101ºCapitulo
Eu estava a olhar para ele. Era talvez a única coisa que eu seira capaz de fazer naquele momento. Ver o sorriso, os olhos relaxados, o cabelo despenteado, era apenas como uma forma de outro corpo. Outro corpo meu, como se quando o meu estivesse perto do limite eu podia apenas agarrar-me á extensão de mim mesma. Era isso que eu sentia quando olhava para ele sentado lá fora, na varanda, a olhar para o horizonte. Estávamos novamente em Hudson River, era tão calmo aqui, longe da cidade, e o meu corpo parecia regressar á realidade aos poucos. Gatinhei pela cama e quando me pus de pé para ir ter com ele senti que era um daqueles momentos pelos quais devemos dar graças. Um daqueles momentos que só nos apercebemos de que vamos ter saudades se acabarem. Abro a porta da varanda e baixo-me envolvendo os braços á sua volta, os meus lábios beijam-lhe o caminho da orelha á base do pescoço, são pequenos beijos, que o fazem gemer de prazer.
-Bom dia.- Ele sussurra-me e encosto a cabeça ao seu ombro, completamente levada pela sensação do corpo dele perto do meu.
Giro á volta e sento-me no colo dele, os seus braços apertam-me, qual serpente. Eu podia deixar-me ficar aqui, assim tanto tempo quando aguentasse, quando tempo me fosse possível. É o meu sítio seguro, onde nada me atinge, nem nada me abala, não há maneira de me sentir mal aqui, durante estes três anos, eu podia zangar-me, gritar, chorar, mas o amor que ele sentia por mim ligava-me, sempre me ligou.
-Vais descansar o resto do dia?- Ele pergunta-me e eu abano a cabeça, riu-me salto do meu lugar confortável, pronta para o entreter. Saiu pela varanda e desço as escadas até lá a baixo, o vento chacoteia-me a cara, é um vento pálido ainda, quente, e á medida que os meus pés descalços se molham na relva encharca puxo a t-shirt pela cabeça, posso sentir o olhar dele em mim quando, só de cuecas entro na água e mergulho. A sensação da água, lembra-me a Califórnia, o quanto eu adorava nadar, mas nestes últimos anos nadei tão pouco, que agora parece como uma liberdade. Sinto uma mão á volta do meu pé e venho a superfície. O Harry em a seguir a mim e sacode o cabelo molhado a rir, nado até ele e ergo as minhas pernas á volta da cintura dele, os meus lábios chocam nos dele e somos um só, enquanto as nossas línguas se misturam num cocktail explosivo, parece que nunca desaparece a ansia vulgar de o ter por perto.
-Podiamos ficar aqui para sempre.- Sugiro.
-Há lugares muito melhores onde podemos ficar para sempre.- Ele diz-me com os lábios colados á boca.
-Achas?
-Não importa realmente Sophia, porque enquanto estivermos assim, todos os sítios são maravilhosos.
E depois atira-me á água, riu-me e vou atrás dele, agarro-me ás suas costas e ele mergulha comigo atrás, sinto o meu corpo leve e desprendo-me dele, continuando debaixo de água, viro-me de barriga para cima ainda lá em baixo e contemplo o céu da manhã, azul, e tudo o que pedia era mesmo ficar aqui, assim, leve, tonta de amor.
Sinto a mão do Harry á volta do meu pé e sou obrigada a vir acima, quando coço os olhos para o ver melhor, vejo a maneira como ele olha para mim, preocupado e zangado.
-O que foi?- Pergunto enquanto me aproximo dele e me ponho de pé na água.
-Estavas lá em baixo á muito tempo.- Ele acusa-me e acabo por me rir.
-Estava só a brincar Harry!
-Não faças isso por favor, é assustador.- Vejo a preocupação e o medo estampados na cara dele e aproximo-me mais.
-Cresci na praia, consigo aguentar muito.- Riu-me para lhe passar tranquilidade, mas ele não acredita em mim.
-É perigoso, ainda por cima com...
-Ok eu sei está bem.- Reviro os olhos e talvez exagerando um bocado saiu da água. Oiço-o atrás de mim e agarro na t-shirt antes de a tentar vestir, no entanto um par de mãos forte agarra-me pelas ancas e vira-me, os olhos verdes selvagens nos meus seios.
-Estou só preocupado.
-Eu sei...- Pois sei, sei sempre.
Ele aproxima-se devagar de mim, e quando raspa os seus lábios nos meus como que a pedir-me permissão, abro a boca para me poder beijar. As suas mãos viajantes vão par ao meio das minhas pernas fazendo-me gemer, ele continua andar e encosta-me a um dos postes de madeira que sustenta a varanda. O seu dedo brincalhão faz-me apoia a cabeça no seu ombro e fechar os olhos.
-Acho que continuas stressada.- Ele murmura num tom sedutor e aceno com a cabeça.
Sinto o seu cablo percorrer-me o pescoço provocando-me um arrepio e quando os seus lábios se fecham em torno de um mamilo particularmente sensível, as minhas unhas descem pelas suas costas. Levo o meu lábio aos meus dentes e estremeço com o prazer que percorre a espinha.
A cena que se desenrolava á minha frente era no mínimo muito quente. Lembro-me de no inicio do ano o homem se ter mudado para cá, ele fazia todos os dias a viajem para Nova York e voltava á tarde, até que de um dia para o outro ele deixou de aparecer. Quando o meu pai me contou que íamos dividir a baia com um novo proprietário fiquei curiosa. Aquela casa estava á venda á três meses, a verdade é que as casas aqui são muito caras, as imobiliárias tem dificuldade em encontrar aqui casas para vender aos novos-ricos, e quando ele chegou eu subi até ao pátio aqui de cima para espreitar através dos binóculos do meu irmão. Eu acho que eu criei uma paixoneta no vizinho da frente, eu descobri que o nome dele era Mr.Styles, Harry, e ele era Inglês. Eu trouxe todas as minhas amigas para passar o fim-de-semana, e por sorte no sábado á tarde ele foi nadar na sua parte do lago, eu fiquei orgulhosa ao mostrar o espécime masculino.
Eu também comecei a ficar interessada nele, ele era lindo, um homem alto, sério, eu queria saber o que mais havia. Na internet apontava que ele era solteiro, mas agora lá está ela a nadar com ele os seus braços em volta do pescoço, os beijos quentes, e tenho medo que me vejam, mas não consigo parar de olhar. Uma pontada de ciúme irracional sobe por mim e reviro os olhos a mim mesma. Ela é muito bonita, diferente, mas muito bonita, o seu tom de pele é tão claro como a neve, e o cabelo castanho em ondas que lhe cai pelas costas curto, quando ela tirou a camisola e avançou para o rio eu engasguei-me com a forma como ela era corajosa com o seu corpo. Eu tinha dezassete anos e não me imaginava a nadar nua á frente de um homem, ele iria ver tudo, as imperfeiçoes, o excesso de gordura nas minhas laterais, mas ela ergueu-se para ele num corpo esguio e curvilíneo, os seus seios a balanças, a única peça de roupa eram as suas cuecas que eu supunha serem dele. Eu vi com algum desgosto o sorriso que ele deu antes de tirar a camisola e as calças e ficar gloriosamente nu antes de seguir até á água fria. Senti alguma coisa agitar-se dentro de mim com a visão dele e dela quando se beijaram.
De repente ela ficou demasiado tempo debaixo de água e a mão dele puxou-a, ele disse-lhe alguma coisa zangadamente e depois ela virou-se para vir apanhar a t-shir. Ele abanou a cabeça e apanhou-a, e depois pow. Ele estava a agarra-la de uma forma possessiva e sexy, a sua mão foi para o meu das suas pernas e apertei as minhas instintivamente. Foi tão sexy, e eu senti que estava a fazer alguma coisa mal, que não era suposto estar a ver aquilo, eles achavam-se protegidos pela distancia que separava as casas umas das outras, haviam apenas as nossas duas nas centenas de hectares á volta, se eu estivessem em os binóculos eu não iria ver nada, nem que tentasse. Ele empurrou-a para contra um dos postes de madeira e a sua mão agitou-se mais depressa entre as suas pernas, ele desceu a boca dele até ao seio dela e comecei a sentir-me quente demasiado quente enquanto observava a interceção dos dois adultos. Ela deixou a sua mão escapar par ao meio das pernas dele também e senti a minha respiração ainda mais superficial quando ela se ajoelhou á frente dele. Eu só o podia ver a ele, era como se ele a estivesse a proteger mesmo assim, com o seu grande corpo a criar uma barreira do mundo e da pequena rapariga que lhe dava prazer, eu quase que os podia ouvir. De repente ele levantou, e ela deu-lhe um sorriso travesso, e parece que isso foi o gatilho para despertar a violência animal nele. Ele ergueu contra o poste de madeira, as pernas dela circularam a cintura dele e depois vi em camara lenta. As nádegas dele a ondularem enquanto se empurrava para dentro dela, com violência. Não era como se houvesse uma zanga, mas como se houvesse uma urgência em consumar alguma coisa. Eu abanei a cabeça e sai, desci as escadas e tentei que o meu coração se acalmasse. Mesmo a uma eternidade de distância, aquele homem e aquela mulher eram uma intensidade fora do comum.
O Harry estava a ir cada vez mais depressa, eu sentia enquanto me apertava á volta dele, e quando me vim foi dolorosamente prazeroso, as minhas costas doíam-me de bater na madeira, mas todo o meu corpo estava em relaxamento total, e foi com alguns empurrões trapalhões no fim que ele verteu para dentro de mim, as réplicas do meu orgasmo ainda a repercutir-se no meu corpo.
-Oh merda.- Ele sussurra.- É como se nunca me conseguisse fartar de ti. Veneno e antidoto no mesmo corpo.- Ele beija o meu ombro nu e sorriu.
De repente dou-me conta de que são dez da manhã e estamos a plena luz do dia. Ele sente o meu corpo a contrair e olha para mim, o meu coração agira-se com a caricia na minha cara.
-O que foi?- Ele beija-me o queixo.
-É muito cedo...
Ele sorri delicadamente.
-Ninguém viu nada.- Ele beija-me novamente.- As casas aqui estão muito longe uma das outras.
Ele escorrega de dentro de mim e arquejo. Ele ergue a cabeça para olhar para mim e depois para evidência do seu orgasmo a escorregar por entre as minhas pernas.
-Preciso de um banho.- Murmuro a ficar ruborizada.
Ele sorri, e depois obriga-me a beija-lo, a beija-lo de verdade, a sentir a humidade e a excitação de o ter por perto.
-É bem sexy.- Ele diz, referindo-se á evidência no meio das minhas pernas. Quando tento correr atrás dele, ele avança á minha frente.
Vejo-lhe os músculos das costas enquanto ele sobe os degraus da escada e entra na sala, afastando a porta de correr, vou atrás dele enquanto visto a minha t-shirt de volta. Os meus pés tocam na madeira suave e olho para a prateleira, a escada onde estava empoleirada quando ele disse que me amava, foi a primeira vez em três anos que o ouvi dizer as palavras. Ele sussurrou-as baixinho e fingi que não as ouvi, mas no fim aquilo era tudo o que eu tinha na cabeça.
-Que tal eu ir tomar banho e tu fazeres alguma coisa para comermos?- Eu perguntei empoleirando-me nos seus ombros.
-E que tal nós irmos tomar banho e depois logo se vê?
-E que tal não?- Eu beijei-o na bochecha e subi as escadas a correr, deixando o Harry mal-humorado para trás.
Dez minutos depois eu estava embrulhada num roupão felpudo e a caminhar vagarosamente para baixo quando vi o Harry de calças do pijama e uma t-shir na porta da frente, eu não sabia que os vizinhos podiam vir até aqui, e quando vejo uma miúda um pouco mais nova que eu á porta fico surpreendida. Há um trilho de arvores para chegar até aqui, e um portão, ela não entraria a menos que o Harry a deixasse entrar.
Os olhos dela desviam-se para mim e vejo-a avaliar-me, ela cora ligeiramente e depois foca-se no Harry.
-Eu lamento muito Mr.Styles, o meu irmão deixou o barco atolar perto do seu deck.
-Eu vou só...- Ele não acaba a sua frase porque eu já estou ali, a sorrir para ele.
-Olá.- Eu digo á rapariga e ela sorri-me ainda corada.
-Olá, o meu nome é Jules, eu vivo na casa do outro lado do rio.
-Sophia, vivo na casa deste lado do rio.- Digo-lhe a rir-me e fico a sensação de que ela descobre outra qualidade acerca de mim. Ela é um bocadinho estranha.
-Eu vou ajudar os miúdos a tirar o barco.- Ele reviro os olhos e dá-me um beijo nos lábios.
Fecho a porta suavemente e vou em direção á cozinha, onde uma chávena de chá fumegante grita o meu nome, agarro nela e caminho para a sala e depois faço as portas deslizarem para ver o meu homem a tentar tirar o barco debaixo do deck, as suas calças estão molhadas e ele diz qualquer coisa ao rapaz. A miúda olha para mim e aceno-lhe, depois volto a entrar. Gosto disto aqui, na realidade gosto mesmo bastante. É calmo, sossegado, não se ouve nada para além de ruídos calmos da natureza... eu estava bastante obstante em mudar-me para aqui, mas agora... de carro eu chegaria bem a Nova York e voltaria.
Estou empoleirada na bancada da cozinha quando a porta de vidro desliza.
-Ajudaste os miúdos?
A resposta não vêm e depois percebo porquê. É o rapaz. Loiro como a irmã, mas mais velho, deve ter uns dezanove anos e está a olhar para as minhas pernas de uma maneira desconfortável.
-Posso ajudar-te?- Pergunto zangada por ele ter entrado.
-Mr.Styles disse-me para a chamar.
-Ótimo, então vamos ver o que Mr.Styles quer.
Passo por ele, e desejava ter mais que um roupão vestido. Quando chego á ultima escadas o Harry olha para mim.
-Podes ir buscar uma mala que está na garagem? Ela é preta e pesada, o Jonh ajuda-te.
Aceno-lhe que sim e caminho de novo para cima com Jonh atrás de mim. Ele segue os meus passos como uma sombra e sinto-me nervosa sobre isso. Não sei porquê.
Abro-lhe a porta da garagem e descemos os dois para procurar a mala. O Harry tem quatro carros aqui e o miúdo fica a olhar enquanto eu procura.
-Encontrei.- Digo-lhe um pouco ríspida demais.
Ele vem ter comigo e pega na mala.
-É pesada.
-Como é que deixaram o barco ir ali parar?- Pergunto e ele dá-me um sorriso sedutor que não me provoca nada.
-Não deixamos, metemo-lo lá, a minha irmã queria falar com o seu namorado, e depois disse-me que você era bem bonita, então viemos espiar.
Os meus olhos arregalam-se e ele ri-se. Arrogante, convencido e estupido, quero mesmo pedir ao Harry para deixar o barco onde está.
-Então vocês vieram interromper a nossa manhã? Não era mais fácil virem bater á porta?- Cruzo os braços.
-Provavelmente, mas sendo assim quais seriam as vantagens de ter um lago? E para além disso não ia conseguir olhar para si tão de perto, já agora sou o filho do senador Griff, prazer.- Ele estende-me a mão, mas quero-o fora daqui.
Empurro-o lá para cima, e depois meto-o lá fora.
-Tens muita sorte em não contar a Mr.Styles.- Cruzo os braços e fecho-lhe a porta na cara.
Que miúdo ridículo. Sou o filho do senador bla bla bla, se as miúdas andam contigo por isso são muito parvas.
Meia hora mais tarde estou sentada no sofá a olhar lá para baixo, quando o Harry volta para cima a sorrir. Obviamente que quando olha para mim o sorriso desaparece-lhe da cara.
-O que foi?- Ele pergunta-me enquanto se baixa.
-Que miúdos horríveis!-Reviro os olhos.
O Harry fica intrigado com a minha explosão.
-Foi acidente, eles precisavam de ajuda, estavam todos molhados.
Reviro os olhos e levo a chave para o lava loiças.
-O que é que foi?- Ele vira-me para ele já a perder a paciência.
-O miúdo foi horrível, ele disse-me que meteram lá o barco de propósito para virem espiar, ele estava descaradamente a atirar-se a mim, e dizer-me que era filho de um senador qualquer.- Cruzo os braços e quando olho para o Harry ele está a rir-se.
-Estás a rir-te do quê?- Pergunto chateada.
-Foi uma estratégia horrível, quer dizer, só fizeram figura de parvos.- Ele agarra-se á barriga enquanto se continua a rir, e tenho de me conter para a minha irritação não se ir embora.
-Devias ficar com ciúmes?- Faço beicinho.
-Do quê? Dele? Meu Deus o fedelho era horrível.- O seu tom de voz altera-se para algo mais profundo e aproxima-se de mim.- Para além disso tenho a certeza de que ainda há evidências de mim ai dentro.
A sua mão aperta-me e fecho os olhos a desfrutar. Sim há, não só ai, espalhadas por todo o meu corpo.
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OLÁÁÁÁÁ MEU ANJOS!!!!!!!!!!
Eu ando tão feliz com estes capitulos, eu nem vos posso dizer a sério ahaha, eu sinto-me tão bem a escrever sobre a Sophia agora a sério. Estou triste que está a acabar, de verdade, vai ser a primeira vez que me vou despedir de personagens e de uma historia e não sei muito bem como voulidar com isso sinceramente.
Acho que deviamos criar um grupo de apoio :"C #we're all sad
Bom eu não sei se muitas de voces sabem, mas no twitter, e no blog eu ás vezes falo de livros que leio (no snap tambem) e saiu a sequela de um dos melhores livros que já li, Apenas um dia e agora, Apenas um ano, e eu escrevi sobre isso no blog, porque os livros me tocaram imenso.
http://sarocaspipocas.blogspot.pt/2016/07/apenas-um-dia-apenas-um-ano-tanto-faz.html podem ler aqui sobre isso, vou deixar no link externo.
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Love you
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