23ºCapitulo
Caminhamos calados e plenamente conscientes da presença um do outro. Tudo o que o Harry me disse continua a fazer o meu estômago revirar-se. Ainda não tentei pensar no que somos exatamente. Nos dormimos os dois na mesma cama, damos as mãos e beijamo-nos, isto seria de pensar que namoramos, mas com o Harry é impossível ter a certeza. Eu sei que não namoramos, ele disse que não namorava. Isto ainda me faz confusão. Quer dizer ele anda a beijar-me, mas pode perfeitamente ir beijar outra rapariga. O pensamento do Harry com outra rapariga faz o meu estômago dar uma volta. Eu só quero confiar nele. Por muito que não sejamos "nada" um ao outro eu queria mesmo que ele não andasse com outras raparigas. Não é pedir muito pois? Estou a meter-me numa coisa deste tipo de olhos fechado. Não sei nada sobre relacionamentos, não sei como faze-lo não sei simplesmente. É como se o Harry me tivesse metido uma venda e eu apenas me guiasse pelas suas indicações. Ele é como uma estrela no céu escuro como breu. Eu vou a 300/h quando na realidade o meu máximo são 100/h. É como se eu desafiasse constantemente os meus limites. Com ele eu sinto-me viva, tao viva. Sinto-me eu, eu mesma, sem explicações a dar, apenas eu, a minha grande boca e os comentários impiedoso do Harry.
Todo o meu ser começa a desenvolver uma espécie de sensor ao Harry. As minhas mãos ficam escorregadias quando o pressinto sem o ver. Os meus olhos estão tao habituados a ele, que não o ver por mais de 15 horas é torturante. Nunca pensei em sentir isto por alguém. Por alguém tao possessivo, ciumento e rude como o Harry. Rapazes como ele sempre estiveram na minha lista de pessoas a evitar. Mas com ele é diferente. É como se o que há de mau nele, fosse o que me torna boa. Não boa no sentido de perfeito da palavra, mas boa no sentido de ser eu mesma. Não há ninguém que me faça sentir tao viva como ele.
Esquecer o mundo lá fora é algo de que não preciso com o Harry. Ele próprio é uma boa distração. Cada discussão, cada espécie de birra, torna-me mais versátil, mais sustentável. Cada vez que estamos a falar e de repente acabamos a insultar-nos sei exatamente que caminho ele vai tomar. Antes de saber o que vou dizer, já tenho uma ideia do que ele próprio vai dizer a seguir. Sei quando vai gritar comigo, sei quando se vai chatear, mas não faço nada para o impedir. A forma como uma discussão com ele me estimula é algo que não consigo descrever.
-estas muito calada.- ele interrompe a minha linha de pensamento
-também tu.- Ele aperta ligeiramente a minha mão.
-sim, mas estas a pensar em que?- ele insiste
-bom, poderia perguntar-te o mesmo.- Sorrio e ele baixa a cabeça fazendo o seu cabelo esvoaçar.
-bom Miss.black, estava a pensar em como na acredito que estou a segurar a sua mão.- Ele diz num tom muito cortes.
-então porque Mr.Styles?- pergunto num tom solene.
-é me quase impossível acreditar que essa mão tão pequena segura tao firmemente a minha.- Ele parece espantado.
-hey não é assim tao pequena.- reclamo fazendo beicinho
-ai não.- Ele dá-me um lindo sorriso de canto e toda eu sou sorrisinhos.
Ele para de andar, impedindo-me de continuar para a frente. Enlaça a minha cintura e puxa a minha mão para cima. Colocando a dele sobre a minha. Os dedos dele abrem-se e os meus imitam-lhes os movimentos. A mão dele é realmente muito maior que a minha. Fico apaixonada pela forma que a minha pele queima junto da dele. Ele olha para mim como a testar-me. Mantenho o olhar firme, não deixando que os olhos deles se afastem dos meus. Levo o meu lábio inferior até aos meus dentes repuxando-o para trás e para a frente.
-quero morder esse lábio.- a voz dele não passa de um sussurro rouco
-então morde.- digo, como a testa-lo. Ele solta uma risada rouca. E não sei se já disse isto, mas é o som mais maravilhoso do mundo
-de todas as vezes que te digo para não me testar, não percebeste nenhuma pois não?- abano a cabeça a sorrir como uma doidinha.
-mas não te vou beijar..- o meu sorriso desfaz-se
-não te vou beijar, porque vais passar a tarde com um bando de caralhos, e se algum deles tentar alguma coisa vou ficar furioso, com eles e contigo. Ou seja vou ficar furioso comigo também por te ter beijado agora.- Ele responde já sem o sorriso matreiro de á segundos atras.
Ele continua a caminhar e larga a minha mão. Sinto-me desamparada quando ele larga a minha pequena mão da sua. Espero tempo suficiente para o ver um metro de mim, e corro para as suas cavalitas. As mãos dele envolvem carinhosamente as minhas pernas e eu passo os braços á volta do seu pescoço. Encosto a minha cara perto do seu cabelo e inspiro profundamente tentado guardar o cheiro do seu cabelo na minha memória. Não importa onde estejamos, com quem estejamos. Apenas importa que tento recordar cada bom momento e guarda-lo numa caixinha.
-confortável?- ele questiona carinhosamente
-sim, bastante.- Acabo por responder
-mas?- como é que ele sabe que tenho algo para dizer?
-nada.
-tu não és a melhor mentirosa do mundo. Definitivamente.- ele troça.
Mas a verdade é que não lhe posso perguntar. Ele vai reagir mal. Vai pôr-me no chão. E não apenas no sentido literal. Vai também fazer com que nos voltemos aquele está de "Sophia" o estado de "Sophia" não é com certeza o meu preferido. A verdade é que desde esta manha que a pergunta que os meus lábios ainda não formularam, anda as voltas na minha cabeça. Quero desesperadamente saber que papel o pai dele tem no meio de toda esta história. Ele disse-me para eu não falar na mãe. Mas não estou a infringir nenhuma regra ao perguntar-lhe pelo pai certo? Já sei tanto e tao pouco sobre ele, que me sinto constantemente tentada a fazer-lhe perguntas. O problema é que nunca sei como ele vai reagir ele é tao imprevisível. Um dia ele pode dizer-me de boa vontade, o outro é capaz de me meter fora de casa quem sabe. E agora aquela ideia maluca de pagar as despesas a pairar sobre a nossa auro negra. Não faz qualquer sentido e eu não permitiria. Apenas não me sinto informal o suficiente para isso. É como se lhe tivesse a conceder parte da minha liberdade, a liberdade que eu acabei de adquirir .
-bom eu tenho uma pergunta, mas não tenho a certeza se quero perguntar.- digo com a voz baixinha.
-e podes ter a certeza que eu também não sei se quero responder.- ele diz num tom pouco contido.
E isso faz com que eu opte por ficar calada. Não sei o que é mas não quero estragar nada agora que tudo está tao perfeito. Parecemos ser tao banais quando no final, eu nunca sei para que lado está ele virado. Não consigo nem quero entender. Eu falar com ele, ele próprio me pede que eu fale com ele, mas é me completamente impossível quando tudo o que digo é um bomba prestes a explodir, eu nunca sei que caminho seguir. Ele vira-se para norte e depois para sul e novamente para norte num nano segundo. Eu não consigo acompanhar a velocidade dele. É demais até para mim.
-pergunta.- Ele acaba por expelir o ar de forma dolorosamente grave.
-desculpa?- não percebi realmente o que ele disse
-pergunta o que queres perguntar.- Ele incentiva-me
-mas não te entusiasmes, se é que me faço intender.
-ok.- Digo feliz, ainda que tenha que pensar com cuidado no que vou dizer
-o teu pai... tu sabes, ele pareceu-me.- Quero arranjar palavras sem insultar o senhor
-um caralho, filho da mãe todo chanfrado dos cornos?- ele diz tudo tao de seguida que sou apanhada a tentar perceber o que ele disse.
-sim... não, quero dizer... continuando. Ele quando... tu sabes... han ele foi negligente contigo ou coisa do género?- uma gargalhada desprovida de humor sai da sua garganta
-grande palavrão. Mas não ele não foi. Foi apenas ele próprio como tu o viste.- não quero dizer-lhe que lhe perguntei isto por causa do feitio do próprio Harry, mas não sei, é algo em que tenho andado a pensar.
-como assim ele próprio?- ele inspira profundamente demonstrando já estar a ficar sem paciência
-um filho da mãe, apenas escondia o verdadeiro "eu" dele por detrás de um fato e uma gravata. Asserio Soph, ele não é o tipo de pessoa que tu, minha linda menina gostarias de conhecer.- Ele sorri com a ultima parte da frase e eu ruborizo
-para ti, eu não gostaria de conhecer ninguém.- Reclamo
-isso é por que não quererias. E para ser sincero eu também não.
-és tao chato.- Resmungo, e ele para de caminhar
-como é que é?- ele pergunta divertido
-és aborrecido.- Deito-lhe a língua de fora.
-tu não acabaste de dizer isso.- Ele sorri, um sorriso malévolo.
Ele começa dar meia volta e encaminha-se para o nosso apartamento. Olho para trás e começo a agitar-me nas suas costas.
-Harry temos de voltar. O Dean está á minha espera.- Choramingo
-foi a ultima vez que disseste que sou aborrecido.- ele murmura num tom de voz grave. E algo nas profundezas do meu ser se agita com o seu tom.
-Ok Harry foi a última vez. Agora vamos voltar.- Murmuro
-oh Miss.Black, eu adoro que peça desculpa. Mas vou adorar muito mais ver-te pedir desculpa, com sinceridade.- Ele diz e eu arquejo.
-Harry?- choramingo uma segunda vez
Chegamos a casa rápido e algo em mim está a crescer. Não sei o que chamar a isto mas estou a ficar demasiado híper ativa. Não sei o que ele está a planear naquela cabeça tao engenhosa, mas no meu íntimo sei que vou adorar, mesmo não querendo, á uma pequena parte de mim que acha que o dia de hoje vai acabar como começou. Com apenas nós os dois.
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Eu sei que nao foi o melhor, nem o maior capitulo, mas estou a guardar a açao para o proximo capitulo. espero que estejam a gostar. Obrigada pelos voltos. Significam imenso para mim.
LY❤
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