13ºCapitulo
Estou á uns cinco minutos na rua e uma fome irracional atingiu-me. O mais estupido de ter saído assim de casa é o facto de só hoje ter realmente saído de lá. Eu nem sequer desconfio de onde é que estou. Sei que me dirigi para o lado norte do nosso edifício mas agora nem sequer desconfio de onde é que estou.
E acho que este é oficialmente o pior dia da minha vida. Porque vejamos. Dormi com o Harry no entanto atrasei-me para a aula. O Harry veio ter comigo o que foi querido, e depois acabou a ofender o Dean. Depois disse-lhe um monte de coisas que nunca teria dito a ninguém e acabamos cada um para seu lado. E no fim ele apareceu em casa incrivelmente bonito e no entanto por dentro parecia corroído por qualquer coisa, mas que não desculpa o facto de ele me ter tratado como tratou. Logo acho que estou cheia de razão ao dizer que neste momento se o visse era capaz de o estrangular.
-Sophia.- Alguém grita.
Bom alguém não. Ele. Fico tao quita quanto consigo e avanço o mais discretamente possível até um banco onde está alguém sentado. Oh parece que á mais pessoas no reino dos infelizes.
O meu nome volta a ser chamado, mas a pessoas, ou melhor o rapaz ao meu lado está demasiado interessado no livro para sequer se aperceber disso.
-mesmo que eu queira dizer ao Harry que estas aqui, eu não vou.- Assusto-me com a voz que provem da pessoa ao meu lado
-não te assustes linda.- e sei imediatamente quem é. Ele é o único que me lembro de me chamar de linda.
-Louis, bolas que susto.- Solto o ar por entre os dentes
-sabes que mais tarde ou mais cedo vais ter que falar com ele certo?- agora ele olha diretamente mas mim.
-mas eu tentei falar com ele.- Riposto. Espera lá como é que ele sabe de tudo?
-e o que foi que ele disse?
-porque haveria eu de te dizer?- arqueio a sobrancelha
-porque os vários comportamentos do Harry num curto espaço de tempo davam um bom livro. E eu adoro livros.- Ele ri.
-tenta viver com ele.- Sorriu
-não obrigada, ele é um ótimo amigo, mas nada de conivência excessiva, ainda ficava maluco.
-ele disse que eu era como ele.- Acabo por confessar.
-oh isso é complicado.- Ele parece pensar no que acabo de lhe dizer.
-espera, mas porque raio estou eu a conversar com o tipo bêbado que me assediou numa festa?
-boa pergunta.
- o Harry deve estar fulo comigo.- resmunguei
-não percebo o Harry
-quem percebe?- riposto a rir
-é que ele nunca se preocupa com as raparigas, ele passa algum tempo com elas e depois é como se fossem bonecas na prateleira. Ele nem sequer as deixa entrar no quarto dele,no entanto contigo, ele parece... afetado?.- Não sei se devo ficar envergonhada por o Louis saber tanto acerca da vida privada do Harry ou orgulhosa porque eu estou no quarto com ele. E dormiste com ele, és tao fácil! Eu apenas dormi com ele no verdadeiro sentido da palavra. Não é especialmente alguma coisa impura.
-o Harry vivia onde antes de estar a viver aqui?- sei que não me devia intrometer. Mas qualquer informação sobre a vida passada do Harry me deixa feliz. Ele deixa-me tao curiosa que em sinto como aquela vizinhas chatas que querem saber tudo sobre tudo.
-vivia com o seu pai.- o Louis é breve
- Eles viviam perto?- quero desesperadamente saber
-não ias acreditar se eu te contasse onde viviam eles.- O Louis ri.
-não me vais dizer?- arqueio a sobrancelha
-não. Quero ver-te tentar arrancar essa informação ao Harry, ou pelo menos tentar.- Ele ri
Não me sinto confortável em perguntar ao Harry. Ele intimida-me e provavelmente vai fechar as suas lindas persianas verdes para mim por me estar a intrometer. Mas sinceramente acho que a minha curiosidade vai levar a melhor. É sempre assim. Pelo menos com o Harry.
-eu vou andando. Obrigada pela companhia Louis.- Agradeço e levanto-me
-sempre as ordens linda.- Riu-me dele e caminho por onde vim.
Agora que falei com alguém que também convive com a estranha personagem que é Harry Styles sinto-me mais confiante. E por alguma razão inexplicável sei por onde é o caminho para casa. O rapaz alto, com cabelo rebelde e um lindo par de olhos verdes faz o meu coraçao salta. Pelos melhores e piores motivos. A maneira como relembro cada pormenor de cada conversa que tivemos assusta-me como tudo. Conhecemo-nos á uns meros dias no entanto houve tanta emoção neles que parecem ter sido uma eternidade. O tempo passa devagar com o Harry no entanto é o tempo mais agradável que passei com alguém. Ele não é bem-educado como a maioria das pessoas com quem falo. Ele não fala comigo como se eu fosse feita de cristal. No entanto parece ter uma devoção a mim que me deixa assustada. O rapaz consegue ser querido e no entanto frio. Ele é um grande poço de contradições.
O Harry é chocolate no caramelo. É uma combinação horrível no entanto agradável de se ouvir. O nome dele trás pensamentos bons, mas assim que escavo mais aprofundadamente no assunto lembro-me de todas as vezes em que ele foi rude, mal criado e maniento. No entanto no meio de todos esses flashbacks lembro-me de cada preocupação, gesto ou palavra que soaram meigas da sua boca perfeitamente desenhada.
Eu penso tanto nele, penso tanto em mim, mas algo que me está a escapar... o menino. O menino perdido. O menino que não tem mãe. O menino do livro da Tessa.
E sei que quando chegar a casa vou automaticamente levantar o colchão e olhar para os desenhos. Eu sei que há alguma espécie de pista implícita nele. Algo que não consigo desvendar. Há uma estranha sensação de aperto quando penso no rapaz. Eu sei que ele está perto. O que me parece impossível. Será que sou louca? Será que o rapaz não existe e todos aqueles psicólogos tinham razão? É a minha cabeça a pregar-me partidas? E parte de mim. A parte racional diz que sim, mas o barulho insistente do meu coração diz que não. Diz-me que eu posso toca-lo.
No resto do caminho para casa tento bloquear todos os pensamentos que tenham a ver com as minhas malditas visões. Sei que está errado pensar tanto no assunto, devia deixar de ligar a tudo o que a minha cabeça me manda fazer. Mas sei que de alguma forma tudo aquilo faz parte de mim e de quem sou.
Quando entro em casa o Harry ainda não voltou e sinto-me mal por o ter feito saído de casa. Devia ter ficado e enfrentado o Harry. Mas é tao difícil falar com ele. Existe uma muralha tao grande entre nós. Custa-me saber que não consigo falar com ele como falaria com outra qualquer pessoa. Mas acho que é isso que o torna Ele por muito stressante que seja.
Entro no quarto em bicos de pés e certifico-me que tranco a porta antes de fazer o que quero realmente fazer.
Levanto o colchão com cuidado para não desmanchar a cama. E lá esta a grande capa preta repleta de desenhos. Uns com significado outro sem.
Espalho os inúmeros desenhos pelo chão do quarto e tudo o que vejo me faz ter vontade de chorar. Imagino-me sem a minha mãe. Imagino o quão gelado e cinzento seria o mundo sem ela.
Alguns desenhos contem mensagens como "I love you mum" ou " my fault" não consigo encontrar o relacionamento entra a segunda frase e o pequeno rapaz de cabelo loiro sujo e olhos verdes. Outro contem lágrimas verdes. Todos estes desenhos são em tons de verde, cinzento, preto ou vermelho. Há ainda cadeados, caveiras, borboletas, olhos azuis e verdes, um anel. Uma coleção de discos do Elvis, os discos são velhos e este foi o único desenho em que senti felicidade vinda do rapaz. E depois há pássaros. Dois bonitos pássaros que pintei a uns três meses. O desenho provoca-me um calafrio. Há ainda uma quantidade de desenhos que suponho serem sobre o futuro. Há um incendio e o anjo de asas negras transporta uma rapariga para fora de um edifício, há um acidente de carro e sangue, há muito sangue em cima de uma bancada. Mas no final há uma imagem que me perturba realmente. São dois corações humanos interlaçados por veias. É arrepiante e romântico a um nível lunático, mas fascinou-me quando os desenhei.
Decido arrumar tudo. Já chega de olhar para tudo isto. É demais até para mi, especialmente depois do dia de hoje. Estou esgotada.
Depois de vestir o pijama e lavar os dentes sento-me sobre uma cadeira acolchoada que esta no quarto. Deito-me apenas sobre ela. É como se não me pudesse realmente deitar sem o Harry. É tao estranho e inevitável. Mas sei que vou acabar por adormecer.
Sophia querida ele está mesmos á tua frente para de ser tao cega. Eu não vou parar até tu perceberes. Ele já não é menino que eu te faço ver. Ele cresceu. Revoltou-se. Criou uma batalha com ele mesmo. Para de pensar no passado. Concentra-te em todos os desenho do futuro que te dei. Concentra-te no incendio Sophia. Ele está á tua frente abre os olhos por amor de deus.
Dou um solavanco e percebo que estou no ar. Assusto-me, mas só então percebo que estou a ser transportada pelo Harry para algum lugar. Sem abrir os olhos sei que é ele. É o cheiro dele. São os braços dele. É tudo dele.
Sou depositada numa cama e a seguir ele junta-se a mim. Ele vira-me de costas para ele e forma uma concha á minha volta. Ele está a segurar-me. A impedir-me de cair no abismo que é a minha consciência.
Só ai me dou conta de que estou a tremer e a suar.
-o que se passa Soph? Que raio de pesadelo estavas tu a ter?- ele está preocupado. A voz rouca e baixa dele embate no meu pescoço. Ele está segurar-me contra ele com força. Para me aquecer.
-eu ao sei.- E a verdade é que não sei mesmo. Não lhe posso explicar o que era, porque eu própria não sei o que era.
Ele vira-me para ele e levanta-nos aos dois. Deixando-nos sentados mas cobertos pelos cobertores.
-eu não queria dizer o que disse, tu não és nada como eu. – Ele acaba por confessar. Encosto a minha cabeça ao seu peito.
-eu sei que não queria.- Disse-lhe
-sabes?
-sim eu sei.
-fiquei preocupado quando saíste.
-eu sei que sim Harry.
-és adorável quando estas com sono, mesmo a tremer.
E de repente ele está perto. Tao perto que não há como fugir. E os nossos lábios tocam-se, mas apenas por meros instantes. Ele parece recuperar a lucidez.
-não.- Ele sussurra. E não tenho como argumentar. Devia sentir-me mal por ele não me quer beijar mas não sinto. Sinto apenas que não o quero. Pelo menos por agora. Agora só preciso dele para me adormecer.
Ele volta a levar-nos para baixo e juntos adormecemos. Com a cabeça dele por cima da minha, a nossa pequena concha. Em que ele me protege das minha vozes sussurradas do futuro.
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NOTA: Acho mesmo que este capitulo ficou bom. E acho que se consegue ver um bocado mais do problema da Soph neste capitulo, o que é bom visto que o próximo capitulo vai ser mais dedicado ao Harry, e ao que o leve a ser tao amargo. A soph vai mesmo a começar a aguçar a curiosidade e o Harry vai literalemente dar em doido... mas como a Soph é boa a dar a volta ao Harry acho que vamos descubrir imenso em relaçao a ele e ao seu passado.
Háá e estou imensamente feliz por estarmos quase nas 400 visualizaçoes. Nao deixem de ler. porque sinceramente desmotiva-me um bocado, mas nao vou parar mesmo com algumas leitoras(os).
LY ❤
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