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42ºCapitulo

Musicas do Capitulo:

-Coldplay - The Scientist

Passaram três dias desde a visita do pai do Harry e tenho que admitir que está tudo calmo. Demasiado calmo até. O Harry tem andado meio calado e isso anda de facto a preocupar-me. Sei que eventualmente  deve ter alguma coisa a ver com o que acontecer amanha, sexta, algo parece vou usar o meu bonito vestido. Ainda não sei bem onde vamos, mas tenho apanhado algumas conversas de com o Louis e parece-me que é algo como um jantar anual. Ele apenas não parece muito contente por ir. E sinceramente a única coisa excitante nisso é ir vestir o vestido que tanto custou ao Harry. Adorei a forma como ele olhou para mim quando vesti. Fez-me sentir tao lasciva.

No entanto hoje é quinta feira e tenho uma "consulta" com o amigo do meu pai. Obviamente que lhe contei que ia, mas referi que era apenas porque ele queria. No entanto vou também tentar perceber algumas coisas sobre o que sinto realmente pelo Harry. Mas antes disso tenho de tentar perceber se ele é de confiança. Não me parece que vá andar por ai a contar a toda a gente que vejo o futuro e ocasionalmente o passado. Não vou contar isso a ninguém de quem desconfie. Nem sequer tencione contar a alguém.

Estou sentada na sala a ouvir piamente tudo o que Mr.Gabriel diz sobre história da arte. Sinceramente é a segunda aula consecutiva de Dante e a única coisa que consegui perceber é que a história em si é muitíssimo interessante, mas que o facto mais envolvente é o seu grande amor pela Beatriz. Na realidade o professor parece completamente apaixona quando se refere as pintura mais doces. É como se guardasse uma Beatriz em casa, apenas para si.

Estou a rabiscar na minha folha por duas razoes. 1º já li a obra e agora ele está a explicar o conceito e eu já o sei, 2º ontem escorreguei e bati com o traseiro no chão, o que me dói muito de facto, e parece que desenhar me absorve a dor. O que sem dúvida é estranho porque pensava que só absorvia a dor de cabeça, não a dor física.

-pssiu.-oiço e viro a cabeça

-sim, Soph!- e minha colega e colega de trabalho do Dean chama.

-diz Tiffany?- pergunto curiosa

-o que se passou com o teu pulso?- ele pergunta e eu olho de relance para o mesmo.

-ohh, bom...uma brincadeira parva, nada mais.- tento convence-la a ela e a mim.

-vais estar bem para a frequência de amanha?-bolas tinha-me esquecido do teste de geometria.

-oh sim, não me dói.- e a verdade é que não dói mesmo.

-então... ás uns dias vi-te com o Styles...- oh sim, já sabia.

-sim dividimos o apartamento.- murmuro o mais docemente que consigo.

-sim...pois, um monte de raparigas desejaria estar no teu lugar.

-incluindo tu suponho.- não acredito que isto me saio da boca  e tanto ela como eu ficamos chocadas

-sim, claro, quem não? Rico, bonito o que podes crer mais?- ele pergunta sonhadora.

-e um bom coração suponho?- esta conversa está a irritar-me.

-sim, claro isso também.

-era só isso?

-sim, quer dizer... tu sabes, vocês estavam de mão dada. Um monte de raparigas já foi para a cama com ele, mas nenhuma lhe segurou a mão, sem seres tu claro. Mas o mais interessante foi que ontem ele foi ter com a Trayce, e tu sabes! Mas depois eu contei-lhe de vocês andarem a dar as mãos como namorados e ela ficou um pouco...chateada?

Não ouvi metade da porcaria que ela disse até "Ontem ele foi ter com a Trayce, e tu sabes!" O Harry não me trairia certo vocês não tem nada burra o meu subconsciente relembra-me. Fodace sinto um nó no peito. E pela segunda vez esta semana saio disparada da sala.

As palavras dela ecoam-me nos ouvidos e os meus olhos ficam baços. Estou terrivelmente... não sei... é como se alguém chegasse até mim e me arranca-se o coração. Eu sabia que admitir a mim mesma que estava apaixonada por ele tinha sido um terrível erro. Eu sabia que que pensar que ele podia gostar de mim, tinhas sido um terrível erro, mas o pior erro de todos, foi ter deixado que eu me apaixonasse.

Tudo o que eu sempre quis foi um príncipe, mas acabo apaixonada pelo terrível dragão, um dragão tao atraente e inteligente, que até feitiços me lança. É como se a pequena princesa tivesse sido captura e colocada numa torre. Mas vendo bem foi isso que ele fez realmente, ele só que queria alguma coisa para se entreter em casa. E conseguiu, a pequena Sophia fez-lhe tudo o que ele quis. Ficou em casa quando ele mandou, e comeu quando ele quis, secou o cabelo quando ele ordenou e calou-se quando ele regulou. Foi isso que estivemos a fazer todo este tempo. A brincar, não ele esteve a brincar enquanto eu me apaixonava lentamente pelo que eu pensava ser o maravilhoso rapaz que eu queria.

Imagens de quando ele me magoou passam-me pela cabeça, misturando-se com as imagens bondosas de nós a beijarmo-nos e a comer pizza e a brincar com o nosso pequeno novo animal.

Mas para ele foi apenas uma mentira, mais uma rude mentira saída da sua cabeça. Por momentos lembro-me do pai dele a dizer que ele me ia magoar, penso que mais que isto era impossível, mas para mim o impossível nunca vai chegar. Eu sou a impossibilidade em pessoa.

Fecho os olhos levo as mãos á cara numa tentativa fracassada de me acalmar. Uma mão toca no meu ombro e embora não o veja sei que é ele o estupor. Desvio-me do seu toque e pressinto o seu aproximamento. Não quero que ele me toque. Não depois de ter tocado nela.

-Soph...

-não á cá Soph, nem meio Soph.- murmuro

-o que se passa?- ele tenta tocar-me outra vez

-não me toque.- sibilo

-desculpa?- ele fica desnorteado.

-tu seu grande filho da mãe, pensaste que podias simplesmente brincar ás casinhas comigo e andar ai enrolado com mais não sei quantas. Sabes o que é pior, é que eu ainda acreditei que talvez te conseguisse mudar. Eu acreditei que todas as coisas doces que me disseste eram honestas, que tudo o que fizeste foi sentido, mas afinal eu sou uma grande parva por me ter deixado ir na canção. Porque por um momento acreditei que podia ser feliz.

A minha confissão deixa-o paralisado de horror e perplexidade. Sei que não devia, mas algo em mim me diz que não estou a ser totalmente justa, como um sétimo sentido, porque o sexto infelizmente já o tenho, dentro da cabeça. Ele parece travar uma batalha interna dentro dele e tudo o que me apetece fazer é dar-lhe um estalo e a verdade é que espero que a minha parte irracional atue, mas ela não vai. Eu finco parrada a observar o quão perdido e desnorteado ele está.

-Sophia, do que estas tu a falar?- ele murmura, e é como se aciona-se um botão secreto em mim, que faz com que o meu choro se transforme em soluços e arquejos.

Ando para trás e para a frente tentando em vão controlar-me, mas nada acontece. Fico apenas pior e chorosa, mais e mais memorias a passar, mas o mais surpreendente é que não há a necessidade de o meu organismo se defender do presente enviando uma imagem do futuro. Não há a necessidade de me isolar, está tudo a passar como um conjunto de memorias, como se fosse algo que eu tivesse previsto, mas que não me lembro.

-hey, Sophia, estas a ouvir-me?- ele anda até mim e tudo começa a girar.

-não me toques.- Grito, mas ele não me houve e traz-me para o seu peito prendendo-me os braços.

Esperneio e choro alto tentando em vão libertar-me. Não quero que ele me toque, ele usou-me, tal como a maioria das pessoas faria se soubesse do que sou capaz. Ele é mau, ele é negro e está a arrastar-me ainda mais para a obscuridão.

-não lutes contra mim.- ele sussurra.

A única coisa que me passa pela cabeça são as frases da Tiffany, ele andou enrolado com outra, nas minhas costas. Sinto os eus soluços diminuírem e o meu choro parar. E apenas resta uma respiração ofegante de uma menina com um coração despedaçado, por um amor que nunca irá conhecer, nem ter.

-conta-me o que aconteceu e não me rejeites.- ele ordena e eu encho-me de fúria, saindo do seu aperto.

-era isso que queria não era? Um pau mandado? Era só para isso que eu servia?- soluço, mas apenas um soluço seco.

-mas que raio? Do que estas tu a falar?- ele ainda tem... odeio-o.

-só me querias para te divertires e gozar comigo não era? A quantas pessoas contas-te de nós, a todos? Era só isso?

-contar? Mal aguento que cheguem perto de ti. O que queres dizer?- ele começa a ficar chateado.

-és pior do que eu imaginava.

-fodasse, o que é que tu tens?- ele passa as mãos pelo cabelo.

-o que é que eu tenho? Sabes por muito que me dissesses que não íamos ter nada nunca pensei que andavas a dormir com outras raparigas enquanto me iludias.

-o quê?- ele ri, uma gargalhada desprovida de humor.

-dormiste com a Trayce enquanto eu dormia contigo.- Murmuro e as lágrimas voltam a cair.

-não, não dormi, não durmo com ninguém a não seres tu e não fodo ninguém desde que te conheço, não sei porque mas inerva-me como o caralho. Tentei uma vez flirtar com uma gaja numa festa e só te via a ti. Enerva-me e fode-me todo, não entendo o que tens, mas quando te afastas fico ainda mais fodido da cabeça.- ele fala alto e passa repetitivamente as mãos pelo cabelo.

-não acredito em ti.- murmuro

-Sophia, sou muita coisa, mas duas ao mesmo tempo não é comigo acredita.- ele murmura

-então eu sou só mais uma.- o nó  na minha garganta cresce

-nunca te disse que irias ser mais.- ele diz rudemente.

-porque é que me tratas tão mal e a seguir tão bem?

Ele não me responde, mas vejo os seus olhos ficarem trovados. Como se de repente fosse confrontado com algo demasiado grande, que nem ele, nem a sua fortaleza aguentam.

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Estou triste, por isso a Soph e o Harry também estão :c sou muito vingativa.

 Então o que acharam? E o que acham que vai acontecer? :o

LY ❤ VISIONERS

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