Capítulo 9 - O Reencontro
Angie levanta-se e vai para a janela, começa a lembrar-se do dia em que Maria morreu.
"Ela tinha feito 12 anos à uns meses, estava em casa com os pais, quando o pai que estava sentado a ver televisão recebe uma chamada, diz qualquer coisa a Angélica e saem deixando-a em casa de Pablo, que já na altura era o seu melhor, e talvez o único, amigo.
Nessa noite ela dormiu em casa do amigo, não era nada que não acontecesse de vez em quando, por isso Angie nunca desconfiou de nada. Porém no dia seguinte, quando os pais chegaram, ela estava no jardim a brincar com Pablo, e nessa altura sim estranhou pois eles entrarem em casa sem a irem buscar, assim correu para lá, apesar da mãe do amigo o tentar evitar.
Quando chegou o pai estava fechado no escritório, e a mãe estava sentada no sofá a chorar. Ela aproximou-se de Angélica e logo percebeu que alguma coisa tinha acontecido, colocou uma mão no seu queixo fazendo com que a mãe olhasse para ela e perguntou-lhe:
"- Mamã, foi a Maria ou a Vilu?"
Angélica não consegue responder, mas de repente Miguel dá um grito, chamando por Maria, e nessa altura ela percebe o que aconteceu. Dá um abraço à mãe e sai, ainda ouve Angélica a chamar por ela, mas não volta atrás, vai a casa de Pablo, e fica por algum tempo sentada com ele em frente de casa de ambos, sem dizer nada.
Até que se levanta, pergunta a Pablo se quer ir com ela a casa da irmã. Como ele não sabe o que se passou aceita, já que de vez em quando eles os dois iam para lá brincar com a sobrinha de Angie. Seguem até a casa de Gérmen e de Maria. Durante o caminho Angie vira-se para Pablo e diz-lhe o que se passa.
"- Eu acho que a minha irmã morreu. E eu tenho que ir tratar de Vilu, ela ficou sem a mãe. Agora sou eu que tenho que tratar dela."
Depois de dizer isto ela fica em silêncio mais uma vez. Chegam finalmente a casa de Maria e de Gérmen. Quem abre a porta é Olga, Gérmen está na sala com Ramalho e os pais, que ficam admirados por vê-la.
No início ele fica com algum receio pois não sabe se Angie sabe de alguma coisa, e não quer que Vilu saiba, mas depois de ver Angie sorrir e de perguntar se pode ir brincar com Vilu, pensa que ela ainda não sabe e deixa-a subir, seria bom para Vilu se distrair. Pablo está completamente espantado, Angie acaba de saber que a irmã morreu e age como se tudo estivesse bem, no entanto, não diz nada e continua a seguir a amiga e entra no quarto de Vilu.
Passam a tarde toda a brincar com Vilu, até que anoitece e Angie decide ir para o jardim com Vilu, quando vê uma estrela bem brilhante conta-lhe que aquela estrela que brilha muito é a sua avó que morrera há uns anos, e que agora era uma estrela que brilhava muito cada vez que ela tinha saudades dela. Vilu acaba por adormecer ao seu colo olhando para as estrelas, Angie olha para uma outra estrela que brilha ainda mais e olhando para Vilu que dorme.
"- Eu vou cumprir o que te prometi Maria, eu vou tomar conta dela."
E é nessa altura que Gérmen entra com Angélica, olha para Angie e ia zangar-se mas percebe que Vilu está a dormir, esta percebe que ele está com medo...medo que ela lhe tenha tido alguma coisa, mas ela sossega-o e diz-lhe que nunca faria isso. Dirige-se até à mãe e vai-se embora.
Nunca deitara uma lágrima por Maria, nunca em momento algum ela chorou, todos achavam que ela devia ser seguida por um médico, pois ela não podia estar bem, não era normal. Contudo todos os médicos a que ela fora diziam a mesma coisa «Ela está a reagir muito bem...ela percebeu que perdeu a irmã»."
- Angeles...estás bem? Estás a chorar...eu não devia ter-te mostrado...
- Desculpe Rosário, eu estava só a recordar aquele dia. Há tanto tempo que eu não me lembrava daquele dia...
- Ah...quando chegaste a casa de Gérmen a querer brincar com Vilu, todos nós pensámos que tu não sabias de nada, tu chegaste lá com um sorriso...nunca pensamos que...
- Eu não podia mostrar que sabia, nunca me deixariam ir ter com a Vilu.
-Sim o Gérmen tinha-nos acabado de dizer que Vilu não iria saber de nada...quando tu chegaste eu acho que ele gelou...
- Eu acho que eu própria tinha gelado por dentro. A única coisa que eu queria era estar com a Vilu e cuidar dela. Eu era uma miúda mas sabia que não podia dizer nada, ela era tão pequenina.
- Nem no enterro tu deitaste uma lágrima. Eu olhava para ti e...tu estavas tão serena, tão calma até demais. Apenas olhavas para o caixão e davas a mão a Angélica...
- Eu tinha que ser forte, pela minha mãe e principalmente por Vilu.
- Angie, eras uma criança, ninguém esperava isso de ti. Mas sabes o que mais me recordo: no final já todos se tinham ido embora e tu ficaste ali parada e de repente deste um sorriso...daqueles que davas a Maria e que a derretiam.
- Eu senti-a ali comigo naquela altura e foi naquela altura que eu lhe prometi mais uma vez que iria cuidar da Vilu. Mas não consegui cumprir o que lhe prometi, e foi isso que mais me custou ao longo desses anos que estivemos separadas de Vilu: não cumprir o que lhe prometi naquele dia.
- Porque Gérmen fugiu com Violetta?
- Sim, e foi nesse dia que realmente eu quebrei. Quando soubemos que ele tinha saído do país com ela, os meus pais discutiram, tiveram uma discussão enorme, eu saí de casa sem que eles percebessem. Fiquei horas a andar até que cheguei ao cemitério e desabei junto de Maria.
- Foste para o cemitério...mas como chegaste até lá? Tu eras uma menina...
- Não sei como cheguei. Foi o Pablo que me encontrou, e me trouxe de volta a casa. O meu pai nem ligou, mas a minha mãe abraçou-me e disse-me apenas que nós iriamos encontrar a Violetta, e a partir daquele dia a minha vida andava á volta dessa missão: encontrar a Vilu. Era a única coisa que me interessava, a única coisa em que eu pensava...
- E viveste anos a odiar o Gérmen...e hoje...
- Hoje amo-o...amo-o como nunca pensei amar alguém...como nunca pensei amá-lo.
- E ele ama-te...como nunca pensei que pudesse amar de novo. Nunca o tinha visto tão apaixonado...tão feliz.
- Ver esta foto, fez-me recordar que tudo tem um propósito na vida, e que de alguma forma a Maria está sempre comigo.
Quando Gérmen entra no quarto as duas estão abraçadas, e sorriem quando o vêem...
- Porque é que se estão a rir? E onde estão os miúdos?
- Porque estávamos a falar de ti, e os miúdos foram para a piscina com a Clara. – Diz Rosário rindo-se do ar assustado de Gérmen
- Gérmen...amor, tem calma...ainda te dá uma colapso...- diz-lhe Angie dando-lhe um beijo.
- Estão sozinhos...os dois...- Gérmen estava em pânico, só não sabia o que temia mais: o facto de estarem os dois sozinhos ou de estarem sozinhos com Clara.
- Gérmen por favor tem calma. Eles estão com a Clara, não comeces já a criar fantasias. Conseguistes alterar os voos?
- Sim, desculpa. Mas às vezes ainda é difícil pensar que a minha menina está a virar uma mulherzinha.
- Bem, acho que é melhor começares a habituar-te então...e então para quando conseguiste o voo, tenho que avisar a tua tia.
- Ah sim, só consegui para amanha á tardinha.- e indo ao encontro de Angie que estava de pé, abraçou-a pela cintura, deu-lhe um beijo no pescoço...- e nós temos o voo logo a seguir...assim não corremos o risco de perder de novo o voo...
- E posso saber para onde vamos...- Gérmen vira-a, dá-lhe um beijo.
- Não, é surpresa. Só te posso dizer que também nunca lá fui...
- Nunca lá foste, coisa rara, Gérmen Castillo nunca foi a este país?
- Nunca fui, vai ser uma descoberta nova para os dois, contudo como quero que seja memorável andei a pesquisar umas coisas na Internet.
- Ah Gérmen, assim não vale. Vais-me deixar nesta ansiedade...dá-me só uma pista por favor...até porque preciso saber que roupa levar.
- Não, se precisares de roupa compra-se...e agora vou ter com os meninos. Vocês não vêm?
- Sim já vamos...e Gérmen - este já estava à porta...- por favor a Vilu já não é a tua bebé. – Ele volta atrás e dá-lhe um beijo, sorri e sai.
- Nunca vi o meu filho tão feliz. Nem com Maria...tu fazes-lhe muito bem, conseguiste o que ninguém conseguia há muito tempo: fazer com que ele voltasse a ser o Gérmen de antes.
- O Gérmen sofreu muito com a morte de Maria, como todos nós...e reagiu conforme conseguiu, no caso dele colocou uma carapaça, como a das tartarugas, para esconder tudo o que tinha a esconder.
- E tu conseguiste ver através dessa carapaça, vistes quem ele era na verdade, vou-te estar sempre grata, devolveste-me o meu filho.
- Eu não fiz nada demais, mas...bom vamos descer? O Gérmen já deve estar em pé de guerra com a Violetta...por causa do Leon.
E desceram as duas ruma à piscina, quando lá chegaram, Vilu e Leon estavam na piscina com Gérmen e Clarita. Assim que as viram chamaram-nas, Rosário não quis ir dizendo que preferia ficar sentada tomando qualquer coisa, já Angie não teve outra hipótese, mesmo não querendo Clara começou a chamar por ela, e ela não resistiu. Ficaram assim os cinco durante um tempo a brincar com Clara até que mesmo fazendo birra para sair da água, pois ela era um perfeito peixinho adorava estar na piscina, Angie pediu a Gérmen que a tirasse já que ela tremia como vara verde.
Assim ele saiu da piscina, embrulhou-a na toalha e entregou-a a Rosário que ficou com a neta, brincando e rindo com ela, e ele volta para a piscina. Angie ficara na piscina com Vilu e Leon, de repente sente as mãos de Gérmen na sua cintura...volta-se e dá-lhe um beijo.
- Nós vamos ali mais para o fundo...é que tanto mel ainda chama as abelhas...e eu não quero ser picada. – Diz Vilu rindo e puxando Leon para longe de Angie e de Gérmen.
- Estamos muito engraçadas Dona Violetta...- responde-lhe Angie...
- Vilu não te quero longe. E tem cuidado com as abelhas! Se é que me percebes...- diz-lhe Gérmen piscando-lhe o olho mas também algo sério.
- Não te preocupes, vocês têm mel suficiente para uma colmeia inteira...
- Vilu...- mas nessa altura Gérmen beija-a de novo...- Gérmen, estamos na piscina...- mas Gérmen já não a ouvia...-Gérmen...- e Angie afasta-o de novo.
- Está bem...mas a culpa é sua mocinha...- diz Gérmen com um sorriso de orelha a orelha.
- Minha? Eu estava aqui no meu cantinho, tu é que vieste ter comigo...e...começaste com as tuas coisas...
- É que eu não consigo resistir-te...que culpa é que eu tenho se tu és irresistível? – e quando a ia beijar de novo Angie mergulha e foge dele...e começam a fugir um do outro, parecendo dois adolescentes. Ele acaba por conseguir apanhá-la e se perdem nos braços um do outro, como se o mundo à sua volta tivesse parado naquele momento. Nada mais existia, apenas ele e ela e o seu amor.
- As abelhas já andam á vossa volta...- diz-lhes Vilu...- nós já vamos sair, vêm? Ou vão ficar aí para espalhar o vosso mel...
- Nós vamos ficar para ser picados por abelhas muito metediças...e sabias que uma tem um nome muito familiar...é chama-se Violetta...- e Gérmen começa a fazer cócegas em Violetta e a tentar pegar-lhe ao colo.
- Papá chega, por favor. Desculpa, papá...- Angie e Leon riem-se com toda aquela cena...- ajudem-me vocês estão para aí a rir...ajudem-me.
- Agora estás a pedir ajuda "abelhita"...mas aqui o "mel" atacou-te...
- Está bem, ganhaste...desculpa.- ele larga-a e ela sai da piscina e quando já estava longe de Gérmen...- mas que estavam muito "melosos" estavam, e não podem negar.
Gérmen saiu da piscina e foi atrás de Violetta, mas desta vez em vez de cócegas pegou em Vilu e começou num ataque de beijos...Vilu tentava afastar-se dele mas por muito que tentasse não conseguia.
- Gérmen chega, eu assim vou ficar com ciúmes...- disse Angie mais para ele a largar do que propriamente por ter ciúmes.
- Que não seja por causa disso...eu dou para as duas...- e agarra as duas distribuindo beijos entre as duas.
- Bom a conversa está boa, mas temos que ir tomar um banho e almoçar, porque há uma menina aqui que está a ficar algo rabugenta - diz Rosário que está com Clara ao colo.
- Anda minha pequenina...vamos tomar um banho e almoçar...- Angie pega em Clara e sai com Gérmen, que lhe diz alguma coisa ao ouvido provocando um sorriso nela. Rosário, Violetta e Leon sobem pouco depois para também eles tomarem um banho e arranjarem-se para o almoço. Depois de dar banho a Clara, Angie deitou-a no berço, Gérmen olhava-a completamente embevecido, quando Angie passou por ele para ir ela tomar banho, ele agarrou-a pela cintura, virou-a e deu-lhe um beijo daqueles que tiram o fôlego a quem vê...Angie afasta-o ou pelo menos tenta...porque apesar de saber que estão à espera deles...quer entregar-se a ele, tanto como ele a ela.
- Gérmen para, temos que nos despachar...já devem estar à nossa espera...
- Que esperem...fugiste de mim na piscina...não vais fugir de mim aqui também ou vais?
- Tudo bem mas sem segundas intenções...temos a noite toda...
- Hmmm...agora fiquei ansioso, a noite toda...- e beija-a de novo, tomam banho, arranjam-se e descem com Clara.
O resto da tarde passam-na todos juntos: brincam, riem, conversam, cantam. Quando chega à noite Gérmen já combinara com a mãe para ela ficar com Clara no seu quarto com Vilu. Assim quando começa a ficar tarde Gérmen inventa uma desculpa qualquer para Angie subir com ele, deixando Clara com a avó. Esta não está muito convencida mas acaba por ir com ele. Assim que entram no quarto Gérmen agarra-a pela cintura.
- Gérmen...a tua mãe daqui a pouco está aí com Clara...- diz-lhe Angie tentando afastar-se...
- Não...não está...- diz-lhe ele virando-a para si e beijando-a primeiro na testa, depois na ponta do nariz, descendo até ao pescoço...- Hoje a noite é só nossa...a Clara vai dormir com a avó e com a irmã...- e depois de dizer isto beija-a como se fosse o último beijo que lhe daria. Foi uma noite maravilhosa...Angie estava cada vez mais apaixonada por ele, como é que ela pudera pensar que conseguiria viver sem ele? Nunca seria possível, eles eram dois num, eram as únicas duas peças de um puzzle que se completavam na perfeição. Já era de madrugada quando finalmente adormeceram abraçados um ao outro...
No dia seguinte, Rosário acordou Violetta e Leon, juntamente com Clara foram tomar o pequeno-almoço. Pediu o serviço de pequeno-almoço para Gérmen e Angie, pois sabia bem que aqueles dois ainda estrariam a dormir, Vilu tentou ser ela a levar mas a avó impediu-a.
- Avó deixa-me ser eu a levar...por favor. Eles nunca mais vão sair daquele quarto e vamos perder de novo o voo.
- Não Vilu...o teu pai e a Angie têm o direito a estar um pouco sozinhos sem interrupções...principalmente de uma filha tão metediça.
- Avó...tiveram a noite toda...sem terem interrupções...
- Chega Violetta...já te disse que não...
- Vilu, porque não vamos jogar um pouco...
- Não Leon...tu ganhas-me sempre. Não tem graça.
- Eu prometo que desta vez te deixo ganhar...e até te conto alguns truques para me ganhares. Anda deixa esse ar de birrenta...se bem que ficas linda com ele...
- Leon...- se bem que algo contrariada, porque ela queria mesmo ir acordar os dois pombinhos, Vilu acaba por concordar e vai com Leon para a sala de jogos do hotel, enquanto isso Rosário vai dar uma volta pelos jardins do hotel com Clarita.
Na hora que bateram à porta Gérmen já tinha acordado, e olhava para Angie...a sua Angie. Remexia-lhe os caracóis louros, e desejava olhar para aqueles olhos verdes, que se encontravam fechados naquele momento, mas onde ele se perdia. Quando ouve bater à porta levanta-se, ele pensa que é Violetta, contudo dá de caras com um rapaz do hotel com a bandeja do pequeno-almoço. Gérmen deixa-o entrar, dá-lhe uma gorjeta...e vê-o a sair. De repente sente as mãos de Angie na sua cintura, vira-se e fica a olhar para aqueles olhos verdes...para o sorriso ainda meio que ensonado...e beija-a.
- Bom Dia meu amor...quem era?
- Bom dia meu Anjo...acho que houve alguém que se lembrou de nos mandar o pequeno-almoço...estás com fome?
- Muita...nem imaginas quanta...mas depois da noite de ontem...- e dá-lhe um beijo no peito nu de Gérmen.
- Não queres começar de novo pois não...é que temos dois voos para apanhar e eu não me responsabilizo pelos meus actos se continuares.
- Está descansado, eu estou mesmo com outro tipo de fome...- e rindo-se começa a comer e Gérmen junta-se a ela. Depois de comerem deixam-se estar mais um pouco no quarto conversando e namorando um pouco.
Vilu apesar de estar a gostar de estar com Leon, até porque sem a presença do pai pode estar mais à vontade com ele, namorando sem ser constantemente interrompida pelos gritos e olhares de Gérmen. No entanto, Rosário acaba com os momentos a dois pois estava na hora de se arranjarem, de fazer as malas, almoçarem e saírem para o aeroporto. No fim de arrumar a sua mala, Vilu sai do quarto com Clara e vai ter com Gérmen e Angie, apesar de Rosário tentar impedir, ela nem quis saber e foi ter com o pai e com a tia. No quarto Gérmen e Angie conversavam e namoravam, até que ouvem a porta.
- Aposto que é a Dona Violetta, mas vai ter que esperar...porque eu quero ficar mais um tempo assim sozinho com o meu amor...- e enquanto diz isto a Angie meio a sério meio a brincar, Gérmen vai-lhe dando beijos.
- Gérmen chega...vou abrir a porta...- e Angie levanta-se deixando-o a fazer cara de uma criança à qual acabaram de tirar o brinquedo...- Olha só quem são: as minhas duas princesas...
- Espero que não tenha interrompido nada, mas a Clarita estava com muitas saudades...- e ri-se ao mesmo tempo que olha para Gérmen ainda com cara de birra...- Ups...interrompi não foi...mas a sério papá a culpa foi da Clara ela estava com saudades vossas...a sério...- olha para Clara com uma cara séria mas a querer rir, esta ri-se com a careta de Vilu.
- E porque será que eu não acredito nisso Vilu...- diz-lhe Angie que já estava sentada junto de Gérmen com Clara no meio deles.
- Porquê não sei, porque é a verdade...perguntem à Clara...- e ri-se de novo com um ar de perfeito gozo, já nem disfarçava o riso.
- Sabes porque é que eu te perdoou? - diz Gérmen aproximando-se um pouco de Vilu que estava já sentada aos pés da cama...abraçando-a pela cintura...- porque eu te adoro...e gosto ainda mais de te fazer cócegas.
E começa assim mais um ataque de cócegas, ao qual Angie também se junta, mas em vez de fazer a Vilu ataca Gérmen...Clara ri-se até que...diz algo que os faz parar..."Bilu"
- Ela disse o meu nome...eu...Clarita disseste meu nome...- e Clara repete "bilu"...- ela disse o meu nome...- Vilu estava eufórica, ela nem queria acreditar, era a melhor sensação do mundo.
- A minha pequenina está a aprender tão depressa...não é meu amor. Já só falta dizer papá...- e sem ninguém esperar ela aponta para Gérmen e diz "papá"...todos sorriem e mimam Clara.
- Esta minha princesa está a crescer muito depressa...- diz Gérmen...- Clarita, ouve o papá por favor não cresças...
- Papá sabes que ela vai aprender muitas coisas: como a cantar, a dançar, vai estudar muito e um dia vai conhecer alguém...chama-se a isso CRESCER.
- Podes parar Vilu...a minha Clarita vai ser só minha...
- Gérmen...sabes que isso é quase impossível, mas como ainda vai demorar algum tempo até chegar esse dia, podes ainda aproveitar bem...- e faz-lhe um mimo.
- Papá...qual foi a minha primeira palavra? - pergunta Vilu.
- A tua primeira palavra...eu gostava de te dizer que foi papá...mas não tive essa sorte...
- Eu lembro-me desse dia, fizemos um piquenique lá mesmo no jardim de casa. E lembro-me que fiz uma birra enorme...
- Tu fizeste uma birra Angie...não acredito que a minha tia fazia birras e pode-se saber porquê?
- Eu era uma miúda devia ter uns 10 anos...
- A tua tia teimava que tu tinhas tido o nome dela...e todos nós achávamos que tinhas chamado a tua mãe. Mas afinal estavas a falar da gata da vizinha...que se chamava..."Mia".
- A minha primeira palavra foi "Mia"? O nome de uma gata? Que desilusão...a sério...tanto esforço para depois me sair isso...
- Tu sempre foste assim...gostavas de ser diferente. A tua mãe dizia que tinhas alma de artista, e como todos os artistas tinhas a tua forma de ver o mundo.
- A tua mãe sempre soube que tu serias especial...- diz Angie.
- Angie! Que raio de forma de ver o mundo...podia dizer tudo "mamã", "papá", "tia"...mas fui logo olhar para a gata e dizer o nome dela...
- Bom e agora enquanto vou tratar do check-out as meninas podem acabar de fazer as malas.
Depois de fechar as contas do Hotel, Gérmen vai chamar Rosário e Leon e vai ajudar as suas princesas com as malas. Como só tinham o carro de Gérmen e eles eram muitos, ele decidira pedir um transporte para os levar ao aeroporto, depois ligaria a Ramalho para ir buscar o carro ao hotel. Assim após o último almoço todos juntos, pelo menos durante o tempo que duraria a viagem de Angie e Gérmen, entraram todos na carrinha e seguiram viagem. Todos estavam felizes, afinal iriam estar juntos...sem as ameaças de José.
Quando chegaram ao aeroporto, e depois de fazerem o check-in dos seis encaminharam-se para a porta de embarque do voo para Sevilha, já que o voo de Gérmen e de Angie era um pouco mais tarde. A despedida foi algo complicada, principalmente por causa de Clara que não queria largar a mãe nem por nada. Valeu-lhes Violetta que com toda a calma e ternura conseguiu que Clara se acalmasse e fosse para o seu colo sem chorar. Angie também acaba por deixar cair algumas lágrimas, não era fácil ver as suas meninas partir sem ela, apesar de ser por pouco tempo...o seu coração estava pequenino. Gérmen percebeu o que ela estava a sentir e abraça-a pela cintura dando-lhe um beijo no pescoço tentando animá-la um pouco.
- Angie, se quiseres ainda podemos ir para Sevilha...não precisamos de fazer está viagem...- Angie vira-se e beija-o...
- Precisamos sim...eu amo-te...- e de novo se unem num intenso beijo.
Seguem assim os dois até à sua porta de embarque à espera que chegue a hora do voo. Passado algum tempo...que para eles foi pouco pois estavam, quer um quer outro, perdidos nos olhos uns do outro e tentando resistir ao que ambos desejavam...chamaram para o voo.
- Os passageiros do Voo 537 rumo ao Rio de Janeiro favor dirigirem-se para a porta de embarque numero 5.
- Vamos é o nosso...- diz-lhe Gérmen.
- Nós vamos para o Brasil? Mas tu disseste que...
- Tem calma...eu também disse que teríamos que fazer escala certo? Pois teremos que fazer escala no Rio...agora vamos.
- Não me vais mesmo dizer para onde vamos, pois não?
- Não...- e dito isto beijou-a. E seguiram até à porta de embarque rumo ao desconhecido. A única coisa que Angie sabia é que fosse para onde fosse ela estava com ele...com o amor da sua vida.
Gérmen também estava feliz, ele nunca teria conseguido viajar sem Angie...era como se metade dele ficasse para trás. Ele já não sabia viver sem ela...
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