77ºCapitulo
O nosso olhar destranca-se e olho para outro qualquer lado, demasiado embaraçada por estar a olhar tanto para ele. O meu pai tem as sobrancelhas tao carregadas que me faz sentir como uma criança mal comportada.
-bom, em que hotel vai ficar Mr.Styles?
-No J W Marriott Essex House, Mr.Black.
-sim conheço, posso deixa-lo lá.- o meu pai oferece.
-não creio que seja necessário, tenho um carro.- o Harry mastiga o seu waffle.
-ai sim?- o meu pai desdenha.
-sim tenho uma range Rover sport deste ano lá em baixo.
-para que quer um carro tão grande?
-eu gosto de coisas simples, mas espaçosas, conforto se é que me entende.
O meu pai não diz nada e o silêncio é pesado, o Teddy olha para mim como se eu lhe tivesse ocultado alguma coisa.
-Harry, este é o Teddy, o meu irmão.
O Harry levanta-se e parece finalmente confortável com alguém nesta sala, para além de mim. O Teddy puxa o Harry para um abraço e ri-se.
-quando te vi pela primeira vez com aquela coisa na cabeça pensei que tinhas sugado os miolos á Soph.
O Harry cora ligeiramente e eu lembro-me da chamada pelo Skype entre o Teddy e o Harry, em que o Harry tinha um avental e um pequeno carrapito no seu cabelo para o segurar para longe da sua testa.
-oh sim, só o tinha porque ela não queria lavar a loiça.- Ele defende-se a rir.
-oh então obriga-a a tirar a loiça da máquina. Ela detesta.- O Teddy conspira com o Harry.
-ai sim?- o Harry olha para mim.
Eu riu-me e o Harry beija a minha bochecha de forma adorável.
Wow o hotel onde o Harry vai ficar é um máximo. É enorme e espaçoso e alto como um raio, o que sem dúvida me deixa entusiasmada. A suite é moderna, toda ela em tons de banco e metálico. As janelas vão do chão ao teto em todas as divisões, o quarto fica atrás de uma porta de madeira deslizante e o resto é apenas uma sala, e uma casa de banho. A sala parece maior que um campo de ténis, não que eu jogue, mas é o que parece na televisão.
-é enorme.- murmuro.
-é fixe.- Ele ri-se e abraça-me por trás.
A sua boca vai para o meu pescoço onde pequenos beijos são deixados, um rasto que vai desde a base do meu pescoço até á parte de trás da minha orelha, deixando-me ofegante. A maneira como os lábios dele apenas sugam levemente a minha pele, deixando-me completamente aturdida.
-oh amor, tenho saudades tuas.
Ele chupa a minha pele com mais força, e um gemido arrastado escapa-me pelos lábios. Mesmo estando cansada da viagem de avião, e de não ter dormido quase nada á mais ou menos dois dias, a maneira como ele fala desperta cada célula do meu corpo.
-estive sempre aqui.- provoco.
-sabes o que quero dizer.- ele morde a minha orelha.
Viro-me para ele e passo os braços á volta do seu pescoço, de forma a puxa-lo para mim.
-qual é a diferença entre os meus braços tocarem o teu pescoço, e os meus dedos não?- censuro baixinho.
-foram dedos que me fizeram isto, não braços.- ele resmunga e larga-me.
O seu telemóvel deve estar no modo vibrar porque não o ouvi.
-Styles.- ele atende duro.
-oh ai sim?... e porque?... compreendo, quero que diminuam a taxa do plano B para a aplicarem no D, não podemos perder o lucro por causa de uma baixa de algumas horar...sim estou em nova York... compreendo.- e desliga.
Está a por de volta o telemóvel no bolso quando o telemóvel reluz, ele revira os olhos mas atende.
-estou?...isso é alguma brincadeira Louis?... não, não estou ai... mas o processo não pode ter desaparecido... e isso não pode ter acontecido assim... descobre o que se passa. Por favor.
Ele desliga e os olhos dele estão pesados e o seu maxilar contraído, a sua veia no meio da testa exposta, parece alguma espécie de anjo negro.
-o que se passa?- pergunto.
-um problema na empresa.- ele responde.
-não isso. Com o Louis?- tento a revirar os olhos.
Ele olha para mim, mas não responde, apenas abana a cabeça e vai até á janela onde espreita lá para baixo. Podia jurar que sem ouvir, o meu nome estava metido naquela conversa.
Avanço até ele e fico de frente para a janela tal como ele. Banhados pela luz do sol brilhante. Olho para ele de perfil e vejo o quão alto ele é a mais que eu. É maravilhoso, a luz a empalidecer-lhe a pele jovem, dando um brilho ainda mais claro aos seus lindos olhos.
Ele olha para mim passa uma madeixa revolta do meu cabelo para trás da minha orelha num gesto carinhoso. A sua mão vai á minha face e o seu polegar roça o meu lábio inferior, os seus olhos nunca deixam os meus, mas eu não consigo concentrar-me no foco com ele a tocar-me de uma maneira tão carinhosa, mas inexplicavelmente quente.
-o teu processo pessoal da faculdade desapareceu.
A sua voz rouca entra nos meus pensamentos e eu tenho uma falência técnica. Como assim? O meu processo pessoal desapareceu. E como é que ele sabe isso? Melhor, porque é que o Louis o haveria de avisar. Sinto que há qualquer coisa muito mal explicada aqui, e uma parte de mim não quer que ele me conte, porque vai por fim á nossa bolha de amor. Outra parte de mim quer castra-lo se ele não me contar o que se está a passar.
-porque é que sabes isso?- murmuro-lhe.
Ele hesita, vejo como a sua expressão se torna de ferro, e como se de repente estivesse para me contar como foi que se deu a vida na terra.
-queres mesmo saber? É que não acho que necessites de sabes disto.- ele reclama.
-agora!- digo na mesmo medida.
-bom desde a merda daquele baile, que tenho alguém a investigar o que aconteceu, tenho tomado todas as precauções, para que nada aconteça de novo, e que não tenhas de passar por isto outra vez, tenho alguém que nos dá proteção e que investiga cada pessoa nova que aparece na tua vida, é isso. Soube do teu processo de faculdade porque ia substitui-lo.- ele explode em raiva.
Dou um passo atrás para olhar outra vez para ele. As suas mãos passam pelo seu cabelo e a sua cara está desfigurada pela raiva. Mas pior que isso é o facto de metade do meu cérbero não ter processado o que ele disse.
-tens alguém atras de mim?- a minha voz não passa de um sussurro.
Uma gargalhada oca e desprovida de humor escapa-lhe pelos lábios. Os olhos frios como glaciares.
-pensei que descobrisses mais cedo. Achas-te mesmo que depois de te tentarem matar, eu ia deixar que andasses por ai sem ninguém por perto?- o seu riso sarcástico magoa-me.
-estas a chamar-me de estupida.
-não Sophia fodace, só não...
-esquece Harry.- digo e avanço para dentro do quarto abrindo as portas.
-vais esconder-te no quarto?- ele ri.
-não, vou á casa de banho.- grito do quarto.
-para de ser infantil.
E é a gota de agua, ele quer falar de infantilidade?
-eu? Infantil? Estas a delirar não? Metes-te alguém atras de mim, sabendo exatamente o que senti a respeito disso no dia do baile.- expludo.
Ele avança até mim lentamente, ficando apenas a alguns centímetros de mim. a sua respiração bate na minha testa e eu vejo a fúria nos olhos dele.
-estou-me a foder para o que sentes a respeito disto. Se contrariar-te é o que é preciso fazer para te manter a salvo, eu vou faze-lo entendes?
-estas a dizer que o que quero não é importante?- as lágrimas formam-se nos meus olhos.
-não Sophia, estou a dizer-te que vou fazer tudo para te proteger.- ele grita em cima de mim.
-para de gritar comigo.
-para de ser tão mimada.
-mimada? Será que estamos a falar a mesma língua? Porra, Harry, meteste a porra de um segurança atras de mim, ias trocar o meu processo de faculdade, andas-te a investigar o que aconteceu nas minhas costas. A seguir vais fazer o que han? Vais mudar o meu nome sem eu saber?
-ia trocar o teu processo de faculdade, porque iriam conseguir dados pessoais sobre ti porra, não ia deixar isso acontecer. E sim vou meter metade do mundo atras de ti se for preciso, vou mudar o teu nome, tudo para não voltar a ver aquela cena merdosa, de ti a correr para mim cheia de sangue a chorar.- ele berra.
O punho dele espeta-se na comoda e faz as jarras caírem no chão assustando-me. Onde está o rapaz de gorro e calças de ganga de á meia hora atras. As lágrimas rolam pelo meu rosto, de medo, susto, e desapontamento.
-chega.- murmuro.
Os meus pés avançam para a porta de saída e fecho-a com força. Corro para os elevadores e chamo um. Enquanto espero vejo a porta do quarto dele abrir-se e ele sair de lá com o rosto vermelho. Ele fecha a porta tranquilo, como se nada tivesse acontecido e avança até mim.
O elevador chega e eu entro cruzando os braços. Ele entra a seguir e o elevador começa a descer. A minha cara continua vermelha e molhada, e a minha vontade de gritar com ele só aumenta. Como pode ele esconder-me coisas sobre a minha própria vida, ou por alguém atras de mim?
Ele avança até mim, mas eu recuo instintivamente. Bato com as costas na parede metálica e ele fica mesmo á minha frente. Ele tenta tocar-me mas eu esquivo-me.
-vais amuar?
-vais partir, ou socar alguma coisa sempre que discutir-mos?- evito olhar para ele.
-vais portar-te sempre como uma criança?
Não lhe respondo, fico calada, á espera que ele recue, o primeiro dia de férias e ele estragou tudo. Porque é que ele não confia em mim? Tenho de descobrir tudo imenso tempo depois, só porque não consegue falar comigo.
Ele afasta-se e eu volto a respirar, mas por pouco tempo. Ele carrega no botão do stop e o meu coração para.
Avanço até ao painel dos botões mas ele impede-me.
-o que estas a fazer?- guincho.
A minha respiração está a falhar e consigo ver as paredes a esmagar-me, e o oxigénio a falhar.
-estas chateada comigo só pelo segurança?- a sua voz rouca e grave a preenche o espaço.
-para com isso Harry, volta a pô-lo a mexer.- Choramingo.
-responde-me.
O ar escapa-me dos lábios e vejo tudo andar á roda. Estou presa aqui, vou morrer. O sangue parece não chegar á cabeça e mil formas de morrer em elevadores passam-me pela cabeça. O oxigénio quase que não chega a mim.
-para com isto Harry.- Amparo-me as paredes.
Olho para ele mas ele parece estar absorvido em mim, demasiado absorvido para se lembrar que sou claustrofóbica.
-responde.
-não, não é só isso, é o facto de não confiares em mim.- Grito.
Deixo-me aterra de joelhos no chão do elevador, as lágrimas voltam a invadir-me os olhos e o ar parece não vir, os soluções são tao sufocantes que mal consigo respirar.
-Sophia?- ele ajoelha-se.
-para de me torturar.- Grito.
Olho para ele e a cara dele perde-se em desespero. Parece finalmente ter percebido o que fez. Levanta-se rapidamente e mete o elevador a funcionar novamente. Para-o dois pisos abaixo do seu e volta para cima. Eu continuo de joelhos e quando ele me tenta pegar ao colo eu deixo. Estou assustada e mal consigo abrir os olhos.
Ele avança pelo corredor e abre a porta do seu quarto. Entra comigo nos braços, ainda a chorar. Não consigo parar, foi ele a mentir-me, ter parado elevador, sabendo como sou péssima com eles.
Poisa-me na cama e deita-me lentamente, para a seguir se deitar ao meu lado. Não paro de chorar, com as emoções num rodopio.
Depois agarra-me se coloca-me deitada em cima do seu corpo, embalando-me enquanto molho a sua camisola com as minhas lágrimas.
-desculpa, esqueci-me completamente.
A sua voz está carregada de vergonha e arrependimento. Sei que não me quis magoar. Pelo menos não desta forma, mas tudo isto junto está a deixar-me nervosa demais, a minha cabeça parece estar a entrar em colapso, e se não me acalmo rapidamente, vai acontecer á frente dele. Aquilo que evitei por meses a acontecer á frente dele.
Uma visão.
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Tan tarannnnn soo? Então o que é que acharam? Devo dizer que esta discussão não estava prevista, mas na realidade nenhuma está, eu só sei o que vai acontecer pouco tempo antes de vocês, mas esta discussão passou-me mesmo ao lado.
Bom quinta há mais, lembrem-se dia sim, dia não.
Já agora estou a escrever uma fanfic em parceira com a Brunna0, a fic chama-se Soul Mates, está na minha lista de leituras, ou escrevam o nome na tabela de procura, é diferente da Vision. Passem por lá sim?
LOVE YOU GIRLS
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