81ºCapitulo
O Harry toca a campainha ainda com o braço á minha volta e eu tenho que me amparar nele. Como é que é possível? O rapaz tem falta de vergonha, o que ele fez foi...muito, mas mesmo muito bom. Bom seria uma palavra pequena para descrever o quão bem ele me fez sentir.
Mas ainda há o problema de ele me fazer ceder desta maneira. Ele sabe coisas demais, ele sabe onde tocar o que fazer, o que eu posso fazer em comparação a ele? Nada.
Eu quero impor-me mas ele submete-me da maneira mais baixa possível. E admitamos já passaram uns cinco minutos e eu ainda estou toda esbaforida, e isso está irritar-me.
-vou soltar-te amor.- ele beija os meus lábios rapidamente e solta-se.
Quando ele me solta anda de novo até ao elevador. Entra e antes que as portas se fechem leva o dedo indicador á boca, deixando a minha boca escancarada.
O Teddy abre a porta e olho para ele, furiosa. Porque demorou tanto a abrir a porcaria da porta? Passo por ele como um furacão e vou em direção ao meu quarto.
Troco as minhas roupas por algo mais confortável, como calças de ioga e uma camisola quente. Atiro-me para cima da cama a olhar para o teto. E penso. Penso em como o idiota do meu namorado é lindo, e extremamente rude, penso nos dedos dele. Penso na boca dele, no cheiro dele...oh céus.
Mexo-me desconfortável na cama e viro-me de barriga para baixo. Preciso de me distrair do meu namorado demasiado exigente, e protetor.
Bom se ele é protetor... eu sei que estou em perigo, mas estranhamente não estou com muito medo. Há alguma coisa no facto de eu ter conseguido sair sozinha da minha visão que me tornou mais corajosa. No entanto ter estado a ser fotografada deixou-me apreensiva. Se a mãe dele fosse viva, eu podia simplesmente presumir que seria ela. No entanto a única opção que me resta é o pai.
Toda a informação que o Harry me deu acerca do acidente, faz-me juntar algumas peças do puzzle. Eu lembro-me de ter uma visão com o pai no acidente. Depois o Harry contou-me que foi culpa do pai, porque estava a persegui-los. Mas não faz sentido o pai salvar-lhe a vida se depois a queria infernizar. E agora a figura maligna do pai volta a ação. O Harry esta convicto que foi o pai dele que contratou alguém para me perseguir na noite do baile. Mas sendo assim eu não teria ficado familiarizada com os malditos olhos azuis. Se eu pudesse simplesmente conseguir voltar a essa noite e perceber o que se estava a passar.
Eu posso tentar induzir a minha cabeça para aquela noite, mas o que aconteceria seria o meu pai a ter um ataque. E não me posso arriscar a que o meu pai saiba. Ele iria morrer de preocupação e eu não poderia voltar para Oxford. A minha única alternativa é esperar o tempo suficiente para induzir uma visão a mim mesma.
O meu telemóvel vibra na mesa-de-cabeceira e atendo sem olhar para o numero.
-sim?
-Soph?- uma voz feminina soa.
-Kate?- a minha voz aguda.
-oh céus, não falava contigo á imenso tempo. Tenho tantas saudades.
-e eu tuas.- endireito-me e sinto os olhos a ficarem molhados.
-os teus pai disseram-me que se iam mudar.- a voz dela é triste.
-estou em nova York.- choramingo.
-acabei com o meu namorado.- ele sussurra.
-oh Kate, lamento tanto, notava-se que gostavas dele.- a minha voz não passa de um murmúrio.
-eu amava-o.- ela choraminga.
-está tudo bem ok? O tempo cura tudo.
-vou mudar-me.- ela murmura.
-porque?- estou estupefacta.
-estava a viver com ele, porque estudávamos na mesma universidade, mas agora não faz sentido. Quero ir embora.- e começa a chorar. Sinto-me impotente.
-não chores Kate, e não desistas por causa dele.
-vou mudar-me para Oxford.
O meu coração para e tenho medo de ter ouvido mal. Ela acabou mesmo de dizer isto? Ela vai para Oxford?
-o quê? Mas e a universidade?- não consigo conter a minha felicidade, apesar da tristeza dela.
-pedi transferência, foi fácil com as minhas notas. Os meus pais compraram-me um apartamento mais ou menos em frente da universidade.
-wow vais viver sozinha?
-esperava que viesses comigo.- ela explica.
Ainda não contei á Kate acerca de mim e do Harry. Nunca surgiu e desde que o Harry apareceu na minha vida que não tenho tido tempo para mais nada. Ela ocupa todo o espaço á minha volta.
-oh Kate esqueci-me, mas eu... bom eu e o Harry...
-não posso! Vocês namoram?- ela grita.
-sim.- meio que estou envergonhada.
-e não me contavas nada?- ela está ofendida.
-é só que ele... ele é tão sufocante e não me consigo abstrair dele. ele ocupa todo o espaço á volta dele.
-oh como eu te percebo. Mas podes ir lá certo? Apenas ver-me.- sinto o seu sorriso.
-vou lá todos os dias, e podemos estar juntas na faculdade.- sorriu.
-oh sim, sinto mesmo a tua falta.
-e quando te mudas?
-vou dia 26, quero ter tempo suficiente para pensar, e arrumar as coisas.
-eu não sei quando eu e o Harry vamos, ele é que tem as passagens.- encolho os ombros.
-espera... ele está contigo?- ela guincha.
-bom, ele está num hotel para dizer a verdade.
-oh céus... oh, tenho de desligar, a minha mãe está outra vez a fazer uma fita por eu ir para o outro lado do mundo.
-adoro-te Kate, não importa quem não adore, eu vou sempre adorar-te.
-amo a tua capacidade de me fazer chorar. Também te adoro.- ela sussurra no final e desliga.
Olho para o lado e vejo o quão cinzento se esta a tornar o tempo. Tudo lá fora parece correr a meu favor. A minha melhor amiga vem para o pé de mim, ainda que apenas porque o namorado acabou com ela. O meu namorado...bom é Harry, vai ser sempre um ponto a meu favor. A única coisa que realmente complica a minha vida é o facto de não dizer toda a verdade acerca de mim ao Harry. Há tanto que preciso de lhe contar, sinto um peso enorme por lhe esconder isto. Mas de todas as vezes que tive uma visão sobre isto é sempre horrível, ele tem sempre a moa levantada como se me fosse bater. Mas sinceramente acho isso impossível. A minha cabeça está apenas a explorar lado impossíveis dele, e a minha cabeça não o conhece como eu e o meu coração.
Talvez de tudo o que eu precise é de estar sozinha com ele. Sem pais, sem melhor amiga, apenas eu ele, para lhe conseguir explicar o quão fodida sou.
Porque não podia ser como nos livros? Em que os homens tem os grandes problemas e as mulheres compreendem e ajudam. Aqui e comigo, não. Eu tenho um grande problema, e uma pequena probabilidade do Harry compreender. Eu quero confiar nele, mas também quero sentir-me segura quando lhe contar, eu devia pensar nisto como...uma gravidez, as mulheres ficam sempre cheias de medo dizer aos maridos. Bom neste caso eu tenho um problema, e provavelmente eu devia usar isso como comparação. Do tipo "olha Harry, se eu estivesse gravida era a pior cena do mundo certo? Mas bem descansa porque não estou, tenho apenas uma espécie de problema, enfase em problema, que me faz ver coisas que se passaram no passado e no presente".
Parece-me uma excelente maneira... preciso de falar com ele, nem que seja para ouvir a voz dele durante alguns minutos.
Ele atende ao segundo toque.
-olá.- murmuro sentindo-me subitamente triste.
-olá.- ele está apreensivo.
-a Kate vai mudar-se para Oxford.- murmuro.
-a Kate?- a voz dele torna dura de repente.- Quem é a Kate?- ele exclama.
-a minha melhor amiga.- porra, nunca lhe tinha falado de Kate.
-oh.- a voz dele torna-se suave mas há um laivo de tristeza.
-ela queria que eu fosse viver com ela.- fecho os olhos.
-o quê?- um grunhido rouco e zangado faz-se ouvir.
-eu disse que não, contei-lhe de nós.
-eu pensei que...
-eu nunca me iria conseguir desapegar de ti.- digo-lho, mais para me confortar a mim.
-não sei Soph, hoje conseguiste.
-sim, mas tu conseguiste fazer-me mudar de ideias.- sorriu.
-sim parece que sim.- ele ri.
-eu amo-te Harry.- o meu sorriso desaparece e sinto os olhos encherem de água.
-passa-se alguma coisa Soph?- a voz dele tornou-se desconfiada.
-não, só queria que o soubesses.
-eu também te amo. Muito.- ele termina.
-espero que sim, estou a depositar muita confiança nessas palavras.- digo mais para mim mesma.
-Soph passa-se alguma coisa, eu sei. Fala comigo.- ele pede.
-não sei, estou apenas sentimental hoje.- choramingo.
-queres que eu vá ter contigo?- ele murmura.
-não. Não me parece, e hoje prometi a mim mesma que me ia impor a ti.- riu.
-oh mas passa o tempo a faze-lo.- ele ri-se.
-não me parece.
-estas sempre a desafiar-me e a ultrapassar limites que eu tento estabelecer.
-nunca ouviste dizer que a variedade é o que dá sabor á vida? Não posso estar presa a uma rotina.- Riu-me alto.
-tu ainda me dás é um ataque de coração e vou-me antes dos trinta.- ele ri.
Vou para responder mas algo no quarto dele deve ter feito barulho porque o faz calar-se.
-esta tudo bem?
-tenho de desligar amor, ligo-te mais logo.- e desliga.
Meto o telemóvel em cima da mesa, sempre com o pressentimento de que algo esta mal. Ele nunca me despachou. Ele parecia ansioso, preocupado e o mais estranho, ele parecia feliz ao mesmo tempo.
Sei que a ideia ciúmes é disparatada, mas não consigo evitar pensar no quão atraente ele é e no facto de estarmos numa cidade desconhecida, onde as mulheres se vão atirar a ele. Eu devo confiar nele, mas o problema são elas.
Agarro na minha mala e aviso o Teddy que vou sair. Talvez deva levar o carro do meu pai emprestado apenas por algumas horas....
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Olá meninas, começou a semana, ou seja, maratona de capítulos. Porque? Porque quero compensar-vos por alguns dias de ausência, e porque estou na casa dos meus avos, também queria avisar-vos que devo pôr até quinta, mas não sei quanto a sexta, sábado e domingo, há imensa gente que adoro que vem ver-me, e que não vejo á meses e quero matar saudades.
Outra coisa que me fez não postar ontem foi o facto de eu ter ficado em estado de choque quanto ao facto do wattpad me ter descido para #51 e #147 lugar se não estou em erro. Fiquei tão triste que não consegui vir ao computador, eu sei que foi uma atualização de dados, mas a estatística de leituras era enorme, por isso não sei o que se passou, mas quero pedir-vos que leem, votem e comentem, e que visualizem alguns capítulos para trás, porque fiquei mesmo triste.
Bom amo-vos muito e até amanhã.
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