8ºCapitulo
Eu podia dizer que ter o Harry comigo facilitou a minha vida, porque de certo modo eu não estaria a mentir. Eu era terrível com qualquer tipo de confeção de comida, e desta vez não era exceção, decidi que eu tinha que começar a comer, mas isso ainda era uma dificuldade, porque eu estava sem dúvida muito pouco á vontade com a minha cozinha.
Das únicas vezes que aqui estive realmente, o tempo foi gasto a roubar beijos, ou abraços ao Harry, nunca a mexer em panelas e tachos.
Desisti quando ouvi o barulho do meu telemóvel. O toque era semelhante, mas quando entrei no quarto pude ver que não era o meu telemóvel que vibrava e cantava, o meu era branco, aquele era preto e do Harry, ele havia se esquecido do seu telemóvel.
Levei o aparelho ao ouvido.
-Sim?- murmurei.
-preciso do meu telemóvel de volta amanhã ás nove.- ele foi rápido e profissional.
-tudo bem, eu posso levar-to agora se preferires torci os meus pés.
-não há necessidade de saíres de casa agora, eu passo pela universidade e trago-o de volta.
Nenhum de nós disse alguma coisa enquanto ouvíamos a respiração de ambos pelo recetor de chamada. Eu queria dizer que ele voltasse, que me perdoasse por algo que eu não podia dominar, mas eu estava demasiado presa no momento para me lamentar, ou suplicar pelo perdão e o regresso dele. Eu sei que apenas o facto de ouvirmos a voz um do outro ainda seria doloroso, mas eu daria qualquer coisa para o ouvir, nem que de longe. Como de todas as vezes em que eu me encontrei a cantarolar a musica que ele havia escrito para mim em Nova York .
-eu preciso de desligar.- ele suavemente falou. A voz dele parecida a todas as vezes em que eu ficava acordada a estudar as feições do seu rosto, em como ele me mandava dormir. O meu Harry parecia ainda lá estar, debaixo de dezenas de cortes provocados por ambos.
-claro, eu não queria...
Senti o meu nariz arder, e a minha garganta apertar. A noite era sempre pior que o dia. No frio da escuridão, a ausência do corpo dele na cama era muito mais sentido, a direção que os meus sonhos tomavam arrastavam numa corrente de medos, medos que eu poderia dizer piores que o próprio inferno. A necessidade que eu tinha dele, do seu amor, do seu toque poderiam descrever-se mais preciosos que o próprio oxigénio.
-tem uma boa noite.- eu senti-me como na beira de um precipício.
-tu também Harry.- sussurrei.
Não pude evitar quando nenhum de nós desligou, como se á procurada de mais facas para cortar-mos os nossos corações, nós parecíamos realmente interessados em magoarmo-nos.
Fui a primeira a ceder e carreguei no pequeno símbolo vermelho do seu iPhone. Eu coloquei o objeto á carga quando este indicou falta de bateria.
Eu sentei-me na cama ao lado do telemóvel e a curiosidade de falou mais alto e eu precisei de o desbloquear, felizmente ele não tinha mudado a sua pass e eu consegui aceder facilmente ao conteúdo da galaria, tal como eu previ as nossas fotografias foram as ultimas.
Ali estávamos nós num passado não muito longínquo a brincar e a dizer o quanto nos amava-mos. Eu podia passar a eternidade a olhar para a forma como os olhos dele se enrugavam nos cantos com o seu sorriso, como a pequena saliência na sua bochecha era evidente, e como os seus dentes reluziam.
Eu amava aquele rapaz, mesmo antes de o conhecer, e eu fui tirada do conforto dele porque não podia ser uma mentirosa a pedir a verdade a todo o momento.
Deslizo o dedo pela tela e percebo que o que quero são as ultimas chamadas feitas. Eu não percebo o porque mas eu não tento descobrir, talvez eu só queira saber em quem ele se refugiou, se ligou a alguém.
Mas assim que vou ás ultimas chamadas o meu coração para, o nome Abbie espreita e eu removo imediatamente as minhas mãos do aparelho. Nojo e tristeza talvez.
A mulher que ele tirou do pai, a mulher que esteve a seguir-nos até ao outro lado do mundo, porra se não dói. Eu estive presa no meu próprio mundo de sofrimento e ele andou a divertir-se... ou talvez ele apenas precisasse de algumas explicações sobre...
Não consigo pensar em condições e tentar pensar agora parece pior do que qualquer outra coisa.
Deixo o telemóvel na mesinha e viajo novamente para a sala, toda a minha fome desapareceu e mesmo a vontade de encomendar alguma coisa se evaporou. Enrolo-me num novelo no sofá e puxo Mr.Whitte para o pé de mim.
Sinto-me demasiado cansada para pensar no quer que seja e tudo o que quero é esquecer a ultima semana, ou até os últimos meses, apenas tirar o Harry da minha mente parece ser uma boa hipótese.
Eu sinto-me a ir, devagar, e entro na minha inconsciência.
O barulho horrível do telemóvel do Harry acorda-me e corro até ao quarto. As minhas costas queixam-se da noite passada no sofá, enquanto me baixo para recuperar o objeto que caiu das minhas mãos.
-estou?- resmungo.
-estas atrasada.- a voz impaciente do Harry faz-se ouvir.
-o meu horário não...
-não quero saber da porra do teu horário, quero o meu telemóvel.- ele quase grita, e apetece-me manda-lo para um sitio nada bonito.
Mas não me dou ao trabalho de responder e desligo o telemóvel. Ele está irritado hoje, e a irritação dele costuma deixar-me irritada.
Apresso-me a trocar de roupa e a escovar o meu cabelo, enquanto guardo tudo numa mala. Não me posso esquecer do facto de ir começar a trabalhar hoje.
Quando saio de casa preparo a minha melhor cara de irritada para o Harry, mas logo a seguir lembro-me do buraco no meu coração e não consigo andar. Paro a meio do caminho e olho para os meus pés. Se o objetivo é esquece-lo tenho de parar de o ver, senão toda esta angustia não vai servir de nada, porque no fim vou estar sempre a voltar ao mesmo, quer queira, que não.
Os meus passos tornam-se novamente regulares á medida que avanço até ao meu pavilhão de aulas.
E quando levanto novamente a cabeça lá está ele, em todo o seu charme, apenas uns jeans e uma blusa preta a cobrir o seu corpo, enquanto puxa o seu cabelo para trás em nervosismo aparente.
Quando chego ao pé dele, não posso resistir a olhar para os olhos dele. A maneira como os olhos dele ainda me chamam é perigosa, e torna a minha convicção de que devo de deixar de o ver maior, mas não me posso impedir de me sentir Ícaro as voar demasiado perto do sol.
-bom dia.- tento sorrir-lhe, mas não retribuição.
-o telemóvel.- ele quase que enfia a mão na minha mala.
-qual é o teu problema?- meto a minha mão na minha anca.
-oh não sei, talvez estar constantemente a precisar de ligar á minha ex.- Ele cospe e eu dou um passo atrás.
-oh ebntão é isso, bom deixa-me dizer que passar tempo extra contigo também não é o meu hobbie preferido.
-oh por favor para de te comportar como uma criança e devolve-me o telemóvel ele tenta roubar-mo, mas eu desvio-o.
-porquê? Alguma coisa que não queiras que a tua "ex" saiba? – sei que estou mesmo a parecer uma miúda, mas agora eu também estou zangada.
-o quê?
-bastou uma semana para ires a correr ter com a cabra da Abbie.- basicamente grito-lhe na cara.
-tu estiveste a mexer no meu telemóvel.-ele estaca incrédulo.
Sinto as minhas bochechas queimarem sobre o seu olhar.
-porra, achei que tinha esclarecido que não quero que faças isso.- ele aproxima-se de mim.
Ele aproxima-se tanto de mim que sinto a respiração dele no topo da minha cabeça. O meu coração treme com a proximidade dele e tento desesperadamente não olhar para os lábios em forma de coração a centímetros de mim.
-estava apenas curiosa.- engasgo-me.
-a curiosidade matou o gato, e tu melhor que ninguém devias saber disso.- ele rouqueja.
É como se tivéssemos regredido meses e estivéssemos a começar o ano. O meu segredo nunca foi desvendado, eu nunca soube da Abbie, nunca fui atacada, e ainda não me entreguei a ele.
-bom, mas no final provei que bastou uma semana para ires a correr ter...
-eu não fui ter com ela, eu fui falar com ela.- ele explode.
Eu reviro os meus olhos, claro que ele foi "falar" com ela. Deve ser isso que eles fazem melhor. Subitamente sinto-me traída, sim traída é a palavra certa para o sentimento. Os meus olhos marejam com o pensamento dele com outra qualquer pessoa.
-não aconteceu nada.- ele quebra o silencio. Ele parece reparar nos meus olhos. Eu viro-me rapirademnte para apanhar o excesso de humidade e volto-me para ele novamente.
Estou prestes a abrir a boca quando o meu nome é chamado.
-Miss.Black?- A voz do meu novo professor de historia de arte faz-se ouvir, e o Harry fecha a sua expressão apenas para olhar para o corpo atrás dele. Oiço a sua respiração mudar quando reconhece quem ele é.
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Olá meninas, espero que tenham gostado do capitulo, e só para dizer que já tenho um substituto para o meu computador enquanto está na reparação.
Outra coisa é o facto de ter recebido imensas perguntas, eu não sei qual o formato que querem que eu responda, por watt, por vídeo? Outra sugestão?
LOVE YOU GIRLS
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