99ºCapitulo
Tenho as minhas calças de ganga vestidas, e uma camisola, e espero que o sítio onde vamos não seja um daqueles lugares chiques com código de vestir. Quando saio do quarto o Harry está a rir-se ao telemóvel e eu pergunto-me se alguma vez o vi rir-se ao telemóvel, ele é sempre tão serio nas suas chamadas, e quando me liga é apenas para me dar algum sermão por algo que eu definitivamente ainda vou fazer mal.
Calço as minhas botas pretas nos meus pés e agarro a minha mala. Balanço os meus pés para a frente e para trás e o Harry vira-se para mim. Ele aponta-me o indicador em sinal de um minuto e eu concordo.
Vou até ele e vejo as chaves do range Rover a balançar no seu bolso de trás. Eu esqueci-me de que ele o tinha mandado vir, e pelos vistos foi rápido. Três dias o carro chegou. Agarro nas chaves e ele assusta-se, ele ri-se e finalmente ele desliga.
Ele guarda o telemóvel no seu bolso de tras das calças e gargalha para mim. um gargalhada rouca a que eu posso dizer ser a única a ouvir.
-gostas mesmo de mim.- ele ri-se.
-desculpe?- finjo-me ofendida.
-faz qualquer coisa para chamar a minha atenção.- ele declara.
Eu paro por um momento e penso que talvez eu goste de chamar a sua atenção. Eu gosto quando ele ri de pequenas coisa que eu faço quando eu nem estou a perceber. A maneira discreta como ele olha para mim quando estamos a jantar, ou a ver televisão. Ou como ele sempre diz "amo-te" quando eu estou prestes a adormecer, como numa prece para afastar todos os meus medos, no tempo prefeito.
-é talvez eu faça.- murmuro a sentir as minhas bochechas queimarem.
-gosto que chames a minha atenção.- Ele agarra a minha cintura e beija os meus lábios suavemente.
-estou feliz por termos conversado, sinto-me mais leve.- ele murmura no meu cabelo.
Eu engulo a culpa para baixo. Um novelo a formar-se no meu estomago, e a minha garganta dói com o peso de lhe estar a mentir, quando ele se abriu comigo. Eu não sei, de todos os livros que li, de todos os filmes que vi, costuma ser o rapaz a ter a culpa, ele devia ser quem está mal, mas aqui estou a provar que os filmes, e os livros são apenas uma pequena parte de uma realidade, eu não posso descrever a dor no meu peito, eu apenas me posso agarra ao Harry e respirar baixinho, para que ele não me oiça. Como se eu fosse uma intrusa, uma pessoa que não deve estar aqui a viver isto, aqui e agora.
-vamos?- ele pergunta curioso pelo meu gesto.
Eu largo os braços dele devagarinho e deixo o conforto do peito dele. Olho para e vejo os olhos dele brilhar para mim, com paixão, amor, amizade, carinho, e eu não posso continuar com isto, não posso mesmo, eu preciso de lhe contar a verdade antes que o meu tempo acabe, antes que eu não consiga dizer-lhe eu, e ele venha a descobrir de outra maneira. Mas estou decidida a aproveitar esta noite, a poder divertir-me um pouco. Quero não pensar nisto, quero não pensar no peso da culpa.
Ele agarra a minha mão e fecha a porta atras de nós.
-posso conduzir?- preciso de me distrair.
-tu o quê?-ele ri alto.
-eu posso conduzir o carro hoje?- volto a perguntar.
-eu não sei Soph... tu sabes é apenas como...
Faço beicinho e os meus melhores olhinhos e ele sorri e deixa-me subir para o lado do condutor. E sei que estamos a fazer progressos, á alguma tempo ele não me deixaria mesmo fazer isto, de todo. Eu acho que ele percebeu a mensagem do "sufocamento" então ele está a fazer o seu melhor.
Ele entra para o lugar do passageiro e fecha a porta com força. Adoro o pequeno jipe e não me importaria de o conduzir.
-tenta não nos matar, ainda tenho algumas coisas a fazer contigo.- Ele ri-se.
-eu vou tentar senhor.- Faço uma pequena continência.
Assim que ligo o carro, a condução é suave e eu não erro muito nas pequenas coisa que mulheres costumam errar, eu tenho uma boa queda para estacionar, e eu não costumo ir muito contra caixotes ou coisa do tipo.
-a tua condução é surpreendentemente não enjoativa.- ele ri-se.
-eu tive um bom professor.- eu lembro-me do meu pai a gritar e a rir comigo no carro a tentar ensinar-me.
-passas-te á primeira no teu teste?- ele pergunta.
-sim, e por acaso eu tive uma grande nota.- Gabo-me, orgulhando-me da minha nota.
-eu acredito que tu tenhas.- ele sorri, e é um sorriso de orgulho.
-onde vamos jantar? Ao centro comercial?-pergunto.
-sim, talvez nos devêssemos comer uma pizza e depois ir ao cinema, ouvi dizer que a segunda parte dos jogos da fome acabou de estrear.- Ele consulta o seu iphone.
-eu tenho os livros no apartamento.- digo surpreendendo-o.
-tu tens?- ele arregala os olhos.
-yap eu li todos ele numa semana, mais propriamente naquela segunda semana, em que tu não falaste comigo por dias.- ele faço beicinho ao relembrar-me da forma patética como ele agiu.
-oh, eu não reparei.
-eu percebi.- Encolho os ombros.
-tu não também não disseste muito nessa semana.
-senti-me patética pela forma como me afastas-te, pensei que estava a ser inconveniente.
-e estavas, mas era uma inconveniente linda.- Ele ri-se.
Eu grunho em resposta e calo-me. Eu preciso de me concentrar na estrada, eu posso ser boa em estacionar e não bater, mas eu sou despistada na estrada, e se eu não tiver atenção suficiente nas passadeiras e semíferos eu ainda vou errar.
O Harry coloca a sua mão no meu joelho enquanto eu conduzo o carro pelas ruas. É estranho não estar a olhar para ele enquanto ele conduz, ver o seu perfil e o quão bonito ele é.
Eu paro em três semáforos e avanço cada vez mais perto do centro. Eu desço para as garagens e estaciono o carro perfeitamente numa das boxes.
-eu nunca pensei que uma rapariga tão pequena conseguisse conduzir um carro tão grande.- Ele ri-se e salta do carro, e eu faço o mesmo.
Quando estou em baixo, tranco o carro e corro para segurar a mão dele. Ele faz-me girar e passa o seu braço pelos meus ombros, e eu prendo a minha mão na dele. Esta sempre foi uma coisa que eu gostei, dele ele passar o seu braço por mim e dar-me a mão.
Quando entramos no elevador estamos sozinhos, e eu não consigo evitar ser puxada para ele. Os meus lábios mal tocam os dele e eu posso sentir cada átomo do meu ser a ser puxado. Ele possui a minha boca com a sua língua e eu não consigo resistir e cedo-lhe o espaço. Ele é tão hipnotizante, eu poderia passar a eternidade com ele, que ainda assim eu não teria o suficiente dele.
Quando a porta se abre no andar dos restaurantes, eu ando até a pequena pizaria no canto encostado ao chines. Quando entramos alguém trata logo de nos atender.
É quase meia-noite quando saímos do cinema e eu estou indecisa entre dormir, ou chorar. Eu ainda não consigo impedir as lagrimas de cair de cada vez que algo acontece com a Katniss, apesar de tudo não passar de um filme, eu acho que o livro me marcou que agora eu não consigo fugir ao filme, mesmo que eu queira.
-porque é que estas a chorar? Tu sabes que é só ficção amor.- o Harry ri-se de mim enquanto me dá mão.
-tu não leste o que li.- Resmungo.
-ficas adorável a chorar e a resmungar sabias?- ele beija a ponta do meu nariz.
Eu bocejo alto, e ele ri-se mais um pouco. Andamos algum tempo até ao elevador que fica mais próximo do nosso carro, e eu tento não fechar os olhos e apenas dar passos enquanto o Harry me segura e me guia.
Mas eu falho na minha missão e fecho os olhos por um segundo, apenas para os abrir um pouco mais tarde. Eu abro os olhos a força com que o Harry para, e vejo o pai dele.
-boa noite.- a voz do pai do Harry ainda mais rouca do que a dor próprio Harry e eu sinto-me congelar no lugar.
Como é que o Harry consegue pensar que o seu pai tentou matar-me. Eu própria mal consigo acreditar quando ele consegue ser tão incrivelmente bem educado.
-boa noite.- o Harry cospe, mas eu mantenho-me calada.
-Sophia querida, como estás?- ele anda até nós e estende a mão ao Harry, ao que este a ignora. O seu pai dá um riso e a seguir uma tosse seca.
-estou bem Mr.Styles.- murmuro curtamente.
-ouvi dizer que esteve em Nova Iorque com os familiares...
O meu coração parte-se em pedaços quando me lembro da ameaça até agora vazia que ele me mandou. Para o ajudar a destruir o Harry. Foi assustador e ainda assim eu consegui confiar no Harry.
-sim eu estive.- a minha voz firme.
-e aproveitou bem?- a voz dele e um sorriso a formar-se na sua cara enviam arrepios por todo o meu corpo.
-sim, eu e o Harry realmente gostamos, mas isso o senhor já deve saber.
Eu sinto como ele fica sem cor, e a o orgulho do Harry em como ele aperta a minha cintura. Eu podia dizer que foi a coisa mais audaz que fiz até hoje, e que foi... bom.
-eu só vinha avisar o Harry que temos uma reunião depois de amanha.
-é um bocado sinistro teres-me seguido até ao cinema á meia-noite para me dizeres isso não pai?- o Harry ri-se, uma daquelas gargalhadas que me gela o sangue.
-talvez um pouco, mas eu queria avisar-te, e claro ver a pequena Sophia é sempre um grande prazer, mesmo que por um curto espaço de tempo.
-bom já a viste, e agora nós gostaríamos de ir para casa.- o Harry tenta passar por ele.
-oh sobre isso... eu passei o aparamento para o teu nome, não me parece que tenha de continuar a pagar a tua parte certo?- o Harry acena e tenta passar novamente por ele.
-foi um prazer ver-te Sophia, espero ter essa honra em breve.- Ele sorri e eu tremo.
O Harry agarra a minha mão decidido e guia-nos para o elevador. Ele abre a porta do meu lado e eu entro. Eu não sou capaz de formular nenhum comentário ou palavra. A minha cabeça está vazia e tudo o que quero é não pensar na maneira como o brilho nos olhos do homem me assustou, eu quero poder ir deitar-me e não pensar em qual vai ser o seguinte passo.
É como se ele estivesse prestes a atacar, mas eu não vejo nenhuma maneira, não há uma maneira possível de isso acontecer... a não ser...
Os desenhos
O meu coração para e eu sinto a minha respiração falhar. Eu sinto como se o mundo estivesse a girar numa velocidade tão grande que não consigo acompanha-lo, estou perdida e á deriva.
-está tudo bem amor, era só uma das ameaças vãs do meu pai.- ele tranquiliza.
-achas mesmo?- sussurro.
Olho para ele e vejo que ele está forte, e destemido quando me diz que sim. Ele não tem medo como eu, mas ele não tem o que eu tenho atras. Eu tenho a merda de um dom que está a dar cabo da única relação que tive até hoje. Eu não podia ajudar a minha frustração e medo a sair para fora, então tudo o que eu podia fazer era respirar.
Eu respirei fundo e depois pensei em todas as coisas boas que estavam a acontecer. O novo semestre, o Harry ter-se aberto comigo, tudo. Eu mandei os pensamentos sobre o meu pequeno defeito para trás da minha mente e resultou, tudo o que havia agora na minha cabeça eram pequenos momentos comigo e com ele.
E eu ouvia cada respiração minha enquanto eu avançava na minha memória. Eu estava a ter o controlo da minha cabeça, e eu já podia controlar quando uma visão de apoderava de mim. Pelo menos agora eu estava a conseguir controlar. Numa situação destas á uns meses eu teria caído no chão e gritado, e esperneado, agora eu estou a conter, a pensar em algo bom para afastar os meus demónios e isso é tudo o que eu posso pedir neste momento.
Eu sinto os meus olhos ficarem pesados, e apesar de tudo o que eu dormi esta tarde eu estou cansada. A minha cabeça é como uma central elétrica, gasta muito de mim e eu não consigo repor tudo num instante. Eu deixo-me ir devagar e sinto-me como numa nuvem a flutuar no ar.
Tudo o que eu preciso é de pensar que se amanha eu acordar para lhe dizer a verdade, eu conseguir porque eu vou ter um monte de boas recordações a darem-me força. Tudo o que eu preciso é de ser eu a contar, não pode haver mais que uma boca a falar disto. Tenho ser só eu e apenas eu.
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Haaaaaaa o ultimo capitulo chega amanha, OMG EU NÃO ACREDITO eu nunca pensei nisto quando eu comecei a escrever, eu nunca pensei ir até ao 20º capitulo, mas eu já estou no 99º capitulo, e eu não podia estar aqui sem vocês, e agora eu estou a chegar aos DOIS MILHOES DE VISUALIZAÇOES e a culpa é vossa e eu não tenho o suficiente para vos agradecer.
Eu queria agradecer a cada uma pessoalmente, mas eu não posso então tudo o que eu posso dar, é o melhor capitulo amanha, e uma segunda temporada cheia de amor, raiva, aventura e perigo, algo diferente.
vou rever a seguir ao jantar desculpem os erros
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