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Capítulo 6 - Enfrentando a realidade

O resto do dia foi mágico. 

Nunca pensei que poderia me divertir tanto num encontro, acompanhada por uma criança e um cachorro enorme. Lucas estava muito feliz, seus olhos brilhavam e ele não disfarçava o contentamento. Quando o Sol começou a se pôr, ele sinalizou que era o momento de voltarmos. Vivi resmungou bastante, mas não se opôs quando ele a pegou no colo, aninhando-a nos braços. Sem demora enlaçou o pescoço do pai e pousou a cabeça em seu ombro. Ocupei-me em recolher as coisas e guardar na bolsa térmica, dobrar a toalha e pegar os brinquedos da menina, que era tão organizada quanto seu pai. Caminhamos sem pressa até o carro, e Lucas estendeu sua mão livre, reivindicando a minha. Abri um sorriso genuíno e agarrei a mão dele, e assim seguimos até o estacionamento.

- Fantasma! Junto!

Lucas não precisou repetir. O cachorro estava há uns 20 metros de distância, mordiscando algumas plantinhas no canteiro do parque, no instante em que ouviu seu nome, ergueu a cabeça e trotou em nossa direção, roçando-se carinhosamente nas minhas pernas.

- Safado! Eu que te chamei... - Meu namorado bocó reclamou em tom frustrado.

- Aceite, meu amor. Este aqui agora é meu!

Zombei dele e soltei uma gargalhada divertida, Fantasma começou a pular em volta de nós, como se estivesse debochando do Lucas também.

- Vocês dois são farinha do mesmo saco. - Lucas sibilou antes de cair na risada.

Ele me entregou as chaves do carro, já que Vivi havia dormido em seus braços e ressonava baixinho. Contornei o o veículo e acionei a trava automática, para depois abrir a porta do motorista e destravar o porta-malas. Lucas entrou na parte traseira e acomodou Vivi em sua cadeira, afivelando-a com o cinto de segurança.

- Quero você, pai. - A menina reclamou ao ser posicionada no banco.

- Papai precisa dirigir, filha. Logo estaremos em casa. Descansa mais um pouco.

Lucas consolou a menina e eu não pude deixar de sorrir ao ouvir a maneira carinhosa com que ele a tratava. Fechei a mala do carro após guardar as coisas que estavam comigo, e fechei a porta com jeito, para não fazer muito barulho. Fantasma pulou no banco, ao lado de Vivi, e deitou a cabeça no colo dela, fechando os olhos e cochilando em questão de minutos, por sua vez, a menina abraçou a grande cabeça do bicho e voltou a dormir.

- Vem cá... - Lucas me chamou.

Ele estava encostado no carro e seu olhar era indecifrável. Quando me aproximei, senti sua mão em minha cintura e ele me puxou pra perto, encostando nossos corpos.

- Dia cheio, não é? - Comentei enquanto olhava a criança e o cão dormindo profundamente.

- Foi um dia maravilhoso, completo.

O olhar dele me queimava, tamanha intensidade que emanava. Senti minhas bochechas enrubescerem e baixei o olhar. Lucas não permitiu que rompesse o contato e ergueu meu queixo. Logo estávamos nos encarando outra vez.

- O que está fazendo?

- Admirando minha namorada.

- Está me deixando constrangida, isso sim.

- Eu gosto de ver você assim, tímida.

Ele acariciou meus cabelos e beijou minha testa carinhosamente. Aninhei-me ao peito dele e pude ouvir as batidas do seu coração, que parecia um pouco acelerado, mas o meu também estava. Eu ainda era incapaz de acreditar no que estava acontecendo conosco, que todo tempo de espera tinha valido a pena. Lucas era muito mais do que eu sonhava, ele era o meu príncipe. Tinha seus problemas, uma filha e um cachorro, mas era meu e fazia questão de assumir isso. E assim, encostada no peito do meu namorado, me senti a mulher mais feliz da face da Terra.

- Vamos embora? - Ele perguntou baixinho.

- Sim, vamos. - Respondi afirmativamente e dei um beijinho no peito dele antes de afastar-me e contornar o carro.

Lucas entrou no carro e abriu a porta por dentro para mim. Não demorou muito para que saíssemos do parque em direção ao apartamento dele. Foi um processo para acordar Vivi e levá-la para casa, pois a menina não queria sair do carro de jeito nenhum, falando que ainda estava de dia e que gostaria de fazer algo divertido.

- Podemos fazer algo divertido em casa, Vivi. - Lucas ponderou.

- Não podemos, não. Ficar em casa não é divertido.

- É sim, seja boazinha. Saia do carro. - Lucas não possuía a virtude da paciência e logo entrou no modo pai-mandão.

- Eu não quero ir pra casa, pai. - Vivi o observava com olhar atrevido e eu estava me controlando para não cair na risada.

- Por Deus, Vivi. Estamos cansados, você brincou no parque até ainda pouco. Precisamos entrar em casa e tomar banho. Obedeça-me.

A menina cruzou os bracinhos em volta do peito e disse que não. Ele me olhou e parecia estressado, devolvendo o olhar para a filha logo em seguida. Pediu novamente para que saísse. Fantasma começou a latir, agitado por causa do humor ruim do Lucas.

- Não vou! Não vou! Não mesmo!

Ele fez menção de entrar no carro e tirá-la contra a vontade. Seria uma cena horrível dentro do estacionamento. Toquei o ombro de Lucas e sua atenção voltou-se para mim, apesar de seu olhar inquieto.

- Ela está exausta, Lucas. Não vale a pena se aborrecer.

- Clara, este comportamento é inadmissível. Minha filha não reage assim, normalmente é muito obediente.

- Eu sei, vamos tentar conversar, ok?

Logo em seguida uma família entrou por um acesso do estacionamento. Um casal e uma garotinha que aparentemente possuía a mesma idade da Vivi.

- E aí, Colombo! Como vai, rapaz? - O homem loiro e atlético perguntou.

- Vivendo um drama, Marcos.

- Precisa de uma intervenção?

O homem parecia amigo do Lucas e eles demonstravam muita intimidade. Lucas apresentou-me ao casal, Marcos e Hannah, vizinhos de andar. Já a menininha, Rebeca, era amiguinha da filha do Lucas, ambas estudavam na mesma escola. Em pouco tempo, Rebeca conseguiu convencer Vivi a sair do carro, chamando-a para brincar de bonecas em sua casa.

- Vivi não poderá ir, Beca. - Lucas falou num tom neutro.

- Por que, papai? - Os olhos de Vivi demonstravam sua mágoa.

- Porque você não obedeceu. Quem não obedece, não faz coisas legais.

Estava um pouco distraída conversando com Hannah, explicando que morava em outro estado, que Lucas e eu começamos a namorar oficialmente há pouco tempo. Entendendo a situação, logo a mulher intercedeu por Vivi.

- Lucas, meu amigo. Deixe que a Vivi venha conosco. Ela pode ficar lá em casa esta noite, vamos fazer pipoca e assistir alguns filmes que compramos. Depois pediremos uma pizza!

Hannah olhava de Lucas para mim e lançou-lhe uma piscadinha cúmplice.

- Mas ela se comportou mal, Hannah. Temos regras em casa.

- A Vivi promete que vai obedecer de agora em diante, certo? - A mulher perguntou e logo um coro foi ouvido, partindo de Vivi e Beca, sua amiguinha.

Marcos chegou perto do amigo e deu um tapinha em suas costas.

- É melhor ceder por hoje rapaz. - O homem o aconselhou. - Você precisa de privacidade com sua garota, e também terá de suportar uma cena caso não deixe a pequena vir conosco.

Por fim, ele cedeu e Vivi seguiu com os vizinhos, completamente radiante, mas não antes de dar-lhe um abraço apaixonado e um beijinho no rosto.

- Eu não estou gostando do rumo que as coisas levaram. - Lucas resmungou assim que saiu do banho.

- Estamos falando de que?

- Você sabe, a Vivi me vencendo pelo cansaço.

Observei atentamente as expressões do Lucas, apesar de seu peito descoberto, ainda úmido por causa do banho recém-tomado, me desconcentrar bastante. Ele estava inquieto.

- Lucas, se não está satisfeito com a decisão que tomou, pode buscar a menina na casa dos vizinhos. - Dei de ombros e voltei minha atenção para o balde de pipocas que estava no meu colo.

Depois que Vivi foi para a casa de Hannah e Marcos, pegamos o cachorro e seguimos para o apartamento. Tomei banho e me concentrei em fazer alguma coisa na cozinha para comermos, e logo que decidimos assistir a um filme com direito a pipoca, Lucas trancou-se no banheiro.

- Eu queria um tempo livre com você.

Apenas sorri ao ouvir aquele comentário. Tudo que eu desejava era poder passar um tempo com ele, afinal, este tinha sido o propósito da minha visita quando sequer cogitei a possibilidade da criança estar em casa.

- Fico preocupado com o futuro, Clara.

- Como assim? - Me estiquei, colocando o balde de pipoca sobre a mesinha de centro.

- As coisas serão assim entre nós dois?

- Estou realmente confusa. Não acompanho seu raciocínio.

Ele alcançou o sofá com três passadas e acomodou-se ao meu lado, sentando-se de frente para mim.

- Se precisarmos de um tempo, terei de me livrar da minha filha? Mesmo quando ela desobedecer e eu tiver que puni-la? Quando ela quebrar as regras será beneficiada porque eu preciso ter um tempo só pra mim? - Ele pedia uma resposta através de seu olhar, resposta que eu não saberia dar naquele momento, talvez em nenhum outro.

- Eu... - Franzi o cenho numa tentativa de processar todas as informações que Lucas havia despejado sobre mim. - Eu não sei, não sou mãe e... Lucas...

O nome dele morreu nos meus lábios antes mesmo de conseguir saber se eu havia dito a palavra em voz alta. As coisas seriam desse jeito entre a gente? Eu não saberia responder perguntas básicas sobre meu amanhã, que dirá este tipo de questionamento.

Levantei-me do sofá e peguei o balde de pipocas, precisava de um pouco de espaço. Segui para a cozinha tentando colocar alguma distância entre a gente.

- Acho que tudo isso é novidade pra gente. - Ele comentou, mas estava distraído enquanto olhava para a varanda.

- Você não tem que se livrar da sua filha por minha causa. Pode ir buscá-la agora mesmo se quiser.

- Não quis dizer isso, Clara.

- Mas foi exatamente isso que você sugeriu. - Eu não saberia dizer como me sentia naquele momento, se estava chateada ou magoada, talvez nenhuma das duas coisas.

- Acho que é melhor eu voltar para o hotel.

- Pensei que você dormiria aqui hoje.

- Eu também, mas você parece estar arrependido da decisão que tomou.

Lucas ergueu-se do sofá e virou-se na minha direção. Nos olhávamos através da bancada que separava a cozinha da sala de estar.

- Não estou arrependido, só um pouco confuso com essa alteração de rotina.

- Eu te entendo, tudo isso... - Apontei para nós dois. - É novidade. É conflitante pra mim também. Estou exausta, posso deitar na sua cama?

- É claro que pode, você conhece tudo aqui. Fique à vontade.

Definitivamente não tínhamos clima pra mais nada naquela noite.

Começava a acreditar que o destino conspirava contra Lucas e eu. 

Nosso final de semana juntos estava se tornando um completo fracasso e eu não tinha ideia de como reverter o quadro. Já estava deitada na cama e olhava fixamente para o teto, planejando, esperando alcançar algum tipo de iluminação, buscando nas rachaduras invisíveis a resposta certa para solucionar os meus conflitos. A porta abriu-se vagarosamente, e pude perceber que era Lucas através das sombras que sua silhueta formava na parede oposta, por causa da fraca iluminação fornecida pelo abajur. Fechei os olhos rapidamente e esperei que minha respiração não me traísse, porque meu coração estava batendo aceleradamente em expectativa. Me perguntei o motivo que o trouxera aqui. A resposta era simples: O quarto, a casa, era dele. Ou seja, a intrusa era eu. 

Estava ansiosa para abrir os olhos, queria saber o que ele estava fazendo. Minha mente começou a divagar e criar possibilidades. Era óbvio que ele viera pegar alguma roupa ou chinelo, talvez um frasco de perfume ou remédio. Não tinha nada a ver comigo. Senti a cama mover-se abaixo de mim, ele estava em cima do colchão, ao meu lado. Prendi minha respiração. Não queria ser pega no flagra, por isso dei um jeito de virar para o lado oposto ao que ele estava acomodado, mas um sorrisinho idiota formou-se em meus lábios e agradeci aos céus por ele não ter visto. Passaram-se vários minutos, um silêncio morno instalou-se no quarto. Será que ele tinha dormido? Estava ficando muito curiosa para saber o que ele estava fazendo, ou se estava fazendo algo. Discretamente, virei meu corpo para a direção dele e me surpreendi com seus olhos negros me encarando. Fui pega! Ou melhor, me entreguei.

- Oi. - A voz de Lucas estava rouca. 

- Oi. - Respondi ainda constrangida por agir estupidamente. 

- Estava observando você dormir. Não estava suportando o silêncio, e nem o Fantasma conseguiu aturar meu mau humor. - Ele riu fracamente e piscou pra mim.

- Seu mau humor é algo impossível de lidar.

- Quanta sinceridade, hein? 

Enrubesci, porque não estava sendo completamente sincera. 

- Eu não estava dormindo. 

Ele arqueou a sobrancelha ao ouvir minha declaração. Mas logo em seguida sua expressão suavizou. 

- Sei que não estava... Você finge muito mal. 

Ergui o corpo da cama e me apoiei no cotovelo esquerdo, sentindo os cabelos escorregarem para todos os lados. Sorri quando ele pegou uma mecha e enrolou nos dedos, brincando com os fios. 

- Eu finjo mal? Impossível! Sou quase uma atriz hollywoodiana, meu rapaz.

- Você é transparente como um copo d'água. Eu adoro isso em você. - Os dedos dele abandonaram meu cabelo e deslizaram suavemente pelo meu rosto.

- Sua sutileza é comovente também. - Eu ri enquanto lembrava de algumas ocasiões em que ele foi estúpido comigo, mesmo sem ter ciência disso.

- Admito que tenho um gênio complicado e sou rabugento também.

- Sim, você é.

Não entendia como Lucas conseguia ser tão sexy, mesmo sem ter a intenção. Ele era lindo demais. Eu também não sabia o que ele tinha visto em mim, eu era uma pessoa comum se fosse comparada a ele. E não era modéstia de minha parte, de fato eu era uma pessoa comum. Meu celular começou a tocar e estava na mesinha de cabeceira ao lado de Lucas, ele esticou o braço para pegar e seria impossível não ver a foto de Pedro no visor. O semblante dele mudou completamente ao identificar sua origem. Lucas me passou o aparelho e instintivamente afastou-se, porém não levantou da cama.

- Alô. - Minha voz expressava minha má vontade. 

- Clarinha , é você? - A voz de Pedro soava preocupada, o que me irritou bastante.

- Você ligou para o meu número, Pedro. Com quem pretendia falar? 

Ele suspirou antes de prosseguir. 

- Você está aonde? Estamos todos preocupados contigo, você sumiu sem dar notícias.

Tive que me conter para não desligar, mas ele tinha razão, eu não tive tempo para avisar a ninguém sobre a viagem.

- Estou bem, Pedro. Meu celular está ligado e posso ser facilmente encontrada pela minha família, que, aliás, não ligou nenhuma vez.

- Seus pais pediram para que eu ligasse, preocupados de você recusar-se a atendê-los.

Fechei os olhos em sinal de impaciência, abrindo-os em seguida a tempo de ver que Lucas estava sentando no colchão e preparando-se para levantar da cama.

- Pedro, eu...

Larguei o celular e segurei o braço de Lucas antes que ele erguesse o corpo de vez. Ele não me impediu, mas também não se moveu. Arrastei-me pelo colchão até me aproximar dele, e envolvi sua cintura com minhas pernas. As mãos fortes de Lucas encaixaram na minha cintura, e ajustaram meu corpo em seu colo. Permanecemos naquela posição por um tempo, minhas pernas enlaçando seu quadril e meus braços enroscados em seu pescoço. Ele uniu nossas testas e nossos narizes encostavam-se vez ou outra. 

- Eu escolhi você. - Sussurrei com os olhos fechados.

- Eu amo você, é quem eu quero.

Lucas permanecia mudo e meu corpo exalava tensão. O que ele estaria pensando? Um suspiro escapou da garganta dele e uma de suas não subiu para minha nuca. Foi inesperado quando nossos lábios se tocaram pela primeira vez. Lucas Colombo, meu namorado virtual, estava beijando minha boca pela primeira vez.

Lucas estava me beijando! 

Ele havia encostado seus lábios nos meus! 

Eu não podia acreditar que, finalmente, estava beijando aquele homem. Foram anos de espera, de divagações, sonhos e ansiedade. Tudo que eu mais queria era beijá-lo. Não por nunca ter beijado antes, mas por ser ele, por sermos nós. Eu estava trêmula e nervosa, parecia uma adolescente. Este momento era mágico, e perfeito. Os lábios dele eram tão macios e gentis. Com certeza experientes, pois em menos de trinta segundos de contato conseguiu arrancar suspiros de mim. Nosso beijo foi casto, ele aproximou o rosto do meu - a mão ainda presa à minha nuca -, e uniu nossas bocas, inclinando a cabeça para o lado, de forma a conseguir o melhor encaixe. Minhas mãos automaticamente encontraram os cabelos negros dele, eu não queria que o momento terminasse, afinal, era a coisa mais íntima que acontecera entre a gente nos últimos dias. Prendi-me a ele apertando ainda mais as pernas em volta de sua cintura. Ele não fez nenhuma tentativa ousada, nem mesmo para pedir passagem com a língua para dentro da minha boca. Apenas movia os lábios sobre os meus, ora distribuindo selinhos pelos cantos de minha boca, ora movimentando os lábios entreabertos em todos os lugares, ou mordiscando carinhosamente meu lábio inferior. Como ele mantinha esse autocontrole?? Eu estava vermelha, quente e exasperada. Sendo assim, foi minha tarefa aprofundar o contato e, na minha opinião, melhorar as coisas, e pude sentir quando ele ajustou melhor o corpo sob mim, encaixando a mão livre em minha cintura. Deslizei suavemente a ponta de minha língua pelos lábios dele, e pude ouvir sua respiração se tornar mais pesada, me senti motivada a continuar com a incursão, e, me tornando mais ousada, pedi passagem para dentro da boca de Lucas, que não resistiu. Minhas mãos apertavam seus cabelos, ao mesmo tempo que o traziam para mim, impedindo que se afastasse. A sensação de nossas línguas se acariciando foi indescritível, todo aquele jogo de sedução, a exploração de nossos sentidos, o encontro de nossas bocas que poderia parecer algo simples para outros casais, revelava um nível de comprometimento e, finalmente, algo real, palpável. 

Por muito tempo expressei meu amor através das palavras, sejam ditas ou escritas. Mas agora, éramos nós dois, fisicamente. Nossos corpos, mãos e lábios. Tinha que ser algo real.

- Você está tentando me matar... - Ele gemeu em minha boca.

Dei uma risada com seu comentário divertido. Não sabia ao certo qual seria nossa reação a um encontro íntimo, elevando nossa relação do nível intelectual para o nível real. Em minhas fantasias haviam duas possibilidades: Nos envolveríamos a tal ponto que seria quente, primitivo, sem limites, ou então não haveria nenhuma emoção ou química, resultando em decepção para ambos. Mas a nossa realidade era completamente diferente. Estávamos cautelosos, contidos, talvez ambos estivéssemos à procura da melhor reação, quiséssemos fazer dar certo, ir com cuidado. Estávamos evitando a loucura, tentando manter a racionalidade para diminuir os impactos negativos. Ou talvez uma palavra resumisse tudo: Medo.

- Você não pareceu estar insatisfeito. - Minha voz saiu rouca.

- Você beija muito bem, senhorita. - Ele elogiou enquanto deslizava uma das mãos pelos meus cabelos.

- A gente faz o que pode, meu rapaz. - Debochei e pisquei para ele.

Lucas me surpreendeu com um novo beijo, e soube que estávamos bem, pelo menos naquele momento. Sabia que tínhamos muito o que conversar, mas aquele, certamente, não era o momento e eu esperava que a hora certa demorasse a chegar, pelo menos mais um pouco. Ele deitou novamente na cama, levando-me consigo, e me acomodou ao seu lado no colchão, com tanto carinho e cuidado, que me comoveu.

- Não tenho palavras pra descrever minha felicidade. - Ele confessou.

- Essa revelação vinda do homem que nunca fica sem palavras, que estranho.

Ele franziu o cenho e eu logo me arrependi de ter brincado, mas enquanto me preparava para pedir desculpas ele me atacou com cócegas e novos beijos, me fazendo perder o fôlego de tanto rir e também ficar aliviada por estar ali. Dormimos abraçados algum tempo depois, vencidos pelo cansaço de um dia exaustivo, mas felizes por mais uma etapa concluída a nosso favor.

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