o que ela disse, mas por momentos preciso de parar o meu raciocínio.
-Não. Meu Deus claro que não, foi sem querer, foi um deslize, aconteceu, como tudo na minha vida, aconteceu por acaso.
-Isto não se trata de um "acidente" ou estás preparada, ou não estás.- Não sei exatamente porquê mas sinto a minha mãe zangada.
-Não, ou estou, ou estou, e mesmo que não esteja, mesmo que não me sinta, tenho que estar...mãe estou a ligar-te porque me sinto perdida, e és a única pessoa que sabe sobre isto! Não preciso que me ataques.
-Talvez até precisasses! Olha para ti, tens vinte e dois anos e estás grávida, és uma miúda!
O meu estomago contorce-se com tanta força que sinto que vou vomitar. O meu coração bate com tanta força que sinto o latejar atrás dos meus ouvidos.
-Mãe!- Sussurro.
-Não Sophia Ella, é uma criança, é um erro que não pode ser desfeito!
Olho para a parede de vidro á minha frente e engulo em seco.
-Então não é um erro, é um milagre, um tão grande que tenho medo.
-Soph... estou só preocupada, o teu irmão, agora tu... sempre quis vidas boas e simples para vocês e agora...bebés!
-Mãe, não existe isso de vidas simples, e cada um de nós vai ter que viver a vida para saber, não podes viver por nós, não podes sentir-te impotente por tudo e por nada.
-Não é por tudo e por nada, escapaste-me pelos dedos, quando dei por mim estavas a ser engolida para um mundo que não era teu, dinheiro, poder, malicia... e por muito que veja o quanto amas o Harry, a vida dele é tão complicada.
Sento-me na cama de pernas cruzadas e limpo o nariz com as costas da mão. Ter um bebé á quatro anos teria sido uma desgraça, ter um bebé á meses teria sido complicado, mas agora que as coisas acabaram, agora que não existem mais sombras a moverem-se atrás de mim, o meu bebé vai nascer para conhecer um pai amoroso e uma mãe desajeitada.
-Tens razão, não é o meu mundo, mas nunca me senti tão bem, e tão eu mesmo como me sinto agora. Talvez tivesse passado a vida toda a tentar descobrir quem era eu, e porque é que me sentia da forma que me sentia, para descobrir que afinal era parte de um mundo diferente. Eu ainda sou eu mãe, mas mais feliz, ás vezes zangada, e ás vezes triste, porque a vida é assim, cheia de altos e baixos, e não tempestade que dure para sempre. Se estou aqui, assim hoje, foi porque talvez este fosse o tipo de segurança de que precisava.
Oiço a respiração dela do outro lado da linha e depois uma fungadela.
-Não queres vir ter connosco? Deixar-me ver-te? Contar ao teu pai pessoalmente?
A voz dela está mais calma e dou um pequeno sorriso.
-Ia adorar mãe.
-Tudo bem, bom talvez tenha que aceitar que estou a ficar velha.
Riu-me baixinho e volto a deitar-me para trás.
-Talvez tenhas...
Quando penso que nos vamos despedir ela avisa-me.
-Aposto que vais ser uma mãe maravilhosa.- Ela choraminga e desliga.
Suspiro com força e enrolo-me sobre mim mesma, a minha mão aconchega-se na minha barriga e sinto os olhos ficarem pesados.
A minha alma sente-se leve de uma maneira terrivelmente pesada e encontro-me meio perdida num mundo estranho. Os meus pés descalços encolhem-se contra a relva seca e riu-me das cocegas. Tenho vaga consciência de estar a sonhar. Costumava acontecer-me o tempo inteiro, e faz imenso que não acontece. É como se estivesse a assistir-me de cima.
-Olá?- A voz soa terrivelmente familiar e viro-me, apenas para perder uma respiração. Oh meu Deus!
Sou eu.
Com 15 anos! O meu cabelo está comprido, os meus olhos parecem descansados e felizes. Toco no cabelo da rapariga e ela sorri para mim.
-Olá.- Digo-lhe, e sinto uma vontade esmagadora de chorar. Tenho todos estes sentimentos á minha volta, quero dizer-lhe coisas, e não sei que coisas são essas. Não quero assusta-la.
-És eu.- Ela senta-se e puxa-me pela mão para fazer o mesmo. O seu toque é quente e sinto a energia espalhar-se pelo meu corpo.
-Sim, sou.
-És bonita.
-Tu também.
-A sério?- Os seus olhos aumentam. Mesmo que todos lho digam ela não acredita.
-És eu, e se me achas bonita, é porque és bonita.
-Pareces diferente de mim.- Ela deita-se para trás e sigo-lhe o exemplo. O sol queima-me a pele e fecho os olhos.
-Estou diferente.
-O que te fez diferente?- Posso imaginar a sua imaginação, a perguntar-se como fiquei assim, a curiosidade de saber o que lhe vai acontecer.
-Apaixonei-me.
-E depois?
-Depois tive medo.
-E a seguir?
-A seguir amei.
Olho para ela e ela parece fascinada. Os olhos brilham e vira-se para mim.
-Como é que ele se chama?- Ela puxa o cabelo desarrumado para trás, deixando a relver penetrar pelos fios rebeldes.
-Harry.- O nome dele sai dos meus lábios como um suspiro.
-Como é que ele é?- Olho para ela mais fundo e vejo enquanto os olhos dela me puxam para dentro.
-É lindo. E diferente.
-Diferente porquê?
-Porque me ama, porque me faz sentir diferente, como se finalmente houvesse um lugar onde posso ir quando estou a ser só eu.
-Trata-te bem?
Riu-me, se me tivesse perguntado o mesmo á anos atrás teria rido.
-Muito. Ás vezes discutimos, e eu choro, e ele chora, e ás vezes rimos até doer a barriga.
Volto a fechar os olhos e sinto-me cair. Cada respiração que dou é mais um puxão e sinto-me bem.
-Vou ser feliz.
Olho para ela, a menina de cabelos castanhos cai ao meu lado e vejo o vento levar-lhe os cabelos.
-Vais, muito.
E vais sofrer muito, vais ter medo, frio, vais fugir, cometer erros escabrosos, mas a chama que arde no teu coração vai cuidar do sofrimento, fazer-te esquecer o medo, vai aquecer-te, vai fazer-te parar e impedir que fujas, e vais fazer coisas fantásticas.
Sophia. Soph. Sophia...
-Hum?- A minha boca está seca e engulo profundamente.
-Estás a dormir?- A voz rouca desperta-me e a barba no seu queixo esfrega-se contra a minha bochecha.
-Estava.- Sorriu, mesmo de olhos fechados, e levo a mão ao cabelo curto, os caracóis, ou meios caracóis enrolam-se nos meus dedos, e puxo suavemente. Ele geme.
-Amo-te.- A voz rouca e grossa atravessa-me como uma espada, e sinto como se o meu coração tentasse atravessar todo o caminho até á boca.
-Amo-te.- Repito e faço um pouco de força para que se deite ao meu lado.
Passo a minha perna por cima dele deixo que me puxe para o peito dele. Sinto a camisa de linho contra o meu nariz e inspiro o cheio a maçã e homem que ele emana. Os seus lábios são suaves contra a minha testa.
-Posso fazer-te uma pergunta?- Murmuro, pois não quero acordar o bebé de tamanho de ervilha na minha barriga.
-Hum?- Ele volta a beijar-me e agarro-me a ele.
-Se olhasses para nós agora, mas com vinte e um anos, o que dirias?
Ele respira pesadamente e aperta-me mais contra ele.
-Que cabrão de sorte, nunca vou ter nada assim.- A voz dele é baixa e grave e faz-me abrir os olhos.
-Invejavas algo assim?- Coloco o cabelo atrás da orelha e ele foca-se nisso enquanto me responde. Estou surpresa com a resposta dele.
-Quando nasce numa família disfuncional invejas uma mãe bonita e um pai brincalhão, e depois começas a perceber nos casais mais novos, na mulher bonita com o homem que lhe vai dar tudo o que ela merece e pensas "os meus pais nunca foram assim". É difícil saber bem o que sentir nessas alturas, mas sabes que não vais ter isso, e acabas por te acostumar a ideia de que enquanto fores jovem vais ter alguém sempre em volta, mas quando tudo isso acabar, ficas sozinho.
-Nós não somos muito funcionais.- Sorriu.
-Não, mas aposto que o nosso filho não vai passar um dia sem me ver sorrir para ti quando estás distraída.
Engulo em seco.
-Não te sentes estranho em saber que fizemos uma coisa juntos?
Ele esfrega o seu nariz na minha bochecha e sorri.
-Estranho bom. Cada vez que olhar para ele vou ver alguém que é metade de mim e de ti, uma mistura de uma história complicada, longa, mas que teve um final bom.
-É um final bom não é?
-É.
Ele responde.
The things are pretty good from here.
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