5ºCapitulo
Sinto-me tremer quando vejo o corpo alto do pai do Harry á minha frente, eu podia adivinhar qualquer coisa, mas nunca isto. Nunca penso demasiado nisto, ou nas coisas ao meu redor, mas o pai do Harry sempre foi um dos seus maiores inimigos, aquele que criou a parte fria e cruel do Harry. Não me sinto preparada para fazer nenhum movimento agora, mesmo nenhum.
-olá.- digo tão baixo quando posso. Estou com medo e ele pode vê-lo de certeza.
-o Harry está?- a voz dele contem alguma graça. Como se ele se estivesse a divertir.
Penso se devo mentir, ou dizer a verdade. Coisas destas não aconteciam com o Harry cá. Ele vinha em meu auxilio, ele salva-me. Agora que olho para trás o tempo em que não gostava de o ter sempre a meter-se entre mim e alguém acabou, porque neste momento eu queria-o aqui.
-sim ele está a tomar banho.- murmuro.
Ele sorri como um sorriso estranho e assustador.
-não oiço a agua.- ele ri-se.
-estamos a poupar, agora senão se importa.- eu tento fechar a porta mas o sapato brilhante e comprido fica a impedir-me de tal.
-olhe Sophia eu só queria dizer-lhe que a avisei. Lembra-se? Da nossa pequena conversinha no inicio?
-eu não sei do que está a falar.- engulo em seco.
-bom, apenas mantenha os olhos bem abertos.- ele sorri.
O seu pé continua a bloquear a porta e eu inspiro fundo.
-eu vou chamar a policia se não se for embora agora.
-então porquê? O Harry pode simplesmente sair do duche e vir até aqui não?
-chega, vá se embora, já teve o que queria.- eu choramingo.
-oh não Sophia, eu nunca tenho o suficiente da ruina dele.
Ele diz as palavras e pega na minha mão, antes de a levar aos lábios e virar costas. Eu fecho a porta com força, e tranco-a com a chave, e com as correntes. Eu corro para a casa de banho e eu entro rápido no duche, a água fria chicoteia-me mas eu quero deixar de sentir. Sinto enquanto as lágrimas escorrem e sinto o medo correr-me, estou cheia de medo, estou com frio, estou desamparada e não tenho onde me agarrar. Oiço os meus próprios soluços e o meu próprio mundo ruir debaixo dos meus pés. Eu tento agarra-me a alguma coisa quando a minha cabeça explode. Eu caio do chã o do chuveiro e agarro a minha cabeça entre a minha mão com força, muita força.
Caminho perdida na paz, e eu sou capaz de perceber algumas coisas á minha volta. Não há chão, nem céu, a vida é um vazio. Eu vou caminhando por entre algo que eu não posso nominar e vejo quando sou transportada para algo como uma sala de reuniões em vidro.
Algo está mal, á pequeno gemidos abafados e ao longe eu posso ver um homem com a cabeça baixa na sua mesa. Caminho devagar até ele, com medo de que ele me vá fazer alguma coisa. Como um predador mascarado de fera. Caminho e paro á sua frente. A sua cabeça ainda baixa.
É o Harry.
Estou chocada por o ver a chorar. Ele levanta a cabeça e vejo o seu lindo rosto coberto pela angústia e tristeza. Porque chora ele? Foi ele que me deixou, não eu a ele. A culpa de tudo isto é... é minha.
Memorizo a cara dele enquanto caio num buraco, lindos olhos verdes perseguem-me para onde quer que olhe e nunca estive tão presa a alguma coisa.
Uma sala escura, e deserta é preenchida por gritos, e quando me encosto a uma parede eu posso ver claramente a mãe do Harry a deitar baldes de tinta contra a parede. Ele grita por cada balde, e depois por cada pincelada que dá na parede.
Eu sinto a angústia dela de onde estou e devagarinho avanço apenas para ver o que está ela a desenhar. Olho para parede e vejo dois lindos rapazinhos. É o Harry e o Dean.
Tudo cai á nossa volta e as paredes que se ergueram caiem. Apenas a imagem e nós as duas ficamos no vazio. Olho para ela, e ela está triste. Sempre a vi como uma inimiga, ela sempre foi cruel, mas eu nunca consegui chegar perto dela.
-tu vais destrui-los.- Ela aponta-me um dedo.
-eu não entendo.- Murmuro.
-eu pensei que podias salvar o Harry, mas agora está tudo estragado.- Ela grita comigo.
-eu não fiz nada, a culpa é sua, sou assim por sua causa.- sinto os meus olhos arderem.
-não era suposto ele saber estupida.- Ela avança até mim e empurra-me com força.
Sinto-me voar e embater contra uma parede que na verdade não existe, a dor é aguda, mas eu não caio, estou de pé e não entendo porquê.
-o que queria que eu fizesse?
-que ficasses calada.
-eu amo-o, eu não ia mentir-lhe.
-eu amo-o Sophia, não tu.
-isso é mentira, você não fez nada do que senão dar cabo de mim, e desgastar-me. Sabe que mais, no fundo você é igual ao seu marido, uma controladora que não quer ninguém perto do Harry, o seu marido não queria que você desse atenção Harry porque tinha ciúmes, e isso fê-lo mata-la, isso e a merda da sua traição, então pense e deixe-o ser feliz. Já chega desta vingança contra mim, eu não pedi isto, eu não escolhi isto.
O meu berro é tão alto que eu sinto-me tremer. Ela vai afastando-se de mim e quase deixo de a ver. E de repente sinto-me ser puxada para baixo, um baixo que não existe, o abstrato onde a dor existe.
Sinto o meu corpo tremer enquanto oiço a campainha tocar. A minha cabeça doí-me e sinto-me fraca para sair debaixo do chuveiro e ir abrir a porta. Talvez apenas para o pai do Harry entrar e dar cabo de mim. Ele não vai descansar enquanto não destruir o Harry, ou a mim por conseguinte. Eu gostava de poder controlar as minhas pernas enquanto me levanto e enrolo o meu robe ao meu corpo.
Sai da casa de banho e espreito pelo oculo da porta e vejo um homem grande vestido com um fato preto. Eu não quero abrir com a memória daquela noite na minha cabeça.
-vim da parte de Mr.Styles.- o homem rouqueja. Ele sabe que estou em casa. Assusto-me e recuo tanto quanto posso.
-Miss.Black? Vim da parte de Harry, de Harry Styles.- Ele completa.
Aproximo-me da porta e encosto a testa a porta. É a primeira vez em cinco dias que ele faz qualquer esforço para me contactar, mesmo que através de um gorila de fato. Abro a porta e o homem alto e loiro olha para e para o que tenho vestido. Ele fixa-se na minha cara depois, como se a memoriza-la.
-sim?- sussurro.
-vim buscar as coisas de Mr.Styles.
Eu sinto um murro no meu estomago, eu esperava que ele viesse, ou que viessem por ele, mas não para roupas, eu quero tudo aqui eu quero a recordação por muito sádico que isso possa ser.
-está tudo no quarto.
Aponto para o quarto e volto para a casa de banho. Seco o meu cabelo devagar para que quando eu acabe não precise de o ver a levar todas aquelas coisas.
Visto uma camisola e uma leggins e volto para a sala, a tempo de o ver sair com uma mala de viagem que provavelmente contem todas as coisas do Harry.
-como sabia o que levar?- franzo o olho.
-Mr.Styles deu-me uma lista Miss.Black.- ele avança para a porta.
-hum.
Acompanho-o á porta e ele fica a olhar para mim como se a querer dizer alguma coisa, eu decido de que está na hora de fazer alguma coisa.
-como se chama?- pergunto-lhe
-Jason.- ele responde. Os seus olhos e a sua postura nunca relaxam.
-bom Jason, pode dizer a Mr.Styles que eu lamento o que aconteceu, mas que da próxima vez que me quiser espiar que não mande alguém para buscar as coisas, nem para me analisar. Ele pode vir cá por ele mesmo, eu não tenho tenções de lhe fazer mal.- Eu termino.
Sinto corajosa quando fecho a porta. Estou confiante de que o homem vai dizer aquilo ao Harry e que certamente ele vai ficar chateado. Eu viu na minha visão, mas eu ainda não sei o que sentir a esse respeito. Foi confusa a maneira como o vi a chorar na secretaria, mas a maneira como a mãe dele se afastou foi como... se uma calma antes da tempestade.
Levo um comprimido de Advil á boca e espero que a minha dor de cabeça passe. Aqueço mais algum chá e sento-me no sofá. Eu bebo o meu chá e pela primeira vez em dias o meu estomago dá sinal de vida. Caminho até a fruteira e como uma maça...bom metade de uma. Quando a voz do pai do Harry volta á minha cabeça a minha fome evapora-se e quero parar de pensar nisto.
Agarro em Mr.Whitte e deito-me com ele no sofá. No Hollywood está a dar "Á dúzia é mais barato" e é tudo o que preciso para ficar no sofá a descansar.
As minhas aulas começam amanha e mesmo não querendo estou ansiosa porque sei que vou ver o Harry, não sei como vou reagir ao vê-lo. Eu tenho imaginado alguns cenários na minha cabeça, mas apenas um em milhões é positivo. Eu não vejo nada de bom para agora, mas ainda assim eu posso vê-lo de longe.
Mesmo depois de ele me ter magoado eu continuo ansiosa para o ver. Eu não sei que tipo de esperança eu tenho. Mas eu ainda tenho alguma do género de ele me perceber, eu sei que é difícil como a porra acreditar nisto, até eu não acredito a cem por centro, mas eu não tenho explicações mais logicas para ele. Eu sei que mais do que tudo, eu não sou doente, eu sei o que vejo e sei o que se realiza. Tudo o que eu posso fazer é aprender a viver com o assunto, e ser feliz. Ele deu-me a felicidade, mas agora foi-se e tudo que restou foi o assunto que nos separou.
Eu sinto os meus olhos pesarem e eu rezo para que alguma coisa boa aconteça, eu não acho que consiga suportar algo de pior do que estar sem o Harry.
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Olá meninas, bom eu espero que tenham gostado, eu gostava de falar sobre a visão da Soph, porque às vezes vocês não entendem então as visões dela são esquisitas, e não fazem muito sentido às vezes, mas com o passar do tempo encaixam-se na história.
Espero que estejam a gostar da história tanto como eu estou a gostar de escreve-la, e eu queria agradecer por TUDO mesmo, mais uma vez, vocês são fantásticas e eu literalmente amo-vos
LOVE YOU GIRLS
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