32ºCapitulo I- parte
Musica do capitulo: Taylor Swift- The last Time
Desta vez eu e o Harry concordamos ambos que o Louis pode jantar mas ele apenas parece querer sair. O Harry pensa que deverá ser por causa da sua namorada. Adorava conhece-la na verdade. Passo demasiado tempo com o Harry e não tenho tido tempo para confraternizar com raparigas.
Sinto falta daquela onda de feminismo. Na verdade sinto falta da Kate e dos seus namorados, dos meus concelhos para ela e de tudo mais. Ela sempre foi tudo aquilo que eu queria ser. Bonita, conquistadora e confiante.
Bom mesmo que tentasse também não iria conseguir, tenho uma voz a cantarolar-me na cabeça de cada vez que me enervo.
-o que gostaria de jantar a menina?- o Harry pergunta.
Eu estou estatelada no sofá a ver uma porcaria qualquer. Adoro quando ele me pergunta o que quero comer, faz-me sentir especial.
Ele está a olhar para mim lá do alto das suas janelas verdes. Enquanto eu inclino a minha cabeça mais para trás para lhe ver melhor a cara. Ele seduz-me só com o olhar.
-oh não sei, talvez uma lasanha, isso faria de ti a melhor pessoa do mundo.- digo fazendo olhinhos
-isso dá tanto trabalho Soph.- Ele ri para mim e eu faço beicinho.
-vou ter um beijo em troca de uma lasanha eu suponho?- ele arqueia as suas sobrancelhas.
-não.- respondo com um risinho estupido.
Ele finge-se ofendido e anda até á cozinha. É isto que não entendo entre nós. Ele age como se fossemos algo de verdade e depois diz que não tem uma namorada. Porque? Ele é como um livro de recordações com páginas rasgadas. Eu apenas tento apanhar páginas soltas e encaixa-las, mas parece-me totalmente impossível. São choques do presente e do futuro. É tudo tao imensamente complicado que se torna difícil de acompanhar o que quer que seja com ele.
Ele trata-me como se eu fosse feita de vidro, mas de repente eu sou um rocha e ele pode fazer o que quiser que eu não vou partir. Ele vê-me de duas maneiras tao diferentes. Eu apenas queria saber no que pensa ele.
Olho para ele por entre as pestanas e belo espécime masculino está arduamente concentrado a picar tomate. Ele é tao gracioso e a maneira como ele desvia o cabelo dos olhos faz de mim algo de muito feliz. Como um ser que se move pela felicidade de outro eu chamaria isso de amor? Não, não pode ser... eu só o conheço á duas semanas é pouco provável que isso aconteça. Alem disso as pessoas também podem beijar-me e dar as mãos sem namorar eu suponho.
Na verdade eu apenas não tenho nenhum ponto de referência. Sinto o coração inchar quando olhos para ele. De cada vez que o vejo parado no tempo a olhar para mim é como se eu fosse uma bailarina em exposição. Eu sinto-me como alguém que não devia estar aqui, mas está, é tudo novo para mim, eu não consigo esquecer os sentimentos por que de cada vez que eu olho para ele um novo tipo de batimento começa dentro de mim.
-eu sinto-te apensar em mim.- O Harry murmura no meu ouvido
-que susto!- murmuro
-estavas a pensar em mim. Estavas tao concentrada como de cada vez que discutimos e depois tu pensas demasiado no sentido de tudo o que eu te disse.
Wow é impressão minha ou ele tipo que leu a minha mente? Isto não dá direito a prisão? Não minha grande estupida isso é evadir propriedade alheia. Olho mais para ele e ele está especado á espera que eu diga alguma coisa. Estou prestes a responder quando um cheiro metálico me invade os sentidos. Respiro fundo duas vezes e oiço o Harry levantar-se do pé de mim.
Quando olho, a mão dele está a sangrar, como uma grande corrente de água vermelha. Levanto-me de um salto e corro até ele antes que ele entre na casa de banho e eu simplesmente não consiga abrir a porta. Agarro-lhe no braço e a mão dele está exatamente como na minha visão. Apenas um pouco mais pequena.
-foi só um acidente deixa-te de paranoias.- E voltamos ao Harry frio e mauzinho.
-deixa-me cuidar disso.- Peço-lhe
-não preciso que ninguém me cuide de nada, muito obrigada. Ele quase grita para cima de mim.
Fico estacada no lugar ao ouvir o grito dele. É como se eu reconhecesse aquilo de algum lado. Eu apenas não me lembro de onde. Como na minha cabeça, como...
-Mamã? Mamã acorda por favor.- Ele pede para o corpo inconsciente ao seu lado
-mamã? Vá-la mamã eu quero comer, tenho fome.- Ele pega no pequeno livro da Tess que vem agarrar desde que saíram de casa.
-mamã? Mamã lê-me uma história, acorda mamã. Tu disseste que íamos para um sítio feliz.
O pequeno rapazinho de quatro anos chora a plenos pulmões. Ele vê o rosto da sua mamã coberto de sangue. Apenas não consegue associar isso á morte da sua mamã.
Ele vê o carro virado do avesso. Ele não entende que tentaram matar a sua mamã. Que tiraram de si a única coisa que ele amava. Ele está sujo com o seu próprio sangue e com o sangue da sua mamã.
Ela está fria e imóvel. Ele pensa que ele está a dormir. Ele quer dormir, mas tem medo que alguém faça mal á sua mamã. Como o senhor que bateu no seu carro.
O senhor está morto. Está desfeito em carne vermelha. O rapazinho não olha para lá. Tudo o que ele vê é o corpo gélido da sua mãe adormecida
Ele entra dentro do carro e corre para buscar uma pequena mantinha para cobrir o corpo gelado da mulher morta. Ele tem um grande hematoma na parte de trás do pescoço. Ele não sente. Ele é só um rapazinho. Ele perde os sentidos. A última coisa que ele vê é o seu papá.
Um grito solta-se da minha garganta e é como se alguém me estivesse a enforcar. Estou presa na minha cabeça. Não consigo sair. Um turbilhão de imagem passa-me pela cabeça. O Harry, o rapazinho, um homem alto, eu mesma, o meu pai... tudo está a colidir e a deixar de existir. Sinto como se o meu cérbero estivesse a ser esmagado.
Ando até ao quarto e tento puxar o colchão da minha cama. Mas ele está preso. Eu não tenho força. Eu apenas me consigo focar na imagem da mão do Harry a sangrar e no pescoço do pequeno rapazinho.
Sento-me na cama e tento respirar. Os meus pulmões estão a comprimir-se e sinto a respiração presa. Não. Não. Eu não quero isto. Antes e depois eu apenas vejo o Harry em camara lenta a gritar palavras incompreensíveis. A última oportunidade. Sinto-me a ser castigada. Como se o meu tempo se estivesse esgotado. O meu coração dói.
O Harry pega em mim ao colo e grita comigo. Ele grita e vejo pequena gostas salgadas escorrerem dos seus olhos. Não sei o que são e sinceramente não vejo o porque dele estar a chorar. Na minha mente eu morrer é totalmente justo. Eu não cumpri o meu dever. Eu não o encontrei.
Não sinto o corpo. Estou apenas dormente. O Harry continua a gritar comigo. Deita-me no tapete da sala e aproxima a cara da minha. Ele tapa os meus lábios com os seus e a única coisa de que me consigo lembrar é da suavidade com que ele me beija. Como se fosse sempre a primeira e ultima vez. Como se não existisse mais ninguém. Flashbacks de tudo o que passamos passam-me pela cabeça.
O apartamento e a primeira vez que olhei para ele. Como os nossos olhos ficaram trancados. Como ele fechou a cara da primeira vez que sorri para ele. Como quando me apresentei. Quando lhe perguntei sobre a televisão, ou até mesmo das minhas pantufas engraçadas. Parece tudo tao distante.
A festa, a bebida, o meu pai. A forma como o Harry gritou comigo pela primeira vez. Como senti a cicatriz dele sobre os meus dedos. Como quando ele atirou o telemóvel ao chão, ou quando ele cozinhou para mim.
E os nossos beijos, em como ele me beijou pela primeira vez, violentamente como se não houvesse amanha. O que poderia uma rapariga querer mais? Lembro-me de me ter perguntado isso. E agora a única coisa que eu quero mais é conservar a imagem do Harry. Não quero morrer. Quero relembrar cada vez que me deitei na cama do Harry. Cada noite, cada caricia, cada discussão e até cada medo que ele ativou em mim.
Como ele me fez voltar a viver o presente, não deixando o futuro governar tudo o que sou, ele puxou-me do meu buraco negro e deu-me tudo aquilo que eu mias quis, ser apreciada por alguém. Ser amada, mesmo que ele não me amasse. Eu amo-o e sei disso. Agora que sinto que estou a colidir com o presente, o passado e o futuro sinto-o. Eu amo o Harry. Eu amor o rapazinho da minha cabeça. Eu amo a voz sedutora da mulher.
E então tudo faz sentido. O Harry é o menino da Tess. O Harry é o rapazinho que perdeu a mãe. E mãe dele... ela é a voz que paira na minha cabeça. A que me está a fazer morrer, porque só entendi a minha missão agora. Porque agora é tarde demais e a única coisa que posso fazer é pedir desculpa.
Eu tenho que pedir desculpas, eu tenho. Porque no final, a mulher que falava na minha cabeça só queria que eu protegesse o seu filho. Ela apenas queria que eu fosse tudo aquilo que ela não foi. E eu fui egoísta e falhei. Eu era a única pessoa com quem ela conseguia falar e simplesmente não consegui agarrar o filho dela da tristeza. Eu não fiz nada. Apenas me apaixonei por ele. Sei que tenho que pedir desculpa.
Não Sophia tu ajudaste-o. Eu fui egoísta e quis que sofresses. Porque tinhas o que eu mais queria. Eu não quero que tu morras. Eu amo-te. Eu também te amo.
Não, é mentira, eu falhei e agora tenho que pagar por isso. Agora tenho que pedir desculpa.
-desculpa Harry. Eu amo-te.- as palavras saem e eu não consigo impedi-las, porque na realidade é exatamente o que eu quero dizer. Que eu o amo, com todos os seus defeitos.
E num momento de paz estou a ser engolida pela escuridão.
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ESTOU ASSUSTADA COM O QUE ESCREVI. NÃO QUERO QUE A SOPH MORRA. ELA NÃO FEZ NADA :o
Agora asserio o que acharam? Este capitulo está dividido em dois
querem a parte II amanha ou hoje?. Sei que tenho de compensar tudo. Mas compreendam lindas :c
LY ❤
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