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Capítulo 9 - Um grande mal entendido

A revelação da noite foi descobrir que meu irmão era apaixonado pela Fabi.

Meu primeiro dia de volta foi mais agitado do que eu supunha que seria, à ponto de esquecer que não tinha respondido a mensagem de Lucas e Vivi.

Estava submersa em pensamentos quando o sinal da videoconferência no computador chamou minha atenção, só podia ser Lucas. Desci da cama e sentei em frente ao computador, acionando a tecla que iniciaria a transmissão. A imagem de Lucas projetada na tela teve o efeito de um soco no estômago. Ele era lindo demais, mas parecia sério e, talvez, irritado.

- Oi... - Cumprimentei timidamente.

- Você está bem, Clara? - A voz dele estava tensa e demonstrava claramente seu aborrecimento.

- Sim. - Apressei-me a responder. - Desculpe-me. Hoje foi um dia complicado, acabei esquecendo de responder à sua mensagem.

- Vivi passou o dia todo ansiosa, esperando sua resposta. - Ele recostou na cadeira e eu soube que estava encrencada.

- Lucas, me perdoe. - Comecei. - Aconteceu tanta coisa aqui, foi um dia realmente difícil pra mim e... Você não está interessado nisso.

- Você percebeu? - A sobrancelha arqueada dele me deixou irritada.

- Eu já pedi desculpas! - Esbravejei. - Parece que hoje é o dia oficial de desculpas da Clara!

- Precisou se desculpar para mais alguém? - Ele indagou, surpreso.

- Sim, mas você não está interessado.

Fernando estava dormindo na minha cama por causa das taças de vinho a mais que havia tomado no jantar e levantou a cabeça de repente, acordado pelo meu tom de voz elevado.

Lucas empalideceu do outro lado da tela do computador.

- O que está havendo? - Fernando perguntou de um jeito confuso, e eu quis morrer quando meu irmão ergueu o corpo e seu tronco nu apareceu atrás de mim na imagem da webcam.

- Lucas... - Chamei, voltando minha atenção ao meu namorado que parecia paralisado do outro lado da tela. - Não é o que você...

A chamada de videoconferência foi encerrada bruscamente e a tela ficou preta.

Merda! Agora meu namorado achava que eu estava traindo ele com outra pessoa.

Peguei o celular rapidamente e disquei o número de Lucas, mas ele não atendeu. Voltei a ligar umas vinte vezes e ele não atendeu. Mandei mensagens pelo aplicativo do celular, mas ele não visualizou. Agora era oficial, Lucas acreditava que eu tinha levado outro homem para cama.

- Você está bem? - Fernando quis saber, ainda confuso com minha agitação. - Por que está tão frenética?

- Porque meu namorado acha que você é meu amante.

- Como é? - Fernando sentou na cama e pegou minha mão, pedindo pra explicar melhor a situação.

Depois de atualizar Fernando e chorar por causa daquela situação embaraçosa, ele me convenceu a dormir um pouco, já que meu namorado virtual não iria atender às ligações que eu fazia mesmo. Perguntou-me se queria ficar sozinha, o que prontamente recusei, não tinha passado nem 24 horas desde que nos acertamos, queria ficar junto a ele. Dividimos a cama como nos velhos tempos e depois de muito rolar de um lado para o outro no colchão, acabei vencida pelo cansaço.

Uma semana havia passado, mais lentamente do que o habitual, desde o mal entendido com Lucas e ele ainda não atendia minhas ligações. Aquela situação torturante começava a me dar nos nervos. Não tinha notícias dele ou da Vivi, estava com saudades e preocupada. Estava sendo difícil comer ou manter a rotina com aquela preocupação na minha cabeça. Comia pouco e dormia mal, vivia ansiosa e estressada.

Já passava as quatro da tarde de sexta-feira quando recebi uma mensagem de texto no celular.

"Estou na cidade. Meu vôo acabou de pousar."

Lucas estava na minha cidade! Não sabia se pulava de alegria ou se ficava com raiva dele. Peguei minha bolsa e avisei ao gerente que precisaria sair, devido a uma emergência. Tive sorte de encontrar um taxista veloz e o trânsito da cidade livre, com isso levei 23 minutos até chegar ao aeroporto. Procurei os portões de desembarque vindos de Porto Alegre e comecei minha busca. Não foi difícil encontrá-lo, pois Lucas estava parado no meio do saguão.

- O que você veio fazer aqui? - Perguntei quando me aproximei o suficiente dele.

A expressão no rosto de Lucas era indecifrável, seus olhos escuros estavam mais negros que o habitual, a barba mais comprida, o cabelo desleixado de um jeito que o deixava ainda mais sexy. Camisa de botão azul marinho e terno preto, sem gravata. Era um deus grego. Como ele não dizia nada, abri minha boca para falar alguma coisa. Lucas esticou os braços e me puxou pela cintura num movimento rápido, trazendo meu corpo para junto do dele. Apoiei minhas mãos no peito forte daquele homem maravilhoso e senti que uma de suas mãos deslizava pelo meu cabelo. Ele segurou meu rosto entre as mãos e beijou minha boca apaixonadamente, deixando-me sem fôlego e em chamas.

- Por que você estava com outro homem? - Ele perguntou baixinho, assim que o nosso beijo terminou.

- Não estava com outro homem. - Respondi sem desviar os olhos dele.

- Eu vi aquele cara deitado na sua cama. - Lucas devolveu. - Sem roupa.

- Era o Fernando, meu irmão. - Expliquei rapidamente.

- Você disse que estava brigada com sua família, não faz sentido.

- Depois de passar esse tempo com você e a Vivi, entendi que precisava voltar a falar com meu irmão. - Procurei olhar nos olhos dele, tentar captar alguma coisa.

- Mas ele estava sem roupa na sua cama, Clara.

- Lucas, era meu irmão que dormia na minha cama. Ele estava sem camisa, e é meu irmão. - Cruzei os braços, indignada com o ciúme dele. - Ele poderia estar pelado que não traria nenhum efeito.

Lucas me puxou de volta para seu abraço e beijou o topo da minha cabeça.

- Você não me deu oportunidade de explicar. Não deu sinal de vida. - Reclamei enquanto me aninhava no peito dele.

- Fiquei muito enciumado, Clara. - Ele justificou. - Só pensava em dar um jeito de vir aqui pessoalmente, para que você me visse e entendesse que eu valho a pena. Levei algum tempo para conseguir a oportunidade de viajar sem afetar o trabalho, nem a Vivi ou o Fantasma.

- Eles estão bem?

- Sim, mas a Vivi não para de perguntar sobre você. - Ele me apertou mais dentro do abraço.

- Também sinto falta deles, fiquei muito preocupada. - Voltei a erguer a cabeça para olhar nos olhos dele. - Você veio até aqui só pra me dizer que vale a pena?

Uma risada divertida escapou da garganta dele, e pela primeira vez em sete longos dias, eu consegui relaxar. Lucas tinha vindo me ver porque ficou com ciúmes e preocupado de eu estar saindo com outra pessoa. Aquilo era muito intrigante, porque ele já tinha sentido ciúmes antes, mas nunca atravessou metade do país por minha causa. Olhei de volta para ele e as dúvidas estavam em meus olhos, acho que ele também percebeu.

- Agora é diferente. - Ele disse, lendo minha mente.

- Eu não vejo diferença.

- Somos parte de uma coisa real agora, Clara. - Ele tentou explicar.

- Não era real antes? - O comentário dele me magoou um pouco.

- A gente pode sair daqui? Estamos de pé no aeroporto, acho que pensam que somos malucos.

- Claro, mas esta conversa não acabou. - Avisei.

- Foi o que pensei.

Encontramos um táxi que nos levou para o hotel onde Lucas havia feito reserva. O lugar era discreto, porém sofisticado. Até ofereci para hospedar-se em minha casa, mas ele recusou, alegando que preferia conhecer meu irmão antes para evitar constrangimentos. Fingi que entendi, e ele deixou o assunto morrer. A suíte que Lucas alugou era espaçosa, com uma cama de casal no centro do quarto, as paredes brancas e os móveis em tom de marrom escuro, poucos detalhes, pouca decoração. Havia uma TV grande, ar condicionado, frigobar, ponto de internet e um banheiro moderno e discreto ao fundo, do lado esquerdo.

- Antes não era real? - Perguntei assim que me livrei dos sapatos e da bolsa.

- Sempre foi real, Clara. Mas não haviam outras pessoas envolvidas nisso. - Ele sentou na cama e bateu levemente no colchão, me chamando para perto.

- Não havia a Vivi? - Questionei logo que me sentei.

- Meu amor, se isso tudo tivesse acontecido sem que minha filha tomasse conhecimento, ou tivesse tentado me convencer a te levar pra morar conosco... - Ele riu da ideia de sua filha. - Com certeza não haveria problema. Eu ficaria um pouco preocupado por você não retornar a mensagem, mas no dia seguinte nos falaríamos e ficaria tudo bem.

- Ela ficou muito chateada?

- Tem um recado muito importante que preciso te dar. - Ele disse num tom de voz sério.

- Qual? - Virei-me na direção dele.

- Vivian Colombo manda avisar que se você não ligar para ela ainda hoje, nunca mais será bem vinda na casinha dela, nunca mais será convidada para brincar de bonecas e ela nunca mais mesmo, mesmo, mesmo... Espera! - Ele fez suspense. - Tem um outro mesmo... vai querer falar com você.

Arregalei os olhos, surpresa.

- Ela disse tudo isso?

- Sim. - Ele assentiu. - Minha filha está muito apaixonada por você.

- Vou ligar agora. - Falei rapidamente. - Ligue para ela. Eu não tenho o número.

Ele sorriu com carinho e fez a ligação. Depois do terceiro toque, a chamada foi atendida.

- Vivi? - Falei com ansiedade.

- Clara? É você? Sério que é você? - A vozinha da menina estava cheia de expectativa.

- Sim, princesinha. - Respondi, já emocionada. - Claro que sou eu.

- Por que você não respondeu a minha mensagem de voz??? - Ela inquiriu aborrecida. - Eu fiquei esperando você responder, você nem ligou.

- Me desculpe, Vivi. - Falei com cuidado. - Olha, eu sei que foi muito feio não ter respondido sua mensagem de voz, que ficou linda, só pra você saber. Mas é que eu estava com alguns problemas com meu irmão.

- Você tem um irmão, Clara? - Ela perguntou, curiosa.

- Sim, eu tenho. E nós dois ficamos um tempão sem conversar, porque ficamos de mal.

Lucas me observava em silêncio enquanto a conversa acontecia. Olhei pra ele e vi um sorriso acolhedor em seus lábios. Sorri de volta para ele enquanto tentava me explicar para a mocinha exigente do outro lado da linha. Ele me puxou para o centro da cama, apoiou as costas na cabeceira e me acomodou em seus braços.

- Você estava de mal com seu irmão? - Ela disparou. - Isso não é legal! Meu papai disse que não podemos ficar sem falar com as pessoas da família, mesmo quando elas são chatas como minha vovó Hilda.

- Seu pai chamou sua vovó Hilda de chata? - Perguntei e Lucas fez cara de espanto, tentou tirar o celular de mim, mas não deixei.

- Não, ele não. Eu chamei. - Ela explicou. - Porque vovó Hilda briga comigo e briga com meu pai.

- Por que ela faz isso?

- Ela diz que ele foi mau pra minha mamãe, mas eu sei que não é verdade.

Engoli em seco com a confidência da menina, mas ela pareceu não se importar com o que havia dito. A inocência daquela menina linda me emocionava a cada dia, e me deixava cada vez mais encantada por ela.

- Eu fiz as pazes com meu irmão, Vivi. Por sua causa. - Confessei. - Porque depois que ficamos amigas e depois que vi a amizade que você tem com seu pai, lembrei que a família é o nosso presente mais legal.

- Quando você voltar, traz seu irmão pra eu conhecer? - Ela pediu.

- Eu vou tentar, bonequinha. - Falei tentando controlar a emoção na minha voz, e ouvi um bocejo. - Você está cansada? Brincou muito na escola?

- Sim! Tivemos aula de educação física. - Ela revelou. - Malhei muito hoje.

- Você malhou na escola? - Perguntei perplexa e Lucas deu uma gargalhada alta do meu lado. - Crianças podem fazer isso?

- Clara... - Ela disse meu nome de um jeito paciente, como se estivesse me ensinando algo óbvio. - São exercícios para crianças, né? Brincadeiras, jogos com bola, corrida e outras coisas.

- Ah, sim... - Sorri pelo jeito adulto que ela tinha. - Você deve estar cansada, né?

- Estou exausta!

- Então é melhor você ir agora, não acha? - Sugeri. - Deve ter que jantar e tomar banho, ver alguns desenhos e depois dormir para recuperar as energias.

- Sim, eu vou precisar recuperar isso tudo mesmo. - Vivi concordou. - Posso falar com meu papai?

- Sim, amor. Vou passar a o celular para ele.

- Clara? - Vivi chamou indecisa.

- Sim. - Estava sorrindo feito boba.

- Eu estou sentindo saudades de você. - Ela disse. - Eu te amo, tá bom?

- Também sinto saudades e também te amo, pequena. - Respondi com um nó na garganta. - Vou colocar seu pai na linha agora. Um beijo.

Lucas pegou o celular, já com o modo papai superprotetor e superpreocupado ativado, e começou a falar com Vivi, dando instruções sobre o jantar, horário de ir para a cama, sobre como se comportar, respeitar os mais velhos, não ser malcriada e outros assuntos de pai e filha. Fiquei observando por alguns momentos a forma como ele a tratava, todo sério e controlado, mas sem nunca deixar de ser gentil e carinhoso.

Corri para o banheiro para me recompor, pois a conversa com a menina me deixou muito emotiva. O amor daquela menina tão pequena e inteligente me comovia muito, à ponto de me fazer chorar feito uma boba.

O mundo daqueles dois começava a mostrar-se de um jeito intenso para mim, o que me fazia pensar sobre como todas as coisas se encaixariam da melhor forma para todos. Na contramão de todas as improbabilidades havia a certeza de que queria continuar com Lucas, queria continuar na vida daquela menina linda e me permitir ter uma experiência completamente nova e enriquecedora. Toda aquela novidade de vida cobraria seu preço em algum momento, mas estava decidida a correr todos os riscos, abraçando com alegria as situações que viessem.

A emoção de encontrar o homem que eu amava naquele aeroporto no meio da tarde de sexta-feira me fez enxergar ainda mais o quanto ele era especial para mim. Lucas passou uma semana planejando uma viagem surpresa só para me dizer que valia a pena investir nele, isso devia valer algo. Fiquei muito orgulhosa e consternada porque ele estava apostando tudo na nossa relação, finalmente sentia que aquele moreno incrível estava inteiro naquela relação, assim como eu.

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