54ºCapitulo
Musicas do capitulo:
-The Script- for the first time
-James arthur- impossible
-One Direction- Story Of My Life
-One Direction- Little Things
Ele vai disparar. Ele vai disparar. Ele vai disparar. Ele vai disparar. Ele vai disparar.
São as únicas palavras que me passam pela cabeça. Ele está escondido pela penumbra e não consegui ver o seu rosto. Queria apenas que ele desse apenas mais um passo para eu poder ver quem ele era. Não seria pedir demais, só para gravar na minha memoria quem ele era.
Ele dá um passo em frente e os meus pés avançam mais para trás, enterrando o caco de vidro mais para dentro na minha carne.
Vejo uns olhos azuis brilhantes a espreitar pela penumbra e algo na sua cor de olhos não me é estranha de todo, e a voz... já a ouvi a sua voz, é me familiar e amigável, mas a sua mão a preparar-se para disparar o gatilho trás me de volta para o presente.
Sinto uma lágrima escaldante escorrer-me pela face e pergunto-me como pode estar a lágrima tao quente estando eu tao fria.
-Sophia.- a voz imperturbável de Harry range e dou um passo ao lado quando oiço o som da bala. Ele retirou o silenciador.
Viro a cabeça rapidamente e vejo que a bala só não me atingiu porque o Harry me despertou a atença. A cara dele é de puro choque, tanto quanto o meu quando vejo que a bala passou-me por entre os cabelos despenteados.
Olho para a frente novamente e deixo-me cair de joelhos, já não aguentando a dor que se alastra pelo meu pé até á minha perna.
De joelhos posso ver a figura do homem que me tentou matar olhar para mim de cima. A palavra "again" sai-lhe em silencio pelos lábios e ele corre mais depressa do que seria humanamente possível.
O Harry corre para mim enquanto grita o meu nome mais umas quantas vezes. Ele baixa-se e agarra-me, levantando-me, mas imediatamente descai-o, não consigo pisar o chão doí-me. Doí-me tudo.
-hey Soph, não feche os olhos não desmaies fala comigo.- ele diz desesperado enquanto me faz ficar de pé contra o seu peito.
E quando oiço a voz dele a chamar-me de Soph todo o choque por que passei assalta-me. Imagens do homem morto, agarrado á porta a escorrer sangue invadem-me a cabeça. Parecem uma serie de imagens a passar. Como num velho filme de terror que tentas esquecer. Mas desta vez era real, eu estava lá e alguém queria matar-me.
Um grito escapa-me da boca e isso é suficiente para o Harry dizer basta e chamar alguém. Pega-me ao colo e aninha-me contra si. Sinto o seu perfume e reparo que está sem casaco. O meu corpo parece dormente, e não sinto nada, parece uma descarga de droga. Estou dormente e não me apercebo de nada com exatidão. Os meus olhos pesão e o Harry começa a correr comigo no colo. Olho para a sua camisa e reparo que o golpe na minha testa çhe está a sujar a camisa.
-estou a sujar toda a tua camisa.- murmuro com os olhos entre abertos.
-shhh.- ele murmura e sinto algo quente bater na parte exposta dos meus seios. Algo quente, algo como agua, agua a causar-me arrepios no corpo frio.
Olho para ele e vejo que lágrimas escorrem pelos seus olhos, tornando-o um belo anjo negro, frágil, mas negro. Olho para as suas costas do meu confortável lugar ao seu colo e vejo as negras asas dele ganharem nuances brancas. A mãe dele tinha razão, está a mudar lentamente, mas está.
-estas a chorar.- murmuro olhando para os seus verdes olhos, agora mais vermelhos.
-e tu estas a morrer nas minhas mãos.- ele soluça.
Quando ele diz que estou a morrer os meus pulmões comprimem-se. É agonizante. Sei que não estou a morrer mas a forma como o diz deixa-me mal, e com medo. Olho para ele com os olhos muitos aberto e ele parece ter-se apercebido do que disse.
-shh, tem calma.- ele murmura e abranda o passo.
De repente estamos de novo no grande salao da entrada e vejo uma dezena de flash lá fora. Agarro-me mais ao Harry na esperança de me poder enterrar nele e desaparecer. Ele dá um pequeno salto comigo no colo, para me fazer manter direita e gemo de dor. As minhas costelas protestam de uma forma horrível.
-desculpa.- ele sussurra e as suas lágrimas são agora apenas água nos seus olhos, sem saírem, presas pela fortaleza que é Harry.
-podes por favor não fazer movimentos bruscos, não sinto metade do corpo.- ele acena com a cabeça e faz um movimento para me por no chão ao que me agarro mais a ele.
-não. Tenho um vidro no pé.- digo e ele vira-se para ver o rasto de sangue atras dele.
-oh merda.- ele grita.
-vão buscar a merda do carro. Agora.- ele range para um dos seguranças.
Deixo-me recostar contra ele e fecho os olhos, quero mesmo fecha-los. Mesmo que apenas por instantes. A dor na minha cabeça está a voltar. As dores voltam, uma de cada vez e receio pelo tempo em que voltaram ambas ao mesmo tempo.
-hey, não feches os olhos fodace.- o Harry a dizer palavrões assusta-me. A palavra foder a ecoar nos meus ouvidos. O homem disse-a. Ele disse que me ia foder.
Fecho os olhos com força, mas as lagrimas saem na mesma. O homem, a minha queda, a mãe do Harry, parece apenas tudo muito para mim. Mesmo para mim.
-hey o que foi? Por favor não adormeças, vais deixar-me mais assustado se desmaiares.
-o segurança que estava comigo na casa de banho.- soluço
-sim...
-ele está morto.- digo e choro mais, mais e mais alto.
-o que?- o Harry gagueja.
-ele tentou...- os olhos a querem fechar-me.
As dores regressam com mais força e todo o meu ser é atormentado. Oiço o Harry a praguejar baixinho antes de me perder no fundo da minha consciência. Uma consciência, em que o Harry é apenas um pequeno rapazinho a brincar num enorme salão com uma irmã sem rosto e uma mãe carinhosa, que não atormenta pequenas adolescentes para contactar com o seu filho.
"Puta, é o que tu és. És louca, és uma cabra louca e marada. Tens me espiado, tens andado atras de mim. Estas a trabalhar com ele sua cabra, sempre estiveste, enganaste-me fizeste-me acreditar e agora fodeste-me todo. Qual cabra virgem qual quê. Passas mais tempo de joelhos que a maioria das putas a tentar esconder esta merda de baixo do colchão. Está tudo aqui."
Ele atira todos os meus desenhos para um grande fogueira do centro do nosso quarto. Ele está a queimar tudo, as minhas roupas, as minha poucas joias, os meus all star, ele está a queimar cada pedasso de mim numa fogueira imaginaria. O Harry está a chamar-me de cabra e puta.
"para" salto no ar para tentar recuperar o meu desenho dele em criança . E uma mão grande e pesada embate na minha bochecha. Deixando-me a pele em fogo.
"fodace para quieta" e mais uma bofetada é desferida em mim. Mas eu não choro. Sou surpreendida pela dor ser maior, mas por as lágrimas não caírem.
E quando o ultimo desenho é atirado para a fogueira é atirado para a fogueira sinto-me desaparecer. É como se toda a minha vida tivesse sido queimada. Estou a arde, estou tao quente.
É isto que vai acontecer quando ele descobrir. Vai massacrar-me como no meu sonho. Vai arruinar-me, chamar-me nomes, até bater-me e depois eu vou ficar vazia. Uma concha vazia e oca, sem nada lá dentro, apenas uma sombra de uma menina que já foi feliz. Apenas a sombra de uma menina que era um demónio e amou um anjo.
-NÃO.- grito e sento-me num ápice a arfar.
-hey, está tudo bem.- uma voz gentil chama atras de mim e leva-me contra o seu peito.
Foi só um pesadelo. Não é nada de mais, estou apenas quente e suada... quente e suada numa cama que não é minha. Afasto-me novamente do Harry e olho em volta, estou completamente perdida e lágrimas voltam a formar-se nos meus olhos. Respiro com dificuldade e o Harry puxa-me novamente para si.
-está tudo bem estas em minha casa.- ele sussurrra no meu cabelo enquanto encosto a cabeça e as mãos ao seu peito como uma pequena menina. Reparo que tenho Mr.White nos meus pés.
-porque?
- estavas terrível e não podia levar-te ao hospital, e o nosso apartamento era muito pequeno, aqui estas melhor e mais confortável.
Estava terrível? Mas não sinto nada. Quanto tempo terei dormido? Levo novamente a mão ao seu peito e noto que esta nu. E que eu tenho apenas uma camisola de manga comprida dele, demasiado larga para mim e umas cuecas minhas. Oh céus ele vestiu-me?
-não me sinto mal.- murmuro.
-claro que não, tratei de ti o melhor que pode e depois chamei um medico.
-como assim tratas-te de mim?
-tinha que chamar o medico, e precisava de uma desculpa, como cais-te das escadas, mas tinhas uma centena de vidros espetados no pé. Tive de os tirar todos um por um e foi a coisa mais dolorosa de sempre. Estavas a dormir ainda assim estavas a chorar e a gemer de dor.
E num salto abraço-o, as minhas costelas e perna protestam e a minha cabeça lateja, mas não me importa. Ele tratou de mim. Ele foi amável comigo , ficou comigo, mesmo assustado por estar sozinho, comigo inconsciente. E amo-o terrivelmente por isso, por cada pedaço negro dele. Amo-o e não o posso negar, mas também não o posso dizer. Ele fica sempre tao assustado quando alguém se aproxima dele, mesmo que por amizade.
-o que se passou?- ele murmura e baixa-se na cama, deitando-me com ele.
-como assim?- falo baixo pois a minha babeça dói.
-vou buscar uma compressa.- ele diz e levanta-se da cama.
Quando volta coloca-ma na cabeça indicando-me que estou com febre.
-quanto tempo dormi?
-umas dezoito horas. Tive de pagar bem ao maldito medico, para te deixar ficar aqui.
-oh.
-O que aconteceu Soph conta-me.- ele implora. Quando não começo ele próprio começa.
-quando não te encontrei depois da minha reunião com o meu pai, pensei que estavas a brincar comigo. A querer provocar-me a testar os meus limites. Fiquei passado de fúria e jurei que quando te encontrasse ia gritar tanto contigo que nunca mais ias sair sem um segurança, nem sem me avisares. É óbvio que á medida que o tempo passava e eu não te encontrava em vez de fúria, sentia outra qualquer coisa a crescer dentro de mim. Um buraco negro no meu peito. Comecei a ficar sem ar e fui á casa de banho tirar o laço e abrir a camisa e de repente olhei para os pássaros no meu peito e foi como se as tinta estivesse a esborratar. Um dos seguranças entrou na casa de banho e disse que não consegui contactar com o teu segurança. Mandei fazer uma maldita busca e fui ameaçar o meu pai. Ele riu-se na minha cara e eu tive medo. Medo como nunca tive. Nunca tive medo dele, foi a primeira vez que o temi, mas não por mim, mas por ti.
Quando ele termina as minhas faces estão muito, muito húmidas. Dou pequenos beijos nas suas tatuagens com os passarinho e ele suspira, como de alívio. Estou a chorar tanto que parece impossível. Nunca chorei tanto e de seguida na minha vida. Estou tao assustada. Cada ponto do que ele disse atinge-me, como se fosse eu a contar, mas do seu ponto de vista. Tudo volta á minha memória. O homem morto, agarrado á porta da casa de banho, o sangue espalhado por todo o lado. Choro mais e aninho-me mais nele, como se ele me podesse salvar de toda a escuridão que agora engole a minha feliz e pequena vida de universitária. Tudo porque conheci um homem negro, com uma compulsão por poder que vai alem do que ele pode possuir. É isso que o Harry é, um obcecado por poder. Ele quis mais e mais e agora eis-me aqui, apaixonada e destruída por tudo o que a vida dele me ofereceu.
-ele morreu. Ele morreu para me proteger.- murmuro no seu peito.
-eu sei amor, e lamento muito não ter podido fazer nada.- ele beija-me o cabelo.
-ele tinha amigos e família, e só estava a trabalhar, provavelmente para ajudar a pagar as contas. Ele morreu por minha causa, eu sou a responsável.- soluço.
-a culpa não é tua. É do cabrao que o matou. Não penses que foste tu. Porque não foste. Eu paguei-lhe e ele cumpriu o seu trabalho.- o Harry diz docemente, mas as palavras dele cortam-me.
- o trabalho dele não era morrer!
-não, mas se queres que seja honesto, e por muito duro, arrogante e porco que isto soo preferia ver mil homens morrer do que te perder. O vazio que eu senti com o estrondo da bala foi a pior sensação do mundo e não vai voltar a acontecer.
Sei que ele não queria mesmo dizer aquilo. Ele está tao abalado como eu. Ele está com medo, perdido e eu estar numa cama doente não ajuda em nada o seu estado débil. Sei que em parte a culpa é minha. Nunca devia ter bebido tanto. Não devia ter ido á casa de banho. O homem não deveria ter morrido, e eu não devia ter tido aquela visão. Aquela noite tao perfeita, passou de conto de fadas, a pior noite da minha vida. Agora que alguns dos nossos medos foram confessados, sinto-me nua.
-precisas de dormir.- ele sussurra a levantar-se.
-não te vás embora, não quero outro pesadelo.- sussurro como uma pequena criança. Ele sorri e senta-se.
Eu estou deitada e ele olha-me de cima. Com os seus olhos verdes muito brilhantes e vigia-me como um príncipe vigia a sua princesa. Sei que apesar de não o dizer ficou mais calmo agora que acordei. Sei que quando estamos juntos somos mais fortes contra as sombras que nos corroem.
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Huhuhuh e a seguir?... também não sei, mas sei que este período negro ainda vai demorar a passar.
Queria agradecer as 90.000 visualizações e todos os comentários de apoio. Não vou dedicar este capitulo, pelo menos não hoje. Hoje o capitulo é de todas.
MUITOO OBRIGADA AMO-VOS MUITO
LOVE YOU GIRLS *--*
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