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19ºCapitulo

Rebolo na cama para sentir o subir e descer do peito do Harry. Ainda estou a tentar localizar o som que me levou a acordar. Um brilho vindo da minha mesa de cabeceira faz-me esticar do colchão até quase sair da cama. O objeto estar a vibrar e a emitir uma luz demasiado clara para os meus olhos acabados de abrir.

Na tela lê-se "pai" bolas, não me podia ligar ao 12:00 como todos os pais?

-sim?- pergunto. Estou mal humorada devido á falta de tempo.

-Soph? Esta tudo bem?- á uma certa preocupação no seu tom e isso faz-me ficar mais doce.

-sim pai, estou muito cansada é só isso.

-não andas a dormir bem?- e voltamos á preocupação

-fiquei acordada a fazer um trabalho.- não é totalmente mentira

-não devias esforçar-te demasiado sabes disso.- Está zangado agora. Os homens serão todos bipolares?

-sim pai sei. Apenas não tinha sono e resolvi adiantar trabalho.- chego-me mais para a cama e volto a enroscar-me no Harry. Esta muito quente, mas é muito confortável.

-Soph?- o Harry chama. Olhos para ele e os olhos continuam fechados e a expressão tenta.

-estou aqui.- digo passando uma mao pela sua testa, afastando o seu cabelo.

-quem é?- o meu pai inquere. Isto vai dar uma bronca das grandes. Decido levantar-me e caminhar para  a sala.

-o Harry. Pensava que eu tinha saído e chamou-me.- Mentira

-tens te dado bem com ele?- o tom de desdém na voz dele não me passa despercebido

-sim

-sim? Vivem juntos e é só sim?

-sim pai, ele é muito... ele

-olha Soph esta ideia ainda não me agrada nada

-pai...- Bufo para mim mesma

-olha Soph é um rapaz e por sinal, pelo que a tua mãe diz é "giro". Tu acha-lo giro Soph.- estou mesmo a conversar sobre o físico do Harry com o meu pai? Isto é sequer normal?

-pai- Repreendo

-o que? Um homem precisa de saber se tem rivais.- reviro os olhos com o caraçao a transbordar de amor e carinho.

-eu amo-te pai. O Harry é apenas o Harry acredita.- nunca menti tanto na minha vida.

-olha Soph a tua mae está a tentar esganar-me por estar a falr do teu amigo, por isso vou passar-lhe.

-sim pai. Amo-te

-e eu a ti heli

-pai se dizes isso a alguém arranco-te os olhos.- brinco

-porque princesa?

-porque heli é uma alcunha parva. Uma pessoa não sabe dizer helicóptero como deve ser e fica marcada para sempre.

-tu és uma marca Soph.... Vou passar á tua mãe.

Oiço a minha mãe a guinchar e aposto que o meu pai levantou o telemóvel a uma altura que ela não consegue alcançar. É tao típico deles. Quem me dera poder lá estar para simular um vómito e revirar os olhos.

-olá princesa.

-mãe que saudades – as lagrimas estão á porta

-então e a faculdade han? Já és uma adulta nem acredito

-mãe é só a faculdade, vou voltar para a américa quando acabar.- Sinto convicção no que digo.

-vais mesmo. O teu pai tem um ataque se dizes que queres ficar ai.- Pelas palavra dela sei que o meu tem andado a fazer-lhe a cabeça para me levar de volta. Mas não vai realente acontecer.

-o Teddy?- pergunto tentando mudar o assunto

-o Harry?- ela imita o meu tom de voz

-esta no quarto.- digo a corar

- O Teddy também.- ela repete

-então ele vai falar comigo mais tarde eu suponho.

-oh sim querida ele vai. Agora eu tenho umas perguntas para ti.- oh bolas

-diz mãe

-Harry han? Ele é bonito.- duplo bolas

-mãe.- guincho

-se eu fosse mais nova ia ver.- Ela brinca e eu gargalho

-eu e o Harry só dividimos o apartamento.- digo entre risos

-se não fosses tu dizia que já tinhas ido parar á cama dele.- a minha mãe na disse isto, disse?

-Mãe!- ela está a brincar certo? Porque tecnicamente eu já fui.

-Sophia!- ela volta a imitar o meu tom.

-mãe ele é só ele e apenas ele. Ele é irritante a maior parte do tempo

-ok.- ela apenas diz isto

-ok?

-sim se eu disser que não acredito vais ficar aqui a mentir-me o resto da vida- sou tua mae, não te estou a ver e sei que estar a mentir. Sou um máximo.- ela ri

-olha mãe vou desligar estou cheia de vontade de ir á casa de banho.

-ok princesa. Amo-te. Cuidado com o lobo mau.- Ela ri. Ele não deve ter a noção de quantas verdades disse a brincar.

-Amo-te mãe.

Desligo  o telemóvel e atiro-me para o pouf pousando o braço mesmo em cima dos olhos. Não falava com eles desde terça-feira. É tao angustiante e renovador falar com aminha família. Por muito longe que eu esteja eles parecem não mudar. Como se o tempo parasse enquanto eu estou aqui. Sei que não é bem assim, mas pensar assim faz-me sentir melhor. Como se quando eu acabasse o curso e voltar não tenha perdido três anos das vidas deles. E depois á o Harry. Ele ainda tem mais dois anos pela frente. Quem será que vai ficar comigo quando ele se for embora? Estremeço só de pensar em ter que dividir o apartamento com alguém que não é ele. Ele parece-me tao familiar agora. Comos e fosse parte da mobília.

Levanto-me em busca de voltar para o conforto da cama do Harry. Vejo as horas no meu telemóvel e não passam das 7:30 ainda é cedo. Demasiado cedo.

Quando me volto para caminhar para o quarto o Harry esta na ombreira da porta do nosso quarto com um sorriso de um milhão de megas watts. Terá ele ouvido a minha conversa com os meus pais? Seria ridículo ele pensar que dependo tanto dele. Não que me importe, mas na realidade o que o Harry pensa importa-me. Nem desconfio porque mas importa.

-então...- sinto as faces a roborizarem

-Heli? É isso não é?- oh bolas ele ouviu

-não é boa educação ouvir as conversas dos outros.- Declaro na defensiva

-olha quem fala.- o tom dele torna-se mais rude e eu lembro-me do que fiz quando ele falou com o seu pai.

-tudo bem, não agi corretamente, mas se me querias dar uma lição não devias ter feito o mesmo.

-não quero discutir contigo nem com essa tua língua afiada porque sinceramente eu posso doma-la.- oh

-Harry!- guincho e sinto os vários tons de escarlate a apoderarem-se da minha cara. Ele caminha até mim como um predador, um felino sexy como um raio com as calças do pijama a descair-lhe nas ancas.

- adoro quando ficas envergonhada. É sinal que te afeto

-não afetas nada.- digo convencida de mim mesma.

Ele aproxima-se de mim deixando os seus lábios a pairar sobre os meus. A eletricidade que me atrai para ele aumenta perigosamente, e o sorriso que antes ele tinha está a desaparecer. Os seus a tornarem-se mais escuros. Não sei que maluquice vou fazer, mas espero não acabar novamente em cima dele. Os nossos olhos ficam tanto tempo a perder-se um no outro que não dou pelo tempo passar.

De repente ele recupera a compostura e beija-me a testa. Estou tao confusa. Ele não quer uma namorada no entanto faz-me querer que pode gostar de mim. Eu não gosto dele, e ele não gosta de mim certo? Eu não quero admitir que ele me afeta pelo menos não em voz alta. Vai ser como se eu própria começasse a acreditar e vou ter a certeza de que ai não vai haver volta a dar.

-pensas demasiado nas coisas Soph.

-tu dás-me muito em que pensar.

-não penses demais nos meus impulsos.- ele está tentar magoar-me outra vez?

-vou voltar para a cama. – Acabo por declarar

-porque?- ele pergunta

-porque estou muito cansada

-oh tudo bem, eu vou ficar aqui.- Ele senta-se no sofá e dirijo-me para o quarto. Penso em voltar para a minha cama, mas a do Harry parece-me mais tentadora.

Atiro-me para cima da cama e tapo-me. Agora tenho tempo para pensar como deve ser nas coisas. Agora tenho tempo... bolas. Mas quem é que está a tocar á campainha a uma hora destas? Maldita campainha.

-eu vou.- o Harry grita. Puff se não fosses puxava-te o cabelo. Mas a verdade é que eu quero puxar-lhe o cabelo.

-Dean? Mas que merda?- oh bolas o Dean? Calço as pantufas e basicamente voou para sala.

-vai para a cama Sophia.- o Harry manda

-não.- o Dean é meu amigo e tenciono ficar.

-vai para a cama, não estavas cansada?- ele pergunta friamente

-mas posso ficar aqui certo. Ele deve querer alguma coisa.- Aproximo-me do Dean e sorriu-lhe docemente

-entao Soph queres pintar umas paredes?- ele pergunta e inclina a ccabeça para um lado.

-claro!- a ideia deixa-me aos pulos adoro pintar

-otimo, as 15h é no complexo de apartamentos D porta 13C.- ele diz a sorrir e sai contente.

Olho para o Harry e ele está com o maxilar tao tenso que penso que vai explodir. A minha estava a correr bem demais para o meu gosto.

-o que foi?- pergunto a medo

-eu disse que não- ele ruge

-e eu disse que sim.

Saio da sala e pressinto os seus passos atras de mim. Sei que vai haver uma discussão. É sempre assim quando estamos bem aparece sempre alguma coisa que estraga tudo. Mas eu sou livre e vou fazer o que quiser.

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