64ºCapitulo
Uma luz quente aquece-me e qualquer coisa toca no meu pescoço, tento forçar-me a abrir os olhos, mas estou deliciosamente pressionada contra o colchão. Resmungo uma prese silenciosa mas de nada serve. Tento sai do aperto em que me encontro, mas apenas uma gargalhada rouca preenche os meus pensamentos.
-Harry!- resmungo.
-então amor? Bom dia.- ele gargalha contra o meu pescoço.
E por breves momentos sou levada para um mês atrás quando ele era apenas um rapaz duro, e rude, sem capacidade para comunicar comigo, apenas puxar-me para trás, para tentar pôr-se á minha frente. E agora aqui está ele, a chamar-me de amor e a acordar-me da forma mais adorável possível...mesmo que contra a minha vontade.
Penso em como em algumas horas tudo mudou. Ontem de manhã estava demasiado zangada para lhe dizer que ia sair. E hoje aqui estou eu, deitada de baixo dele, com ele a dizer coisa roucas e adoráveis.
-sabes Harry, acordar com um sotaque britânico deve ser sem duvida...a pior coisa de sempre.- Ainda não tenho os olhos abertos, mas debato-me debaixo dele enquanto ele se ri e me agarra os pulsos acima da cabeça.
-ai sim? Pois fica sabendo que há quem quisesse trocar de lugar contigo.- ele ri.
Mas não tem piada nenhuma. A imagem do nome da Abbie a brilhar na tela no seu telemóvel assombra-me. Não acredito que disse que o amava sem ele me explicar quem é ela. De qualquer maneira ele não reagiu lá muito bem quando lhe perguntei quem era ela. Mas no fundo alguma cosa me diz que ela vai ser como um espetro maligno nisto que nós temos.
-o que se passa?- ele franze a testa.
-não me disseste quem é ela.- sopro gentilmente. O Harry reage bem quando sou mais "adorável"
-ela quem?- ele enruga mais a testa.
-a Abbie.
-oh Soph, tu sabes definitivamente estragar o momento.- ele sai de cima de mim.
-Harry...
-nada de Harry. Hoje quero ir passear contigo e tu vais esquecer esse assunto.
-não podes simplesmente pedir-me que esqueça.
-sim eu posso.- ele ruge de volta.
-oh, então voltamos ao mesmo?!- estou incrédula.
-ok era definitivamente mais fácil quando eras mais... moldável.- ele passa as mãos pelo cabelo.
-eu não acabei de ouvir isto.
Levanto-me e pego nas minhas roupas de hoje e não escova do cabelo. Digiro-me para a porta mas o Harry para-me.
-onde vais?- ele range.
-tomar banho, e tu devias ir arejar a cabeça e pensar no que acabaste de dizer.
Passo por ele e caminho para a casa de banho. Não acredito que ele me chamou de moldável, o que é que ele quer? Uma boneca articulada? É sem dúvida irritante o facto de termos um bom acordar e de repente só porque ele decide que tem de ser tudo á sua maneira.
Entro no chuveiro e encosto-me aos azulejos. Passei toda a minha vida a ser articulada pela minha cabeça, não me podia enervar de mais pois isso desencadearia uma visão, não podia ser má pois a minha própria cabeça iria castigar-me. E agora que finalmente começo a superar tudo isso o Harry aparece e diz-me que me preferia de outra maneira. Passaram vinte e quatro horas desde que me disse que me amava e já fez porcaria.
Mas no fundo se olhar para trás consigo perceber o quanto ele me ajudou. Zangar-me com ele, ou enervar-me já não desencadeia uma reação tao drástica como á uns meses atrás. Apenas uma dor de cabeça ocasional, ele moldou-me para ele, mesmo que eu não queira admitir, a verdade é que se estou a conseguir combater a minha cabeça, em parte ele ajudou-me. Discutir com ele é suficiente forte para depois eu superar uma discussão comigo mesma.
Começo a lavar o meu cabelo e isso relaxa-me o cheiro das maçãs a invadir o ar. Hum este champô é mesmo bom. Olho novamente para a embalagem e não é o meu, é o do Harry. Oh fixe. Agora vou ter de lhe dizer que lhe gastei o champô depois de ter discutido com ele.
Lavo o meu corpo e saio do duche, enrolada numa toalha. Passo creme hidratante por todo o meu corpo e prendo o cabelo molhado num puxo no topo da minha cabeça. Deslizo umas calças de ganga pelas pernas e uma camisola de malha branca pelo meu pescoço. As minhas meias rosa com porquinhos fazem me rir e isso melhora o meu estado de disposição.
Não falo com o Harry á dez minutos e já sinto falta de o ouvir falar. Não ouvi a porta a abrir ou fechar por isso ele não saiu, mas é o Harry, ele é esperto e sabe fazer as coisas. Esgueiro-me para fora da casa de banho em biquinhos de pés a olhar na direção da cozinha, para ver se ele vai simplesmente saltar de debaixo do balcão.
-belas meia.- ele elogia e eu guicho de surpresa.
-á procura de alguém?
E lá está ele, de braços sobre o peito em toda a sua altura, a olhar para mim com a sobrancelha arqueada. Coço a cabeça e o que faz com que alguns cabelos caiam. A voz rouca e imperiosa dele a enviar arrepios por todo o meu corpo, fazendo-me tremelicar.
-do secador suponho?!- ele diz quando eu não abro a boca.
Na realidade continuo paralisada a olhar para ele. O meu pescoço inclinado para trás para conseguir olhar para as profundezas do seu olhar. O verde a fundir-se no ver e maneira como ele olha para mim, fazendo-me querer beija-lo.
E num impulso estupido que manda todo o meu amuo por água abaixo, salto para ele e envolvo o seu pescoço nos braços, apoderando-me da sua boca. A minha boca cobre a dele e deteto a sua surpresa, mas logo ele responde ao meu beijo. Abrindo-se para mim, as nossas bocas a explorarem o território tao sagrado que somos um para o outro. E eu adoro a forma como nos perdemos um no outro, fazendo as borboletas saltarem e esvoaçarem por toda o meu estomago. Respirações entrecortadas e línguas perdidas. Sinto-me ficar ainda excitada quando ele me gira e me encosta á parede capturando as minhas pernas.
-tu és sem duvida a rapariga mais difícil e frustrante de sempre.- ele resmunga contra o meu pescoço.
-não tínhamos um passeio para ir dar?- pergunto, e tento sair do seu colo.
-sim claro, mas primeiro vais secar esse cabelinho.- ele beija o meu nariz.
-sim senhor.
Meia hora mais tarde estamos no seu prédio na garagem a olhar para um monte de carros.
-então? Estou a dar-te a oportunidade de escolheres um!- Ele e faz-me cocegas.
-oh sim, porque eu percebo imenso disto.- resmungo.
-ok vamos levar aquele ali.- aponto para um mini vermelho.
-queres levar o carro da minha irmã mais velha?- ele desata a rir.
-oh então...
-não, está tudo bem, é como ter uma vida normal outra vez, nunca passei pela fase de "roubar o carro para levar a namorada a passear"- ele ri.
-porque não?- riu.
-primeiro porque sempre tive carros, e segundo, porque com a quantidade de colégios internos em que andei, não tinha carros para roubar lá, muito menos raparigas bonitas para levar a passear.- ele pisca o seu olho para mim.
-que engraçadinho.- dou-lhe uma cotovelada na barriga.
Ele abre a porta do carro para mim e eu entro contente.
São dez da manha e estamos em londres e eu não acredito no quão bonito tudo isto é. O dia está solarengo o que parece ser raro e o Harry está feliz ao meu lado. Deixamos o carro num parque e estamos a caminhar descontraidamente de mãos dadas pelas ruas largas da baixa londrina.
Ainda não tomei o pequeno-almoço e a minha barriga reclama. Na verdade estou espantada poro Harry ainda não ter pedido para irmos comer. Enquanto caminhamos, não consigo conter as borboletas quentes na minha barriga, e o saltitar constante do meu peito. Amo-o. Amo-o mesmo, amo-o tanto que chega a ser perigoso de mais. Sei que só passaram dois meses e meio, mas nunca me senti tao viva em toda a minha vida. Ele completa-me de uma maneira que nunca julguei ser possível.
Atravessamos a avenida e ficamos perto de um pequeno lado. As crianças correm atrás de patos e cães, é amoroso, as crianças são amorosas, sem dúvida. Eu quero um filho um dia, mas implicações de uma gravidez comigo seriam estranhas para mim. Será que o meu filho ia sofrer do mesmo problema que eu? És muito nova para isso Soph.
-Queres ir comer?- Um Harry sorridente chama-me de volta para o mundo real.
-sim, por favor. -murmuro sentindo-me subitamente envergonhada.
-depois podemos passar por um Starbucks e trazer cafés, ou ir até lá agora mesmo.- ele tenta.
-sim, podemos ir até lá.
-vais experimentar café?- ele parece surpreendido.
-vai ter chocolate e natas?-tento a fazer beicinho.
-tudo o que quiseres.- ele beija a ponta dos meus lábios.
Meia hora mais tarde estou a rir com o meu Frappuccino Mocca na mão. O Harry bebeu um café super forte e não meteu açúcar, a cara dele era tudo o que esperei ser. Ainda estou a rir quando saímos da loja de cafés. Fiz o Harry prometer que acabaria o meu café se eu não gostasse, e que iria comprar um chá. Infelizmente para ele o maldito café, não tem quase nada de café e acho que fiquei apaixonada por ele.
-não tem piada, estava distraído.- ele amua.
-oh meu pobre menino.- meto-me em bicos de pés para lhe despentear o cabelo.
-hahaha, se não tivesses isso na mão ias ver onde já estavas.- ele caminha.
Corro até ele e penduro-me nas suas costas. Ele agarra as minhas coxas de bom grado e aperta-as. É reconfortante. Andamos um bom bocado e eu vou acabando com o meu Frappuccino na sua embalagem transparente. Os meus pés a baloiçar para a frente e para trás. A minha cabeça a descansar no seu ombro.
-não é estranho?- eu murmuro-lhe no ouvido e vejo a sua pele arrepiar-se.
-o quê?- ele pergunta.
-nós. Ontem estávamos a discutir, e hoje a qui estamos nós.- passamos por um caixote e tento deitar o recipiente do café lá, mas o Harry impede-me.
-não. Vamos recordar a tua primeira vez com o café.- eu caiu na gargalhada.
-tudo bem.
Volto a descansar a cabeça no seu ombro. Sinto-me tão confortável aqui. As pessoas passam e largam sorrisos carinhosos, como se a lembrar que em tempos foram assim, com os seus atuais parceiros. Sinto-me lisonjeada por estar com o Harry, sem a sua postura rígida, apenas um jovem adulto a comportar-se como tal. Porque, por muitos problemas que eu tivesse eu tive pais que me amaram. Tive um pai que me ensinou a conduzir, uma mãe que me ensinou a...com a fritar ovos, e a pintar, a ler, tudo, eles foram tudo para mim, e nunca deixaram que o meu problema me impedisse de fazer nada. Mas o problema não eram eles, era a minha cabeça.
Mas o Harry não, o Harry perdeu a mãe aos quatro anos, o pai rejeitou-o, mandando-o de colégio em colégio, nunca lhe ofereceu nada, nem se lembrou dele, e aos dezoito anos descobriu que a mãe lhe tinha deixado um império á espera de ser governado. A vida dele foi complicada e má. Por muito dinheiro que ele tivesse, isso nunca pagou o amor de um pai ou de uma mãe. Ele cresceu rodeado de uma sociedade consumista, onde tudo o que importa é dinheiro e mulheres, e agora subiu do inferno á terra, para dizer que me ama.
-discutimos esta manhã.- ele quebra a minha linha de pensamentos.
-não foi uma discussão!
-foi sim, fugiste para a casa de banho.- ele ri.
-tu chamaste-me de moldável, como se eu fosse plasticina.
-peço desculpa.- ele murmura tao baixo que quase não oiço.
-eu também, lamento ter agido como uma miúda.- murmuro.
-tu és uma miúda.- ele gargalha.
-desculpa?!-sinto-me ofendida e tento libertar-me dos seus braços.
-és a minha miúda.- ele mete-me no chão e vira-me para ele.
Ele puxa o meu rabo-de-cavalo para trás de modo a inclinar-me a cabeça e beija-me, torcendo o rabo de cavalo no pulso, abrindo-me a boca com a sua língua para explorar. Por momentos esqueço-me que estamos no meio da rua e somos só nós. As minhas mãos no seu cabelo encaracolado, e o toque dele em mim.
Quando no separamos eu não consigo evitar rir ao olhar para o lado. Um pobre velhinho está chocado com a nossa demonstração de afeto pública.
-impressionante.- eu riu
Ele puxa-me para ele e aperta-me contra ele num abraço quente e apaixonado. É tao raro ele abraçar-me, sem ser á noite.
Beijo o seu peito por cima da camisola e ele larga-me, dando-me a mão. Caminhamos alguns minutos até uma voz aguda chamar o nome do Harry.
-Harry?!
Quando nos viramos uma ruiva de lábios flamejantes pestaneja para o Harry e eu sinto-me oprimida por todo aquele excesso de silicone e grandes e poderosas coxas. O Harry parece ficar tenso na sua presença e eu tento ficar descontraída. Uma voz no fundo da minha mente já tem nome para ela.
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Hey hey hey!!! Então estão a gostar? Devo dizer-vos que a fic deve acabar no capitulo 69, I supose. Eu queria chegar a esse número, porque é o "nosso" número para o Harry.
Bom o que acharam? Queria perguntar-vos onde conheceram a fic e começaram a ler, tenho imensa curiosidade, e estou a pensar dedicar este capitulo porque eu acho que vai ser o ultimo em que vamos ter paz.
Digam qualquer coisa
LOVE YOU GIRLS
Sigam, quando tiver seguidores suficientes estou a pensar fazer algumas coisas lá para as fãs de Vision https://twitter.com/cccsara1998
P.S- obrigada a todas as meninas que me enviaram musicas *--*
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