44ºCapitulo
Musicas do capitulo.
-Give me love- Ed Sheeran
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Estamos num impasse entre quem aguenta mais. As lágrimas caiem-me pelos olhos e não sou capaz de desviar o olhar do dele. Estou perplexa com tudo o que ele me disse. Eu não fui estupida como ele disse. Eu preocupei-me com ele. Não é possível que tudo isto se tenha mesmo tornado um jogo...tal como eu previ no inicio do ano. Um jogo para ver quem aguenta mais. Agora sei que de alguma maneira já sabia onde vinha parar.
O Harry passa as mãos mais uma vez pelo seu cabelo e sai do quarto deixando-me sozinha. Sozinha. É este um dos meus maiores medos. Acabar sozinha por não conseguir manter ninguém comigo. Não sei o quão longe aguentaria ir por alguém, mas sei que pelo o Harry eu iria o mais longe que pudesse. Sei que fui irresponsável por não lhe ter dito nada, mas fiquei demasiado assustada. Estou no meu direito certo? pensar que algo de mal poderia acontecer ao rude rapaz de quem gosto seria como uma facada dolorosa e profunda nas minhas costas.
De repente lembro-me de todas as vezes em que o Harry correu atras de mim. Sei que foi toda a minha insegurança que afetou o dia, por isso as imagens correrem na minha cabeça é como uma vozinha a chamar-me de burra. Por muito que ele nunca me garantisse nada, ele sempre correu atras de mim. Quando eu chorei ele esteve lá, quando eu estava em baixo ele puxou-me para cima, por muito que estivesse no fundo.
E eu não quero fazer nada sem correr atras dele, eu não quero dizer adeus. Passei metade da minha vida a esconder-me e a deixar as pessoas a pensar que eu era apenas diferente demais. Mas o Harry viu alem disso e fez-me sentir única, especial e desejada.
Num ato de coragem levanto-me e sacudo o pó invisível dos joelhos. Ouvi a porta a bater á algum tempo mas ainda o posso encontrar. Nunca é tarde demais. Há sempre uma réstia de esperança. Pego no meu telemóvel e nas chaves e saiu de casa, sem antes olhar para Mr.White o nosso gatinho.
Corro escada a baixo e aceno a Nathan o nosso porteiro. O primeiro sitio por onde procuro é o estacionamento, mas o carro não está lá...posso deduzir que foi longe, mas não me contento com isso e ando e ando, até sair do campus.
Caminho lentamente pelo lado de fora do campus chutando as pedrinhas da calçada. Tento pensar num sitio onde o Harry possa estar mas não me ocorre nada. Onde quer que ele esteja apenas está bem escondido.
A minha mente vagueia por todos os recantos onde ele me levou e as imagens do restaurante vem-me á cabeça. Quando fomos jantar, parece ter sido á tanto tempo, no entanto foi apenas á uma semana e meia. É nisto que falo quando digo que com o Harry nunca é tarde demais, o tempo passa e não passa, tanto podemos estar a aproveitar como não.
Tento lembrar-me por onde fica o caminho do restaurante, mas parece que tenho a mente turvada em branco. Sinto as minhas pernas fraquejarem e lembro-me que não comi nada hoje. Não tenho comido muito ultimamente .
Vejo uma placa a indicar uma área de restauração e avanço. Começo a lembrar-me do caminho que fizemos, encontramos e Zayn e a Trayce. O nome da rapariga causa me náuseas. Será que as miúdas não podem ficar quietas por uma vez que seja? Se não fosse ela, nem a amiguinha eu não teria desconfiado do Harry e nada daquilo teria acontecido, nada da nossa conversa teria necessariamente acontecido.
Umas pingas de chuva começam a cair e rapidamente começo a acelerar o meu passo. Passo por um beco e sei que vai dar ao tal restaurante, mas antes do restaurante á um pequeno café, pondero entre o caminho mais seguro e o que me vai levar mais rapidamente até ao Harry e como um íman que me liga á escuridão opto pelo beco, são apenas 18:00 da tarde, os bêbados ainda não saíram de casa certo?
Percorro o beco estreito e húmido depressa só querendo chegar o mais rápido possível até ao Harry e poder conversar com ele. É apenas isso que quero. Quando passo pelo pequeno café apertado uma voz familiar faz-me parar.
-fodasse como assim não há mais whisky?- a voz familiar, mas ainda assim irreconhecível do Harry chama.
Fico paralisada ao ver o quão bêbado ele está. As suas faces destorcidas pela bebida e uma série de diferentes garrafas dispostas á sua frente. Por um momento absorvo a imagem dele a beber um grande trago de whisky. É óbvio que o deixam beber, ele tem dinheiro para isso. As faces dele parecem mais brancas do que o habitual em vez de rosadas pela bebida e os seus lábios estão mais vermelhos e carnudos que o normal. Tem o cabelo em desalinho, obviamente por ter estado a passar as mãos por ele, está curvado sobre o balcão a falar com a garçonete que está toda derretida para ele. Uma onda de tristeza percorre e tenho vontade voltar para cada. Será sempre ele assim. Cada problema que aparece ele vai descarregar na bebida. Eu odeio que ele grite comigo, mas parece que ter pedido que ele não gritasse comigo, apenas fez com que ele viesse beber.
Sei que não devia, mas sou arrastada para dentro do pequeno bar. Todos os homens que antes se encontravam concentrados no seu jogo de cartas ou na sua bebida, estão agora calados a olhar para mim. O silêncio gelado faz-me parar. Apenas uma cabeça ainda continua voltada numa direção, mas parece não demorar até se aperceber do silencio que o redei-a.
Quando ele volta a cabeça para olhar para mim o som da chuva multiplica-se e jorradas de agua fazem-se ouvir, caindo no chão com toda a força.
Os olhos deles antes brilhantes da bebida estão agora raiados de sangue. Uma raiva descumunal parece apoderar-se das suas belas feições.
-sabes Grace é disto que falas, tentas manter-te afastado por seres demasiado cruel e as pessoas perseguem-te apenas para se magoarem... e depois se as magoamos a culpa é nossa, porque nem tentamos afastarmo-nos nem nada.- ele meio que fala e bebe mais um golo da sua bebida espirituosa.
-eu compreende Harry.- ela acaricia os seus cabelo e parece que enquanto tosa nos seus cabelos, troce o meu coração vezes e vezes sem conta.
Agora que estou aqui dentro e ele se virou para a frente, não sei o que fazer. Ir até ele? Virar costas? Não faço a mínima ideia, só gostava que ele não estivesse bêbado para me poder dar uma ordem qualquer, pelo menos assim a culpa seria dele se acontecesse alguma coisa.
Ele não me diz nada e os olhares dos homens á minha volta começam a deixar-me ainda mais desconfortável. Ainda estou pregada ao chão, mas decido que ir embora é a única alternativa razoável, a ideia era encontra-lo sóbrio e falar com ele, mas no estado dele o melhor é esperar.
Giro sobre os meus calcanhares e avanço até á porta.
-não te atrevas a por um único pé para fora dessa porta Sophia.- a voz gélida e bêbada dele, faz-me ficar quieta no lugar.
-e se algum de vocês tiver a brilhante ideia de tocar nela, pode crer que vai sair diretamente daqui para as urgências da cidade.
Uma raiva inesperada abate-se sobre mim e quanto estou prestes a dar um passo para fora do bar bato num peito desconhecido. Ao olhar para cima descubro que é o Liam, acompanhado de mais dois rapazes que nunca vi na minha vida.
-olha se não é a bonequinha do Styles, que sitio tão estranho para se estar não achas Sophia.- o sorriso dele a aumentar de uma maneira que me faz arrepiar.
-tira as patas de cima dela Payne.- o Harry ruge vindo até mim. As mãos do liam estão nos meus braços e apertam-me com força.
-oh não sou quem a quer, mas o John não pode dizer a mesma coisa.- um nó forma-se na minha garganta e tento combate-lo.
O liam passa-me para o seu amigo e eu tento libertar-me.
-queres a tua bonequinha em casa Styles? Então vais ter que me dar o direito de gozar um bocado dela.- ele ri e o Harry parte para cima dele. Mas desta vez o Liam está preparado e desvia-se dos seus golpes.
Tento libertar-me do rapaz mas ele apenas me força para a saída do café. Nenhum dos homens lá dentro faz tenção de intervir e alguns dele abanão a cabeça.
A ultima coisa que vejo quando sou arrastada para fora do café é um soco a ser desferido na cara do Harry. A chuva ensopa-me quando sou arrastada para a parede fria de tijolos
-NÃOOO.- grito e debato-me contra os rapazes que me seguram.
-oh então boneca, não ficamos contigo, queremos que o Styles tenha pelo menos uma lembrança.
Um deles encosta-se á parede e lágrimas escorrem pela minha cara. Quando um deles alcança a barra da minha camisola esperneio e grito alto. Tento em vão não parar quieta.
-porra, para quieta, Jonh segura-a caralho é só uma miúda.- ele berra.
Quando um deles consegue tirar meio da minha camisola uma mão forte e em sangue empurra a sua cabeça contra a parede fria de tijolo. Não consigo parar de chorar quando as mãos antes me seguravam me largam, para bater de volta no homem bêbado e zangado que agrediu o seu amigo.
O Harry bate no queixo do rapaz que á pouco me agarrava enquanto o outro permanece inconsciente no chão com a testa a sengrar. Tento chegar a ele. Mesmo tendo sido atacada, não quero que ele esteja morto, o Harry seria preso por isso.
-não toques nessa merda.- o Harry grita quando derruba o rapaz para o chão e começa a pontapear a sua zona torácica.
O rapaz geme de dor, mas o Harry não para. O Harry vira-o e mete-se em cima dele socando repetitivamente a sua cara. Quero para-lo. Vai acabar por matar o rapaz e não quero a imagem gravada na minha cabeça. Apenas para piorar a minha psique.
-Harry para, vais mata-lo.- grito e meto as mãos no seu ombro para o tirar de cima dele.
-Harry, por favor, para, estas a assustar-me.- eu choro baixinho, e por alguma razão e parece para-lo.
Nunca tinha visto ninguém ser tão violento. Quando o Harry se levanta tem salpicos de sangue na cara e os nós dos dedos negros assim como a sua bochecha. Ele vem até mim e instintivamente dou um passo atras.
- a culpa é tua.- ele murmura e agarra a minha mão com força.
-estas a magoar-me.- choramingo e ele solta-me. De relence vejo o liam baixar-se para pescar o telemóvel de um dos amigos. Também ele está muito mal tratado.
-vamos para casa, só quero que a merda deste dia acabe.- ele diz e tenta agarrar a minha mão. O cheiro dele é horrendo e os olhos dele estão muito mais vermelhos do que á minutos atras. Lágrimas continuam a cair pelo meus rosto.
-não vou para casa contigo, não nesse estado.- choro alto, ainda estamos no beco e quero sair daqui.
-então boa sorte para chegares a casa.- ele diz caminhando em direção á saída principal. Deixando-me sozinha, perdida e molhada na rua escura.
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Woow, Harry? Passaste-te?
Huhuhuhu so?? Digam-me o que acham. Fiz o capitulo um bocado mais violento porque aparentemente a fic ficou muito " lamechas" agora digam lá se ficou lamechas? :o
Sei que isto é só a opinião de uma pessoa, mas ainda assim... adorei escrever o capitulo :D
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