57ºCapitulo
Acho que as lágrimas acabaram. Desta vez é asserio. São duas da manha e continuo na minha posição com o Harry. Ele tem a sua cabeça no meu colo. Tomo uma decisão, não vou contar-lhe do que ele me disse, nem do que eu lhe disse. Vou fazê-lo crescer, amar e ser amado, e depois na altura certa...acabou. Não sirvo para ele, sou demasiado negra para ele. Ele está enganado, eu é que o vou deixar pior. Eu, é que tenho o defeito, não ele.
-Harry? Harry acorda.- abano-lhe o braço ao de leve, ele se resmunga.
-Harry, vá, vamos para a cama.- choramingo, e um olho de cada vez, ele acorda.
-onde estamos?- ele está perdido, mas a sua ressaca deve ter passado.
-nas escadas.- murmuro e as lágrimas formam-se outra vez. Merda, porque não consigo parar de chorar?
-o que se passa?
-nada Harry, devias ir para a cama.- murmuro e ele tira a cabeça do meu colo.
Ele começa a andar, mas quando ponho o pé no chão, percebo que não vou conseguir andar. Ele magoou-me no pé, onde eu já estava magoada. Olho para o local onde me agarrou, no tornozelo e a marca dos seus dedos está impressa a vermelho. O meu tornozelo tem riscas, feias e vermelhas.
-o que se passa agora?- ele volta para trás e eu permaneço sentada.
-eu não... não consigo meter o pé no chão.- digo quão baixinho consigo.
-porque?- ele pergunta rudemente. Ele não se lembra de nada. Mesmo nada.
-porque...- ele baixa-se e começa a examinar o meu pé.
Os olhos dele a arregalarem-se a medida que toca as marcas proeminentes. A pele arde-me onde ele me toca e tento afastar o pé, mas ele segura-o- olha para mim, depois para as marcas e vejo ódio começar a formar-se. Encolho-me esperando que não se destine a mim.
-fui eu?- ele pergunta baixo. Abano a cabeça.
-responde. Fui eu?- um soluço comprimido salta-me dos lábios.
-fodace Sophia fui eu não fui caralho?- ele explode e leva-me a responder-lhe.
-sim.- digo num fio de voz.
-oh merda. Não me lembro de nada.- ele olha para mim. Como a pedir para eu lhe explicar, mas a verdade é que não tenho uma boa desculpa.
Ele pega em mim ao colo, e surpreendo-me de repente com a facilidade com que o faz. Adoro estar nos seus braços. É sempre tudo o que promete ser. Passo os braços á sua volta e escondo a cabeça na curva do seu pescoço. Cheira a Harry e a bebidas espirituosas.
-doi-me a cabeça.- ele lamenta enquanto abre a porta.
-não te lembras mesmo de nada?- a minha voz num sussurro. Ele estava bêbado á uns dias atras e lembrava-se das coisas. Talvez desta vez seja mesmo diferente.
-não, mas o que quer que eu tenha feito. Diz-me que não te magoei, pelo menos não mais que isso. E eu lamento tanto, oh Jesus como lamento.- ele choraminga.
"E se eu rasgasse a porra da tua virgindade" As palavras dele a repetirem-se na minha cabeça. Será só isso que ele quererá? Sexo? No fundo hoje vi que não. Ele gostou quando lhe mexi no cabelo, quando lhe murmurei ao ouvido que gostava dele, e a expressão dele ao ouvir-me dizer que o amava. Ele gosta de mim, apenas não da maneira apaixonada que eu gosto dele. Apenas vê que eu sou alguma coisa de familiar para com ele. Ele sente a mãe dele. É apenas isso.
-não, não me magoas-te, apenas ficas-te zangado por eu ter dito que queria ir embora.- murmuro, mentindo-lhe.
-desculpa. Mas não te quero lá por fora, não agora. Não quero que te aconteça nada.- ele diz enquanto caminha pelo corredor até ao quarto.
Quando entramos no quarto ele deita-me na cama. Estou de leggings e uma sweat com o dobro do meu tamanho e o aquecimento aqui é muito quente. O Harry vai até á casa de banho e eu coxeio até á sua comoda. Tiro a sweat, decido tirar o soutien. Vou dormir mais confortável. Visto uma t-shirt do Harry e a seguir tiro as leggings. Fico só de cuecas e t-shirt, e penso que em duas semanas que aqui estive, não precisei de roupa minha. Estava tudo aqui o que precisei, leggings, cuecas, soutiens, meias. O Harry tinha um abastecimento de produtos para mim num dos quartos, apenas preferi a sua roupa. Era mais confortável.
Saltito num pé até á cama de novo e deito-me á espera do Harry. Penso como é estranho estar aqui agora deitada, depois das coisas horríveis que me disse, mesmo bêbado. Comparou-me ás miúdas com quem deu uma queca, disse que me tratava como uma princesa, e tem-me em sua casa. Serei eu apenas mais uma queca? É isso? Faça-me ele o mal que fizer vou estar sempre aqui? Sei que a minha missão era cuidar dele, traze-lo para o presente, afastando-o do passado, mas como pode uma rapariga que vive do que pensa ser o futuro, puxar alguém do passado para o presente. A única coisa que me ocorre é um balancé. Estamos em extremos opostos e temos de caminhar devagar até chegar ao centro. Até chegar-mos ao presente. Só espero que nenhum de nós cai.
Ele volta da casa de banho pondo fim aos meus pensamentos. Está apenas de boxers e isso faz o meu corpo aquecer. Mas logo tudo desaparece, as palavras dele a brilharem como holofotes na mente se eu rasgasse a porra da tua virgindade. Não posso pensar assim. Não quando ele está tao perto e me vai tocar.
Estou deitada de lado e com ambas as mãos debaixo da almofada. Ele deita-se ao meu lado e puxa as cobertas para cima de si. Apoia-se num cotovelo e fica a olhar para mim. Os olhos dele a brilharem com a luz emitida da janela. O luar a banhar-nos a ambos na escuridão. Suavemente ele passa a mão pelo meu cabelo. Pela minha cara. Pelo meu lábio inferior.
- a tua pele é tao pálida, que se podia confundir com a neve, neste preciso momento.- ele murmura e encosta-se para a frente. O seu polegar a roçar-me o lábio e a provoca-lo.
Não se lembra mesmo de nada? Nada, nada? Sei que sou estupida por ainda aqui estar, sei que tenho um problema em conter emoções, mas mesmo assim eis-me aqui, com um inconstante no que toca a emoções. E depois magoou-me, magoou-me asserio. O meu coração comprimido na sua mão, á espera de ser esmagado.
-desculpa ter-te magoado.- ele murmura baixinho. Não lhe respondo.
O polegar dele continua a tocar no meu lábio inferior e ele chega-se ainda mais á frente. Percorre a cana do meu nariz com o dele e sem que tenha sequer tempo de preparar o meu corpo, está deitado em cima de mim. Ambas as mãos em cada lado da minha cabeça a apoiar o seu peso.
Raspa o seu nariz suavemente por toda a minha face, e dá-me beijos ternos nos cantos dos lábios. Mas eu não reajo, apenas o olho. Não consigo reagir, as palavras a voltarem-me á cabeça.
Os lábios dele pousam sobre os meus. Apenas os lábios, ele não força a entrada na minha boca. Apenas cobre os meus lábios com os dele e os mexe sobre os meus. Fecho os olhos saboreando o momento. Ele afasta-se de mim e olha-me com um olhar triste.
-volta para mim. O que quer que eu te tenha dito desculpa.- ele murmura e uma lágrima triste solta-se.
-não chores.- ele limpa a lágrima com o polegar.
-nós só discutimos e tu deste cabo da porta. Assustaste-me.- murmuro, mentindo mais uma vez.
-foi por isso que foi tao fácil de abrir a porta.- ele franze o sobrolho de entendimento, mas eu não pergunto nada.
-não te queria assustar. Sabes que detesto assustar-te.- ele sussurra.
-gritas-te muito, foi apenas isso, acho que estou apenas em choque. Vou estar melhor amanha.- Murmuro e viro-mo, ao que ele passa para o seu lugar na cama. Deitando-se atras de mim.
O sol espreita, ou melhor assalta o quarto enorme e vejo-me na cama com o Harry enlaçado em mim. Tenho um peso no peito. Olho e vejo a mão dele em cima do meu seio esquerdo. Coro imediatamente. O contacto é bom e deixa-me "feliz".
Sinto-me muito melhor do que ontem á noite. Talvez tudo pareça pior na escuridão da noite. O Harry murmura qualquer coisa e mexe a sua mão, o que me deixa ofegante. Ele esfrega-se em mim e sinto-o duro contra a minha perna. A ideia faz-me sorrir, mas o meu sorriso desaparece. E se ele estiver a sonhar com uma das suas quecas?
Ele abre os olhos e olha para mim a sorrir. Os seus olhos verdes felizes, jovens e despreocupados. Ele não se lembra de nada, mesmo antes dele o dizer já o sei- deve lembrar-se da nossa conversa antes de dormir, mas mesmo nada antes disso.
-bom dia.- ele murmura e mexe a mão.
-olá. Tens a mão na minha propriedade privada.- digo-lhe a sorrir. Tenho de sorrir enquanto posso.
-oh, eu podia fazer uma data de coisas com isto.- ele diz e belisca-me o memilo que endurece.
-au.- resmungo, contendo um gemido, toda a minha barriga a contrair-se.
-hoje é segunda.- ele diz, e de repente todo o seu bom humor se vai.
-sim é, e eu gostaria de ir á universidade.
-como está o teu pé.- ele questiona.~
-bastante bem obrigada.- já não sinto nada e ao espreita para de baixo das mantas, vejo que as marcas vermelhas desapareceram.
-será que podes andar um bocadinho, só para eu ver?- ele murmura com um sorriso perverso. Eu caio na gargalhada e ele beija-me.
-Não acredito que tive um C a comportamento orgazacional.- O Harry resmunga enquanto caminhamos os dois pela universidade.
Passamos pelo apartamento, deixamos Mr.Whitte e o Harry recebeu o seu boletim de notas. Teve A's, B's, e C's nos últimos teste que fez, quando eu estava debilitada. No meu boletim, faltam a nota de descritiva, mas de resto tive apenas B's e um A a historia da arte e da cultura. Fiquei chateada por ter tido um B em clássicos da literatura, visto que a minha média dava para mais. Mas no geral estou contente. Sei que tenho de fazer o exame de descritiva amanha, mas não me preocupo, apenas algumas revisões.
No geral posso dizer que tiramos ambos excelentes notas.
Vejo o Dean ao longe e ele vem até mim. O Harry fica hirto e agarra a minha mão. Quando o Dean chega até nós olha para o ponto que no une. Franze o sobre olho e depois eu, em jeito de desculpa encolho os ombros.
-Ainda bem que voltas-te Soph, tentei ligar-te mas não atendes-te. Fui até ao apartamento e não estavas. Mr.Clarck disse que tinhas tido um acidente.- ele desculpa-se. A voz dele! Ouvi-a á pouco tempo.
-ai disse?- o Harry zanga-se e sei que se prepara para falar com o professor.
-sim, cai das escadas.- murmuro
-wow, estas bem. É por isso que precisas de ajuda?- ele aponta para a minha mão e para a do Harry.
-não.- o Harry responde por mim e puxa-me para continuarmos a anda.
-adeus Dean.- digo-lhe á pressa.
Quando nos afastamos bato no braço do Harry.
-qual é o teu problema com o Dean?- estou indignada.
-não confio nele, é falso e manipulador.- o Harry murmura.
-não devemos estar a falar da mesma pessoa.
-ele não presta.- o Harry cospe desprezo.
-porque? Explica-me!- exijo
Os olhos do Harry perfuram os meus e tenho medo do que ele me vai dizer a seguir. As palavras duras que me disse ontem á noite, ainda estão muito marcadas na minha mente. Não as vou esquecer tao rapidamente e o facto dele não se lembrar também na ajuda. Mas assim é melhor. Ele olha para mim como quem revela um grande segredo e temo realmente o que me vai dizer.
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So? Os segredos vao começar a revelar-se e a história vai ganhar mais algum sentido.
Obrigada a todos os votos e a todos os comentários, no outro capítulo tentei responder a todos e não consegui. Neste se quiserem falar comigo, falem, no outro o assunto era a 2ºtemporada e ouve muitos mais comentários. Comentem, votem, falem comigo, por eu adoro falar com vocês.
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